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Produção de vídeos na resolução de exercícios de Física

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PRODUÇÃO DE VÍDEOS NA RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIOS E ATIVIDADES 
EXTRACLASSE EM ESCOLAS DO ENSINO MÉDIO DE LUZILÂNDIA-PI 
 
Francisco Leonardo Lopes da Silva1 
Leiliane Alves de Sousa 2 
Wilton de Carvalho Lopes3 
 
RESUMO 
 
O objetivo deste trabalho é verificar o uso de Novas Tecnologias da 
Informação e Comunicação (NTICs) com o método de produção de vídeos na 
resolução de exercícios e atividades extraclasse da disciplina de Física em 
escolas de Ensino Médio da cidade de Luzilândia-PI, diante das metodologias 
tradicionais de aplicação de atividades extraclasse, bem como sugerir um novo 
método de aplicação das tarefas que podem ser focados em transmitir 
conhecimento prático para os alunos. Basicamente o ensino de Física deve 
incluir dois componentes principais, envio de informações pelo professor e a 
prática por parte dos alunos, onde a produção de materiais multimídia servem 
bem a este propósito, fazendo com que os discentes possam revisar e treinar 
os problemas propostos em sala aula e não apenas buscarem materiais 
“acabados”, sendo este um método inovador de ensino, onde se propõe uma 
tarefa desafiadora que excita e instiga o aluno a pesquisar, planejar, criar 
mapas mentais e escrever roteiros, para poder desenvolver de modo 
satisfatório a atividade, cumprindo-se, desse modo, o objetivo de tornar a 
prática algo presente do ensino aprendizagem das ciências naturais. 
Adicionando o pensamento racional e autossuficiência com a liberdade e o 
uso de ferramentas tecnológicas que desenvolvem a parte criativa e autônoma.
 
 
Palavras chave: atividades, ensino, produção de vídeos, método inovador e 
extraclasse. 
 
 
1 Aluno do Curso de Licenciatura em Física. Universidade Federal do Piauí – UFPI. Turma de 2012.2. E-mail: 
delta_lopes@hotmail.com 
2 Aluna do Curso de Licenciatura em Física. Universidade Federal do Piauí – UFPI. Turma de 2012.2. E-mail: 
leilianesousa20@gmail.com 
3 Professor orientador. 
I. INTRODUÇÃO 
 
A educação é um mapa que mostra o caminho correto do conhecimento para a 
humanidade. O objetivo derradeiro da educação não é apenas fazer um aluno diplomado, mas 
adicionar o pensamento racional e autossuficiência. Quando houver vontade de mudança, 
haverá esperança para o avanço em todos os campos do conhecimento. A parte criativa e 
autônoma pode ser desenvolvida e a inovação tecnológica beneficia os alunos e professores. 
A introdução de novas tecnologias da informação e comunicação no sistema de 
educação atual não é uma tarefa das mais fáceis. Uma vez que o volume de informação 
disponível aumenta exponencialmente de forma vertiginosa. Em determinadas áreas de 
conhecimento, as informações dobram a cada ano. Isto implica a necessidade de constante 
atualização e design e usar novas formas de organização e de acesso à informação (Adell, 1997). 
Hipertexto e a internet são maneiras de fazer isso, mas exigem habilidades de uso que devem 
ser aprendidas. Portanto, devemos trabalhar habilidades dos usuários, acesso, desenvolvimento 
e seleção de informações, em vez de reprodução do conhecimento através de cópias dos 
conteúdos. 
 
As novas tecnologias têm um impacto claro sobre a educação como afetando a 
formação de seres humanos e, especificamente, sobre os recursos mentais cognitivos 
para amplificar Ele aumenta a nossa capacidade de codificar, armazenar, processar e 
transmitir todos os tipos de processos de formação estão mudando nossa maneira de 
saber (Adell, 1997; Bartholomew, 1999; Beltran, 2001). 
 
 Dar a oportunidade e todo o suporte técnico na produção de novos conteúdos é de 
fundamental importância no processo de formação, partindo da ideia de que ao mesmo tempo 
que aluno desenvolve a prática dos exercícios e atividades de ciências ele também estará 
treinando e se aperfeiçoando com o uso das novas ferramentas que vão surgindo como 
alternativas de auxílio no processo de ensino e aprendizagem. 
 
Ciência e tecnologia interferem de forma marcante nos rumos das sociedades, 
e a educação se vê no mínimo pressionada a reestruturar-se num processo inovador 
na formação de um ser humano universal. Entendemos que o profissional competente 
deve não apenas saber manipular as ferramentas tecnológicas, mas incluir sempre em 
suas reflexões e ações didáticas a consciência de seu papel em uma sociedade 
tecnológica. (BRITO, 2008, p. 9). 
II. IMPORTÂNCIA DA PRODUÇÃO DE VÍDEOS NAS ATIVIDADES 
EXTRACLASSES 
 
A produção de vídeos na resolução de exercícios e experimentos de Física no Ensino 
Médio da rede pública de ensino da cidade de Luzilândia-PI se mostrou viável uma vez que 
todos os alunos têm acesso fácil a equipamentos como smartphone e câmeras digitais. Onde 
os mesmos, ao invés de apenas fazerem uma pesquisa por materiais “acabados” na internet, 
têm de revisar e produzirem vídeos, streaming4 de áudio e animações do material 
pesquisado, garantindo assim a prática necessária para absorção dos conhecimentos 
discutidos em sala de aula. 
Aquilo que escuto eu esqueço, aquilo que vejo eu lembro, aquilo que faço eu aprendo 
(CONFÚCIO, 551 a.C). Ao produzir um material o discente vai além do mero ato de 
reproduzir conhecimento, uma vez que para tal é necessário que o mesmo investigue, tome 
notas, escreva um roteiro, treine os procedimentos necessários para, finalmente, produzir 
um novo conteúdo. E a produção de vídeos visa buscar todos estes aspectos no aluno, 
principalmente nos exercícios e experimentos de Física que exigem práticas e repetições 
para uma melhor compreensão dos fenômenos. 
A criação de projetos multimídia no contexto da sala de aula mostra-se 
extremamente vantajoso, uma vez que quando os alunos criam estes projetos os fazem em 
um ambiente de grupo. Trabalhando dessa forma eles tendem a desenvolver habilidades de 
cooperação e colaboração, usando as habilidades do grupo e uma variedade de atividades 
para realizar objetivos gerais do projeto a ser desenvolvido. 
 
"Você não pode ensinar nada a ninguém; você só pode ajudá-lo a 
encontrá-lo dentro de si". A educação que dura mais tempo e faz-lhe o maior bem, 
a longo prazo é a que você consegue pelo seu próprio trabalho árduo, suor e 
perseverança. Os instrutores podem dar-lhe sugestões, incentivo, apontar seus 
erros, mostrar onde você errou, para você se esforçar mais; mas se eles têm que 
finalmente desistir e mostrar-lhe como fazê-lo, eles sabem que o processo falhou. 
(Galileu Galilei, 1564). 
 
III. METODOLOGIA 
 
O presente estudo foi aplicado como um estudo de método inovador na aplicação de 
atividades extraclasses, no Ensino Médio da cidade Luzilândia-PI, onde fora proposto aos 
 
4 É uma forma de distribuição de dados, geralmente de multimídia em uma rede através de pacotes. É 
frequentemente utilizada para distribuir conteúdo multimídia através da Internet. 
alunos exercícios e atividades experimentais a serem desenvolvidas, sendo que os mesmos 
deveriam produzir vídeos ou animações com as resoluções e as demonstrações dos 
experimentos. 
Junto às questões propostas seguia um material de apoio, com roteiro e orientações 
básicas para o desenvolvimento dos conteúdos, exemplos já elaborados, bem como, links 
de sites onde pode-se encontrar materiais extras para auxiliá-los. 
Como parte do estudo foi criado um website onde os materiais digitais são 
disponibilizados, diretamente pelos alunos e/ou pelo professor. 
 
Criar projetos de vídeos e animações é desafiador, excitante e exige 
domínio de novas ferramentas tecnológicas que ajuda, não apenas, no 
entendimento dos problemas relacionados à disciplina, como também a 
familiarizaçãocom as tecnologias atuais, que evoluem diariamente. Contudo, 
foram sugeridas muitas tecnologias que estão disponíveis para os discentes 
criarem esses materiais multimídia inovadores e interativos (VAUGHAN, 1998). 
 
Estas tecnologias incluem softwares de edição como o Adobe Photoshop e Premier 
para criação de arquivos de vídeo e edição de imagens, assim como o Audacity e Flash CC 
para criar ou editar arquivos de som e animações, respectivamente. Em softwares como o 
Adobe Premier eles podem integrar e sincronizar todos estes elementos de mídia em uma 
aplicação final, adicionar recursos interativos e renderizar5 o conteúdo em um formato 
compatível para distribuição e o acesso. 
Foram sugeridos sites como o Youtube e o Google vídeos que permitem que 
armazenemos materiais de áudio de vídeo gratuitamente criando páginas e canais para 
acesso ao público, tornando a divulgação e disseminação do conhecimento 
vertiginosamente rápida. 
 
Aplicação nos 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio 
 
 Para o desenvolvimento desta metodologia inovadora de ensino trabalhamos nas três 
séries do Ensino Médio no período noturno, no Anexo da Unidade Escolar Luís Teixeira, 
na localidade Carnaúbas, município de Luzilândia-PI, sendo que iniciamos com a 
metodologia no primeiro semestre letivo de 2016, sendo desenvolvido até a primeira parte 
do segundo semestre do corrente ano. Na primeira série do ensino médio apresentamos um 
vídeo de aproximadamente 05 (cinco) minutos onde foram abordados os conceitos de 
 
5 É o ato de compilar e obter o produto final de um processamento digital. Ou seja, toda aquela sequência de 
imagens que você montou na sua linha do tempo precisa ser condensada em um vídeo. 
espaço, tempo e velocidade. Bem como a concepção de movimentos: Retilíneo uniforme 
(MRU) e Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV). 
 
Na hora de esclarecer suas dúvidas, 70% dos estudantes costumam optar 
por vídeo aulas mais curtas. Elas devem apresentar o conteúdo de forma objetiva, 
sem ultrapassar 5 minutos de duração. Embora esse comportamento seja mais 
marcante entre os adolescentes, ele não está restrito a essa faixa etária. Sendo 
assim, os vídeos mais breves são os campeões de acesso (WERNECK, 2014). 
 
Depois do exemplo propomos aos discentes a produção de um material digital, no 
primeiro caso, um vídeo que poderia ser gravado com um smartphone6 ou uma câmera 
digital. 
 
Atividade 1 – experimento de velocidade uniforme usando dominós. 
 
Material: 
 
 Fita Métrica; 
 Cronômetro; 
 Dominó. 
 
Procedimento: 
 
1. Montar uma fila com as peças de dominós espaçados de maneira equidistante, tal 
fila deve ser em linha reta. 
2. Acionar o cronômetro junto com o peteleco que dará partida ao movimento e parar 
no momento em que a última peça de dominó cair. 
3. Anotar os dados: tempo total; distância total do percurso; - calcular a velocidade 
média pela equação: V=Distância/Tempo. 
4. Repetir os mesmos procedimentos (1), (2) e (3) com espaçamentos 1,5 cm e 2,5 cm 
e 4,5 cm. 
 
 
6 É um telefone celular, e significa telefone inteligente, em português, e é um termo de origem inglesa. O 
smartphone é um celular com tecnologias avançadas, o que inclui programas executados em um sistema 
operacional, equivalente aos computadores. 
Figura 1 - experimento de velocidade uniforme usando dominós 
 
Fonte: 1 - Captura de tela do vídeo 
 
Atividade 2 – vídeo ou animação com a resolução de exercícios de velocidade média. 
 
1. Um automóvel inicia uma viagem no km 100 de uma rodovia às 10 horas da manhã 
(t1), chegando ao km 340 às 14 horas (t2). Calcule a velocidade escalar média do 
automóvel. 
2. Uma automóvel parte do km 73 da Via Anhanguera às 6 h 45 min e chega ao km 59 
às 6 h 55 min. Calcule a velocidade escalar média do automóvel nesse percurso, em 
km/h. 
 
No segundo ano o assunto abordado foi a Lei Geral dos Gases Perfeitos e a 
Termodinâmica, onde exibimos algumas animações onde é possível ver as transformações dos 
gases, em seguida propusemos a produção de vídeo com um experimento que demonstre o 
aumento de energia interna de um gás. 
 
Atividade 3 – experimento: aumento da energia interna. 
 
Material: 
 Garrafa de água com gás 1,5ℓ; 
 
Procedimento: 
 
1. Pegue a garrafa plástica de água mineral com gás, coloque-a na geladeira e aguarde 
algumas horas. Quando ela estiver bem gelada, retire-a, abra sua tampa e derrame 
pouco menos da metade em uma vasilha ou na pia. Aperte o corpo da garrafa com a 
mão, deformando-a, e feche-a bem com a tampa. 
2. Observe que a embalagem permanecerá deformada. Agite a garrafa por alguns 
segundos e veja como a embalagem retorna ao seu formato original, não 
apresentando mais a deformação. 
3. Para concluir: 
 A garrafa estava deformada e tampada. Por que, após a agitação, a embalagem 
voltou à sua forma original? 
 O que ocorre com a garrafa se continuarmos a agitá-la? Levante hipóteses para o 
que foi observado e procure discuti-las com seus colegas. 
 Voltando a colocar a garrafa, semicheia, no interior da geladeira, o que ocorre 
após algum tempo? Como a teoria dos gases, estudada neste capítulo, pode 
explicar o que você observou? 
Figura 2 - Experimento: aumento da energia interna. 
 
Fonte: 2 - Captura de tela do vídeo. 
 
Atividade 4 – experimento: a vela que levanta a água. 
 
Material: 
 
 Um prato fundo 
 Uma vela 
 Água 
 Corante (este item é opcional, mas facilita a visualização do efeito) 
 Fósforo ou isqueiro 
 Recipiente de vidro (preferencialmente uma garrafa) 
O experimento 
 
Para montar o experimento você deve primeiramente colar a vela no centro do prato 
e depositar a água com corante no fundo do prato. Depois, basta acender a vela e colocar a 
garrafa de vidro com a boca para baixo, deixando a vela dentro do recipiente. 
O que acontece a seguir é que a água começa a entrar na garrafa, ao mesmo tempo 
em que a chama da vela vai diminuindo, até que se apaga totalmente. Quando isso acontece, 
a água para de subir na garrafa. 
 
Explicação 
 
Ao colocar a garrafa por cima da vela o recipiente fica preenchido de ar quente, o 
que significa que a pressão dos gases aumenta. Conforme a água vai subindo e a chama 
enfraquecendo, a pressão dos gases dentro da garrafa diminui e a pressão atmosférica faz 
com que a água suba ainda mais. 
Figura 3 - Experimento: a vela que levanta a água. 
 
Fonte: 3 - Captura de tela do vídeo. 
 
A última etapa da implantação da metodologia se deu na turma do terceiro ano, com 
o assunto campo elétrico em desenvolvimento iniciamos com a proposta de produção de 
materiais digitais envolvendo a eletrização por atrito. Nessa turma foram exibidos diversos 
vídeos de no máximo 05 (cinco) minutos com simulações e demonstração dos diversos 
processos de eletrização. 
 
Atividade 5 – experimento: eletrizar uma caneta no cabelo ou com jornal. 
 
Material: 
 Caneta; 
 Papel; 
 Tesoura. 
 
Procedimento: 
 
 Cortar o papel em diversos pedaços pequenos e em seguida esfregar a caneta no 
cabelo diversas vezes. Depois aproxime a caneta dos pedaços de papel e observe que os 
mesmos são atraídos pela caneta. 
Figura 4 - Experimento: eletrizar uma caneta no cabelo ou com jornal. 
 
Fonte: 4 - Captura de tela do vídeo. 
 
Atividade 6 – experimento: desviando um filete de água por força elétrica. 
 
Material: 
 canudinhos; 
 guardanapos secos; 
 papel sulfite; 
 lenços de papel. 
 
Procedimento: 
 
Eletrize um canudinho atritando-o com guardanaposeco. Na eletrização por contato, 
dependendo da afinidade elétrica de cada material, um deles cede e outro recebe elétrons. 
No caso do canudinho atritado com papel, como plástico (material do canudo) encontra-se, 
na Série Triboelétrica, abaixo do papel, o canudinho fica com cargas negativas e o papel 
com cargas positivas. Aproximando-se o canudinho eletrizado negativamente no alto de um 
filete de água, devido à atração elétrica, ocorre um desvio visível na parte de baixo da 
trajetória do filete de água. 
Questão: O canudinho tem cargas negativas e atrai o filete de água; como cargas de 
sinais opostos se atraem, isto significa que o filete de água se encontra eletrizado 
positivamente? 
A resposta pode ser dada experimentalmente: Aproxime do filete de água uma régua 
de acrílico eletrizada positivamente. Se houver repulsão, o filete estará eletrizado (também) 
positivamente. 
Figura 5 - Experimento: desviando um filete de água por força elétrica. 
 
Fonte: 5 - Captura de tela do vídeo. 
 
IV. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
 
Por uma análise de comparação das primeiras atividades propostas às turmas de 1º, 2º e 
3º anos, pudemos discutir alguns resultados obtidos. No primeiro encontro verificamos que os 
alunos tinham pouco conhecimento de Física Experimental e que não acompanhavam os 
conteúdos das aulas, não faziam perguntas, ou seja, possuíam uma timidez que estava 
prejudicando o seu aprendizado. Com a produção de vídeos, além de fazerem a revisão 
adequada da disciplina, eles tiverem a oportunidade expor sua oratória, além de trabalharmos a 
desenvoltura, disciplina e participação em sala de aula em discussões sobre o tema trabalhado. 
Durante todo o período de implantação da metodologia foram produzidos dezenas de materiais, 
onde podemos ver uma evolução em todos os aspectos, por exemplo uma melhor compreensão 
dos fenômenos físicos estudados, habilidades no uso de ferramentas digitais, o interesse na 
busca por informações, etc. Nos primeiros vídeos produzidos pela turma da primeira série os 
alunos mostraram habilidades com as ferramentas de produção: smartphone e software de 
edição de vídeos. No entanto, pecaram na parte conceitual da física, onde em muitos momentos 
eles trocaram as unidades de medidas ou grandezas. Porém essa situação abriu uma porta para 
discussão em sala sobre esses detalhes, onde além de serem corrigidos serviram como base para 
outros trabalhos. Na turma do segundo ano os primeiros vídeos foram carentes tanto na edição 
como no conteúdo em si. A demonstração do experimento em si foi satisfatória, mas a didática 
para explicar a física ali envolvida ficou aquém. Sendo que debatido essa situação com os 
mesmos e sugeridas as devidas precauções para trabalhos futuros. Na turma do último ano do 
ensino médio foram produzidos conteúdo de um tema em que os discentes ficaram à vontade, 
onde a maioria cumpriu de maneira satisfatória o que foi proposto: gravação, demonstração dos 
materiais utilizados, aspecto experimental, e comentário dos resultados. 
Diante de tais resultados colhidos durante quase um ano letivo temos que a metodologia 
em estudo cumpre bem o seu papel, que é preencher a lacuna das tarefas extraclasses, onde, de 
fato, esses alunos têm usado parte do seu contra turno para desenvolver habilidades associadas 
os temas discutidos e desenvolvidos em sala de aula pelo professor. Quando a metodologia é 
complementada com as técnicas de gamificação7 se torna ainda mais eficiente, fazendo com 
que todos os alunos se engajem e passem a vivenciar cada vez mais o universo da Física. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Devido à superficialidade de conhecimentos prático da maioria dos alunos do Ensino 
Médio, este projeto foi desenvolvido com intuito de melhorar as atividades extraclasse a um 
grupo de alunos do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio, despertando a curiosidade dos mesmos para 
um assunto que pode ser muito fácil ou completamente complicado, dependendo de como é 
repassado. Mas, principalmente, despertar o interesse, a capacidade de elaborar, pesquisar, 
analisar e produzir materiais audiovisuais a partir de resoluções e experimentações da disciplina 
de Física. 
Embora tal prática não seja tão usual para muitos, verificamos através das nossas 
atividades que o projeto se mostra como uma ferramenta eficaz para o entendimento e 
compreensão de assuntos abordados em sala de aula. 
 
7 É o uso de técnicas de design de jogos que utilizam mecânicas de jogos e pensamentos orientados a jogos para 
enriquecer contextos diversos normalmente não relacionados a jogos. Tipicamente aplica-se ludificação a 
processos e aplicações com o objetivo de incentivar as pessoas a adotá-lo ou influenciar a maneira como são 
usados. 
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