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Stand Up Comedy The Book

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Stand-UpStand-Up 
ComedyComedy
THE BOOK
de Judy Carterde Judy Carter
Tradução: Emilio Boechat e Aldo Camolez
AS SEIS DESCULPAS ESFARRAPADAS1 PARA NÃO SE 
SUBIR AO PALCO
“É CLARO QUE EU SOU ENGRAÇADO EM FESTAS, MAS...”
Desculpa #1: “Eu tenho medo”
O obstáculo número um para se fazer comédia é o MEDO. E 
esta é uma reação muito apropriada. Vamos 
encarar, se ficar de pé sozinho sobre um palco 
diante de um bando de estranhos não amedronta 
você, então, algo deve estar errado. Consulte um 
médico.
Não há problema em ficar nervoso. É muito humano. 
Todo “performer” de sucesso luta com o medo, 
então, não permita que isso o impeça de correr atrás 
dos seus sonhos. Em todos esses anos em que tenho 
me apresentado, eu não consigo pensar em uma só 
vez em que não tenha ficado nervosa. O truque é ir 
em frente apesar do sentimento de medo. 
Normalmente, o medo desaparece assim que você 
pisa no palco. 
Não entre em pânico. O medo é um assunto tão 
poderoso com meus alunos que eu dediquei um 
capítulo inteiro a este tema, incluindo exercícios 
para controlá-lo. Olhe pelo lado bom: ao menos, se 
apresentar em público o manterá normal. 
DESCULPA #2: “Eu sou tímido...”
Bem, eu também sou. Muitos comediantes que fazem stand-up 
são bem tímidos em suas vidas privadas, e subir em um palco é um 
grande modo de se liberar. Pessoas tímidas como você tem muita 
coisa para extravasar, e o palco lhe fornece uma arena onde libertar 
suas críticas reprimidas sobre o mundo. Eu descobri que, quanto 
mais quieta é uma pessoa fora do palco, mas ela tem a dizer sobre o 
palco. Uma vez que elas tenham uma chance de serem ouvidas, 
meus alunos tímidos são aqueles que eu não consigo fazer com que 
parem de falar.
1 Lame.
Stand-Up Comedy – The BookPágina 2 Judy Carter
DESCULPA #3: “Eu sou apenas um idiota qualquer...”
E daí? Antes de terem uma carreira bem sucedida como 
comediantes, Jay Leno era mecânico e Roseanne Barr era uma dona 
de casa com três filhos. 
“I’ve been married fourteen years and I have three kids. 
Obviously, I breed well in captivity.”
“Eu estou casada há quatorze anos e tenho três filhos. 
Obviamente, eu procrio bem em cativeiro.”
- Roseanne Barr
Você não tem que ser uma pessoa sofisticada para fazer 
comédia. As pessoas não vão a um night club para ouvir ponderações 
intelectuais. Eles querem rir. O desafio é encontrar o humor nas suas 
experiências mais cotidianas. Ser astuto e esperto ajuda, mas encare, 
esta é a América, um lugar onde pessoas totalmente inexpressivas e 
pouco atraentes conquistam altos níveis de fama e fortuna. 
Desculpa #4: “Eu sou feio, eu sou gordo, eu sou...”
Darryl Hannah talvez seja realmente lindíssima, mas será que 
ela é capaz de fazer as pessoas rirem? Ok, quem se importa, certo? 
Stand-up é um dos poucos lugares no showbiz que aceita pessoas de 
todas as formas e tamanhos. De fato, uma distinção física pode até 
mesmo ser a base de seu ato. Phyllis Diller e o falecido e grande 
Jackie Gleason, entre outros, construíram suas carreiras no fato de 
ser gordo ou pouco atraente. A comediante Geri Jewell desenvolve 
seu ato em cima do fato de ter paralisia cerebral:
“I don’t understand why people will go out of their way to 
drink, so they can walk like me.”
“Eu não entendo porque as pessoas se embriagam, será 
que é para andar como eu?”. 
Stand-Up Comedy – The BookPágina 3 Judy Carter
A característica que a sociedade enxerga como uma imperfeição 
pode trabalhar a seu favor. O Capítulo 2 ensina como 
transformar aquele peso a mais em risadas a mais. 
Desculpa #5: “Eu não sei como escrever material para 
comédia”
Stand-up não tem nada ver com anotar palavras em uma folha 
de papel. Ela tem a ver com dizer palavras – se apresentar. 
Stand-up é uma performance ao vivo, não um livro para se 
passar o tempo. Por esta razão, eu desencorajo meus alunos 
iniciantes a escrever seu material. No capítulo 2 existem 
exercícios sobre como criar seu material gravando suas 
conversas em um gravador. Se você não pode falar, você 
não pode criar material.
Desculpa # 6: “Quando eu fico diante das pessoas, eu tenho vontade 
de cuspir.” 
Consulte um analista. Stand-up não é para você.
Stand-up é algo difícil e exige um bocado de trabalho duro. Mas 
a recompensa de se fazer comédia é imensa. Não existe sentimento 
maior no mundo do que sentir que a platéia está do seu lado, que ela 
o entende, e o ama. Momentos como estes fazem com que todo o 
esforço valha a pena.
Andy Warhol uma vez disse que no futuro todo mundo seria 
famoso por quinze minutos. Com este livro, quando os seus quinze 
minutos chegarem, pelo menos, você não será chato. 
Stand-Up Comedy – The BookPágina 4 Judy Carter
Capítulo 1
COMEÇANDO
O que faz as pessoas rirem?
“Palavras que tem o som de K nelas são engraçadas. 
Cheesecake é engraçado. Tomate não é engraçado. Cleveland é 
engraçado. Maruland não é engraçado...”
Neil Simon
O que é engraçado?
Eu estou constantemente abismada com as coisas que as 
pessoas acham que são engraçadas e com aquelas que elas acham 
que não são. Alguns riem de um cara qualquer escorregando em uma 
casca de banana. Alguns rirão somente do Hitler escorregando em 
uma casca de banana. Então, o que é engraçado? Se alguém ri, é 
engraçado. 
Uma platéia rirá de qualquer coisa, de tudo e de absolutamente 
nada. Tentar deduzir o que pode agradar uma platéia é como tentar 
decidir o que cozinhar para a sua família. Não importa o que você 
faça, alguém irá detestar. 
Eu tenho visto muitos comediantes deixarem o palco depois de 
um número que arrasou, deprimidos porque tudo o que eles viram foi 
um cara na terceira fileira não rir da quarta piada. Todos os que riram 
na sala foram afogados pelo silêncio de um único sujeito. E não 
importa se este cara não estava no clima para rir porque ele perdeu 
sua família inteira em um incêndio e parou ali para um beber um 
drinque, antes de cometer o suicídio.
Acredite em Você
O empresário Buddy Morra, que descobriu David Letterman e 
também Robin Williams e Billy Crystal, entre outros, diz que: “você 
não deve dar a uma platéia o que ela quer. Dê a ela o que você quer. 
A maioria dos comediantes vai descer ao nível da platéia para fazer o 
seu número funcionar, quando de fato, o que você deveria fazer é 
trazer a platéia para o seu nível”.
A primeira vez em que Morra viu David Letterman, ele 
imediatamente percebeu que David poderia chegar a ter o seu 
próprio show porque ele tinha a sua identidade própria. Morra sente o 
que separa comediantes que são especiais dos outros que apenas 
tentam agradar. Você tem que acreditar em você mesmo.
Stand-Up Comedy – The BookPágina 5 Judy Carter
É difícil engolir a idéia de que você não pode fazer com que 
todos gostem de você. Vale a pena repetir2: Você não pode e não é 
capaz de fazer com que todos amem você. Você tem que subir ao 
palco com um desejo apaixonado e a intenção de comunicar seus 
pensamentos e sentimentos, e não apenas fazer as pessoas rirem. 
Cinco Grandes Segredos para fazer as pessoas rirem
Segredo #1: Não conte piadas.
As pessoas confundem stand-up com contar piadas. Quando eu vou a 
uma festa e digo que eu faço stand-up, as pessoas, inevitavelmente, 
dizem: “Verdade?... Conte uma piada!” Quando eu digo a eles que eu 
não conheço nenhuma piada, eles não entendem. “Mas, você é uma 
comediante de stand-up, certo?” Agora, quando eu vou a festas, eu 
digo as pessoas que eu faço programa. 
Contar piada é um jeito velho de fazer comédia.
“Dois portugueses entram em um bar...”3 
O novo estilo de comédia é a comédia pessoal. Seu número é 
sobre você: seus dilemas viscerais, seu corpo, seu casamento, seu 
divórcio, seu vício... 
Tente encontrar piadas no ato de Sam Kinison. Não existe 
nenhumapiada. 
“Se você alguma vez pensar em se casar, senhor, apenas 
lembre-se dessa expressão – ahhhhhhhhh!”.
Sam vai de cliente a cliente, cara a cara e grita. O humor de 
Kinison vem de uma atitude extrema em relação às mulheres, ao 
Vietnam e às crianças famintas. Sua atitude raivosa e consistente é a 
força que move o seu sucesso.
Meus alunos, que escolhem tópicos que são verdadeiros e, 
mesmo, dolorosos para eles, são muito mais bem sucedidos do que 
aqueles que escolhem tópicos que pensam ser engraçados ou 
esquisitos. A bem da verdade, quanto mais sincero for o seu material, 
melhor. As pessoas adoram rir do sofrimento dos outros. Eu não 
tenho certeza do porquê. Talvez porque eles estejam felizes de que 
isso não esteja acontecendo com eles. 
Paula Poundstone, a Silvia Plath da comédia, faz um ‘bloco de 
piadas’4 a respeito de sua desastrada tentativa de suicídio. 
2 (this one’s worth repeating):
3 “Two Jews walked into a bar…”
4 chunk
Stand-Up Comedy – The BookPágina 6 Judy Carter
“Eu tentei usar monóxido de carbono, mas meu prédio tem 
uma garagem subterrânea gigantesca, então, aquilo estava 
levando muito tempo. Eu tinha levado uma pilha de livros e 
alguns salgadinhos. As pessoas passariam e bateriam na 
minha janela e diriam, “Como está indo esse suicídio?” E eu 
diria, “Está indo bem, obrigada, eu me senti sonolento hoje 
mais cedo”.
A desolação de Garry Shandling sobre ser rejeitado pelas 
mulheres fez dele um comediante milionário.
“I broke up with my girlfriend. She moved in with another 
guy, and I draw the line at that.”
“Eu rompi com a minha namorada. Ele foi morar com outro 
cara e eu tenho os meus limites.”
 Um dos principais equívocos sobre ser engraçados é que você 
tem que ser aquele tipo de pessoa alegre e pra cima o tempo todo. 
Mentira. É bem mais interessante assistir alguém lutando com os 
seus problemas do que um tipo espirituoso, perfeito e sabe tudo. 
Você já notou que não há muitos monges que são comediantes? 
Lembre-se... quanto mais miserável for a sua vida, melhor será o seu 
número. O truque é estar disposto a expor você mesmo o mais que 
você puder, sem ser preso.
Segredo # 2: Não conte estórias.
Histórias engraçadas geralmente não funcionam. O erro mais 
comum que meus alunos cometem quando eles começam a levantar 
idéias para o seu número é contar histórias a respeito de alguma 
coisa “engraçada” que realmente aconteceu com eles:
“Não, não, escute... isso é a pura verdade!” 
Histórias podem ser verdadeiras, mas elas raramente são 
engraçadas e, inevitavelmente, terminam com:
“Bem... eu queria que você estivesse lá.”
Outra razão porque histórias não funcionam é porque a platéia 
dos night clubs, muito freqüentemente, está bêbada e sua atenção 
tem curta duração. Qualquer piada que seja mais longa que cinco 
linhas, sem um desfecho engraçado, está em maus lençóis.
Bob Fisher, proprietário do L.A.’s Ice House e responsável pela 
agenda de sete clubes de comédia, não contratará contadores de 
histórias que falem por cinco minutos sem criar um desfecho 
Stand-Up Comedy – The BookPágina 7 Judy Carter
engraçado. “Eu procuro pelo tipo de comediante que trabalha com 
preparação e desfecho, ao contrário do contador de histórias, porque 
eu preciso de um comediante que dê a platéia um certo número de 
risadas por minuto.” 
Histórias também não funcionam porque elas são, 
freqüentemente, contadas no passado:
“Então, lá estava eu numa loja de departamentos. E essa 
senhora caminhou em minha direção e me perguntou se eu 
trabalhava lá. Então, eu disse a ela: ‘Sim’, e ‘todos os 
televisores estão de graça, hoje.”
Este é o mesmo material contado pelo comediante Bob Dubac, no 
presente e não em forma de história:
“Para dar algumas risadas e relaxar, eu recomendo ir a 
uma loja de departamentos e fingir que você é um dos 
empregados. Quando alguém aparece e te pergunta, ‘Você 
trabalha aqui?’ diga a ele ‘Sim’ e só hoje estamos com uma 
promoção onde você leva qualquer aparelho de TV 
inteiramente grátis. Sente-se e aprecie a diversão”. 
Mantenha distância de histórias. O que é engraçado é simplesmente 
o jeito com que você olha mesmo para o mais mundano dos 
acontecimentos, do mesmo modo como as observações de Larry 
Miller a respeito dos fios de telefone:
“Como esses fios de telefone podem ficar tão enroscados? 
Como? Tudo o que eu faço é atender ao telefone, falar, e 
desligar. Eu não atendo, dou uma estrela, uma cambalhota 
e, então, desligo.”
Segredo #3: Não Tente Ser Engraçado.
“Você não tem que agir como um babaca para conseguir 
risadas.”
Se eu disser para você agora “seja engraçado”, o que você 
faria? Muitas pessoas, provavelmente, começariam a fazer caretas, 
pular para cima e para baixo, e fazer algo que poderia colocá-las em 
um hospício. 
Ser engraçado não tem nada a ver com agir de modo estranho 
ou ultrajante. Quando mais estranho você for, menos as pessoas te 
entenderão, e ninguém ri quando está confuso. Por mais excêntrico 
que comediantes como Howie Mandel e Sam Kinison, sejam, eles 
fazem um esforço enorme para comunicar suas idéias de forma clara. 
Agir de maneira estúpida pode ser engraçado se você estiver 
Stand-Up Comedy – The BookPágina 8 Judy Carter
atuando para crianças de cinco anos de idade. Entretanto, trabalhos 
em jardins da infância não surgem com freqüência e o salário é 
miserável.
Comediantes novatos têm uma tendência a tentar serem 
engraçados. Vá a uma noite de amadores e observe esses 
comediantes. Um cara sobe no palco com a intenção de ser bacana. 
Ele fala a sua primeira linha e ninguém ri. Então, ele se esforça mais 
para ser engraçado. Ele está falando mais alto, ele está gesticulando, 
ele está se tornando um homem em desespero. De repente, você 
sente que se você não rir, este cara irá para casa e cometerá suicídio 
e será culpa sua. Não é surpresa que daqui por diante nada que ele 
faça seja engraçado. Quanto mais forte ele tenta ser engraçado, mais 
você reza, ‘Por favor, Deus, faça ele parar!’
Se você está no palco querendo desesperadamente uma 
explosão de gargalhadas, uma risada, ou “a tee hee”, você será 
responsável por não conseguir nenhuma delas. Nada aborrece mais 
as pessoas do que quando elas pensam que alguém quer algo delas. 
Não interessa se é amor ou risadas, isso precisa ser dado 
gratuitamente. Exatamente como as pessoas mais desesperadas por 
amor acabam morando sozinhas em Winnebagos, os comediantes 
mais desesperados por risadas terminam tendo que manter os seus 
empregos convencionais. 
Segredo #4: Seja Sério.
Comédia é um negócio sério. 
 O ato perfeito é engraçado para a platéia e sério para você. 
Imagine que você seja uma prostituta... uma puta comediante. Em 
outras palavras, o único que tem que gostar é quem está pagando. 
Se for engraçado para você e não para o cliente, então você não fez 
o seu trabalho direito. 
O comediante comprometido com o seu ato pode fazer uma 
platéia rir apenas com a força, a intensidade da confidência de um 
monólogo. Realmente não importa sobre o que se está falando. Se a 
discussão é sobre o papa, ou sobre “pólipo”, ou mesmo a “pólipo” do 
papa, é o comprometimento do comediante com o seu material que 
carrega o seu ato. O comprometimento em comunicar, de tornar as 
idéias claras, fornecerá todo o combustível de que você precisa. À 
vontade de se comunicar é a única razão sã para se subir em um 
palco, sempre. 
Por que? Se você não acredita no que você está falando, muito 
menos a platéia acreditará. O tópico que você escolher não tem que 
ser sério, mas a sua atitude a respeito dele, sim. Seja falando sobre 
amor, ou gaze, fale com o seu públicocomo se suas palavras fossem 
modificar as suas vidas. Don Rickles faz a platéia vir abaixo 
Stand-Up Comedy – The BookPágina 9 Judy Carter
simplesmente falando com empolgação em uma língua que ninguém 
entende. É a sua atitude seriíssima sobre o “nonsense” que faz a 
platéia rir.
O comediante Steven Wright tem levado a seriedade a novas 
dimensões com o seu jeito de alguém que acabou de sair da tumba e 
sua expressão impassível: 
“Eu moro em uma rua de mão única e sem saída. Eu não 
entendo como seu cheguei lá.” 
Segredo #5: Relaxe
Lembre-se... é uma comédia o que você está fazendo, não uma 
cirurgia do cérebro. Relaxe e divirta-se.
A maneira de fazer as pessoas rirem é:
 Relaxe e seja você mesmo.
 Descubra a importância, a seriedade do seu material
 Divirta-se.
Se você realmente entendeu esses princípios, você está pronto 
para começar:
Workshop # 1
ESTUDANDO O TRABALHO DOS COMEDIANTES
Quando você assiste a um bom comediante, você nunca deveria 
estar consciente da estrutura de seu ato – você deveria estar muito 
ocupado rindo. Bons comediantes aparentam estar falando com 
espontaneidade e de improviso. “Eles simplesmente acordaram lá e 
são engraçados”. O que muitas pessoas não imaginam todos os 
comediantes em atuação estruturam seus atos em fórmulas de 
comédias muito específicas.
Muitos anos atrás, eu apareci em um especial de novos 
comediantes para a HBO. Também na agenda do programa estava 
um novo comediante chamado Robin Williams. Eu estava 
particularmente curiosa para vê-lo ensaiar, porque, como quase todo 
mundo, eu tinha a impressão de que seu número fosse totalmente 
improvisado. Não era verdade. Durante o ensaio, na medida em que 
eu espiava a conversa dele com o diretor, ficou muito claro que todo 
o seu número tinha sido bem mapeado. 
“Primeiro, eu aparecerei no palco e farei minha “morte do 
esperma”, e então, eu faço a minha paródia de 
Shakespeare, e depois...”
Stand-Up Comedy – The BookPágina 10 Judy Carter
Robin realmente improvisa durante o seu número, mas um 
exame de perto mostra que ele tem um começo, um meio e um fim, 
e cada parte é dividida na fórmula da preparação (setup) e desfecho 
(punch) da piada. O que faz dele brilhante é sua habilidade para fazer 
cada bloco de piadas parecer totalmente improvisado.
Este exercício irá revelar para você que um número de comédia 
é um material altamente estruturado onde toda atitude, palavra e 
grunhidos são meticulosamente determinados. Analisar o material 
de comédia já testado pode ser uma grande experiência de 
aprendizado. Entender como funciona a apresentação de outra 
pessoa o deixará perto de descobrir a sua própria. 
1. Grave um comediante que você gosta. (Assista TV ou alugue 
fitas de vídeo apresentadas pelo seu comediante favorito.)
2. Assista a fita várias vezes. 
3. Anote as respostas para as seguintes perguntas.
a. Qual é a atitude do começo ao final do show? (isto é, O 
comediante é raivoso? Frustrado? Confuso? Preocupado? 
Etc.). Anote aqui:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________
b. Liste os tópicos (assuntos) tratados naquela rotina de 
piadas (isto é, namoro, casamento, restaurantes, etc.)
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_
c. O que você gosta e o que você não gosta a respeito deste 
comediante?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________
d. Memorize três minutos do ato deste comediante e o diga 
em voz alta.
OBS.: Você não deve NUNCA, eu repito, NUNCA apresentar 
publicamente o material de outro comediante. Este exercício é 
planejado para ajudá-lo a perceber como soa o material de bons 
profissionais. Apresente o material de outra pessoa mesmo para 
somente uma outra pessoa é roubo e não vai levá-lo muito longe. 
Stand-Up Comedy – The BookPágina 11 Judy Carter
Agora... antes de passarmos a criação do seu próprio ato, existe 
um pequeno demônio com o qual devemos tomar cuidado...
Lidando com o Medo
“Lembre-se, comédia não mata.”
As pessoas me dizem, “Eu nunca poderia fazer stand-up. Eu 
ficaria amuito assustado.” Bem, o que há de novo? Eu gostaria que 
essas pessoas pudessem ver a pessoa miserável e aniquilada que eu 
era antes de ir em frente. Em todos esses anos em que eu tenho me 
apresentado, eu nunca superei o medo de estar no palco. Não 
importa se eu estou atuando para um pequeno grupo de pessoas, em 
frente de uma multidão enlouquecida de milhares, ou apenas 
pensando sobre a minha apresentação, eu ainda tenho ataques 
selvagens de ansiedade. Eu me sinto absolutamente petrificada e 
convencida de que a minha morte está próxima.
Paula Poundstone, uma bem sucedida comediante que fez 
incontáveis aparições no Show de Carson e em especiais da HBO, 
compara standup com paraquedismo. “Na primeira vez em que eu 
pulei de um aeroplano, algo importante deu errado e eu pensei que 
fosse morrer. E depois de aterrissar em segurança, meu primeiro 
pensamento foi que isto era exatamente a mesma sensação que 
fazer o Tonight Show.”
Infelizmente, não existe cura para o medo do palco. A boa 
notícia é que, não somente o medo desaparece logo que você 
aterrissa sobre o palco, mas que existe uma maneira de tornar o seu 
medo controlável – e não é fazendo algo contra a lei.
Antes de aprender a lidar com o meu medo de modo 
satisfatoriamente, eu tentei de tudo para cessar o terror que tinha 
em atuar. Álcool e drogas foram um desastre. Eles me faziam 
esquecer o meu número e reter água. 
Pode não existir uma cura para o medo, mas existe uma 
maneira de não deixar que ele controle a sua vida. 
O truque para lidar com o medo é seguir em frente a despeito 
da sensação de terror. A primeira vez em que Arsênio Hall ouviu seu 
nome sendo anunciado no palco, ele correu aterrorizado porta afora. 
Mesmo seu medo tendo persistido, ele de encheu de coragem para 
tentar novamente. Anos depois, ele terminou com o seu nome nos 
letreiros das principais casas de espetáculos, estrelando filmes com 
Eddie Murphy e apresentando seu próprio talk show. 
Stand-up requer coragem. É o que distingue os homens dos 
meninos, as mulheres da garotas. Isso é o que é chamado 
popularmente de “colocar o seu cu na reta”.
No primeiro dia de cada nova classe eu pergunto aos meus 
estudantes, “Quantos de vocês morrem de medo de subir em um 
palco?” Toda a classe levanta a mão. Eles admitem que estão 
Stand-Up Comedy – The BookPágina 12 Judy Carter
aterrorizados. Eles querem a cura. Eu não tenho a cura. 
Desapontados, alguns alunos abandonam o curso. Outros querem 
seu dinheiro de volta. E os corajosos que restaram, ficam ali pela 
diversão. Do modo como eu vejo, se você gosta de montanha russa, 
você amará stand-up. Lembra-se? Você entra na fila, pensando que 
será divertido, quando a fila se move, você começa a suar. Começa a 
pensar que aquela foi realmente uma idéia estúpida. Você é o 
primeiro da fila. Você entra no carro. Seu coração está pulando. 
Talvez você morra. Entra em pânico, quer fugir. Os carrinhos 
começam a escalar aquela subida interminável e, então – 
wheeeeeee! Quandoo trajeto termina, você sai do carrinho e não 
pode esperar para fazer tudo de novo.
A medicina tem mostrado que o medo e a excitação produzem a 
mesma reação física – “caganeira” (diarréia). Pessoas que evitam 
assumir riscos (risk-taking) têm vidas desinteressantes. Eles querem 
se proteger de sentir medo ou perder o controle. É precisamente 
esta sensação de perder o controle que proporciona excitação e faz 
de uma apresentação interessante de se assistir. Depois de anos 
dessa loucura, eu percebi que se eu não sentia um pouco de medo, 
não seria excitante. As raras vezes em que subo ao palco sem sentir 
medo eu, hoje em dia, fico preocupada. De fato, o dia em que eu não 
ficar mais nervosa será o dia em que eu desistirei da stand-up e 
assumirei algon realmente assustador – como me casar. 
Stand-up é um grande barato se você consegue superar aquela 
voz crítica que lhe diz para ficar na cama com um quarto de “Rocky 
Road”. Se você for mais do tipo divertido você tem uma consciência 
(um crítico dentro de você) que reclama sem parar (yaps away) toda 
a vez que você tenta algo novo. Meu crítico interior tem reclamado 
sem parar nos últimos dez minutos: “Você não pode dizer ‘pinto’ em 
um livro. Agora você ofenderá todo mundo. Pare de escrever e se 
case já.” 
 Como você pode imaginar, não é nada agradável de se conviver 
com este meu lado crítico (Slash – criticar - como eu gosto de chamá-
lo). Mas, como uma sombra, nós estamos presos um ao outro. Eu 
cheguei a conclusão de que eu sempre terei uma consciência que 
fala comigo como se eu fosse a escória da terra. Minha salvação tem 
sido parar de fingir que ela não existe. Eu, agora, aceito minha 
consciência e atualmente, descobri que os seu comentários podem 
ser divertidos – às vezes. Eu garanto que, quando você começar a 
criar o seu material, seu crítico surgirá soprando no seu ouvido coisas 
horríveis para que você pare. Este é o momento em que a mioria das 
pessoas desiste. Antes de você prosseguir, eu recomendo 
enormemente que você faça esse exercício de controle do seu crítico 
interior.
Workshop # 2
LIDANDO COM O SEU LADO CRÍTICO
Stand-Up Comedy – The BookPágina 13 Judy Carter
Quando eu tento ignorar o meu lado crítico, sua voz apenas 
aumenta de volume. Então, eu fiz um trato com ela. Eu lhe dou um 
tempo ininterrupto para falar com uma condição: que ela dê uma 
volta enquanto eu estou criando. Funciona. 
NOTA: Faça este exercício toda a vez em que você tiver um 
ataque de ansiedade, ou um bloqueio de criação. Primeiro, leve o seu 
lado crítico para dar uma volta. Permitir que o seu lado crítico se 
expresse plenamente pode libertar o medo e restaurar seu processo 
criativo.
Dê uma volta em torno do quarteirão e critique você mesmo em 
voz alta, enquanto caminha (faça isso em um lugar onde você não vai 
esbarrar em pessoas que você conhece e ser confundido com um 
“bagperson” - vagabundo, drogado, bêbado). Dê um nome ao seu 
senso crítico. Deixe tudo “numa boa”.
Ou, você pode dar uma volta e gritar com a sua voz crítica como 
se ela fosse uma assustadora pessoinha. Esteja certo de que tudo 
dará certo. Faça acordos – barganhe.
“Certo, Slash, eu vou fazer uma dieta, se você, primeiro, me 
deixar terminar este capítulo, ok?”
Eu cheguei num ponto em que descobri que o meu lado crítico é 
hilário – da mesma forma que eu descobri que todos os psicóticos 
paranóicos são cheios de humor.
Então, dialogue com o seu lado crítico. Tirar o seu crítico de 
dentro do armário e o conhecer a luz o tornará menos perigoso e, 
talvez, ainda lhe forneça material engraçado. Sendo assim, pegue 
papel e lápis. É hora de ouvir o que o seu lado crítico tem a dizer. Por 
três ou cinco minutos:
 Anote tudo que ele diz, assim como um escrivão de um 
tribunal – não avalie nada, simplesmente registre.
 Escreva as suas respostas. Dialogue com o desgraçado. Para 
distinguir entre as duas vozes, experimente escrever como o 
crítico com a sua mão direita, e como você mesmo com a 
esquerda.
 Releia o que você escreveu e pergunte a si mesmo:
a) O seu lado crítico soa familiar? Se positivo... com quem 
ele se parece? (meu chefe, minha mãe, meu irmão, etc.). 
Escreva a sua resposta aqui:
______________________________________________________________________
__________________________________________________________________
b) Que tipo de relacionamento você tem com o seu lado 
crítico? (mãe e filho, pai e pilha, carrasco e vítima, 
Stand-Up Comedy – The BookPágina 14 Judy Carter
professor e aluno, etc.) Anote todos os seus 
pensamentos. Alguns poderão soar vagos. Tudo bem.
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c) O seu lado crítico é razoável? Em algum momento ele 
para de lhe criticar? Como você lida com ele? Como você 
faz com que ele se cale? (Inclua beber e comer se isso faz 
parte da sua anestesia.)
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O objetivo deste exercício foi libertar os seus demônios e colocar 
você no controle do seu processo criativo. Uma vez que nós 
relaxamos e paramos de lutar com nós mesmos, nosso crítico interior 
pode nos suprir com um valioso material cômico. O próximo capítulo 
mostrará como transformar o seu lado crítico em material cômico.
RESUMO
Lembre-se dessas regras e você e você estará preparado para um 
bom começo:
1. Encare com seriedade o que você diz sobre o palco. Se 
comprometa com o seu material.
2. Não tente ser engraçado. Não espere nada do público.
3. Não conte piadas ou histórias. Seja você mesmo.
4. Controle o seu lado crítico. Quando estiver com medo, dialogue 
com o seu crítico interior.
5. Relaxe. Divirta-se.
Agora, vamos avançar para criar a sua apresentação de morte.
Stand-Up Comedy – The BookPágina 15 Judy Carter
Stand-Up Comedy – The BookPágina 16 Judy Carter
Capítulo 2
REUNINDO MATERIAL
“Podemos conversar?” “Claro... mas sobre o que?”
Você tem toneladas de material: sua vida 
Você não tem que olhar no jornal para encontrar material. Todo 
o material de que você necessita está dentro de você. É só o caso de 
descobri-lo, colocá-lo para fora e entregá-lo para o público. Mesmo se 
você nunca esteve sobre o palco antes, eu tenho certeza de que você 
já fez um número. Lembra-se daquela festa onde você começou a 
falar mal do seu ex-marido, as pessoas ficaram vidradas em você e 
rolaram de rir? Ou, que tal aquela vez na terapia, quando você matou 
o seu analista de rir, desesperada com o seu peso, ou divertiu o 
carteiro reclamando das contas? Tudo isso poderia servir de material 
para a sua apresentação. 
Neste capítulo, nós iremos reunir seus temas, seu materialcru. 
No Capítulo 3 nós o transformaremos em rotinas engraçadas. Então, 
por onde começar? O modo de começar a desenvolver material é 
encontrar:
 A sua atitude
 Os assuntos de seu interesse
 E a conexão entre os dois
Descobrindo a sua Atitude
“Ninguém me respeitao...”
- Rodney Dangerfield
-
Quando um cantor canta, ele põe para fora os seus sentimentos. 
Bons comediantes não contam piadas, simplesmente, eles se 
apresentam com uma atitude emocional muito específica. Atitude é a 
força vital de um ato. O material não pode ser emocionalmente 
neutro. Os temas do seu interesse tem que te deixar com repulsa, 
machucar você, deixa-lo excitado, porque o público não reage a 
palavras, ele reage a sentimentos. 
Toda pequena parte de seu material tem uma atitude específica, 
tais como “Eu estou preocupado com...” ou, “EU AMO...” ou “Eu estou 
FURIOSO com...” Este pedaço de um ato de Margareth Smith mostra 
como ela se sente a respeito de seu empresário.
Stand-Up Comedy – The BookPágina 17 Judy Carter
“I hate my manager. He’s always giving me advices like 
‘Wear red lipstick up there. Look pretty.’ What if I’m not 
funny and it´s coming out of these big old red lips? It’s like 
being a crummy outfielder with a paisley mitt.”
“Eu detesto o meu empresário. Ele está sempre me dando 
conselhos do tipo ‘Use batom vermelho quando estiver no 
palco. Você fica bonita.’ E se eu não estou sendo 
engraçada e o que eu disser sair de dentro desses grandes 
e velhos lábios vermelhos? Minha boca vai parecer uma 
luva de beisebol de um arremessador decrépito.” 
Uma aluna de Spacy, Valerie Webber, se preocupa com coisas 
estranhas:
“Eu fico intrigada com lapelas. Elas têm uma casa para 
botão, mas nenhum botão. E para que servem aquelas 
dobras em “V”? Se você juntá-las, elas formam um 
quadrado? Quem inventou isso, Jean Paul Sartre? Lapelas! 
Lapelas! Lapelas! A vida é um grande mistério!” 
E a aluna Roseanne Keaton adora ser negra:
“Eu adoro ser Negra porque isso faz com que os meus 
amigos brancos sintam-se muito liberais. Eu alugo a mim 
mesma todos os dias de Martin Luther King como um 
suporte áudio visual. Isso faz com que eu me sinta especial, 
como a última uva passa em uma tigela de cereais.” 
 
Atitude não deve ser confundida com persona. A maioria dos 
comediantes tem uma atitude diferente para cada trecho de seu 
material, e durante o seu número, eles pulam de algo que os deixa 
com raiva para alguma coisa da qual eles têm orgulho, e depois para 
algo que os deixam preocupados.
Uma persona é quando o comediante tem uma atitude 
emocional específica para todo o seu número e todo o seu material 
está ligado a isso. 
Por exemplo:
Rodney Dangerfield – “Ninguém me respeita...”
Jay Leno – “Aqui está uma coisa estúpida...”
Richards Lewis – “Eu estou sofrendo...”
Todas as “piadas” que eles contam iluminam o modo particular 
como eles trabalham o seu ponto de vista. Você pode sempre 
Stand-Up Comedy – The BookPágina 18 Judy Carter
identificar a persona de um comediante. Esta é uma ciosa que nunca 
está ofuscada. 
“Eu liguei para o meu médico. Disse a ele que estava com 
diarréia. Ele me pôs na espera. A história da minha vida... 
nenhum respeito.”
- Rodney Dangerfield
“Eu vi um anúncio estúpido do lançamento de um novo 
forno microondas que pode cozinhar uma refeição em dez 
segundos. Será que existem pessoas que dizem, ‘Hei, eu já 
estou em casa há mais de dez segundos, onde diabos está 
o meu jantar?. ”
- Jay Leno
“Eu estou sofrendo... Eu deveria produzir um show no 
Radio City: A Noite das Cem Ansiedades... Minha mãe 
trouxe uma antena parabólica judia, ela capta problemas 
de outras famílias... Para os feriados eu lhe comprei um 
candelabro judeu que acende com resistência e um forno 
que reclama da comida...”
- Richard Lewis
Comprar material para comédia antes de você ter uma persona 
definida será um desperdício de dinheiro. Quando escritores de 
comédia criam material para outros artistas, eles primeiro devem se 
familiarizar com a persona daquele comediante. Material que é 
perfeito para Richard Lewis provavelmente será um desastre nas 
mãos de Jay Leno. Pessoas que roubam material cometem o erro de 
roubar as piadas de um comediante sem a sua persona. Eu estava 
me apresentando numa campanha beneficente para levantar fundos 
e esta loira adolescente de olhos azuis tinha memorizado um número 
de Bil Cosby palavra por palavra. Ela foi um fiasco. Mesmo que ela 
tenha dito o material palavra por palavra, o que estava errado era a 
atitude de Cosby: seu entusiasmo quase infantil pelo mundo em que 
ele vive. Pessoas que roubam material estão destinadas ao fracasso. 
Elas evitam o verdadeiro trabalho da stand-up – cavar fundo dentro 
delas mesmas e descobrir seu jeito único e particular de enxergar o 
mundo. 
Muitos alunos querem saber logo qual deve ser a atitude deles. 
Infelizmente, sua atitude geral, sua persona sobre o palco, não é algo 
que você possa conscientemente planejar. Ao contrário, 
preferivelmente, ela é algo que se desenvolve a medida em que você 
Stand-Up Comedy – The BookPágina 19 Judy Carter
descobre os temas de seu interesse. Então, por enquanto, não se 
preocupe com isso.
Na próxima sessão você começará o processo de cavar um 
monte de tópicos e testar diferentes atitudes. 
Aqui estão alguns tópicos dos meus alunos ao lado das suas 
atitudes correspondentes:
 
TOPICOS ATITUDES
Correntes AMA
Minha pedicure AMA
Bárbara Bush ADORA
Gaze SE PREOCUPA
Liver spots (pedaços de fígado?) SE PREOCUPA
Ser um nerd SE ORGULHA
Cachorros quentes de graça AMEDRONTADO
Biquínis “peludos” (Fur Bikinis) AMEDRONTADO
O alergia de pele de minha mãe ODEIA
Mímica ODEIA
Pessoas que desembrulham balas 
nos teatros
ODEIA
Escolhendo os seus Tópicos
As coisas mudaram desde Lenny Bruce. Nos dias de hoje, há 
pouca coisa que um comediante não possa dizer sobre o palco. 
Todos nós sabemos sobre o que não podemos falar na TV. George 
Carlin fez uma rotina cômica sobre os sete palavrões. Se você se 
sente que tem autoridade para falar de alguma coisa e fala sobre ela 
com comprometimento, você pode fofocar sobre qualquer coisa. Não 
verifique se algum outro comediante está falando sobre o mesmo 
assunto. Vá em frente. Se você se sentir inseguro a respeito de 
certos tópicos, evite-os. Tudo isso tem a ver com você se sentir 
confortável e comprometido com o seu tópico. Aqui vão alguns 
conselhos:
 Tópicos Que Farão As Pessoas Jogarem Coisas Em Você
1. Piadas racistas. Não fale mal de negros, judeus, hispânicos, 
orientais e assim por diante a menos que aconteça de você ser 
negro, judeu, hispânico, oriental, etc. O mundo não precisa de 
mais racismo e você não precisa de um nariz quebrado. Isso 
também inclui falar mal dos homens se você é uma mulher e 
vice versa. Ao invés de “Mulheres são difíceis de se lidar...”, 
tente, “Eu tenho medo de mulheres fortes...” Expressar seus 
medos interiores ao invés de reclamar sobre os outros resulta 
em material melhor e o torna mais atraente.
Stand-Up Comedy – The BookPágina 20 Judy Carter
2. Doenças. Não use câncer, AIDS, ou outra doença terminal como 
um tópico a menos que você queira uma platéia deprimida e 
com os olhos cheios de lágrimas.
3. Imagens nojentas. Evite criar metáforas gráficas (graphic 
imagery) tais como qualquer coisa que pingue dos orifícios do 
corpo humano. A platéia pode estar comendo.
4. Palavrões. Depende de como você os usa. Comediantes como 
Kinison, Pryor e Carlin se utilizam deles com bom resultado, mas 
comediantes preguiçosos usam palavrões porque eles não 
conseguem imaginar como fazer algo ficar engraçado e pensam 
que palavrões ajudarão. Em muitos casos, comediantes sem 
talento usarão palavrões como umamaneira de camuflar sua 
falta de paixão. 
Um número cheio de palavrões não ajudará a arrumar trabalho. 
Proprietários de Clubes de Comédia, tais como Jan Smith do Igby’s 
Comedy Club de Los Angeles, fica relutante em contratar um ato 
obsceno, especialmente de alguém que vai abrir um show porque 
isso dá o tom para o show e tornará as coisas difíceis para os 
outros que se apresentarem depois se eles não tem a mesma veia 
obscena. Ao invés de termos literais de mal gosto, eu encorajo 
meus alunos a usar eufemismos. 
O comediante Jordan Brady tem um bloco de piadas em que ele 
substitui por um efeito sonoro a palavra “foda”.
“A única coisa que eu gosto a respeito dos filmes pornôs é 
aquele tema musical do início dos anos setenta (diz em 
ritmo de jazz): “Bau chick a boom bau”. Quando você ouvia 
esta música, sabia o que ia acontecer. A dona de casa está 
sozinha, o jardineiro entra para beber água, e... ‘bau chick 
a boom bau’. Ele poderia ter bebido da mangueira, mas ele 
queria um pouco de: ‘bau chick a boom bau’.”
Essa piada, usada em um show matutino da CBS, mostra um 
exemplo de como Jordan trabalha sem “sujeira”.
Palavrões podem se tornar bengalas para o comediante 
preguiçoso e desesperado. Mas, se este é o seu estilo e você não 
quer se apresentar na TV, pau no cú, use-os.
 
Quem é Você
A maneira correta de se construir um ato cômico é descobrir o 
que você sente efetivamente sobre:
 O seu eu exterior (aparência física)
 O seu eu interior (temas pessoais, isto é, infância, pais, 
escola, relacionamentos)
Stand-Up Comedy – The BookPágina 21 Judy Carter
 O mundo em que você vive (comentários sociais, 
política, etc.)
Os próximos exercícios tratarão da identificação de seus traços 
externos e internos. (Comentário social e humor político é mais 
complicado e será abordado no Capítulo 4). Eu lhe farei perguntas 
muito pessoais. É essencial que você diga a verdade. Material 
baseado em coisas verdadeiras estabelece uma relação pessoal com 
a platéia. Mais tarde, no capítulo 3, você aprenderá como exagerar a 
verdade para torna-la engraçada, mas nesse momento, seja honesto 
e crível. A diversão virá mais tarde.
Eu também irei lhe pedir um monte de informações. Preencha 
tanto itens quanto puder porque desenvolver material é como 
alimentar peixes de briga Siameses. Eles precisam botar dois mil 
ovos para que apenas dez filhotes sobrevivam. Não se critique, 
apenas siga as instruções.
 
Traços Negativos de Personalidade
Existe alguma coisa a respeito de sua personalidade que o deixe 
embaraçado? Você possui algum traço psicológico, ou um defeito de 
caráter, ou alguma fraqueza que você tente esconder. Alguma coisa 
que você ficaria envergonhado de revelar em um primeiro encontro? 
Você é um comedor compulsivo? Um perdedor? Egoísta? 
Aparentemente, traços negativos são solo fértil para bom 
material. Jack Benny construiu seu ato inteiro no fato dele não 
valorizar a si mesmo. Muito comediantes falam sobre seus fracassos 
com as mulheres.
“Eu tenho baixa auto-estima. Quando eu estava na cama, 
eu fantasiava que EU era outra pessoa.”
- Richard Lewis
Todo mundo tem traços que não são aceitáveis socialmente. 
Quando mais embaraçante eles forem, melhores serão as “piadas” 
que resultarão deles. As pessoas vão a um clube e pagam no mínimo 
dois drinques para escutar coisas que elas simplesmente pensam a 
respeito. O comportamento apropriado na vida real é perfeitamente 
de acordo para o palco. 
“Eu pensava que tinha síndrome pré menstrual. Mas, meu 
médico disse, ‘Eu tenho boas e más notícias. A boa notícia 
é que você não tem síndrome pré menstrual. A má notícia é 
que você é uma piranha.”
- Rhonda Bates
Stand-Up Comedy – The BookPágina 22 Judy Carter
Tenha em mente que seus traços negativos precisam ser críveis. 
Uma platéia não comprará um homem bonitão falando sobre como 
ele é mal sucedido com as mulheres. Nem tão pouco, comprará uma 
mulher magra falando sobre quão gorda ela é, a menos que ela diga 
isso com sarcasmo. Mesmo que você se ache gordo, ou feio, a menos 
que os outros também achem, você confundirá a platéia. Você tem 
que estabelecer credibilidade com o público. Você precisa ser 
autêntico e convincente. Diga a verdade.
“Eu tive que me mudar para Nova Iorque por motivos de 
saúde. Eu sou extremamente paranóico e Nova Iorque é o 
único lugar onde meus medos são justificados.”
- Anita Wise
Lembre-se, você não precisa inventar nada porque a verdade é 
o suficiente para entreter.
 
Workshop # 3
TRAÇOS NEGATIVOS DE PERSONALIDADE
Hora de se confessar
Anote a seguir seus traços negativos de personalidade. Quanto 
mais negativo, melhor. Tenha em mente que você esta anotando 
traços psicológicos. Evite escrever traços físico, como unha 
encravada (biter nail), magreza, caspa, e assim por diante.
Aqui vão alguns exemplos de meus alunos: comedor 
compulsivo, piranha, CDF, pessoa que fala demais, neurótico, 
fracassado, alcoólatra, mentiroso, vagabunda, quadrado, confuso, um 
filho da puta que só se preocupa consigo mesmo.
1. ________________________________________________________________
2. ________________________________________________________________
3. ________________________________________________________________
4. ________________________________________________________________
5. ________________________________________________________________
6. ________________________________________________________________
7. ________________________________________________________________
8. ________________________________________________________________
Stand-Up Comedy – The BookPágina 23 Judy Carter
9. ________________________________________________________________
10. ________________________________________________________________
Workshop # 4
CARACTERÍSTICAS ÚNICAS
Existe alguma coisa a seu respeito que o torne único? Você tem 
uma ocupação incomum? O ato de uma aluna, Belinda Ware, foi 
baseado no seu emprego estranho.
“Eu sou coveira no Forest Lawn. Não é tão ruim. Meus 
clientes não reclamam.”
A aluna Joan Gibson era “caminhoneira”:
“Algumas pessoas pensam que mulheres não podem dirigir 
caminhões. Ei, eu sou capaz de manobrar em vagas 
minúsculas e de me segurar para ir ao banheiro por três mil 
milhas, e minha bunda pode criar hemorróidas tão grandes 
quanto as desse cara aqui.”
Você tem uma religião curiosa?
“Telling your parents you want to be a comedian is rough, 
especially they’re Mormons. I remember sitting them down 
and saying, ‘Now look, Mom, Dad, Mom, Mom, Mon…”
“Contar para os seus pais que você quer ser um 
comediante é dureza, especialmente quando eles são 
Mormons. Eu me lembro de pedir para que eles se 
sentassem e dizer, ‘Agora, olhem, mãe, pai, mãe, mãe...” 
Você tem alguma deficiência? A surda Katherine Buckley passou 
para as semifinais de um concurso de comédia, sua primeira 
experiência no palco, em parte porque seu material tratava de forma 
honesta e aberta com a sua incapacidade de ouvir, enquanto ela 
dava um novo tratamento a um tópico tradicional das comédias, 
namoros:
“I haven’t had a date in two and a half years, but, maybe 
that´s because I haven’t heard the phone ring.”
“Ninguém me convida para sair já há dois anos e meio. 
Talvez, isso tenha alguma relação com o fato de eu não 
escutar o telefone.”
Stand-Up Comedy – The BookPágina 24 Judy Carter
Ou, existe alguma coisa única a respeito de sua família? A aluna 
Linda Adelman baseou seu ato em um tópico muito arriscado, seus 
pais são sobreviventes do holocausto:
“... então, eu agrada-los, mas, não importava o quanto eu 
limpasse a minha casa, quando eles me visitavam as 
primeiros palavras que saíam da boca de meu pai eram ‘Eu 
sinto cheirode gás!’”
O comediante Blake Clark baseia seu ato no fato de ser um 
veterano da guerra do Vietnã:
“Estou escrevendo um livro sobre minhas experiências 
durante a Guerra do Vietnã que vai se chamar, Um Guia 
dos Bares e Tavernas de Montreal.”
Você tem uma característica singular? Se tiver, anote-a aqui:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Workshop # 5
SEU EU EXTERIOR
Uma ótima maneira de abrir uma apresentação é fazer piada 
com o mais óbvio – com o que você se parece. Você é magro, gordo, 
de alguma etnia, e assim por diante? Pode ser algo tão simples 
quanto o seu cabelo. Uma das minhas alunas tinha cabelo em 
abundância. Ela subia no palco, esperava um momento, e então, 
dizia com nenhuma expressão em seu rosto:
“Eu detesto meu cabelo.”
Isso fazia a casa vir abaixo. Nenhuma piada, nenhum desfecho, 
simplesmente a verdade nua e crua com uma atitude cheia de 
honestidade como “Eu detesto...”
Outro aluno tinha um visual completamente inexpressivo 
(wimpy-looking). Suas primeiras palavras no palco eram:
“Ok, eu sou um nerd...”
Então, ele prosseguia falando sobre o seu orgulho em ser um 
nerd.
“... quem mais levaria você ao aeroporto a uma da 
manhã?”
Stand-Up Comedy – The BookPágina 25 Judy Carter
 
Sua atitude era: “Eu me orgulho...”
Outra aluna tinha um visual muito, muito, muito rude. Ela era 
guarda de segurança de dois metros com uma cicatriz de corte de 
faca no seu rosto. Sua primeiras palavras depois de encarar a platéia 
por alguns minutos era:
“Está certo, eu não sou a porra de uma debutante.”
 
Sua atitude era: “Eu estou zangada...”
Outros itens de traços externos dos meus alunos incluíam: “Eu 
sou japonês...”; “Ombros largos...” (um aluno vestindo largas 
ombreiras); “Eu sou açougueiro...” (uma garota com visual 
masculino); “Eu sou negro...”; “Eu estou na meia idade...”; “Eu sou 
deficiente...”; “Eu sou alto...”
Agora é sua vez. Qual é a primeira coisa que uma pessoa nota 
em você? Existe alguma coisa em você que se destaca visualmente? 
Se você não sabe, então, pergunte a um amigo. Pergunte a um 
colega comediante, a um amigo ou a estranhos no meio da rua. 
Estranhos são a melhor fonte de informação porque eles são como a 
sua platéia – um grupo de pessoas que você não conhece. Seja o que 
for, deve ser verdadeiro e óbvio.
Aqui estão mais alguns exemplos de meus alunos: gordo, 
magro, cabeludo, narigudo, sexy, bonita, mal vestida, Negro, 
Caucasiano, Latino, etc. 
Escreva as suas respostas aqui:
1. _________________________________________________________________
2. _________________________________________________________________
Esses traços físicos não serão engraçados agora, mas eles serão 
de grande ajuda para a criação de material no Capítulo 3.
Se esse exercício sobre traços físicos não tiver resultado em 
nenhum material, não se preocupe. Muitos dos meus alunos não 
têm traços físicos notáveis o suficiente para se brincar a respeito.
Um Dia na Vida do Seu Eu Interior
Quais são os assuntos pessoais com os quais você está lutando 
nesse exato momento? O que você odeia? O que te preocupa? O 
que o assusta?
A medida em que o dia passa, observe quais pensamentos 
parecem surgir repetidamente em sua mente. Observe o que 
habita a sua mente. Sobre que relacionamentos você tem pensado 
a respeito. Mãe? Pai? Contador? Cães? O que incomoda você? 
Temas que são viscerais para os meus alunos vão da guerra 
nuclear ao chupão. CARREGUE UM PEQUENO CADERNO. Não 
Stand-Up Comedy – The BookPágina 26 Judy Carter
censure ou julgue o que você estiver pensando, apenas fique 
atento a eles e tome nota. 
Um momento ideal para esta atividade escrita é logo quando 
você se levanta. Eu descobri que o que eu escrevo é menos 
“bloqueado” se é a primeira coisa que eu faço de manhã. E eu 
quero dizer a primeira coisa mesmo, antes de sair da cama, antes 
de tomar café. Deixe este livro e uma caneta perto da sua cama. 
Se você não funciona antes de tomar um café, então, faça algum à 
noite, antes de dormir e deixe em uma garrafa térmica ao lado da 
cama. Quando você fizer esse exercício, taçvez você fique 
perplexo com o que sai de você:
“Eu odeio poeira em agulhas de toca-disco, tíquetes 
de estacionamento, circo...”
“Eu tenho medo de absorventes, aviões, escuridão, da 
morte...”
“Eu me preocupo com comida com olhos, ficar velho, 
meu rosto enrugando...”
Workshop # 6
COISAS QUE VOCÊ ODEIA
Faça uma lista das coisas que você odeia. Coisas que o 
desagradam. Escolha tópicos que sejam mais pessoais. Um pai é 
melhor do que um tio. Tópicos que tem sido terreno fértil para 
boas piadas são: cirurgia plástica, encontros às escuras, homens 
que cospem, pelos que crescem em lugarem incomuns, 
ninfomaníacas (bimbos), proctologistas, o modo como o meu pai 
come, a alergia da minha mãe...
Carregue esta lista com você durante todo o dia e anote ao 
menos dez coisas que você odeia. Não corte nada. Seja brutal, 
irreverente, e o mais específico que puder. Odiar “o modo como 
minha mãe se levanta da cama” é melhor do que odiar sua mãe. 
Odiar Couve de Bruxelas é melhor do que odiar verduras. Não 
preencha a lista de uma só vez. Seja genuíno e tenha paciência 
enquanto você reúne as sementes de seu ato.
1. Eu odeio 
_________________________________________________________
2. Eu 
odeio__________________________________________________________
3. Eu 
odeio__________________________________________________________
Stand-Up Comedy – The BookPágina 27 Judy Carter
4. Eu 
odeio__________________________________________________________
5. Eu 
odeio__________________________________________________________
6. Eu 
odeio__________________________________________________________
7. Eu 
odeio__________________________________________________________
8. Eu 
odeio__________________________________________________________
9. Eu 
odeio__________________________________________________________
10. Eu 
odeio__________________________________________________________
Workshop # 7
COISAS QUE TE PREOCUPAM
Mais uma vez, seja específico o tanto quanto possível. Se 
preocupar com manchas na pele é melhor do que se preocupar 
com envelhecimento em geral. Anote todas as coisas excêntricas 
com as quais você se preocupa.
1. Eu me preocupo com 
_________________________________________________
2. Eu me preocupo com 
_________________________________________________
3. Eu me preocupo com 
_________________________________________________ 
4. Eu me preocupo com 
_________________________________________________ 
5. Eu me preocupo com 
_________________________________________________
6. Eu me preocupo com 
_________________________________________________
7. Eu me preocupo com 
_________________________________________________
8. Eu me preocupo com 
_________________________________________________
9. Eu me preocupo com 
_________________________________________________
10. Eu me preocupo com 
_________________________________________________
Workshop # 8
COISAS QUE TE ASSUSTAM
Stand-Up Comedy – The BookPágina 28 Judy Carter
Anote todas aquelas coisa que te assustam. Lembre-se que 
precisam ser itens que realmente te dão medo. Fique longe das 
coisas típicas como guerra nuclear e descubra aquelas pequenas 
coisa incomuns como bicho da batata, biquínis peludos, correntes, 
mecânicos de automóveis, morrer em um avião...
1. Eu tenho medo de 
_________________________________________________
2. Eu tenho medo de 
_________________________________________________3. Eu tenho medo de 
_________________________________________________
4. Eu tenho medo de 
_________________________________________________
5. Eu tenho medo de 
_________________________________________________
6. Eu tenho medo de 
_________________________________________________
7. Eu tenho medo de 
_________________________________________________
8. Eu tenho medo de 
_________________________________________________
9. Eu tenho medo de 
_________________________________________________
10. Eu tenho medo de 
_________________________________________________
Workshop # 9
ATITUDE 
Adicionando Atitude
Antes de você organizar seus itens como material de stand-up, 
você precisa captar o sentimento para você irá falar sobre seu tópico 
com uma atitude específica.
Até agora você tem várias listas:
 Traços negativos de personalidade
 Características singulares
 Atributos físicos que chamam atenção
Stand-Up Comedy – The BookPágina 29 Judy Carter
 Coisas que você odeia
 Coisas que te preocupam
 Coisas que te dão medo
Como eu disse antes, todos os tópicos devem ser representados 
com uma atitude específica. Para captar este sentimento, escreva 
todo o seu material em pequenos pedaços de papel e os coloque 
em uma bolsa. Pegue um gravador portátil ou uma caneta e papel. 
Encontre um lugar reservado onde você possa caminhar e falar 
com você mesmo sem ficar constrangido. Tire um tópico da sua 
coleção de temas e comece a falar sobre ele o mais rápido que 
você puder no gravador, ou escrever o mais ligeiro possível, de 
maneira que você liberte todo o seu ódio, preocupação, medo ou 
orgulho. Exagere esses sentimentos.
 Você está zangado com a sua vida amorosa? Grite, expresse 
todo o seu ódio no gravador ou escrevendo tudo sobre sua vida 
amoroso que o deixa furioso e o porquê. Pergunte a si mesmo, 
“Porque isso me irrita e quais seriam algumas conclusões 
engraçadas?” Solte-se. Por exemplo:
“Eu estou zangada por ser solteira. Porque todos os 
príncipes com quem eu saio viram sapos no final? Estou 
zangada por ser uma mulher na casa dos trinta que 
começa a pensar em ter filhos enquanto os homens de 
trinta anos começam a pensar em sair com meninas que 
poderiam ser suas filhas. Estou zangada com Florence 
Henderson. Eu não sei porque eu passo noites acordada 
pensando sobre ela, talvez seja porque ela é tão normal. Eu 
tenho raiva de não ser normal. Que, ao invés de ter dois 
filhos e um marido, eu tenha dois gatos e um cachorro. Há 
alguma coisa de errado com uma mulher que prefere a 
companhia de seu cachorro ao invés de sair com um 
homem? Eu não sei... talvez eu seja meio humana, meio 
cachorro. Deveria haver um livro com o título Mulheres Que 
Amam Demais Os Cães...”
Permita-se expressar livremente, de forma plena a sua atitude. 
Se envolva profundamente. Seja intenso. Seja apaixonado. Não 
tente ser engraçado. Grite, fala com todo o sentimento sobre 
qualquer coisa que vier a sua cabeça a respeito daquele tópico. 
Não pense muito. Quando você esgotar o que tem a dizer, 
continue repetindo, “Eu odeio (seu tópico)” de novo e de novo. As 
coisa boas geralmente surgem quando você não tem mais o que 
dizer. Se você está preocupado com alguma coisa, seja você 
mesmo, seja autêntico:
Stand-Up Comedy – The BookPágina 30 Judy Carter
“Eu estou preocupado sobre ter trinta e poucos... 
Envelhecer me preocupa. Embora eu nunca tenha pensado 
que eu me preocuparia em envelhecer já que meu nome é 
Judy e eu nunca conheci uma idosa que se chamasse Judy. 
Agora, isso é uma realidade. Talvez, alguma coisa aconteça 
com as garotas que tem nomes jovens tais como Debby, 
Judy e Susie. Em uma certa idade, eles te obrigam a mudar 
seu nome para Dóris, Edna ou Mirtes. Eu estou preocupada. 
Quando isso acontece? Quando é esse dia em que eu serei 
considerada velha. Eu me preocupo que um dia eu acorde 
e não importa o calor que esteja fazendo... eu queira vestir 
um casaco. Eu me preocupo que eu fique eu fique velha e 
comece a espalhar potes de balas por toda a casa. Eu 
estou preocupada em ter um desejo incontrolável de 
comprar uma bolsa preta de vinil. Me preocupa que, um 
dia, eu entre no meu carro e o volante seja grande demais. 
Eu me preocupo... etc.”
Atitudes contrastantes
Uma maneira eficiente de criar material é usar uma atitude 
oposta em relação a um tema e falar sobre ele com sarcasmo e 
cinismo. Não existe nada de engraçado sobre “Eu sou em cara 
selvagem e louco”. Mas, quando Steve Martin diz essas palavras com 
uma atitude forte, ele faz a platéia vir abaixo.Sua atitude é ter 
orgulho em ser elvagem e louco. E ele passa essa informação com 
um comprometimento exagerado. 
David Letterman construiu sua carreira a partir desta técnica de 
sarcasmo, cinismo e ironia:
“Oh, sim, teremos um grande show esta noite, um show 
excitante, você pode até sentir essa de que alguma coisa extra 
especial vai acontecer hoje à noite.” 
Nas minha aulas, quando meus alunos empacam, eu sugiro que 
eles identifiquem em uma palavra uma atitude improvável para seus 
temas e falem sobre ela usando a técnica do sarcasmo. Por exemplo, 
uma aluna tinha “ser solteira” em sua lista de “coisas que eu odeio”. 
Quando ela se expressou com exagero a respeito de como ela odiava 
ser solteira, aquilo soou como se ela estivesse se lamentando e 
reclamando. O material ficou bem melhor quando ela mudou a 
atitude de ódio para adoração e o falou com a técnica do sarcasmo:
“Oh, eu simplesmente adoro ser solteira... Eu adoro, adoro! É 
muito mais divertido por um bracelete sem ajuda de ninguém. E 
eu tenho passatempos fascinantes, do tipo tecer e fazer 
Stand-Up Comedy – The BookPágina 31 Judy Carter
edredons a partir dessas luvas que a gente usa para tirar coisas 
do forno.” 
Workshop # 10
FALANCO COM SARCASMO
Para ter uma idéia de como isso funciona, experimente usar a 
atitude de AMAR para um item que da lista de coisas que você odeia. 
Grite, se expresse com intensidade sobre o quanto você ama aquele 
item em um tom de sarcasmo, ironia e cinismo. Tente falar sobre isso 
do jeito que você acha que o David Letterman falaria. 
Workshop # 11
SENTINDO ORGULHO
Outra maneira de criar atitudes contrastantes ou atípicas é 
adicionar a atitude de “Eu me orgulho” aos itens de sua lista de 
traços negativos de personalidade. A maioria das pessoa se 
envergonham de serem fracassadas, mas, quando você finge ter a 
atitude incomum de “Eu me orgulho de ser um fracassado”, você 
liberta o potencial da comédia. 
“Eu me orgulho de ser um fracasso... É algo no que eu sou 
bom. Ei, pelo menos eu sou confiável. Se você precisa de 
alguém que ponha tudo a perder, você pode contar 
comigo.” 
Aqui, o comediante deficiente Gene Mitchener dá um enfoque 
absolutamente novo para um tópico difícil:
“Eu me orgulho em ser deficiente físico. Se não fosse por 
caras como eu, vocês perderiam o dia todo procurando por 
uma vaga para estacionar.”
Pratique esta técnica de ter uma atitude contrária, agregando a 
atitude de ter orgulho de seus traços negativos de personalidade e/ 
ou de suas características singulares. Por exemplo: 
Eu tenho orgulho de __ser um 
fracassado_______________________________________
PORQUE: Eu economizo em 
telefonemas________________________________________
 _____________________________________________________
__________________
Stand-Up Comedy – The BookPágina 32 Judy Carter
Eu me orgulho de: de só pensar em 
mim__________________________________________________
PORQUE: eu não tenho de fingir que eu me interesso pelos 
outros___________________________________________________________________
__________________
Eu me orgulho de: ser um 
fudido _____________________________________________ 
PORQUE: Eu consegui uma bolsa para fazer 
terapia_______________________
 ______________________________________________________
_________________
Eu me orgulho de: deixar tudo pra mais 
tarde ___________________________________ 
PORQUE: isso me livra de me tornar um viciado em 
trabalho ________________ 
 ______________________________________________________
_________________.
Agora, escreva você.
Pegue das listas que você fez no exercício #3 e 4 e coloque as 
considerações interessantes aqui. Use tanto os seus traços negativos 
de personalidade como também suas características singulares. 
Lembre-se, ninguém mais vai ler o que você escreveu e não existem 
respostas certas ou erradas.
1. Eu me orgulho de 
_____________________________________________________
PORQUE: 
_____________________________________________________
 ________________________________________________
_____
 ________________________________________________
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 ________________________________________________
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 ________________________________________________
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 ________________________________________________
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 ________________________________________________
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2. Eu me orgulho de 
_____________________________________________________
Stand-Up Comedy – The BookPágina 33 Judy Carter
PORQUE: 
_____________________________________________________
 ________________________________________________
_____
 ________________________________________________
_____
 ________________________________________________
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 ________________________________________________
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 ________________________________________________
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 ________________________________________________
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3. Eu me orgulho de 
_____________________________________________________
PORQUE: 
_____________________________________________________
 ________________________________________________
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 ________________________________________________
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 ________________________________________________
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 ________________________________________________
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 ________________________________________________
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4. Eu me orgulho de 
_____________________________________________________
PORQUE: 
_____________________________________________________
 ________________________________________________
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 ________________________________________________
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 ________________________________________________
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 ________________________________________________
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 ________________________________________________
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Stand-Up Comedy – The BookPágina 34 Judy Carter
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5. Eu me orgulho de 
_____________________________________________________
PORQUE: 
_____________________________________________________
 ________________________________________________
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 ________________________________________________
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 ________________________________________________
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 ________________________________________________
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 ________________________________________________
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 ________________________________________________
_____
Agora, experimente o exercício de falar estes tópicos com vigor e 
sentimento o mais rápido que puder usando a atitude “Eu tenho 
orgulho”. Imagine que vocês ta falando para alguém. Pratique 
conversar sobre os seus temas como se você estivesse defendendo a 
si mesmo para esta pessoa. Você não tem que suar literalmente as 
palavras “Eu tenho orgulho”. Você pode simplesmente sentir. Por 
exemplo, “Eu tenho orgulho de ser um CDF!” se torna “Certo, eu sou 
um CDF.” A, então, defenda a você mesmo dando ênfase nas 
vantagens de ser um CDF assim como fez meu aluno Steve Guentner:
“Eu não tenho vergonha. CDF’s tem um monte de 
qualidades. Nós somos bons para a economia. Quem mais 
compra todas essas calculadoras, meias brancas, óculos, 
protetores de camisa, camisas xadrez, réguas de arquiteto, 
computadores, vídeos do seriado Jornada nas Estrelas, 
livros de ficção científica, e blocos de zona azul? CDF’s! 
CDF’s prestam serviços valorosos. Quem se candidata a 
presidente? CDF’s! Quem lhe dará uma carona ao 
aeroporto as três da manhã? CDF’s!”
Misture e Combine
Trabalhe misturando e combinando mais de seus tópicos em 
atitudes inusitadas. Se você é um cara, ‘adorar mulheres obesas’ é 
muito mais interessante e simpático do que ‘odiar garotas gordas’. 
Se você é uma garota e um tema da sua lista de características 
Stand-Up Comedy – The BookPágina 35 Judy Carter
exteriores são suas coxas, por exemplo, tente uma atitude 
improvável de “amor”.
“Eu ano minhas coxas gordas. Elas me mentem aquecida 
no inverno e mesmo que eu ficasse isolada no Círculo 
Ártico, elas poderiam manter várias pessoas aquecidas. 
Sim, elas poderiam. Isso daria a elas algo para segurar...” 
Com muita freqüência, meus alunos terão respostas típicas em 
suas listas de coisas que eles odeiam, tais como ‘Eu odeio ficar em 
filas’, ou, ‘Eu odeio receber multas’. Então, o que é novo? 
Provavelmente, conduzir para um final engraçado de matar. Mas, 
agora, troque tudo de lugar, de modo que fique assim, ‘Eu amo 
receber multas’ e assista o potencial da comédia se revelar:
“Eu amo receber multas. Eu acho que eu simplesmente 
gosto de ganhar atenção de um homem com uma arma. 
Isso me faz sentir notada. Eu gasto todo o meu dia 
escolhendo uma roupa especial e, então, saio de casa e 
acelero. E você conhece aquela sensação excitante quando 
você enxerga aquelas luzes vermelhas no seu espelho 
retrovisor? Meu coração vai até a boca e me sufoca. É 
melhor do que fazer sexo...”
Workshop # 12
MISTURANDO E COMBINANDO ATITUDES
Para praticar, ponha suas mãos para trabalhar em expressar-se 
com vigor a respeito dos seguintes tópicos com estas atitudes 
inusitadas:
1. “Eu odeio sexo”.
2. “Eu tenho medo de clipes”.
3. “Eu me preocupo com “fótons”.
Agora, experimente gritar no seu gravador usando atitudes 
inusitadas com os seus tópicos. Se odiar verduras congeladas não 
funciona para você, então, experimente outra atitude. Tente “Eu 
tenho medo de verduras congeladas’, ou, “Eu me preocupo”, sinta a 
sensação. Continue falando. Se nada cier a mente, prossiga repetindo 
a sua atitude. “Eu estou zangado... Estou zangado...” Deixe ser 
apanhado pela paixão do momento. Se você perceber que está 
falando sobre alguma coisa totalmente diferente do que você tinha 
planejado, tudo bem. Deixe que seu espírito o guie. Vá na onda. Não 
tenteser engraçado. Apenas, real e prossiga. Realmente se 
Stand-Up Comedy – The BookPágina 36 Judy Carter
somprometa com a atitude e as palavras virão. Se não, continue com 
outro tópico. 
Workshop # 13
ACHANDO AS PÉROLAS NO MEIO DO LIXO
Existe a possibilidade de, no meio de toda a sua falação, existir 
algum material engraçado.
1. Escute repetidamente a fita que você gravou e perceba que 
partes soam como se fossem engraçadas. Ou, talvez, alguma 
coisa que você tenha dito lhe dê uma idéia para algo 
completamente diferente. Lembre-se, não conte piadas. Cada 
pedaço tem de consistir de uma atitude atrelada a um tópico.
2. Trabalhe com um parceiro. Criar um sistema de ajuda enquanto 
está estudando este livro é altamente recomendado. Nas 
minhas aulas, é obrigatório para meus alunos trabalhar dez 
minutos cada manhã em seus atos eles mesmos e se reunir ao 
menos uma vez por semana com um companheiro de curso. Ter 
alguém para reagir ao seu material ajudará a aprender o que é 
engraçado e o encorajará a desenvolver mais material. Além 
disso, só o fato de ter alguém para olhar enquanto você diz o 
seu material é um passo crucial para falar diante de uma 
platéia.
3. Teste seu material no seu trabalho, com amigos, ou com o 
carteiro. Aviso: nunca deixe as pessoas saberem que elas estão 
sendo usadas como cobaias da comédia. Nunca introduza o seu 
material com “Você acha que isso é engraçado?” porque eles 
não acharão engraçado. Coloque o seu material sutilmente no 
meio de uma conversa. O melhor lugar possível é uma festa, 
ou um bar onde as pessoas não te conheçam. 
A aluna Jennifer Heath experimentou material na lavanderia:
“Eu me preocupo com essas bolinhas que aparecem nas 
roupas. De onde elas vêm? Eu lavo minhas roupas várias 
vezes e sempre aparecem essas bolinhas, mas minhas 
roupas não diminuem de tamanho. E por que, não importa 
qual seja a cor das roupas que você lava, as bolinhas são 
sempre cinzas?”
4. Se alguém rir, anote palavra por palavra o que você disse de 
modo a lembrar-se o que foi dito exatamente da maneira pela 
qual você obteve a risada. E parabéns. Você tem o primeiro 
pedaço do seu ato. 
Stand-Up Comedy – The BookPágina 37 Judy Carter
5. Se ninguém rir de nada, continue tentando material diferente ou 
amigos diferentes. Não o importa o que você faça, não desista. 
Lembre-se que quando uma platéia vê um comediante fazer cinco 
minutos no programa do Johnny Carson, o que eles não vêem é todo 
o material que ele teve que jogar fora. As vezes, haverá talvez 
apenas um pequeno fragmento de idéia em uma das duas gravações 
ou anotações a respeito de um tópico que você poderá usar em 
algum lugar. O comediante Jerry Seinfeld diz que muito do seu 
material surge para ele dos hábitos que ele segue enquanto está no 
toalete. Você gastará cerca de de uma hora jogando conversa fora 
para obter cada três minutos de material – se você tiver sorte. 
Resumo
Até agora você: 
 Aprontou as suas listas de tópicos
 Desenvolveu as atitudes para cada tópico
 Desenvolveu as atitudes inusitadas para seus tópicos
 Gravou você se expressando com vigor a respeito de cada 
tópico
 Trabalhou com um parceiro de comédia
 Testou seu material com amigos e estranhos
 Anotou o material que fez as pessoas rirem
Guarde todo o material escrito e gravado. No próximo capítulo você 
aprenderá fórmulas de comédia para transformar este material ainda 
cru em rotinas cômicas de matar de rir.
Stand-Up Comedy – The BookPágina 38 Judy Carter
Capítulo 3
Tornando seu Material Engraçado
As fórmulas
Até o presente momento, você já gravou a si mesmo 
expressando seus tópicos com vigor e testou um pouco do seu 
material. Muito provavelmente, alguma parte de seu material 
provocou risadas enquanto outra parte foi recebida com um frio 
silêncio. Você, provavelmente, também descobriu que o material que 
obteve risadas na primeira tentativa, não funcionou quando testado 
novamente. Não se assuste. Neste capítulo, você irá moldar e 
transformar tudo o que pos para fora com vigor, em material 
profissional de comédia por meio de fórmulas específicas da stand-
up. 
Você, talvez, esteja resmungando baixinho “Por que ela não me 
deu essas fórmulas logo no começo e acabou logo com isso?”. Boa 
pergunta.
Eu descobri que material baseado apenas em fórmulas soa 
artificial, sem alma, e não é engraçado. Falta paixão. E paixão tem de 
vir em primeiro lugar. Paixão fornece o combustível, o movimento, a 
inspiração que irá guiá-lo através do seu ato. A paixão revela a sua 
essência – diz quem você realmente é. Mas, paixão e talento não são 
suficientes. Você deve ser capaz de tornar as suas idéias 
compreensíveis, inteligíveis e fazê-las claras para a platéia. 
Mantenha isso em mente, você agora está preparado para 
aprender as fórmulas que o ajudarão a moldar e estruturar idéias de 
modo que a platéia entenda exatamente o que você está tentando 
comunicar. 
Eu não posso dizer com certeza absoluta do que uma platéia irá 
rir, mas eu posso dizer com certeza ela não achará graça de algo que 
ela não entende. Lembre-se, a maioria das pessoas em um night club 
está bêbada. Enquanto você está sobre o palco com o material que 
faz sentido perfeitamente para você, para a sua mãe e para o seu 
confeiteiro, a questão se torna: será claro para algum cara excitado, 
com duas margaritas agindo abaixo de sua cintura, que somente está 
interessado em transar?
Preparação / Desfecho 
Todo material de stad-up deve ser organizado na fórmula de 
preparação (setup) e desfecho (punch). Se seu material não está 
organizado desta maneira, você não está fazendo standup. Talvez 
Stand-Up Comedy – The BookPágina 39 Judy Carter
você esteja contando uma história engraçada, recitando uma poesia, 
fazendo um discurso, mas isso não é standup. Stand-Up comedy é 
uma forma muito específica de entretenimento, e consiste em uma 
coleção de preparações e desfechos (setups e punches).
 O desfecho é quando a audiência ri. A preparação é aquela linha 
ou duas que conduz até o desfecho.
SETUP:
“Minha mãe é uma típica mãe judia. Uma vez ela esteve 
em um julgamento e tiveram que mandá-la para casa...”
PUNCH:
“Ela insistiu que era culpada.”
A preparação (setup) é a parte sem graça da piada. É a parte da 
piada que contém a informação que introduz a matéria, o tema, o 
assunto da piada.
SETUP:
“At my gym they have free weights...”
“Na minha academia eles tem aqueles pesos individuais...”
PUNCH:
“So, I took them home.”
“Então, eu levei os meus para casa.”
- Steve Smith
A preparação cria expectativa. O desfecho entrega a piada.
SETUP:
“I’m into Jewish bondage…”
“Eu estou interessado pela subserviência judaica...”
PUNCH:
“… that’s having your money tied up an IRA account.”
“... que é ter o seu dinheiro parado em uma conta do SUS.”
- Noodles Levenstein
Mesmo dentro de uma piada de uma linha só existe uma 
preparação e um desfecho. 
Stand-Up Comedy – The BookPágina 40 Judy Carter
SETUP:
“I used to be a virgin, but I gave it up...”
“Eu acreditava na virgindade, mas desisti...”
“Eu já fui virgem, mas desisti...”
PUNCH:
“… there was no money in it.”
“... ganho muito mais dinheiro sendo uma vagabunda.”
“... não se ganha dinheiro com isso.”
- Marsha Warfield
SETUP:
“Se pessoas que não enxergam usam óculos...”
PUNCH:
“Por que os surdos não usam protetores de orelha?” 
SETUP:
“I’m a great lover...”
“Eu sou um grande amante...”
PUNCH:
“… I bet.”
“... Eu aposto.”
- Emo Philips
Uma preparação bem feita seduz a platéia a prestar atenção em 
você. Um bom desfecho força a platéia a ter uma reação. Aqui, Rita 
Rodner prepara o desfecho fazendo uma pergunta a platéia que os 
arrasta

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