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Cadeia de Frio: Entender a importância para evitar erros Enfª Mayra Moura Mestre em Imunobiológicos Responsável pela Logística e Cadeia de Frio de Bio-Manguinhos/Fiocruz mayrammo@gmail.com CADEIA DE FRIO O caminho a qual a vacina percorre desde a produção até o momento da aplicação. O transporte, o manuseio adequado das vacinas e a manutenção da rede de frio são fundamentais para garantir a qualidade da imunização. CADEIA DE FRIO Vacinas são termossensíveis, de modo que a temperatura a que são expostas é, sem dúvida, o principal fator que interfere na qualidade do produto após seu envasamento pelo produtor. Garantir essa qualidade até o final, é um desafio que, muitas vezes, não recebe a devida importância. VACINAS PERGUNTA Qual é a faixa de temperatura de conservação das vacinas? A. 2ºC a 10°C B. 15°C a 30°C C. 0°C a 8°C D. 2°C a 8°C PERGUNTA Qual é a faixa de temperatura de conservação das vacinas? A. 2ºC a 10°C B. 15°C a 30°C C. 0°C a 8°C D. 2°C a 8°C PERSIGA O 5 +5oC Falhas na Rede de Frio Importante ressaltar: Cada exposição de uma vacina à temperatura acima de 8ºC resulta em alguma perda de potência, tendo como consequência um efeito cumulativo irreversível na eficácia vacinal. Importante ressaltar: O congelamento pode diminuir a eficácia de algumas vacinas e aumentar o risco de ocorrer eventos adversos depois da vacinação, como abscessos esteireis. Não existe teste simples, rápido e confiável para determinar se uma vacina sofreu alteração após exposição à temperatura acima ou abaixo do seu limite recomendável de tolerância. A alteração das características físicas geralmente indica alteração, mas a sua ausência não indica normalidade. Na ausência de indicadores confiáveis da qualidade de uma vacina, resta impor um controle rigoroso das condições de transporte e armazenamento. Moura MM. Conservação e manipulação de imunobiológicos. In: Farhat CK, Carvalho ES, Weckx LY, Carvalho LHFR, Succi RCM. Imunizações. Fundamentos e Prática. 5a ed. São Paulo:Atheneu, 2008. p. 148-157 Qualquer quebra na temperatura ou condição de manipulação ideais, em um dos pontos dessa rede, compromete a qualidade da vacina. Acarretando danos irreversíveis Moura MM. Conservação e manipulação de imunobiológicos. In: Farhat CK, Carvalho ES, Weckx LY, Carvalho LHFR, Succi RCM. Imunizações. Fundamentos e Prática. 5a ed. São Paulo:Atheneu, 2008. p. 148-157 CADEIA DE FRIO Elementos da Cadeia de Frio Infra estrutura Equipamentos Caixa Térmica Bobinas de Gelo Termômetro Freezer Procedimentos Plano de Emergência Capacitação Cuidados com a Infra-estrutura Janelas Objetos/Plantas Temperatura ambiente Rede Elétrica Limpeza Localização Equipamentos Acesso à sala de vacina Procedimentos básicos para recebimento de vacina A cadeia de frio de um serviço de imunização inicia quando as vacinas são recebidas. Avaliar as condições das bobinas de gelo Avaliar condições da caixa térmica Verificar temperatura interna da caixa Avaliar condições das caixas das vacinas Se todas as condições avaliadas estiverem corretas: Armazenar de imediato cada imunobiológico, de acordo com sua estabilidade. Procedimentos básicos para recebimento de vacina Se for detectado algum problema: Contatar o responsável pelo envio. Devolver os imunobiológicos, se necessário. Procedimentos básicos para recebimento de vacina Procedimentos para o armazenamento de vacinas Armazenar no refrigerador de acordo com organização interna; Sistema PEPS; Observar capacidade de armazenamento. Procedimentos para o armazenamento de vacinas CUIDADO!!! Cuidados com o equipamento para armazenamento Capacidade de Armazenamento Tamanho do Equipamento (2 melhor que 1) Tomada exclusiva e identificada Manutenções Limpeza Monitoramento contínuo de Temperatura Afastado de fonte de luz Espaço de 20 cm entre os equipamentos Identificação na caixa de energia NÃO DESLIGUE! Refrigerador com VACINAS Outros cuidados no armazenamento Manter Organização interna do Refrigerador Testar vedação da porta do equipamento Verificar e registrar temperatura máx, mín e momento, pelo menos, 2x dia Manter temperatura regulada em 5°C Manter as vacinas em suas caixas originais Conferir a validade das vacinas periodicamente Avaliar estoque (quantidade recebida x utilizada) Manter os diluentes em temperatura de 2°C a 8°C no momento da diluição Controlar temperatura ambiente Manual de procedimento para vacinação ./ Diretoria de Vigilância Epidemiológica. Salvador: DIVEP, 2011. Refrigerador de uso doméstico • Por não atender aos critérios de segurança e qualidade, o refrigerador de uso doméstico NÃO É MAIS RECOMENDADO para o armazenamento do imunobiológico. • As instâncias devem proceder, no menor prazo possível, a substituição gradativa por câmeras refrigeradas registradas pela Anvisa. 23 Manual de rede de frio / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica – 4, ed – Brasília: Ministério da Saúde, 2013 Alguns modelos utilizam bobinas de gelo na parede do equipamento Não necessita de garrafas de água no piso Não existe regra para posicionamento interno das vacinas Periodicidade de limpeza de acordo com fabricante Procedimentos básicos para armazenamento em CÂMARA FRIA Os equipamentos específicos para armazenamento de imunobiológicos, devem possuir registro no Ministério da Saúde (lei nº 6360 de 23 de setembro de 1976, Título II artigo 12 e Título IV artigo 25). COMO NÃO ARMAZENAR Câmara Fria Cuidados com o Termômetro Digital Ter cabo extensor Fazer leitura contínua das temperaturas máxima, mínima e do momento Ter botão de reset Ser calibrado Ter a pilha trocada a cada 6 meses (identificar data de troca) Cuidados com o Freezer Armazenar quantidade de bobina suficiente para acondicionar todas as vacinas Manter temperatura -15°C Monitoramento de temperatura com termômetro Rodízio de bobinas – identificar compartimentos para entrada e saída das bobinas Manutenção O transporte de imunobiológicos é um dos elos fundamentais para uma adequada rede de frio. Transporte e Vacinação Extramuro Transporte de imunobiológicos Fatores que interferem: • Temperatura ambiente em torno da caixa térmica • Qualidade, espessura, e densidade do material utilizado; • Tempo necessário para o transporte; • Tempo de duração da vacinação; • Quantidade e temperatura do gelo colocado dentro da caixa. Moura MM. Conservação e manipulação de imunobiológicos. In: Farhat CK, Carvalho ES, Weckx LY, Carvalho LHFR, Succi RCM. Imunizações. Fundamentos e Prática. 5a ed. São Paulo:Atheneu, 2008. p. 148-157 Os CERTOS do transporte Manual de rede de frio / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica – 4, ed – Brasília: Ministério da Saúde, 2013 Temperatura do gelo Qualidade da caixa Configuração da caixa(quantidade de bobina de gelo) Uso de termômetro Leitura do termômetro (saída e chegada) Ideal: Fazer uma validação da caixa térmica Cuidados com a Caixa Térmica • Espessura das paredes e tampa de 80mm Cuidados com a Caixa Térmica Cuidados com a Caixa Térmica • Densidade mínima de 25kg/m3 • Estanqueidade mínima de 98% • Possuir tampa com boa vedação Cuidados com a Caixa Térmica • Verificar as condições da caixa, observando se existem rachaduras e/ou furos • Lavar com água e sabão neutro e secar cuidadosamente após o uso, mantendo-as abertas até que estejam completamente secas • Guardá-las abertas e em local ventilado. • O monitoramento da temperatura da caixa de uso diário deve ser realizado a cada hora, além da vigilância da temperatura enquanto a caixa estiver aberta Cuidados com as Bobinas de Gelo • Ter em quantidade suficiente para armazenar todas as vacinas • Verificar periodicamente condições das bobinas (abaulamentos, depressões, vazamentos) • Verificar Validade • Desprezar bobinas fora da validade e com vazamentos, abaulamentos ou depressões • Não completar volume • Rodízio de bobinas Ambientação da Bobina de Gelo Como montar uma caixa térmica • Dispor de bolsas de gelo reciclável suficiente. • Escolher a caixa térmica de qualidade e tamanho adequado. • Cuidados com a temperatura do gelo. • Colocar as vacinas “ilhadas” pela bolsa de gelo. • Colocar o bulbo do termômetro no centro da caixa, entre as vacinas. • Verificar a temperatura e anotar. • Fechar a caixa térmica, não deixando frestas. 0bs: O termômetro deve estar a temperatura de 2 a 8º, pelo menos duas horas antes de embalar a vacina. Vacinação Extramuro Planejamento Vacinas • Quantidade • Quais vacinas? Tempo • Deslocamento • Vacinação Caixas Térmicas • Uso e estoque • Bobinas de gelo Monitoramento temperatura • Termômetros • Mapa de temperatura (a cada hora) Vacinação Extramuro Planejamento Materiais • Seringas, Agulhas, Algodão, Álcool gel, Papel Toalha, Bandeja, Termômetro clínico, material para descarte Kit Urgência • Medicação e insumos para reações de anafilaxia Registros • Carteira de Vacinação, controle de doses aplicadas, ficha de notificação de EAPV Vacinação Extramuro Outros cuidados Considerar datas e hábitos para agendar a vacinação; Ter um ponto de apoio para suprimentos (bobinas de gelo, vacinas, insumos); Identificar externamente o conteúdo de cada caixa; Manter a caixa longe de fonte de calor e luz solar; Separar, preferencialmente as vacinas atenuadas das inativadas; Separar as vacinas em uso das fechadas; Manipular a caixa com cuidado, evitando quebra de vacinas. Acondicionamento de vacinas em caixas térmicas para extramuro Acondicionamento de vacinas em caixas térmicas para extramuro Como NÃO armazenar Erros Comuns Estudos avaliam que os erros mais comuns no transporte de vacinas estão no congelamento da vacina. Falta de conhecimento da dinâmica da caixa (certificação) Não climatização do gelo reciclável (bobina de gelo). Contato das vacinas diretamente com o gelo reciclável. Nelson C, Froes P, Dyck AM, Chavarría J, Boda E, Coca A, Crespo G, Lima H. Monitoring temperatures in the vaccine cold chain in Bolivia.Vaccine. 2007;25(3):433-7. Organizacion Panamericana de la Salud. Congelacion de vacunas: estudio en Bolivia. Bol Imuniz. 2008; 30 (1):4-5 Vacinação Extramuro Descarte de Resíduos Plano de Contingência Procedimentos de Plano de Contigência: • Quem é o responsável pelas vacinas? • De que forma o responsável será acionado em caso de problemas? • Como é o acesso a sala de vacina fora do horário de expediente? • Quais ações devem ser tomadas? • Onde estão os materiais para acondicionamento das vacinas em caixa térmica? • Para onde as vacinas serão levadas? Como? Como evitar erros na Rede de Frio armazenamento, transporte e manuseio • Ter uma pessoa responsável • Ter procedimentos • Funcionários treinados • Ter plano de emergência • Equipamentos : manutenção • Todos cuidados com a Cadeia de Frio • Avaliação contínua Manual prático de imunizações/Isabella Ballalai. 1 ed.São Paulo: A.C. Farmacêutica, 2013. p. 55-63 AVALIAÇÃO DE RISCO Avaliação de Risco • Conhecer as necessidades – Quais equipamentos são necessários? – Quais cuidados? – Profissionais treinados • Conhecer problemas • Pensar nos possíveis riscos • Encontrar soluções para os possíveis riscos Quem gosta de gelo é pinguim!
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