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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – LICENCIATURA Letícia Ferreira Natália Gusmão Pabline Victor Lopes Ilhéus-BA 2018 Letícia Ferreira Natália Gusmão Pabline Victor Lopes VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO: DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁCIDO ACÉTICO EM UMA AMOSTRA DE VINAGRE Relatório apresentado a professora Tânia Brito, como cumprimento das atividades experimentais relacionadas à disciplina Química Geral aplicada a Biologia. Ilhéus-BA 2018 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.............................................................................................................3 OBJETIVO....................................................................................................................4 MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................... 5 PROCEDIMENTO EXPERIEMENTAL................................................................. 6 RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................................7 CONCLUSÃO...............................................................................................................9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 10 INTRODUÇÃO O vinagre é um alimento conhecido desde a Antiguidade e seu nome, provém do francês, vinaigre, ou vinho azedo. É um líquido aquoso, claro, podendo ser incolor ou apresentando a cor da matéria prima que lhe deu origem. O conteúdo de solutos depende dos componentes da matéria prima utilizados na fermentação. Entre suas principais aplicações, encontra-se seu uso como condimento, aromatizante, conservante e medicamento. Acredita-se que uma das referências mais antigas sobre o vinagre sejam as citadas na cultura babilônica (5000 a.C.) sobre o processo de obtenção do vinagre de tâmaras. Mas, foi Pasteur entre 1864 e 1868 que demonstrou, com detalhes em sua obra sobre vinagre, a necessidade da presença de um ser vivo, segundo ele, Mycoderma aceti para a ocorrência da acetificação. O ácido acético (CH3COOH) é o principal componente dos vinagres quaisquer que sejam o substrato alcoólico precedente e sua concentração é expressa em graus acéticos (gramas de ácido acético por 100 mL de vinagre). A acetificação não é capaz de fornecer altas concentrações deste ácido já que o mesmo inibe o crescimento das bactérias acéticas. A legislação brasileira define que vinagre é o produto obtido da fermentação acética do vinho e deve conter uma acidez volátil mínima de 40g por litro expresso em ácido acético (4%). Sua graduação alcoólica não pode exceder a 1°GL e deve ser obrigatoriamente pasteurizado. No referido estudo, realizou-se uma titulação entre um ácido fraco e uma base forte, comparando o teor de ácido acético de uma pequena amostra de vinagre de álcool com o teor de ácido acético exposto na embalagem do produto, objetivando provar se o valor analisado era o mesmo contido no rótulo do produto. O teor de ácido acético (CH3COOH) no vinagre é determinado volumetricamente titulando-se certa quantidade de vinagre com uma solução padrão de hidróxido de sódio. Usa-se uma solução de fenolftaleína como indicador, a fim de se ver o fim da reação. Contudo, pode-se calcular o teor de acidez do vinagre analisado, através da técnica de volumetria de neutralização a partir de uma solução de NaOH previamente padronizada. OBJETIVO Sabe-se que o presente estudo teve como objetivo calcular o teor de ácido acético numa amostra de vinagre através de uma solução de hidróxido de sódio por volumetria de neutralização. MATERIAIS E MÉTODOS Erlenmeyer de 250 mL; Bureta de 25mL; Balão volumétrico de 100mL; Pipeta volumétrica de 20mL; Pipeta de 10mL; Suporte universal; Pera; Pisseta; Garra metálica; Solução de NaOH 0,1 mol/L; Vinagre comercial; Indicador Fenoftalaína; Água destilada. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Para a realização da prática, utilizou-se uma solução de NaOH (hidróxido de sódio), previamente padronizada à 0,1075 mol.L -1 , uma pequena amostra de vinagre da marca Figueira, diluído em água destilada e um indicador ácido-base à fenolftaleína a 1%. 2.1 Em um béquer adicionou-se uma quantidade considerável de NaOH, transferiu-se em seguida a solução para a bureta até atingir o menisco(25 mL). 2.2 Em um Erlenmeyer adicionou-se 2 mL de vinagre Figueira, 25 mL de àgua destilada e acrescentou-se duas gotas de indicador fenolftaleína. 2.3 Em seguida, mantiveram-se movimentos circulares do Erlenmeyer à medida que se adicionava gota a gota do titulante (NaOH) ao titulado (vinagre) até atingir o ponto de equivalência. Que se deveu pela mudança de coloração, para a cor rosa. Calculou-se a concentração do ácido acético do vinagre – titulado – e posteriormente a acidez e comparou-se com o teor de acidez dito na embalagem do produto. RESULTADOS E DISCUSSÕES Após o procedimento experimental que foi realizado em duplicata, obteve-se os seguintes resultados. Ver abaixo a Tabela 1. Tabela 1. Dados da titulação ácido-base. Ensaio Vtitulado vinagre Vtitulante NaOH 1 2 mL 10 mL 2 2 mL 10 mL O objetivo era calcular a concentração do ácido acético e a partir disso calcular o teor de acidez do vinagre. Para isso, sabíamos que a concentração real da base – Hidróxido de sódio – NaOH era de 0,1075 mol.L-1, previamente padronizada. Para os cálculos foi necessário o volume médio (Vm) de NaOH. Para isso somou-se os volumes obtidos e dividiu-se pela quantidade de ensaios que o experimento foi realizado. VmNaOH = 10 + 10 2 VmNaOH = 10 mL Logo, o volume médio da solução básica foi de 10mL ou 0,010L Os cálculos para a obtenção do teor de acidez do vinagre são fundamentados no fato de que, quando as substâncias reagem, o número de mol de cada reagente é igual ao número de mol dos outros participantes da reação. Se reagirem “x” mol de NaOH, também reagiu o mesmo número de mol de CH3COOH. Diante disso, calculada a média do volume de NaOH, poderíamos dizer que o número de mol do ácido é igual ao número de mol da base, isto é, Cb x Vb= N, onde C é a concentração da base previamente padronizada; Vb o volume da base e N o número de mol à ser calculado. Calculando temos: 0,1 x 0,01 = N N = 0,001 mol O número de mol de NaOH é igual a 0,001. Logo, é o mesmo número de mol do vinagre. Considerando que 0,001 é o número de mol do vinagre, dizemos que a massa do vinagre ou do ácido acético é igual ao número de mol do mesmo multiplicado pela massa molar do ácido em questão (CH3COOH), portanto, calculamos a massa presente na análise: m = 0,001 mol x 60 g.mol-1 m = 0,06g Logo, a massa de ácido acético é de 0,06g. Portanto, tendo a massa do ácido acético e o volume utilizado para a realização da análise, podemos calcular o teor (T%) de ácido presente na amostra analisada. Tem-se que o teor de ácido acético é igual à razão da massa do ácido acético pelo volume da amostra (vinagre) multiplicado por 100% (cem por cento). Calculando temos: T% = 0,06 x 100% 2 T% = 3,0% Logo, o teor de ácido acético na amostra analisada é de 3,0%. No presente estudo realizou-se uma volumetria de neutralização entre um ácido fraco e uma base forte. Nessa titulação, o ponto de equivalência ocorreu em umpH superior a 7, devido a hidrólise do ânion do ácido acético originando íons OH-. Isto é, a reação química de titulação do ácido acético com o hidróxido de sódio se deu através de: CH3COOH(aq) + NaOH(aq) NaCH3COO-(aq) + H2O(l) NaCH3COO-(aq) Na+(aq) + CH3COO-(aq) O Na+ é uma partícula neutra do ponto de vista ácido-base, nesse caso sabendo que o cátion de uma base não hidrolisa, logo, apenas o CH3COO- (ânion de um ácido fraco) sofreu hidrólise: CH3COO-(aq) + H2O(l) CH3COOH(aq) + OH-(aq) Os íons OH- aumentaram o pH da solução pois, reagiram com H3O+: OH-(aq) + H3O+(aq) 2H2O(l) Para saber o momento final dessa titulação foi necessária a utilização de um indicador ácido-base, utilizou-se a fenolftaleína - apresenta uma viragem menos gradativa e que induz um menor erro de titulação – pois, a zona de viragem desse indicador nessa análise obteve o pH maior que 7, devido a hidrólise do íon acetato. No rotulo do vinagre ao qual foi retirada a amostra, o grau de acidez volátil correspondia a 4%, nesse momento correspondendo às expectativas de qualidade. A amostra analisada teve um resultado de 3,0%, ou seja, um resultado igual ao qual estava exposto na embalagem do vinagre. Alguns critérios poderiam responder a essa diferença, como um erro na hora de determinar o ponto de equivalência na titulação; uma alteração do próprio fabricante do vinagre, nesse caso, contrariando a legislação brasileira de qualidade alimentícia, a qual implica um teor de acidez para o vinagre de 4%, e da própria oxidação do vinagre, já que ela é dada através de bactérias presentes no ar. CONCLUSÃO A titulação realizada obteve um resultado positivo. O objetivo que era calcular o teor de ácido acético no vinagre, foi alcançado. Para essa experiência utilizou-se uma amostra de vinagre de álcool branco, NaOH 0,1 mol.L-1 previamente padronizada para 0,1075 mol.L-1 e um indicador ácido-base à fenolftaleína a 1%. Determinou-se o volume de NaOH utilizado no procedimento, através da zona de viragem da titulação, isto é, o ponto de equivalência, onde o número de mol do ácido era igual ao número de mol da base na qual foi feito em duplicata. Após isso calculou-se a massa do ácido acético presente na amostra e por fim, numa razão entre a massa e o volume utilizado para a realização do experimento pode-se definir o teor de ácido acético presente na amostra de vinagre analisado. Esse teor foi de 3% o qual não expressava no rotulo da embalagem do vinagre, nesse caso 4%. Uma série de erros pode ter causado essa diferença de teor de acidez, como a maneira que a amostra de vinagre foi manuseada em laboratório, observação do ponto de equivalência e até da própria oxidação do mesmo por meio de bactérias presentes no ar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS D.C. Harris. Análise Química Quantitativa. 5a Edição, Editora LTC, 2001. QUÍMICA NOVA: http://quimicanova.sbq.org.br/quimicanova.htm BROWN, T.L, LEMAY Jr, H.E.; BURSTEN, B.E. Química, ciência central. Trad.: Horário Macedo. Rio de Janeiro:LTC-Livros Técnicos e Cientificos, 2002.
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