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3 Cadeia de Frio curso conhecendo vacinas 2015

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Cadeia de Frio: 
Entender a importância para 
evitar erros 
 
Enfª Mayra Moura 
Mestre em Imunobiológicos 
Responsável pela Logística e Cadeia de Frio de Bio-Manguinhos/Fiocruz 
mayrammo@gmail.com 
 
CADEIA DE FRIO 
 
 O caminho a qual a vacina percorre desde a 
produção até o momento da aplicação. 
 
 
O transporte, o manuseio 
adequado das vacinas e a 
manutenção da rede de frio são 
fundamentais para garantir a 
qualidade da imunização. 
CADEIA DE FRIO 
Vacinas são termossensíveis, de 
modo que a temperatura a que são 
expostas é, sem dúvida, o principal 
fator que interfere na qualidade do 
produto após seu envasamento pelo 
produtor. 
 
 
Garantir essa qualidade até o final, é um desafio 
que, muitas vezes, não recebe a devida importância. 
 
VACINAS 
PERGUNTA 
 
 Qual é a faixa de 
temperatura de 
conservação das vacinas? 
 
A. 2ºC a 10°C 
B. 15°C a 30°C 
C. 0°C a 8°C 
D. 2°C a 8°C 
PERGUNTA 
 
 Qual é a faixa de 
temperatura de 
conservação das vacinas? 
 
A. 2ºC a 10°C 
B. 15°C a 30°C 
C. 0°C a 8°C 
D. 2°C a 8°C 
PERSIGA O 5 
+5oC 
Falhas na Rede de Frio 
 
Importante ressaltar: 
 Cada exposição de uma vacina 
à temperatura acima de 8ºC 
resulta em alguma perda de 
potência, tendo como 
consequência um efeito 
cumulativo irreversível na 
eficácia vacinal. 
 
 
 Importante ressaltar: 
 O congelamento pode diminuir a 
eficácia de algumas vacinas e 
aumentar o risco de ocorrer eventos 
adversos depois da vacinação, como 
abscessos esteireis. 
Não existe teste simples, rápido e 
confiável para determinar se uma 
vacina sofreu alteração após 
exposição à temperatura acima ou 
abaixo do seu limite recomendável 
de tolerância. 
A alteração das características 
físicas geralmente indica alteração, 
mas a sua ausência não indica 
normalidade. 
 
 
 
Na ausência de indicadores 
confiáveis da qualidade de 
uma vacina, resta impor um 
controle rigoroso das 
condições de transporte 
e armazenamento. 
Moura MM. Conservação e manipulação de imunobiológicos. In: Farhat CK, Carvalho ES, Weckx LY, Carvalho LHFR, Succi RCM. Imunizações. Fundamentos 
e Prática. 5a ed. São Paulo:Atheneu, 2008. p. 148-157 
 Qualquer quebra na temperatura ou 
condição de manipulação ideais, em 
um dos pontos dessa rede, 
compromete a qualidade da vacina. 
 
 
Acarretando danos irreversíveis 
Moura MM. Conservação e manipulação de imunobiológicos. In: Farhat CK, Carvalho ES, Weckx LY, Carvalho LHFR, Succi RCM. Imunizações. Fundamentos 
e Prática. 5a ed. São Paulo:Atheneu, 2008. p. 148-157 
CADEIA DE FRIO 
Elementos da Cadeia de 
Frio 
Infra 
estrutura 
Equipamentos 
Caixa Térmica 
Bobinas de Gelo 
Termômetro 
Freezer 
Procedimentos 
Plano de 
Emergência 
Capacitação 
Cuidados com a 
Infra-estrutura 
Janelas Objetos/Plantas 
Temperatura 
ambiente 
Rede Elétrica Limpeza 
Localização 
Equipamentos 
Acesso à sala 
de vacina 
Procedimentos básicos para 
recebimento de vacina 
A cadeia de frio 
de um serviço de 
imunização inicia 
quando as vacinas 
são recebidas. 
Avaliar as condições das bobinas de 
gelo 
Avaliar condições da caixa térmica 
Verificar temperatura interna da caixa 
Avaliar condições das caixas das 
vacinas 
Se todas as condições avaliadas 
estiverem corretas: 
Armazenar de imediato cada 
imunobiológico, de acordo com 
sua estabilidade. 
Procedimentos básicos para 
recebimento de vacina 
Se for detectado algum problema: 
Contatar o responsável pelo envio. 
Devolver os imunobiológicos, se 
necessário. 
Procedimentos básicos para 
recebimento de vacina 
Procedimentos para o 
armazenamento de vacinas 
 Armazenar no 
refrigerador de acordo 
com organização interna; 
 Sistema PEPS; 
Observar capacidade de 
armazenamento. 
Procedimentos para o 
armazenamento de vacinas 
CUIDADO!!! 
Cuidados com o equipamento 
para armazenamento 
Capacidade de 
Armazenamento 
Tamanho do 
Equipamento (2 
melhor que 1) 
Tomada 
exclusiva e 
identificada 
Manutenções Limpeza 
Monitoramento 
contínuo de 
Temperatura 
Afastado de 
fonte de luz 
Espaço de 20 cm 
entre os 
equipamentos 
Identificação na 
caixa de energia 
NÃO DESLIGUE! 
Refrigerador com VACINAS 
Outros cuidados no 
armazenamento 
Manter Organização 
interna do 
Refrigerador 
Testar vedação da 
porta do 
equipamento 
Verificar e registrar 
temperatura máx, 
mín e momento, pelo 
menos, 2x dia 
Manter temperatura 
regulada em 5°C 
Manter as vacinas em 
suas caixas originais 
Conferir a validade 
das vacinas 
periodicamente 
Avaliar estoque 
(quantidade recebida 
x utilizada) 
Manter os diluentes 
em temperatura de 
2°C a 8°C no 
momento da diluição 
Controlar 
temperatura 
ambiente 
Manual de procedimento para vacinação ./ Diretoria de Vigilância Epidemiológica. Salvador: DIVEP, 2011. 
Refrigerador de uso doméstico 
 
 
• Por não atender aos critérios de segurança e qualidade, o 
refrigerador de uso doméstico NÃO É MAIS RECOMENDADO 
para o armazenamento do imunobiológico. 
 
• As instâncias devem proceder, no menor prazo possível, a 
substituição gradativa por câmeras refrigeradas registradas 
pela Anvisa. 
23 Manual de rede de frio / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica – 4, ed – Brasília: Ministério da 
Saúde, 2013 
 Alguns modelos utilizam 
bobinas de gelo na parede do 
equipamento 
 Não necessita de garrafas de 
água no piso 
 Não existe regra para 
posicionamento interno das 
vacinas 
 Periodicidade de limpeza de 
acordo com fabricante 
 
Procedimentos básicos para armazenamento 
em CÂMARA FRIA 
Os equipamentos específicos para armazenamento de imunobiológicos, devem 
possuir registro no Ministério da Saúde (lei nº 6360 de 23 de setembro de 1976, 
Título II artigo 12 e Título IV artigo 25). 
COMO NÃO ARMAZENAR 
Câmara Fria 
Cuidados com o Termômetro 
 Digital 
 Ter cabo extensor 
 Fazer leitura contínua das temperaturas 
máxima, mínima e do momento 
 Ter botão de reset 
 Ser calibrado 
 Ter a pilha trocada a cada 6 meses 
(identificar data de troca) 
Cuidados com o Freezer 
 Armazenar quantidade de bobina suficiente 
para acondicionar todas as vacinas 
 Manter temperatura -15°C 
 Monitoramento de temperatura com 
termômetro 
 Rodízio de bobinas – identificar 
compartimentos para entrada e saída das 
bobinas 
 Manutenção 
 
 O transporte de imunobiológicos é um 
dos elos fundamentais para uma 
adequada rede de frio. 
Transporte e Vacinação Extramuro 
Transporte de imunobiológicos 
Fatores que interferem: 
 
• Temperatura ambiente em torno 
da caixa térmica 
• Qualidade, espessura, e 
densidade do material utilizado; 
• Tempo necessário para o 
transporte; 
• Tempo de duração da vacinação; 
• Quantidade e temperatura do 
gelo colocado dentro da caixa. 
 
Moura MM. Conservação e manipulação de imunobiológicos. In: Farhat CK, Carvalho ES, Weckx LY, Carvalho LHFR, Succi RCM. Imunizações. Fundamentos 
e Prática. 5a ed. São Paulo:Atheneu, 2008. p. 148-157 
Os CERTOS 
do transporte 
Manual de rede de frio / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica – 4, ed – Brasília: Ministério da 
Saúde, 2013 
 Temperatura do gelo 
 Qualidade da caixa 
 Configuração da caixa(quantidade de 
bobina de gelo) 
 Uso de termômetro 
 Leitura do termômetro (saída e chegada) 
Ideal: Fazer uma validação da caixa térmica 
 
Cuidados com a Caixa Térmica 
• Espessura das paredes e tampa de 
80mm 
 
 
 
 
Cuidados com a Caixa Térmica 
Cuidados com a Caixa Térmica 
• Densidade mínima de 25kg/m3 
• Estanqueidade mínima de 98% 
• Possuir tampa com boa vedação 
 
 
 
Cuidados com a Caixa Térmica 
• Verificar as condições da caixa, observando se 
existem rachaduras e/ou furos 
• Lavar com água e sabão neutro e secar 
cuidadosamente após o uso, mantendo-as 
abertas até que estejam completamente secas 
• Guardá-las abertas e em local ventilado. 
• O monitoramento da temperatura da caixa de 
uso diário deve ser realizado a cada hora, 
além da vigilância da temperatura enquanto a 
caixa estiver aberta 
 
 
Cuidados com as Bobinas 
de Gelo 
• Ter em quantidade suficiente para armazenar 
todas as vacinas 
• Verificar periodicamente condições das bobinas 
(abaulamentos, depressões, vazamentos) 
• Verificar Validade 
• Desprezar bobinas fora da validade e com 
vazamentos, abaulamentos ou depressões 
• Não completar volume 
• Rodízio de bobinas 
 
Ambientação da Bobina de Gelo 
Como montar uma caixa 
térmica 
• Dispor de bolsas de gelo reciclável suficiente. 
• Escolher a caixa térmica de qualidade e tamanho 
adequado. 
• Cuidados com a temperatura do gelo. 
• Colocar as vacinas “ilhadas” pela bolsa de gelo. 
• Colocar o bulbo do termômetro no centro da 
caixa, entre as vacinas. 
• Verificar a temperatura e anotar. 
• Fechar a caixa térmica, não deixando frestas. 
 
0bs: O termômetro deve estar a temperatura de 2 a 8º, 
pelo menos duas horas antes de embalar a vacina. 
 
 
Vacinação Extramuro 
Planejamento 
 
Vacinas 
• Quantidade 
• Quais vacinas? 
Tempo 
• Deslocamento 
• Vacinação 
Caixas 
Térmicas 
• Uso e estoque 
• Bobinas de gelo 
Monitoramento 
temperatura 
• Termômetros 
• Mapa de temperatura (a cada hora) 
 
Vacinação Extramuro 
Planejamento 
 
Materiais 
• Seringas, Agulhas, Algodão, Álcool gel, Papel 
Toalha, Bandeja, Termômetro clínico, material 
para descarte 
Kit Urgência 
• Medicação e insumos para reações de anafilaxia 
Registros 
• Carteira de Vacinação, controle de doses 
aplicadas, ficha de notificação de EAPV 
 
Vacinação Extramuro 
Outros cuidados 
  Considerar datas e hábitos para agendar a vacinação; 
 Ter um ponto de apoio para suprimentos (bobinas de 
gelo, vacinas, insumos); 
 Identificar externamente o conteúdo de cada caixa; 
 Manter a caixa longe de fonte de calor e luz solar; 
 Separar, preferencialmente as vacinas atenuadas das 
inativadas; 
 Separar as vacinas em uso das fechadas; 
 Manipular a caixa com cuidado, evitando quebra de 
vacinas. 
 
Acondicionamento de vacinas em 
caixas térmicas para extramuro 
Acondicionamento de vacinas em 
caixas térmicas para extramuro 
Como NÃO armazenar 
Erros Comuns 
Estudos avaliam que os erros mais comuns no transporte de vacinas 
estão no congelamento da vacina. 
 
 Falta de conhecimento da dinâmica da caixa (certificação) 
 Não climatização do gelo reciclável (bobina de gelo). 
 Contato das vacinas diretamente com o gelo reciclável. 
 
Nelson C, Froes P, Dyck AM, Chavarría J, Boda E, Coca A, Crespo G, Lima H. Monitoring temperatures in the vaccine 
cold chain in Bolivia.Vaccine. 2007;25(3):433-7. 
Organizacion Panamericana de la Salud. Congelacion de vacunas: estudio en Bolivia. Bol Imuniz. 2008; 30 (1):4-5 
 
Vacinação Extramuro 
Descarte de Resíduos 
 
Plano de Contingência 
Procedimentos de Plano de Contigência: 
 
• Quem é o responsável pelas vacinas? 
• De que forma o responsável será acionado em caso de 
problemas? 
• Como é o acesso a sala de vacina fora do horário de 
expediente? 
• Quais ações devem ser tomadas? 
• Onde estão os materiais para acondicionamento das 
vacinas em caixa térmica? 
• Para onde as vacinas serão levadas? Como? 
 
 
 
Como evitar erros na Rede de Frio 
armazenamento, transporte e manuseio 
• Ter uma pessoa responsável 
• Ter procedimentos 
• Funcionários treinados 
• Ter plano de emergência 
• Equipamentos : manutenção 
• Todos cuidados com a Cadeia de Frio 
• Avaliação contínua 
 
 
 
Manual prático de imunizações/Isabella Ballalai. 1 ed.São Paulo: A.C. Farmacêutica, 2013. p. 55-63 
AVALIAÇÃO DE RISCO 
Avaliação de Risco 
• Conhecer as necessidades 
– Quais equipamentos são necessários? 
– Quais cuidados? 
– Profissionais treinados 
• Conhecer problemas 
• Pensar nos possíveis riscos 
• Encontrar soluções para os possíveis riscos 
 
 
 
Quem gosta de gelo é pinguim!

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