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Diversidade dos Recursos Pesqueiros Modalidades de Pesca e Inovacoes Tecnologic

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Diversidade dos Recursos 
Pesqueiros, Modalidades 
de Pesca e Inovações
Tecnológicas
2011
Curitiba-PR
PARANÁ
Lilyane de Oliveira Santos
 Heliatrice Louise Hadlich
e-Tec Brasil321
Sumário
Aula 1 - Conceito de diversidade 325
1.1 O que é a biodiversidade? 325
1.2 Quantas espécies existem no mundo? 328
Aula 2 - Impactos sobre a diversidade 331
2.1 Perda da diversidade biológica 331
2.2 Superexploração dos recursos 334
Aula 3 - Diversidade: águas interiores versus ambientes 
costeiros 337
3.1 Ambiente marinho 337
3.2 As comunidades dos seres vivos marinhos 338
3.2.1 A Vida Nas Águas Continentais 341
3.2.2 Mangues, berçários da natureza 343
Aula 4 - Recursos pesqueiros 345
4.1 Propriedade dos recursos pesqueiros 345
4.1.1 Recurso pesqueiro 345
4.1.2 Recursos pesqueiros da costa brasileira 346
Aula 5 - Peixes 349
5.1 Peixe 349
Aula 6 - Peixes marinhos – Parte 1 355
Aula 7 - Peixes marinhos – Parte 2 361
Aula 8 - Peixes de água doce 367
Aula 9 - Crustáceos - Parte 1 377
Aula 10 - Crustáceos - Parte 2 381
Aula 11 - Moluscos – Parte 1 391
Aula 12 - Moluscos – Parte 2 395
Aula 13 - Pesca extrativa continental e marinha 407
13.1 Pesca extrativa continental 407
13.2 Pesca extrativa marinha 409
Aula 14 - Modalidades de pesca: Conceito e 
contextualização 411
14.1 O que é pesca? 412
14.2 Pesca e pescaria 412
14.3 História e evolução da pesca 413
14.4 Primeiros registros da pesca no brasil 414
Aula 15 - Tipos de pescaria 417
Aula 16 - Embarcações 421
Aula 17 - Métodos de pesca - Parte 1 427
Aula 18 - Métodos de pesca - Parte 2 433
Aula 19 - Pesquisa e emprego de tecnologias 437
19.1 Um pouco de história da evolução da tecnologia no setor 
pesqueiro 437
19.2 Emprego de tecnologias no setor pesqueiro 438
19.3 Exemplo da aplicação de novas tecnologias em embarca-
ções 439
19.5 Possíveis soluções 440
19.6 Exemplo de projetos onde as inovações tecnológicas estão 
sendo empregadas no brasil 440
Aula 20 - Dispositivos de redução da captura acidental de 
espécies não-alvo (By-catch Reduction Device – BRD) 443
Referências 448
Atividades autoinstrutivas 456
Currículo dos professores-autores 467
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 322
e-Tec Brasil323
Palavra dos professores-autores
Olá, querido Estudante! 
É com grande satisfação que apresentamos a você esse livro. Elaborado de 
maneira sintética e bem ilustrada para que conheça a abundância e a diversi-
dade dos recursos pesqueiros de grande importância econômica e ecológica, 
pertencente às águas dos nossos rios, lagos, baías e mares.
O assunto biodiversidade da vida aquática tem sido muito divulgado na mí-
dia nos últimos tempos. E cada vez mais tem se discutido em encontros 
regionais, nacionais e internacionais não apenas a importância da biodiver-
sidade e da sua conservação para a manutenção dos estoques pesqueiros a 
longo prazo, mas também a forma como cada um de nós pode agir para 
ajudar a controlar a situação da pesca, que em muitos casos está em estado 
alarmante. Para isso apresentamos a você, ao final dessa jornada, alguns 
exemplos de tecnologia que já estão sendo incorporadas por alguns pesca-
dores como forma de amenizar as agressões ao meio ambiente e beneficiar 
as pescarias. 
Todo o material didático foi elaborado para facilitar a aprendizagem e satis-
fazer as suas curiosidades, evitando a monotonia e tédio no ensino. O nosso 
livro apresenta farto material fotográfico e gráfico que auxiliarão na compre-
ensão dos temas e na prática dos exercícios propostos.
Desejamos a você bons ventos nessa nova etapa do curso!
e-Tec Brasil325
Aula 1 - Conceito de diversidade
Nessa primeira aula, iremos tratar da diversidade dos seres vivos, 
também conhecida como biodiversidade. Hoje em dia, você pode 
encontrar essa palavra frequentemente em manchetes de jornais e 
revistas. A diversidade dos seres vivos diz respeito ao estudo desses 
seres e das características que os tornam diferentes uns dos outros. 
Ao concluirmos esta aula esperamos que você não somente per-
ceba e saiba identificar as várias formas de vida existentes em sua 
região, como também procure entender o papel de cada uma de-
las na natureza.
Figura 1.1 - Biodiversidade
Fonte: http://territorioanimal.wordpress.com
Vamos iniciar abordando diretamente a questão central, ou seja, a diversi-
dade.
1.1 O que é a biodiversidade? 
O termo biodiversidade ou diversidade biológica pode ser entendido 
como a diversidade de todos os organismos vivos existentes no planeta Ter-
ra. A biodiversidade inclui toda riqueza e variedade do mundo natural, como 
as plantas, os animais, os micro-organismos, que fornecem alimentos, remé-
dios e boa parte da matéria-prima industrial consumida pelo ser humano.
Apesar de estar em evidência há um bom tempo nas mais diferentes for-
mas de mídia de acesso popular, muitas vezes temos uma visão superficial 
Aula 1 - Conceito de diversidade
dos significados do termo biodiversidade. Você já deve ter tido contato com 
chamadas jornalísticas do tipo: “este vazamento de óleo é uma ameaça 
à biodiversidade do rio”, “fogo destroi as florestas atlânticas deste 
Parque Nacional, que apresenta uma das maiores concentrações de 
biodiversidade do Brasil” ou, ainda, “dadas as dimensões crescentes 
de impacto, é absolutamente emergencial estabelecer estratégias de 
conservação para a biodiversidade da Amazônia”. 
Figura 1.2 - Mundo
Fonte: http://www.aceav.pt/blogs/g6/default.aspx
Mas, afinal, o que vem a ser exatamente biodiversidade. Inicialmente, re-
pare que as escalas de aplicação desse termo podem variar bastante. Por 
exemplo: quando se fala nos aspectos da biodiversidade dos recursos pes-
queiros de bancos de recifes de corais no nordeste brasileiro ou biodiversi-
dade de organismos e vegetação na Amazônia ou mesmo a biodiversidade 
pesqueira de outras regiões do nosso planeta, como peixes de água fria e 
profunda. Nesse sentido, a biodiversidade varia com as diferentes regiões 
ecológicas, sendo maior nas regiões tropicais e menor em regiões de clima 
temperado.
E por que preservar a biodiversidade é tão importante 
para o planeta Terra e para nós seres humanos?
Nós, seres humanos, atravessamos um longo caminho para ganhar nossa 
independência dos caprichos da Mãe Natureza. Aprendemos como construir 
abrigos e como nos vestir. Através da agricultura e da irrigação, podemos 
controlar o próprio suprimento de alimentos. Construímos escolas, hospitais, 
automóveis, computadores, fábricas, tudo o que for necessário para suprir 
nossas necessidades. Então, qual o grande problema se algumas plan-
tas, animais e organismos simplesmente deixarem de existir?
Eis o problema com a perda da biodiversidade: a Terra funciona como uma 
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 326
e-Tec Brasil327
máquina complexa e não parece existir qualquer parte que seja considerada 
desnecessária. Cada espécie do mais simples micróbio ao ser humano de-
sempenha uma parte em manter o planeta funcionando normalmente. Nes-
te sentido, cada parte está relacionada. Se muitas destas partes, de repente, 
desaparecerem, então, a máquina - que é a Terra - não conseguirá funcionar 
da maneira devida.
Figura 1.3 - Mundo
Fonte: http://www2.uol.com.br
Por exemplo, as colheitas cultivadas através do uso inteligente da agricultura 
são possibilitadas pelo nitrogênio que está presente no solo. Este nitrogênio 
nutre e fortalece as colheitas. Mas, de onde ele vem? Larvas, bactérias e 
outras formas de vida encontradas no solo amam decompor a vegetação.Quando se alimentam, estes organismos produzem nitrogênio como pro-
duto residual, algo que as colheitas realmente amam. Assim é também a 
maneira como a compostagem rica em nutrientes é feita. Caso estas espé-
cies de bactérias fossem extintas, então, nossas colheitas não cresceriam da 
forma correta.
Até mesmo alguns dos avanços modernos em tecnologia dependem da na-
tureza. A medicina deve muito às propriedades encontradas naturalmente 
em plantas e nas bactérias. Medicamentos como vacinas têm como base os 
organismos naturais. 
Se de repente a Terra perdesse sua biodiversidade, muitos dos medicamen-
tos que ainda estamos por descobrir ficariam perdidos.
Aula 1 - Conceito de diversidade
1.2 Quantas espécies existem no mundo? 
Figura 1.4 - Espécies
Fonte: http://celc21.zip.net
Não se sabe ao certo quantas espécies vegetais e animais há no planeta. 
Existem estimativas que variam entre 10 a 50 milhões de espécies, mas até 
agora só foram classificadas 1,5 milhões de espécies. 
Entre os especialistas, o Brasil é considerado o país da “megadiversidade”: 
aproximadamente 20% das espécies conhecidas no mundo estão aqui 
(WWF, 2010). 
Figura 1.5 - Ano Internacional da Biodiversidade
Fonte: http://files.semanadabioumc.webnode.com.br
O ano de 2010 foi declarado pelas Nações Unidas como o ano internacional 
da biodiversidade, e existem no mundo muitas pessoas e entidades traba-
lhando para proteger essa riqueza natural insubstituível e reduzir a perda da 
biodiversidade.
Proteger a biodiversidade é muito importante para o bem-estar dos seres 
humanos no presente e no futuro. O ano internacional da biodiversidade é 
uma grande oportunidade para conhecer mais sobre a biodiversidade e sua 
importância para a manutenção da vida na Terra.
Segundo as diretrizes gerais da ONU para o ano internacional da biodiversi-
dade, os objetivos são: 
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 328
e-Tec Brasil329
•	 Aumentar a consciência pública da importância da conservação da biodi-
versidade para a sobrevivência e o bem-estar humano.
•	 Demonstrar, ao público em geral, quais os principais fatores que amea-
çam à biodiversidade e como agir para proteger e conservá-la. 
•	 Incentivar os povos, organizações e governos a tomarem medidas ime-
diatas necessárias à defesa da perda da biodiversidade.
•	 Refletir sobre os esforços já realizados pelos governos e comunidades 
para proteger a biodiversidade até o momento, reconhecendo as orga-
nizações atuantes.
•	 Promover soluções inovadoras e dinamizar iniciativas de trabalho para 
reduzir a perda da biodiversidade.
•	 Estabelecer um diálogo entre os países participantes sobre as medidas a 
serem adotadas após o ano de 2010, garantindo a continuidade segura 
dos programas desenvolvidos.
Figura 1.6 - Cartaz de Divulgação da Conferência das Partes da Convenção 
sobre 14 Biológica (COP 8 ) que ocorreu em Curitiba/PR em 2006
Fonte: http://centrodeestudosambientais.files.wordpress.com
Você pode saber mais sobre a 
biodiversidade acessando os sites:
www.wwf.org.br
www.unesco.org
Aula 1 - Conceito de diversidade
Atividade de Aprendizagem
1. O que é biodiversidade?
2. A biodiversidade é igual em todas as regiões do nosso planeta?
3. Pesquise sobre a biodiversidade da sua região.
Resumo
•	 O termo biodiversidade - ou diversidade biológica - descreve a riqueza e 
a variedade do mundo natural;
•	 Biodiversidade é a existência, numa dada região, de uma grande varieda-
de de espécies de plantas ou de animais;
•	 2010 – considerado o ano internacional da biodiversidade.
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 330
e-Tec Brasil331
Aula 2 - Impactos sobre a diversidade
Nessa aula, iremos aprender de que forma as várias atividades 
humanas podem prejudicar diretamente a diversidade dos seres 
vivos, incluindo a nós mesmos. Nossas ações e o modo como 
vemos a natureza (somente como provedora para as nossas neces-
sidades) estão contribuindo cada vez mais com as várias mudanças 
ambientais, extinção de espécies nativas, diminuição dos recursos 
naturais, dentre inúmeros outros impactos no nosso planeta.
Ao final dessa aula esperamos que você possa identificar os dife-
rentes tipos de impactos na biodiversidade da sua região ou na sua 
vizinhança e que possa propor soluções que ajudem a conservar a 
diversidade no seu entorno.
Aula 2 - Impactos sobre a diversidade
“Onde há água, há peixes. Se cuidarmos da água, os peixes cuidarão 
de nós”.
(Provérbio Asiático usado para guiar as atividades pesqueiras tradi-
cionais).
Figura 2.1 - Poluição da água
Fonte: http://biologiaambiental-ufal2008.wdfiles.com
2.1 Perda da diversidade biológica
Então para começar, observe as duas imagens e relacione cada uma às con-
dições de um ambiente natural e de um ambiente poluído e modificado pelo 
homem, representados pelas carinhas de triste e feliz. 
Figura 2.2 - Emoticons 
Fonte: http://www.msnemoticons.com.br
Figura 2.3 - Rio Citarum/Indonésia 
Fonte: http://img.dailymail.co.uk 
Figura 2.4 - Cachoeira da folinha/Ouro Preto 
Fonte: http://turismoouropreto.com
Vimos na aula anterior que a biodiversidade é muito importante para o ser 
humano. Tanto os cientistas quanto os governos e as entidades não gover-
namentais vêm alertando para a perda da diversidade biológica em todo o 
mundo, e, particularmente nas regiões tropicais. A degradação do meio am-
biente, que está afetando o planeta, tem uma série de motivos, por exem-
plo, o crescimento explosivo da população humana e a distribuição desigual 
da riqueza. Podemos afirmar que a perda da diversidade biológica envolve 
aspectos sociais, econômicos, culturais e científicos.
Figura 2.5 - Águas chinesas
Fonte: http://biowilson.blogspot.com
Figura 2.6 - Mancha de oleo vazamento 
P-36 da Petrobras Bacia de Campos RJ
Fonte: http://cs.i.uol.com.br
A pressão sobre o meio ambiente aumentou muito nas últimas décadas, ge-
rando perdas maiores de biodiversidade. Áreas muito extensas de vegetação 
nativa foram devastadas. A cada dia que passa, aumenta o nível de conta-
minação com poluentes, diminuem os estoques de peixes, e muitas espécies 
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 332
e-Tec Brasil333Aula 2 - Impactos sobre a diversidade
marinhas se encontram próximas do colapso, com a ameaça de uma ime-
diata redução da biodiversidade. Como resultado das pressões da ocupação 
humana na zona costeira, a Mata Atlântica, por exemplo, ficou reduzida a 
aproximadamente 10% de sua vegetação original.
Figura 2.7 - capas revistas veja
Fonte: www.veja.abril.com.br
Além da importância biológica, a biodiversidade também assume uma gran-
de importância do ponto de vista econômico, como exemplo, as atividades 
de extrativismo florestal e pesqueiro que empregam mais de três milhões de 
pessoas. A diversidade biológica constitui, portanto, uma das características 
de recursos ambientais, fornecendo produtos para exploração e consumo e 
prestando serviços de uso indireto. É importante, portanto, o crescimento 
de práticas que valorizam a diversidade biológica já que a redução desta 
compromete a sustentabilidade do meio ambiente e a disponibilidade per-
manente dos recursos ambientais.
Você sabia...
Que a biodiversidade sofreu redução de mais de um quarto nos últimos 35 
anos? Pesquisadores estimam que 150 espécies sejam extintas por dia no 
mundo (WWF, 2010).
Por que estamos perdendo tantas espécies? 
Em geral, o crescimento populacional e o nosso consumo são os motivos 
para essa enorme perda. Mas também podemos citara destruição do habi-
tat, o comércio da fauna silvestre, a pesca, a navegação, a atividade portuá-
ria, a exploração petrolífera, a urbanização e a especulação imobiliária, o 
lazer e o turismo. 
Especulação imobiliária: é 
a compra ou aquisição de bens 
imóveis com a finalidade de 
vendê-los ou alugá-los posteri-
ormente, na expectativa de que 
seu valor de mercado aumente 
durante o lapso de tempo decor-
rido.
A partir das palavras destacadas no quadro, termine a seguinte frase:
Nós espécies de
para usar na/como 
Cultivamos 
Caçamos 
Derrubamos 
Coletamos
Animais 
Ervas 
Sementes 
Árvores 
Medicina 
Construção 
Adereços 
Alimentação 
2.2 Superexploração dos recursos
Atualmente a superexploração realizada pelas atividades de caça, pesca e 
captura acidental é totalmente insustentável.
Em nível global, necessitamos do equivalente a 1,4 planeta para sustentar 
a população humana, ou seja, a necessidade das pessoas é muito maior do 
que a capacidade que os recursos tem de se regenerar (WWF, 2010).
Hoje em dia, mantemos nossas necessidades utilizando os recursos naturais 
do planeta. Podemos cortar árvores mais rápido do que as mesmas são ca-
pazes de voltar a crescer, e capturar peixes em velocidade maior do que eles 
são capazes de se reproduzir. Embora seja possível fazer isso por um breve 
período de tempo, o descompasso acaba levando ao esgotamento dos re-
cursos dos quais depende a nossa economia.
Segundo estudos internacionais realizados pela União Internacional para 
Conservação da Natureza , dão conta que 47.677 espécies biológicas en-
contram-se em risco de extinção, das quais 17.291 são as mais diretamente 
ameaçadas e incluem 12% de aves, 21% de mamíferos, 30% de anfíbios e 
27% de corais de recifes. Com relação ao ambiente marinho é fato que a 
diversidade da vida nos oceanos está sendo afetada devido a pesca excessiva 
e a poluição. Atualmente, 75% dos recursos de pesca estão esgotados. No 
Brasil, a exploração inadequada do pirarucu está aproximando essa espécie 
do risco de extinção. Outro recurso pesqueiro brasileiro em risco são as tar-
tarugas de água doce, cujos ovos e carne são muitos apreciados em algumas 
regiões do país.
Para Refletir
E para você, o que é possível fazer para proteger a biodiversidade?
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 334
e-Tec Brasil335Aula 2 - Impactos sobre a diversidade
Figura 2.8 - Corte da Barbatana de Tubarão
Fonte:http://anaturezagrita.blogspot.com
Figura 2.9 - Sopa de barbatanas
Fonte: http://mundogordo.files.wordpress.com
O colapso dos recursos pesqueiros tradicionais, formados por peixes ósseos 
(que têm ossos e escamas), tem levado a frota pesqueira a se dedicar à pesca 
intensiva de tubarões e raias. Os empresários são atraídos pelos altos lucros 
da atividade. Com a prosperidade econômica da China, a procura por na-
dadeiras para o preparo de sopa de barbatanas tem crescido – junto com os 
preços praticados. A Coréia, por sua vez, é o principal mercado consumidor 
de carne de raias. Segundo o professor Carolus Maria Vooren, da Fundação 
Universidade Federal do Rio Grande (FURG), a pesca intensiva vem causando 
a extinção desses animais. “Eles são vivíparos e, a cada ano, produzem 
poucos filhotes, em número suficiente para manterem o equilíbrio natural 
de suas populações”, explica. Vooren aponta como exemplos a viola (uma 
espécie de raia) e o cação-bico-doce (tubarão), ambos ameaçados de extin-
ção. “No mundo todo, essas pescarias produzem grandes capturas, durante 
10 a 20 anos, e, depois, colapsam” (GREENPEACE, 2008).
Colapso – esgotamento, 
alteração brusca e danosa; 
situação anormal e grave; 
crise. 
Vivíparo - diz-se do animal 
que pare filhos.
Assista ao filme The Cove 
– A baía da vergonha, 
vencedor do Oscar de melhor 
documentário que conta a 
história de Richard O’Barry, o 
realizador Louie Psihoyos e uma 
equipe de ativistas, cineastas 
e mergulhadores de elite 
embarcam numa missão secreta 
para penetrar numa enseada 
escondida no Japão, trazendo 
para a luz do dia uma terrível e 
negra realidade. 
E entenda um pouco mais sobre 
a perda da biodiversidade. 
Atividade de Aprendizagem
1. Pesquise como podemos contribuir para preservar a biodiversidade.
2. Em sua opinião quais são os principais impactos sobre a biodiversidade.
Resumo
•	 A pressão sobre o meio ambiente aumentou muito nas últimas décadas, 
gerando perdas maiores de biodiversidade;
•	 Além da importância biológica, a biodiversidade também assume uma 
grande importância do ponto de vista econômico;
•	 Pesquisadores estimam que 150 espécies sejam extintas por dia no 
mundo.
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 336
e-Tec Brasil337Aula 3 - Diversidade: águas interiores versus ambientes costeiros
Aula 3 - Diversidade: águas interiores 
 versus ambientes costeiros
Hoje vamos identificar os diferentes ambientes naturais relaciona-
dos à riqueza de espécies que habitam rios, lagos, baías, mares e 
oceanos; as particularidades que distinguem cada um desses am-
bientes. A importância de conhecer os vários tipos de ambientes 
aquáticos é necessária para que você saiba distinguir as diferentes 
espécies que habitam água doce e água salgada; saiba como é 
possível utilizar esses recursos naturais para os mais variados fins, 
os quais serão mostrados a você nas próximas aulas. 
Ao final desse capítulo, esperamos que você reconheça os dife-
rentes ambientes aquáticos, tanto os de água doce quantos os de 
água salgada. E com o que lhe for apresentado ao longo dessa 
aula, você saiba distinguir a importância de cada um desses siste-
mas aquáticos tão diversos entre si. 
Você sabia...
Que o Brasil possui a maior diversidade biológica do planeta? E devido ao 
grande interesse demonstrado pelo assunto, foi o primeiro a assinar a Con-
venção sobre Diversidade Biológica, aprovada durante a Rio-92. 
3.1 Ambiente marinho
Continuando o nosso papo sobre diversidade, sabe-se que a diversidade 
de um ambiente pode variar devido a influência de diversos fatores. Por 
exemplo, no ambiente marinho a salinidade, a temperatura e a luminosida-
de afetam diretamente na distribuição da vida. Nas águas dos mares, que 
cobrem mais de 70% da superfície do globo terrestre, encontramos várias 
substâncias químicas dissolvidas. A principal delas é o cloreto de sódio ou 
sal comum. O conteúdo de sais dissolvidos na água do mar determina sua 
salinidade, que pode variar muito, dependendo da quantidade de água doce 
proveniente dos rios que ali desembocam e do grau de evaporação da água.
As radiações solares que chegam até o planeta produzem efeitos de luz e 
calor sobre os mares. Esses efeitos variam com a profundidade: quanto mais 
profundas forem as regiões do mar, menos luz e calor elas recebem. Por cau-
sa disso, surgem regiões muito diferentes, que tornam possível a existência 
de uma grande variedade de seres vivos (diversidade biológica). Podemos as-
sim observar três regiões distintas no ambiente marinho: eufótica, disfótica 
e afótica (Portal Brasil, 2010).
- Zona eufótica - Região de grande luminosidade, que vai até aproximada-
mente oitenta metros de profundidade. Aí a luz penetra com grande inten-
sidade, possibilitando um ambiente favorável à vida de organismos que rea-
lizam fotossíntese, como as algas, e muitos animais que se alimentam delas.
- Zona disfótica - Região em que a luz apresenta dificuldade de penetrar. 
Esta região vai até cerca de duzentos metros de profundidade e também 
abriga organismos fotossintetizantes, embora em proporção menor que a 
da zona eufótica.- Zona afótica - Região totalmente escura, que vai além dos duzentos me-
tros de profundidade. Aí não é possível a existência de animais herbívoros.
Figura 3.1 - Zonas do Oceano
Fonte: http://potentii-biology.blogspot.com
3.2 As comunidades dos seres vivos 
marinhos
Dependendo do modo como se locomovem, os seres vivos marinhos são 
classificados em três grupos distintos: plâncton, nécton e bentos (Portal Bra-
sil, 2010).
Plâncton - Representa o conjunto de todos os seres vivos flutuantes que são 
levados pelas correntezas marinhas. Eles não possuem órgãos de locomo-
ção e, quando os têm, são rudimentares. Existem duas categorias de seres 
planctônicos: o fitoplâncton e o zooplâncton.
Rudimentares - que não se 
desenvolveu ou aperfeiçoou.
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 338
e-Tec Brasil339Aula 3 - Diversidade: águas interiores versus ambientes costeiros
Fitoplâncton – É constituído pelos produtores, ou seja, os seres autotrófi-
cos, que desempenham um grande papel nas cadeias alimentares marinhas. 
As algas são os principais representantes dessa categoria.
Zooplâncton – É constituído por organismos heterotróficos, como micro-
crustáceos, larvas de peixes, protozoários, insetos, pequenos anelídeos e até 
caravelas. 
Atenção
Seres autotróficos são aqueles que produzem compostos orgânicos a partir 
de substâncias minerais, utilizando uma fonte de energia externa, seja ela 
luminosa ou química, ou seja, são organismos capazes de produzir seu pró-
prio alimento, como as plantas. 
Os seres heterotróficos são aqueles que necessitam utilizar outros organis-
mos como fonte de alimento, como nós os humanos. 
Figura 3.2 Micro-organismos do zooplâncton
Fonte: http://www.infoescola.com 
Figura 3.3 Micro-organismos do fitoplâncton 
Fonte: http://entranaciencia.blogspot.com
Nécton – Compreende o conjunto dos seres que nadam livremente, deslo-
cando-se por atividade própria, vencendo a correnteza. O nécton abrange 
peixes (tubarões, robalos, tainhas, sardinhas, etc.), répteis, como a tartaruga, 
e inúmeros mamíferos (baleia, focas, golfinhos, etc.), entre outros animais.
Figura 3.4 - animais nectônicos – peixes 
Fonte:http://downloads.open4group.com 
Figura 3.5 - animais nectônicos - baleias 
Fonte: http://arquivosdoinsolito.blogspot.com 
Figura 3.6 – tartarugas marinhas 
Fonte: http://www.webix.com.br
Bentos – Conjunto de seres que vivem fixos ou se arrastam no fundo do 
mar. São seres que pouco se afastam do fundo. Muitas algas, esponjas, 
ouriços-do-mar, estrelas-do-mar são exemplos de representantes de seres 
bentônicos.
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 340
e-Tec Brasil341Aula 3 - Diversidade: águas interiores versus ambientes costeiros
Figura 3.7 animais bentônicos 
estrela-do-mar 
Fonte: http://www.aroundtheworld.com.br
Figura 3.8 animais bentônicos 
ouriço-do-mar 
Fonte:http://www.culturamix.com 
Figura 3.9 animais bentônicos 
pepino-do-mar 
Fonte:http://luis.impa.br
Você sabia...
Recentemente relatou-se que a biodiversidade marinha é muito menor do 
que a biodiversidade terrestre, quando se leva em conta o número de espé-
cies nos dois ambientes. Um levantamento, feito pela Universidade da Cali-
fórnia, mostra que de cada 10 espécies biológicas, 9 situam-se em ambiente 
terrestre. Os pesquisadores dizem que o estudo é relativamente recente, 
uma vez que há 400 milhões de anos, no período Devoniano, a predomi-
nância era de espécies marinhas. 
Veja mais no site: http://scienceblogs.com.br
3.2.1 A Vida Nas Águas Continentais
Figura 3.10 - Rio Xingu
Fonte: http://www.pesca.tur.br
As águas existentes nos continentes, rios, lagos e pântanos são denomina-
das águas continentais. Elas representam menos que 3% da massa de água 
existente no planeta. A temperatura das águas continentais varia mais que 
a água dos mares; a composição das águas continentais depende do tipo 
de solo que as suporta. O teor de salinidade é baixo e a penetração de luz 
é pequena.
Rios, lagos e pântanos diferem entre si pela movimentação das águas. Nos 
rios, as águas estão em constante mistura por causa das correntezas. Nos 
lagos e pântanos, elas estão praticamente paradas. Considerando esse con-
junto, pode-se afirmar que esses ecossistemas abrigam uma considerável 
diversidade de vida, que inclui algas e outros tipos de plantas, peixes, anfí-
bios, répteis, moluscos, anelídeos e outros animais.
Em geral, os ecossistemas de água parada produzem - através dos organis-
mos fotossintetizantes que abrigam - o alimento necessário para a sua 
manutenção. Os ecossistemas de água corrente, por sua vez, são relativa-
mente pobres em fitoplâncton. Assim, uma parte da matéria orgânica ne-
cessária para a sobrevivência dos animais que neles existem é importada dos 
ecossistemas terrestres vizinhos.
Infelizmente, os ecossistemas aquáticos são vítimas constantes de inúme-
ros resíduos originados pelos diversos tipos de atividade humana. Recebem 
diariamente toneladas de lixo e de esgoto doméstico, agrotóxicos, metais 
pesados, detergentes, etc. Alguns dos nossos rios, como o Tietê, estão en-
quadrados entre os mais dramáticos exemplos de poluição aquática no pla-
neta (Portal Brasil, 2010).
Ecossistemas - conjunto dos 
relacionamentos mútuos entre 
determinado meio ambiente e a 
flora, fauna e os microrganismos 
que nele habitam, e que 
incluem os fatores de equilíbrio 
geológico, atmosférico, 
meteorológico e biológico; 
biogeocenose.
Fotossintetizantes – que 
realiza fotossíntese.
Figura 3.11 - Protesto poluição do Rio Tietê – SP – 
Carlos Camacho
Fonte: http://img.estadao.com.br
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 342
e-Tec Brasil343Aula 3 - Diversidade: águas interiores versus ambientes costeiros
3.2.2 Mangues, berçários da natureza
Os mangues são ambientes típicos dos litorais tropicais; considerados ver-
dadeiros pontos de ligação entre o ambiente marinho, o de água doce e o 
terrestre.
Situam-se na região denominada entremarés, que se localiza entre o ponto 
mais alto da maré alta e o ponto mais baixo da maré baixa. Nessa região 
ocorre uma intensa deposição de detritos e sedimentos que misturados à 
água doce e salgada, juntam-se à argila, formando um solo lamacento.
Figura 3.12 - Mangues
Fonte: http://www.jardimdasideias.com.br
Figura 3.13 – Solo de Mangue
Fonte: http://img.socioambiental.org
O solo dos mangues é pantanoso, movediço, possui pouco oxigênio e alta 
salinidade; abriga, então, plantas halófitas (que se desenvolvem em terrenos 
salgados), como o mangue-vermelho, com raízes-escoras ou suportes, que 
promovem uma eficiente fixação da planta no solo. Outra planta típica dos 
mangues é a Avicenia tomentosa, planta arbórea que possui raízes respira-
tórias. Partindo da raiz principal da planta e crescendo para cima, essas raízes 
emergem do solo e coletam o oxigênio atmosférico, compensando o baixo 
teor de oxigênio do solo.
Arbórea – relativo ou 
semelhante a árvore.
A fauna dos manguezais inclui animais como peixes, crustáceos, moluscos, 
aves diversas, dentre outros. 
Você já sentiu o cheiro que se desprende de um mangue, 
aquele cheiro desagradável de ovo podre?
Ele é produzido pelo gás sulfídrico, que resulta da ação de bactérias na 
decomposição de restos de animais e vegetais mortos, trazidos pelos rios e 
pelo mar. Essa ação decompositora das bactérias torna os manguesricos em 
nutrientes. Ali muitas espécies de peixes, crustáceos e aves aquáticas vêm 
para abrigar e reproduzir. Além da alimentação em abundância, os filho-
tes encontram proteção contra predadores entre as raízes das plantas e nas 
águas escuras. Por isso os mangues são considerados berçários da natureza 
(Portal Brasil, 2010). 
Atividade de Aprendizagem
1. Pesquise sobre a Convenção da Diversidade Biológica.
2. Faça uma lista com o nome de todos os organismos aquáticos que você 
conhece. E depois os separe conforme o ambiente em que ocorrem: mari-
nho ou água doce.
Resumo
•	 A diversidade de um ambiente pode variar devido à influência de diversos 
fatores;
•	 No ambiente marinho, a salinidade, a temperatura e a luminosidade afe-
tam diretamente na distribuição da vida;
•	 As águas continentais representam menos que 3% da massa de água 
existente no planeta, cuja temperatura varia mais que a da água dos 
mares e cuja composição depende do tipo de solo que as suporta.
Gás sulfídrico - gás incolor, 
mais pesado que o ar, forma 
mistura explosiva com o ar, 
altamente tóxico, posui cheiro de 
ovo podre.
Você sabia...
Que a América do Sul conta com 
a maior diversidade de peixes 
de água doce do mundo? Só 
o Brasil possui mais de 3 mil 
espécies catalogadas e outras 
continuam a ser cadastradas. 
Você pode saber mais acessando 
o site: http://www.papociencia.
ufsc.br
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 344
e-Tec Brasil345Aula 4 - Recursos pesqueiros
 Aula 4 - Recursos pesqueiros
Nas aulas anteriores, vimos como a biodiversidade é importante 
para o funcionamento da grande máquina que é o nosso planeta. 
E a partir de hoje, vamos entender um pouco mais sobre o que é 
um recurso pesqueiro, e quais são os grupos de organismos mais 
utilizados comercialmente em nosso país. 
E ao final dessa aula, esperamos que você compreenda e identifi-
que os principais recursos pesqueiros da sua região. Então vamos 
começar!
4.1 Propriedade dos recursos pesqueiros
Os recursos pesqueiros no Brasil são propriedades do Estado, o qual, no en-
tanto, não pode dispor dos mesmos como bem entender, já que, sendo par-
te dos recursos ambientais, os mesmos também pertencem à coletividade. 
Esta, por sua vez, tem a responsabilidade de protegê-los para as gerações 
presentes e futuras. Cabe ao Poder Público, entretanto, a tarefa de estabe-
lecer os princípios sobre os quais se atingirá o objetivo de uso sustentável 
destes mesmos recursos.
4.1.1 Recurso pesqueiro
Para você, o que é um recurso pesqueiro? 
Recurso pesqueiro, ao contrário do que alguns podem pensar, não são ape-
nas os recursos que podemos pescar.
Segundo o Art. 2º Lei nº 11.958, de 26 de junho de 2009 (Nova Lei da Pes-
ca) recursos pesqueiros são: os animais e os vegetais aquáticos passíveis de 
exploração, estudo ou pesquisa pela pesca amadora, de subsistência, cientí-
fica, comercial e pela aquicultura. 
Os recursos pesqueiros diferem dos demais recursos oferecidos pela nature-
za, em três aspectos principais. O primeiro refere-se ao fato de se encontra-
rem no meio aquático. O segundo é o regime de propriedade e de acesso 
desse tipo de recurso. E o terceiro diz respeito aos efeitos da pesca sobre os 
mesmos e os possíveis resultados obtidos (Dias-Neto, 2002).
De acordo com o Relatório da Comissão Mundial Independente sobre os 
Sustentável - capacidade 
de se manter mais ou menos 
constante, ou estável, por 
longo período.
Aquicultura – arte de criar e 
multiplicar animais e plantas 
aquáticas.
Oceanos – CMIO (1999), o ambiente marinho encontra-se em condições 
alarmantes:
“Os oceanos têm sido tradicionalmente considerados como fonte se-
gura de riqueza, oportunidade e abundância. A vastidão do espaço 
oceânico que tanto alimentou nossa inspiração e curiosidade arrastou 
consigo a sugestão de que existiria pouco ou nenhum limite ao seu 
uso e abuso. Nosso crescente conhecimento dos oceanos mudou pro-
fundamente essa percepção. Conduziu a um reconhecimento cada vez 
maior não só da importância dos oceanos para o progresso social e 
econômico como também de sua vulnerabilidade. Sabemos hoje que 
a abundância dá lugar à escassez – em alguns casos a um ritmo alar-
mante e a conflitos originados pela utilização desregrada dos mares”.
O mesmo pode se estender para os ambientes de água doce, já que os re-
cursos dos dois ambientes não são infinitos.
Uma conclusão importante é que as características biológicas devem cons-
tituir a base fundamental para a conservação e gestão dos recursos pes-
queiros. Porém não significa que se os efeitos sociais ou econômicos, ou 
quaisquer outros, na gestão pesqueira sejam menosprezados.
As principais espécies exploradas pelas pescas no mundo pertencem aos grupos 
dos peixes, dos crustáceos e dos moluscos. No entanto, são também culti-
vados e capturados pelo homem várias espécies de crocodilos, batráquios 
(principalmente rãs), mamíferos marinhos (principalmente baleias) e algas.
4.1.2 Recursos pesqueiros da costa brasileira
Batráquios - relativo a rãs 
ou sapos, ou que tem seus 
características.
Figura 4.1 - Sardinha
Fonte: http://www.guiadapesca.com.br
O mar representa importante fonte de alimento, emprego, energia e divisas 
para as nações com aberturas ao mar. Sendo assim, as questões relaciona-
das aos oceanos assumem importância fundamental para o povo brasileiro. 
Nos vários ambientes da costa brasileira povoa uma grande diversidade de 
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 346
e-Tec Brasil347Aula 4 - Recursos pesqueiros
Biotecnológico - aplicação de 
processos biológicos à produção 
de materiais e substâncias 
para uso industrial, medicinal, 
farmacêutico, etc.
Figura 4.2 - Plataforma de exploração de petróleo
Fonte: http://www.naval.com.br
organismos marinhos representando importantes recursos econômicos e na-
turais. 
Muitos destes recursos são ainda desconhecidos e podem representar re-
servas econômicas de grande importância na economia futura do Brasil. 
Estrategicamente, o mar brasileiro é uma opção de desenvolvimento socio-
econômico para o país nos próximos anos. Por esta razão, os orgãos gover-
namentais responsáveis desenvolveram planos setoriais específicos para os 
assuntos do mar brasileiro. 
A grande riqueza genética dos ecossistemas marinhos brasileiros representa 
imenso potencial pesqueiro, biotecnológico, mineral e energético. Estes 
recursos devem ser considerados patrimônio natural e econômico do nosso 
país, e não devem ser desperdiçados através da degradação ambiental e 
exploração excessiva a ponto de comprometer a sustentabilidade a médio e 
longo prazo. 
Cerca de 70% da superfície da terra é coberta pelo mar. Vários grupos ani-
mais são predominantemente ou exclusivamente marinhos. Portanto, o po-
tencial genético marinho é inestimável e ainda inexplorado. A cada ano, as 
empresas de biotecnologia descobrem vários elementos com potencial de 
uso industrial provenientes de organismos marinhos. Estes elementos po-
dem ser utilizados na fabricação de tintas, filmes fotográficos, antibióticos, 
cervejas, xampus, moldes dentários, na lavoura e na ração animal, entre 
muitos outros. Além disso, a exploração de petróleo e de recursos minerais, 
a construção naval e a portuária, a pesca em áreas oceânicas, a maricultura 
e os serviços associados são importantes atividades geradoras de emprego, 
de serviços, de tecnologia e de produtos relevantes à economia nacional.
Assista a Coleção Blue Planet - 
Planeta Água (BBC)
Sabemos mais sobre a superfície 
da Lua do que sobre as profun-
dezasdos oceanos, mesmo que 
eles representem 2/3 do nosso 
planeta. Indo do familiar ao des-
conhecido, Blue Planet mostra o 
mar e as comunidades das mais 
encantadoras às mais aterrori-
zantes que ele abriga: relatando 
mistérios das profundezas, 
populações costeiras, mamíferos 
marinhos, influências da maré e 
do clima e todo sistema biológi-
co que rege os oceanos.
Atualmente, a produção apresenta a seguinte composição de acordo com o 
CEPENE/IBAMA.
•	 Pesca marítima: 432.599 toneladas
•	 Pesca interior: 174.190 toneladas
•	 Cultivos: 103.914,5 toneladas
Na pesca marítima, 55,7% vêm da produção industrial que historicamente 
recebeu o maior aporte de recursos e apoio, e 44,3% vêm das capturas 
artesanais.
A parcela oriunda dos cultivos compõe-se de 15.349 toneladas de origem 
estuarina e marítima, e 88.565,5 de águas doces. A produção total decres-
ceu em relação a 1997 devido ao desempenho da pesca extrativa marítima. 
Esta queda tem se revelado persistente e, segundo os melhores diagnósticos, 
é atribuída, entre outros fatores, à pesca dos principais recursos e à baixa 
produtividade natural do mar que banha o Brasil (Ministério da Educação, 2000).
Atividade de aprendizagem
1. Em sua opinião o que é um recurso pesqueiro?
2. Faça uma pesquisa sobre a sustentabilidade dos recursos pesqueiros.
Resumo
•	 Recursos pesqueiros são os animais e os vegetais hidróbios passíveis de 
exploração, estudo ou pesquisa pela pesca amadora, de subsistência, 
científica, comercial e pela aquicultura;
•	 As características biológicas devem constituir a base fundamental para a 
conservação e gestão dos recursos pesqueiros;
•	 As principais espécies exploradas pelas pescas no mundo pertencem aos 
grupos dos peixes, dos crustáceos e dos moluscos.
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 348
e-Tec Brasil349Aula 5 - Peixes
 Aula 5 - Peixes
Anteriormente, vimos como a diversidade de organismos aquáti-
cos é ampla e varia de acordo com cada ambiente terrestre (água 
doce) ou marinho (água salgada). A partir de hoje cada um desses 
organismos, que compõem os recursos pesqueiros mais comercia-
lizados, serão apresentados de forma sucinta a você, pois a diversi-
dade de organismos aquáticos é tão grande que não caberia numa 
única aula. Ao final desses capítulos, esperamos que você reconhe-
ça as principais espécies pescadas e comercializadas na sua região 
e em outras regiões do país, bem como acrescente - a esse material 
- outras espécies não citadas aqui, mas que também tenham gran-
de importância como recurso pesqueiro. Vamos começar!
A palavra peixe é usada por vezes para nomear vários animais aquáticos. 
Mas, a maior parte dos organismos aquáticos muitas vezes designados por 
peixe, incluindo as água-vivas, os moluscos e crustáceos e mesmo mamíferos 
muito parecidos com os peixes como os golfinhos e baleias, na verdade não 
são peixes.
5.1 Peixe
O que é um peixe?
Quais as características que fazem um animal ser classifi-
cado como um peixe?
Os peixes são animais vertebrados, aquáticos, tipicamente ectotérmicos, 
que na maioria das vezes possuem o corpo fusiforme (alongado e com as 
extremidades mais estreitas que o centro), os membros transformados em 
barbatanas ou nadadeiras (ausentes em alguns grupos) sustentadas por 
raios ósseos ou cartilaginosos, as guelras ou brânquias com que respiram o 
oxigênio dissolvido na água e, na sua maior parte, o corpo coberto de esca-
mas. Possuem a pele rica em pigmentos e células especiais que permitem a 
mudança brusca de cor, em alguns casos se confundindo com o meio am-
biente, funcionando até mesmo como mecanismo de defesa (Nelson, 2006).
Ectotérmico - designação de 
seres vivos; animais cuja fonte 
de calor corporal provém funda-
mentalmente do meio exterior.
Para refletir...
Qual peixe você conhece que não tem o corpo fusiforme?
Existem aproximandamente 29.000 espécies de peixes conhecidas.
E podem ser divididos em:
• Peixes ósseos - (Osteichthyes, com mais 22.000 espécies). Por exemplo, 
sardinhas, garoupas, bacalhau, atum e, em geral, todos os peixes com o 
esqueleto ósseo; 
Figura 5.1 - Bacalhau
Fonte: http://iguinho.ig.com.br
Figura 5.2 - Tubarão baleia
Fonte: http://www.contosdemochila.com
• Peixes cartilaginosos - (Chondrichthyes, mais de 800 espécies) à qual 
pertencem os tubarões e as raias; e vários grupos de peixes sem maxilas 
(antigamente classificados como Agnatha ou Cyclostomata, com cerca de 80 
espécies), incluindo as lampreias e as mixinas.
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 350
e-Tec Brasil351Aula 5 - Peixes
Figura 5.3 - Raiva Viola
Fonte:http://www.nautica.com.br
Figura 5.4 - Mixina ou peixe bruxa
Fonte: http://static.infoescola.com
Os peixes estão em praticamente todos os ambientes aquáticos, tanto em 
água doce quanto em água salgada, desde a água da praia até às grandes 
profundezas dos oceanos. Possuem importância fundamental para a huma-
nidade, e desde os tempos mais remotos foram pescados para alimentação. 
Hoje em dia muitas espécies de peixes são criadas em condições artificiais 
(aquicultura), não só para alimentação humana, mas também para outros 
fins, como os aquários (Nelson, 2006).
Você sabia...
Que os peixes não dormem? Eles apenas alternam estados de vigília e repou-
so. O período de repouso consiste na verdade em um aparente estado de 
imobilidade, em que os peixes mantêm o equilíbrio por meio de movimentos 
bem lentos.
Alguns peixes ingerem água para recuperar a água perdida pelas brânquias, 
por osmose e pela urina. Eles retiram oxigênio da água para respirar. Uma 
enguia, por exemplo, toma o equivalente a uma colher de sopa de água por 
dia. Os peixes também retiram uma certa quantidade de água dos alimentos. 
Por viverem em meio líquido, não precisam beber água para hidratar a pele, 
como fazem os animais terrestres.
Os peixes urinam, mas nem todos urinam da mesma maneira. Os peixes de 
água doce precisam eliminar o excesso de água que se acumula em seus 
corpos. Seus rins produzem muita urina para evitar que os tecidos fiquem 
saturados. Comparados aos peixes de água doce, os de água salgada, que já 
perdem água por osmose, produzem muito menos urina.
Osmose é o processo no qual 
dois líquidos diferentes separa-
dos por paredes que possuam 
alguma porosidade, a atraves-
sam e se misturam.
Conheça um peixe detalhadamente:
- Por fora:
Figura 5.5 – Peixe por fora
Fonte:http://www.chegadadopescador.com.br
Figura 5.6 – Peixe por dentro
Fonte:http://www.bio-peixe.com
- Por dentro:
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 352
e-Tec Brasil353Aula 5 - Peixes
Atividade de Aprendizagem
1. Quais características fazem um organismo ser classificado como um peixe?
2. Preencha as lacunas dando nome aos orgãos internos e externos do peixe
Resumo
•	 Existem aproximandamente 29.000 espécies de peixes conhecidas;
•	 Os peixes estão em praticamente todos os ambientes aquáticos, tanto 
em água doce quanto em água salgada;
•	 São organismos de grande importância para os seres humanos.
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 354
e-Tec Brasil355Aula 6 - Peixes Marinhos – Parte 1
 Aula 6 - Peixes marinhos – Parte 1
Na aula anterior, aprendemos que os peixes são divididos de acor-
do com a estrutura corporal e esquelética (peixes ósseos e carti-
laginosos). Hoje vamos conhecer os nomes e os hábitos dos prin-
cipais peixes marinhos comercializados na costa brasileira. E ao 
final dessa aula, esperamos ter acrescentado um pouco mais deconhecimento a respeito da fauna de peixes marinhos costeiros e 
oceânicos. Boa aula!
Em nossos oceanos inúmeros são os recursos pesqueiros. Infelizmente não 
poderemos apresentar todas as espécies, pois este curso tem curta duração. 
Então nos aprofundaremos apenas nos recursos que possuem uma maior 
importância comercial. Segue abaixo a lista de algumas das espécies de pei-
xes marinhos explorados na costa brasileira.
Iremos aprender utilizando o material encontrado no site: www.pescabrasil.
com.br. 
Albacora Bandolim, Bati, Patudo (Thunnus obesus)
Espécie cosmopolita. No Brasil, ocorre em toda a costa da superfície até pro-
fundidades superiores a 250m. Alimenta-se de peixes e cefalópodes. Pode 
atingir 235cm e pesar até 600kg. Ainda que as capturas brasileiras sejam 
insignificantes, esta espécie pode ser de grande importância para a pesca 
do país.
Albacora de Lage, Atum Amarelo (Thunnus albacares)
Abundante nas águas tropicais e subtropicais. Ocorre no Brasil desde o Norte 
até o extremo Sul com maior importância atualmente para o Sudeste. Pode 
atingir 190cm de comprimento. Espécie facilmente identificável por suas ale-
tas amarelas desmesuradamente grandes.
Agulhão Vela, Agulhão Bandeira, Bicudo, Guebaçu (Istiophorus albicans)
Habita águas tropicais e temperadas do Atlântico. É espécie epipelágica e 
oceânica. Usualmente encontrada nas camadas superficiais das águas quen-
tes acima da termoclina, porém com capacidade de descer a águas pro-
fundas. Às vezes migram nas águas próximas à costa. Ocasionalmente for-
mam pequenos cardumes (de 3 a 30 indivíduos) para buscar alimento. São 
grandes migradores. Atingem tamanhos de até 3,15m. Muito apreciados na 
pesca esportiva.
Atum, Atum Verdadeiro, Atum Azul (Thunnus tynnus)
Amplamente distribuído no Atlântico, com exceção da parte mais ao sul. É 
peixe de porte avantajado, atingindo 1metro nos primeiros 3 anos, poden-
do chegar a idade superiores aos 10 anos, com até 4metros de tamanho e 
com peso próximo dos 800kg. Não deve ser de grande importância para as 
pescarias no Brasil em função da quantidade de cardumes. No entanto, não 
podem ser desprezados já que o valor deles no mercado é atrativo.
Badejo, Abadejo, Badejo Ferro, Badejo Branco, Badejo Mira, Serigado 
(Mycteroperca spp)
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 356
e-Tec Brasil357Aula 6 - Peixes Marinhos – Parte 1
São diversas espécies que ocorrem desde o extremo Norte até o litoral do 
Rio Grande do Sul. Tem grande importância na economia pesqueira nacio-
nal mais pelo sabor e valor de sua carne do que pelo volume de capturas. É 
também muito apreciado na pesca esportiva.
Bonito de Barriga Listada, Bonito Listado, Gaiado (Katsuwonus pellani)
Vive em todos os mares quentes e temperados. Aproxima-se pouco da costa, 
o que costuma ocorrer no verão. Essencialmente migratório, forma grandes 
cardumes superficiais em águas profundas. Atinge no máximo 1m de com-
primento e pesa 15 quilos. É espécie de grande importância para a economia 
pesqueira mundial.
Bonito Pintado (Euthynnus alletteratus)
Ocorre nos oceanos Atlântico e Mediterrâneo. No Brasil, ocorre em toda 
a extensão da costa. É espécie menos migratória que os demais tunídeos. 
Abundante no Nordeste nos primeiros meses do ano. Inclusive quando se 
acerca à costa é capturado por jangadas e pequenos barcos. Distingue-se 
facilmente pelas pintas (de 2 a 12) agrupadas nas laterais entre as nadadeiras 
peitoral e lateral.
Cavala, Cavala Verdadeira (Scomberomorus cavalla)
Ocorre no Atlântico ocidental desde o golfo de Maine (USA). No Brasil, ocor-
re desde o extremo Norte até Ubatuba-SP. Cresce em média até os 120cm. 
Havendo registros de exemplares com 150cm. A primeira desova ocorre aos 
4 anos (Gesteira-1976) com 63cm. bAparece nos meses de outubro a março 
no Nordeste.
Cavalinha (Scomber japonicus)
Peixe pelágico que frequentemente se aproxima de zonas costeiras. Maior 
ocorrência no Sudeste/Sul, ainda que possa ocorrer em outras regiões. É es-
pécie importante para a pesca brasileira como substituta da sardinha.
Cherne, Xerne, Serigado-Tapoã, Cherna, Cherna Preto, Cherne Pinta-
do (Epinephelus niveatus)
Faz parte dos chamados peixes nobres juntamente com a garoupa com 
quem pode ser confundido ou possuir sinonímia em algumas localidades. 
Ocorre com maior frequência no Sul do país até a Bahia, sendo também cap-
turado no Nordeste em menor quantidade até por que não é espécie-alvo 
das pescarias naquela região. 
Corvina (Micropogonias furnieri)
Várias espécies são chamadas de corvina ao longo do litoral brasileiro. Peixe 
de escamas com corpo alto, ligeiramente comprimido, com o ventre acha-
tado. Boca voltada para baixo. Pré-opérculo fortemente serrilhado. Colora-
ção prata clara. Possui pequenos barbilhões na mandíbula. Alcança cerca de 
80cm de comprimento total e pesa 6kg. Tem grande importância na econo-
mia pesqueira das várias regiões brasileiras. Pode viver por 40 anos. Formam 
cardumes não muito numerosos, principalmente nas regiões Sudeste.
Dourado, Macaco, Dourado do Mar, Dalfinho (Coryphaenahippurus)
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 358
e-Tec Brasil359Aula 6 - Peixes Marinhos – Parte 1
É presença comum nos cardumes de tunídeos capturados nas regiões Sudes-
te e Sul. Pelágico voraz, tem abundância relativa, pode ser também encon-
trado perseguindo cardumes de sardinhas e outros peixes de pequeno porte. 
O mercado é bom.
Merluza (Merluccius spp)
Da mesma família do bacalhau, a merluza é espécie importante para as pes-
carias do Uruguai e Argentina. No Brasil, o Rio Grande do Sul desembar-
ca merluza em Rio Grande, onde a indústria também importa quantidades 
significativas deste pescado para processamento. Começaram, a partir de 
1990, os primeiros registros de desembarque de merluza em Itajaí, Santa 
Catarina. É espécie que se captura nas águas do sul, podendo subir em de-
terminados anos até Cabo Frio na corrente das Malvinas. 
Pargo (Lutjanus purpureos)
Frequenta desde o extremo Norte até o Espírito Santo. É em geral capturado 
e vendido juntamente com as siobas ou ciobas (lutjanus analis), de quem são 
difíceis de diferenciar. O pargo já foi de grande importância para a pesca e 
exportação do Nordeste -onde ocorre em maior quantidade- perdendo esta 
condição em função da falta de adaptação ao mercado que exige hoje peixe 
fresco em substituição ao filé congelado de outrora. Já teve problemas com 
os estoques. Hoje as capturas são baixas.
Pescada, Pescada Branca, Pescada Amarela, Pescada Cambuci, Maria 
Mole, Pescada Bicuda, Coroma (Cynoscion spp.)
Fazem parte do Gênero Cynoscion, mais de vinte espécies de importância 
econômica desde o norte até o sul do país. As mais apreciadas são a branca 
(C. leiarchus) e amarela (C. acoupa). Alimentam-se de camarões e pequenos 
peixes. Têm valores diferenciados nas várias regiões. No estado do Mara-
nhão são as espécies mais valiosas.
Resumo
•	 Inúmeros são os recursos pesqueiros, porém no nosso curso apresen-
taremos algumas das espécies de peixes marinhos explorados na costa 
brasileira.
•	 São eles: albacora, agulhão, atum, badejo, bonito, cavala, cavalinha, 
cherne, corvina, dourado, merluza, pargo e pescada.
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 360
e-Tec Brasil361Aula 7 - Peixes Marinhos – Parte 2
 Aula 7 - Peixes marinhos – Parte 2
Já que os peixes são os recursos marinhos mais explorados mun-
dialmente, na aula de hoje continuaremos o nosso conhecimento 
a respeito das espécies de peixes marinhas mais exploradas na cos-ta brasileira.
E ao concluirmos esta aula, você deverá saber o nome, os hábitos 
de vida e os locais onde as principais espécies de água salgada são 
capturadas. 
Vale lembrar que estamos utilizando o material retirado do site: www.
pescabrasil.com.br. E hoje também com informações retiradas do site: 
www.vivaterra.org.br. 
Sardinha, Sardinha Verdadeira (Sardinella brasiliensis)
É importante para a economia pesqueira das regiões Sudeste e Sul onde se 
localiza a totalidade da indústria conserveira deste pequeno pelágico. Seus 
estoques têm diminuído e a tecnologia de captura empregada na maioria 
dos casos é ultrapassada.
Trilha, Salmonete, Salmonete de Coroa, Salmonete do Alto (Mullus 
spp)
Peixe com carne de alta qualidade, é bastante valorizado na Europa. Não 
possui grandes cardumes, mas ocorre com boa frequência nas regiões Su-
deste e Sul. Ainda que raramente apareça nas estatísticas de pesca, ocorre 
também no Nordeste em 2 espécies. Uma com barbielas compridas - de alto, 
e outra com barbielas curtas ou sem elas - de coroa. O maior problema de 
sua pescaria é a conservação já que é muito sensível ao manuseio, perdendo 
escamas e se deteriorando com facilidade.
Tubarão, Cação, Anequim, Anjo, Azul, Bico-doce, Bico de cristal, Ca-
beça chata, Cambeva, Frango, Focinhudo, Galha preta, Galhudo, Ma-
lhado, Mangona, Martelo, Moro, Mole-mole, Roliço, Serra garoupa, 
Tintureiro. (Mustelus spp, Galeorhinus spp, Squalus spp, Carcharhinus spp, 
Eugomphodus spp, Sphyrna spp, Ophioscion spp., e outras.)
São muitas espécies e ocorrem em todo o litoral brasileiro. Com o nome 
cação, em geral se identificam os tubarões jovens. Os complementos são 
normalmente regionais. Tem grande importância econômica e já que além 
da carne e barbatanas, fornece pele, óleo e cartilagens, com largo emprego 
na indústria química. Suas capturas não têm permitido seu total aproveita-
mento em virtude da baixa tecnologia de captura que desperdiça a maior 
parte do animal. Apesar de ser um dos mais antigos peixes, seu equilíbrio é 
delicado face a sua natureza voraz e baixa reprodução.
Espadarte Meca, Agulhão, Agulhão Branco, Bicuda (Xiphias gladius)
Frequenta águas tropicais, temperadas e algumas vezes frias de todos os 
oceanos, ainda que primariamente seja espécie de águas quentes. Possui 
alta tolerância às variações térmicas (de 5° a 27°C), são encontrados até 
650m de profundidade. Pode chegar a 4,45m e pesar mais de 500 quilos.
Enchova, Anchova, Marisqueira (Pomatomus saltator)
Ocorre em todo o litoral brasileiro. Sua captura é mais importante e notada 
a partir do Rio de Janeiro até o Rio G.rande do Sul. Voraz predador de sardi-
nhas e mariscos. Pode chegar a 1metro de comprimento e 10 kg. de peso. 
Tainha, Curimã (Mugil spp.)
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e-Tec Brasil 362
e-Tec Brasil363Aula 7 - Peixes Marinhos – Parte 2
Peixe de escamas com corpo alongado e cilíndrico. Cabeça um pouco de-
primida e boca pequena. As escamas são grandes. Nadadeira em forma de 
forquilha. A coloração é prata azulada nos flancos, sendo o dorso mais es-
curo. Chega a pesar 10 kg e medir 1 metro de comprimento. É peixe de 
grande importância econômica. Ocorre desde o Maranhão até o R.G. do 
Sul. No Nordeste leva o nome de curimã. Sua pescaria é muito importante 
na região Sul, em especial no Estado de Santa Catarina, onde é capturada a 
ovada. Ainda que se tenha limitado esta captura com o objetivo de proteger 
a espécie, a natureza já se encarrega disso uma vez que cada fêmea desova 
em torno de 3 milhões de ovos. 
Peixe Sapo (Lophius gastrophysus)
Peixe de coloração pardacenta a marrom, com cabeça grande, corpo le-
vemente achatado e boca muito grande As fêmeas atingem até 1 metro 
de comprimento. Os machos raramente atingem tamanhos superiores a 55 
centrímetros. Sua carne é considerada muito boa. Espécie bentônica de altas 
profundidades (120 a 700 m). Ocorre em todo o litoral brasileiro. Tem pouca 
mobilidade, em geral “rastejando” ou permanecendo longo período mime-
tizado sobre o fundo. Atrai suas presas por uma falsa isca (modificação da 
nadadeira dorsal) próxima à boca sendo por este motivo também conhecido 
como peixe-pescador. Descoberto pelo mercado internacional na década de 
90, é atualmente uma das pescarias mais valiosas do Brasil. É capturado no 
Sudeste e Sul do Brasil em pescarias de fundo. Por isso vem sofrendo com a 
pesca predatória. 
Peixe Galo (Selene vomer)
Peixe de escamas que chama bastante atenção pelo formato único de seu 
corpo, extremamente achatado, lembrando uma folha de papel. Corpo mui-
to alto e comprimido, com nadadeiras pélvicas pequenas. Alcança 40cm de 
comprimento total e pesa cerca de 1 kg. A carne é de boa qualidade, mas 
não é comum nos mercados. Espécie de superfície que frequenta estuários. 
Pode ser encontrado de passagem, em costões e próximo a piers e a outras 
estruturas. Forma grandes cardumes. A pesca predatória, a destruição do 
habitat e a poluição são as principais ameaças para essa espécie.
Espada (Trichiurus lepturus)
Peixe de escamas com corpo alongado e fino, boca grande e pontuda, com 
dentes caninos. Olhos grandes, nadadeira dorsal muito longa. Coloração é 
uniforme, prateada com reflexos azulados. Podem atingir 2m de compri-
mento e peso superior a 3 kg. Pode ser encontrado em regiões costeiras; é 
peixe de superfície, ocorre em praticamente todo o litoral brasileiro. Costu-
mam nadar em grandes cardumes. Alimentam-se de moluscos, crustáceos 
e peixes.
Linguado (Paralichthys sp.)
Tem uma anatomia muito curiosa. Com o passar de muitos anos, ao longo 
de seu processo evolutivo, um de seus olhos migrou para o outro lado do 
corpo. Possui o corpo bastante achatado, elíptico, com raios centrais da cau-
dal maiores. Atinge até 1 metro de comprimento e 12 kg de peso. Sua carne 
atinge altos preços no mercado, uma vez que é considerada uma das mais 
finas. Frequenta as zonas de maré em profundidades de até 40 metros, mui-
to comuns em baías, praias e próximo a ilhas, sobre fundos de areia ou lodo. 
Possui hábitos bentônicos, vive permanentemente deitado, semienterrado 
em fundos de areia, e se vale de seu disfarce e esconderijo para capturar 
pequenos peixes e crustáceos. É capaz de alterar totalmente sua coloração, 
confundindo-se com o substrato de maneira impressionante e rapidíssima. A 
época da reprodução varia. Os ovos são pelágicos e flutuantes, as larvas são 
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e-Tec Brasil 364
e-Tec Brasil365Aula 7 - Peixes Marinhos – Parte 2
como as dos outros peixes, isto é, com orientação vertical e um olho de cada 
lado da cabeça. Com o crescimento, o crânio entorta e um olho migra para 
perto do outro, ao mesmo tempo em que o peixe vai abandonando o nado 
normal para passar a se orientar em termos horizontais e a viver em contato 
normal com o substrato. 
Além das espécies que conhecemos melhor na aula de hoje, outras espécies 
também tem interesse econômico no nosso país. Vamos ver os nomes vulgar 
e científico de algumas dessas outras espécies.
Nome vulgar
Batata
Cabrinha
Castanha
Goete
Palombeta
Peixe-porco
Pescada-foguete
Pescada-olhuda 
Sardinha-lage
Xixarro
Nome científico
Lopholatilus villari
Pagrus pagrus
Umbrina canosai
Cynoscion jamaicensis
Chloroscombrus chrysusrus
Balistes capriscus
Macrodon ancylodon
Cynoscion guatucupa
Opisthonema oglinum
Trachurus lathami
Atividade de Aprendizagem
1. Com base na aula anterior e na aula de hoje, quais são as outras espécies 
de peixes marinhos que você conhece?
Resumo
•	 Na aula de hoje continuamos nosso papo sobre as espéciesde peixes 
marinhos.
•	 Aprendemos um pouco mais sobre: espadarte, enchova, tainha, peixe 
sapo, peixe galo, espada, linguado, sardinha, trilha, tubarão.
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e-Tec Brasil 366
e-Tec Brasil367Aula 8 - Peixes de água doce
 Aula 8 - Peixes de água doce
O Brasil, por possuir a maior rede hidrográfica do mundo, detém 
também o título de país campeão em riqueza de espécies de peixes 
de água doce.
Nessa aula, conheceremos um pouco mais sobre as espécies de 
peixes de água doce de interesse econômico. Conheceremos suas 
principais características, seus hábitos e onde são capturadas. 
E ao concluirmos esta aula esperamos que você tenha assimilado 
bem todas as informação passadas e saiba identificar - pelos me-
nos - algumas espécies de água doce, onde são capturadas e se na 
sua região há algum lugar onde elas habitam.
Lembre-se: estamos trabalhando com informações retiradas do site www.
pescabrasil.com.br.
Importante
O nome científico de cada espécie parece mais um palavrão. No entanto, 
é o nome usado pelos cientistas para evitar confusão, e válido para todo o 
mundo. Já o nome popular é usado pelo povo, e por isto é diferente em 
cada país ou mesmo em diferentes regiões de um mesmo país. 
O nome científico geralmente é escrito em latim (língua antiga), de onde 
surgiram outros idiomas, tais como o português, o espanhol e o italiano. 
Como os seres vivos são divididos em níveis, como reino, classe, gênero, o 
primeiro nome se refere ao gênero e o segundo, a espécie.
Latim: Língua falada pelos 
antigos Romanos, habitantes do 
Lácio, que a espalharam pelos 
territórios que chegaram a domi-
nar. (Dela derivam os idiomas 
românicos, entre os quais o 
Português).Mussu, Mussum (Synbrachus marmoratus)
Muito difundido em todas as regiões do Brasil, o mussum tem corpo em for-
ma de enguia que produz grande quantidade de muco tornando-o de difícil 
contenção. É muito resistente a falta de oxigênio, podendo sobreviver longo 
período enterrado na lama. Pode atingir mais de um metro de comprimento; 
alimenta-se basicamente de pequenos peixes e insetos. Tem carne saborosa 
e sem espinhas, sua aparência de serpente, no entanto não o faz alvo de 
grande demanda para culinária. 
Pacu (Colossoma mitrei, Piaractus mesopotamicus)
É espécie muito representativa para a pesca e aquicultura brasileira. Ocorre 
no Pantanal Matogrosense com grande generosidade, chegando a alcançar 
mais de 70cm. de comprimento. É peixe onívoro que se alimenta de frutos e 
folhas além de outros peixes. Sua coloração pode se alterar quanto aos tons 
devido o ambiente. Tem grande relevância na aqüicultura, sendo utilizado 
para criação ou para formação do híbrido tambacu em cruzamento com o 
tambaqui.
Raia, Arraia (Potamotrygon falkneri)
Existem várias espécies de arraias nos rios e lagos brasileiros principalmente 
no Pantanal e na Amazônia. Não é peixe de consumo humano difundido. 
Sua grande importância econômica vem da sua grande exigência em oxigê-
nio, o que o torna um aliado do homem no controle da qualidade da água. 
Alimenta-se de pequenos moluscos peixes e crustáceos. Seu espinho vene-
noso na região superior caudal provoca fortes dores quando penetra a pele 
de outros animais. Tem reprodução vivípara e vive junto ao fundo.
Surubim, Cachara, Surubim-Cachara (Pseudoplastystoma fasciatum)
Espécie do mesmo gênero do pintado. Aparece no Pantanal em áreas de 
ocorrência de vegetação morta e galhadas. Alimenta-se de qualquer espécie 
de outros peixes, não demonstrando preferências, o que lhe vale a reputa-
ção de grande predador. Apresenta rajas verticais ao longo de todo o corpo. 
É das espécies mais procuradas pela pesca esportiva além de possuir carne 
muito apreciada pela culinária de todo o centro-oeste brasileiro.
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e-Tec Brasil 368
e-Tec Brasil369Aula 8 - Peixes de água doce
Piraputanga (Brycon microlepis)
Encontrado principalmente no centro-oeste, a piraputanga é muito apre-
ciada na pesca esportiva por ser arisca e possuir carne de cor salmonada e 
excelente sabor além da beleza de seu corpo prateado e vermelho. Tem regi-
me alimentar onívoro (alimenta-se de animais e vegetais). É peixe de desova 
total ou piracema, que realiza grandes migrações em busca das cabeceiras 
dos rios para a procriação na época das chuvas.
Bagre ou Bico-de-Pato (Sorubin lima)
Bagre com corpo muito alongado, possui lista clara irregular que vai da ca-
beça à nadadeira caudal, o que lhe fortalece o alongamento. Sua cabeça é 
também longa e achatada, de onde vem o nome Bico-de-pato. Alimenta-se 
de peixes e crustáceos e realiza grandes migrações rio acima nos períodos 
de procriação.
Lambari (Astyanax bimaculatus)
Ocorre em todo o país sendo de grande importância para alimentação de 
grandes peixes carnívoros. No Pantanal, quando as águas começam a baixar, 
são capturados em grandes quantidades pelas populações ribeirinhas para 
extração de óleo e farinha de peixe. É peixe de pequeno porte, alcançando 
até 15cm de comprimento total e onívoro, alimenta-se de pequenos crustá-
ceos, frutos e folhas e sementes. Muito utilizado em represas como consor-
ciado com carnívoros na piscicultura extensiva.
Pintado, Moleque, Surubim-Pintado, Cambucu (Pseudoplatystoma 
corruscans)
O pintado é uma das mais importantes espécies de água doce do Brasil, 
quer pela procura exercida por pescadores esportivos, quer pela excelência 
de sua carne e também pelos estudos realizados pela Companhia de Desen-
volvimento do Vale do São Francisco – CODEVASF, que ao dominar o ciclo 
reprodutivo, possibilitou sua utilização na aquicultura e em programas de 
repovoamento de rios. Ocorre em várias bacias brasileiras com maior impor-
tância no Pantanal e na bacia do Rio São Francisco. Pode alcançar mais de 1 
metro de comprimento chegando aos 40kg. de peso. Alimenta-se essencial-
mente de outros peixes e crustáceos.
Dourado (Salminus maxillosus)
Carnívoro voraz, alimenta-se de qualquer espécie de peixe, inclusive de pe-
quenas aves, embora prefira lambaris e sardinhas. Sua distribuição vai das 
bacias do sul e centro-oeste até o São Francisco. É uma das espécies mais 
atraentes para a pesca esportiva pela disposição de luta, beleza e pela exu-
berância de sabor. A CODEVASF (Cia. De Desenvolvimento do Vale do São 
Francisco) fechou o ciclo reprodutivo do dourado. Hoje seus alevinos são 
produzidos em grandes quantidades em vários locais do país, adaptando-se 
bem ao sistema de criação em cativeiro, o que lhe confere grande importân-
cia entre as espécies de água doce pela possibilidade de utilização também 
em pesque-pagues.
Apaiari, Acará-Açu, Rará-Açu, Caraçu (Astronotus ocellatus)
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e-Tec Brasil 370
e-Tec Brasil371Aula 8 - Peixes de água doce
Encontrado principalmente nas bacias Amazônica e do Pantanal é uma es-
pécie de grande beleza pela grande variedade de cores que apresenta. Pos-
sui um ocelo na região caudal, nenhum espécime tem o mesmo desenho. 
Muito apreciado pela pesca esportiva, tem carne saborosa e sua criação em 
cativeiro foi desenvolvida ainda na década de 40 pelo Departamento Na-
cional de Obras Contra as Secas – DNOCS, daí também sua importância 
econômica. Tem reprodução monogâmica até 3 vezes ao ano e são grandes 
protetores da prole. Quando adultos podem atingir mais de 1kg de peso.
Dourado-Cachorro (Acestrorhinchus pantaneiro)
Ocelo: são estruturas pequenas 
e isoladas(parecendo pequenos 
olhos), constituídas de células 
sensoriais, revestidas por células 
pigmentadas,conectadas ao 
nervo óptico. Os ocelos detectam 
a intensidade e direção da luz, 
mas não são capazes de formar 
imagens.
Bacias hidrográficas - 
conjunto de terras que fazem a 
drenagem da água das precipi-
tações para esse curso de água e 
seus afluentes.
Peixe de pequeno porte para os padrões do Pantanal matogrossense, seu 
habitat natural, não ultrapassando 25 centrímetros. Animal ágil de águas 
paradas; alimenta-se de peixes menores e pequenos crustáceos; é apreciado 
pela pesca esportiva por ser feroz quando fisgado.
Cascudo, Bodó, Acarí (Liposarcus spp, Hypostomus spp)
Existem centenas de espécies com ocorrência abundante em toda a Améri-
ca do Sul. No Brasil, muitas espécies dessa família podem ser encontradas 
também em todas as bacias hidrográficas sendo, portanto mais preciso 
identificá-los pelo gênero. Podem ser facilmente reconhecidos por suas ca-
racterísticas incomuns de corpo recoberto de placas ósseas e boca inferior, 
características comuns a todas as espécies. Variam grandemente com relação 
ao tamanho e coloração. Altamente apreciados pela culinária das regiões Sul 
e Sudeste, em especial nos Estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais.
Saiacanga (Acestrorhinchus pantaneiro)
Peixe tipicamente pantaneiro; muito apreciado pela culinária local. Ainda 
que outras espécies de Roeboides ocorram em outras bacias, é no Pantanal 
que tem maior importância econômica. Sua característica marcante são os 
dentes fora da boca com os quais arranca escamas e pedaços de outros pei-
xes. Alimenta-se também de insetos e vegetais e pode alcançar tamanhos 
pouco mais de 20 centrímetros.
Jiripoca, Jerepoca, Jurupoca (Hemisorubim platyrhychos)
Muito apreciado na região do Pantanal Matogrossense, a jiripoca é pescada 
principalmente entre a vegetação aquática que cresce nas margens dos rios 
pantaneiros. Alimenta-se principalmente de outros peixes e não ultrapassa 
em muito os 50cm de comprimento.
Piranha (Pygocentrus nattereri)
A lendária assassina das águas sul-americanas é o mais feroz peixe de água 
doce que conhecemos no Brasil. Não alcançando tamanhos muito além dos 
50cm., vive em cardumes que atacam outros peixes e animais terrestres que 
se aventuram em suas águas com grande agilidade. É pescado em várias re-
giões do Brasil, sendo o Pantanal e a Amazônia seus principais habitats. No 
Ceará, estado do nordeste brasileiro, chegou a ser erradicada dos açudes, 
mas hoje infesta vários dos principais reservatórios do estado. É um peixe 
sensível a rotenona e a falta de oxigênio. Muito apreciado na culinária típica 
do Mato Grosso onde são preparados caldos e sopas com supostos poderes 
afrodisíacos.
Barbado (Pinirampus pinirampu)
Rotenona - substância 
cristalina, com ação inseticida, 
encontrada em alguns vegetais.
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 372
e-Tec Brasil373Aula 8 - Peixes de água doce
Bagre pantaneiro por excelência, onde se reproduz no período das cheias. 
Pode alcançar mais de 80cm e alimenta-se de outros peixes. Tem barbelas 
muito grandes e não possui os raios das nadadeiras endurecidos, o que o 
diferencia de outras espécies de bagres. Ainda que não ocorra em grandes 
quantidades, sua importância está assegurada principalmente por seu porte, 
não sendo desprezado pela pesca esportiva.
Curimatã, Curimatã-Pacu, Curimbatá (Pruchilodus spp.)
Existem mais de 20 espécies de vários tamanhos médios em todas as regiões 
do Brasil, as maiores como a curimatã-pacu (P. marggravii) pode chegar a 
60cm e atingir mais de 8 quilos. Nem todas as espécies têm interesse econô-
mico, mas em geral é um peixe bastante apreciado na culinária pelo sabor 
exuberante, e na pesca esportiva pela dificuldade de captura. Alimenta-se 
de sedimentos orgânicos e vegetais. É peixe de desova total e realiza a pira-
cema, que é a corrida dos peixes em direção às nascentes dos rios na época 
da reprodução.
Mandi, Surubim-Bagre, Bagre, Mandi-Branco, Mandi-Amarelo (Pimelo-
dus maculatus; P. fur; P. blochii)
São várias espécies de bagre de pequeno porte, raramente atinge tamanho 
superior a 40cm, embora possam crescer até mais que 50cm. Os exemplares 
mais comuns giram em torno dos 20cm. Possui ferrões com cerdas invertidas 
nas nadadeiras que provocam muita dor em pescadores inexperientes. São 
belos peixes que emitem roncos ao ser fisgado em anzol, lutando bravamen-
te para não se deixar capturar.
Piau, Piau Verdadeiro, Piauçu, Piavuçu, Piau Branco, Piau Gordura 
(Leporinus spp)
O gênero Leporinus tem ocorrência generosa em várias bacias brasileiras. 
É de grande importância econômica na pesca extrativa, na piscicultura e 
na pesca esportiva. Alimenta-se preferencialmente de produtos de origem 
vegetal, mas não despreza caramujos e pequenos caranguejos. Na pesca 
esportiva, é atraído com cevas de mandioca ou milho. Quando fisgado em 
anzol, proporciona grande resistência. As espécies maiores (L. elongatus e L. 
macrocéphalus) podem atingir tamanhos superiores a 60cm e são espécies 
de desova total ou piracema.
Palmito (Ageneiosus brevifilis)
Bagre de corpo alongado; tem raios das nadadeiras dorsal e anal duros, 
e barbilhão ossificado. A denominação de “palmito” segundo moradores 
do Pantanal, onde ocorre a espécie, advém da sua carne branca e macia. 
Alimenta-se principalmente de peixes menores.
Traíra, Trairão (Hoplias malabaricus)
Carnívoro traiçoeiro que espera a presa imóvel junto ao fundo de lama ou 
em locais de pedras, desferindo um bote rápido e fatal. É muito apreciado 
em Minas e no Nordeste, onde se preparam pratos que excluem totalmente 
suas muitas espinhas. É também utilizado em açudes e represas como con-
trolador de populações de tilápias e piabas. Também se alimenta de cama-
rões. É grande protetora da prole.
Tuvira, Sarapó (Gimnotus carapo)
Espécie de característica muito curiosa. É o “peixe-elétrico” pela capacidade 
de produzir pequenas descargas utilizadas na captura de presas e possui res-
piração aérea, o que aumenta sua capacidade de sobrevivência. Alimenta-
-se principalmente de insetos aquáticos. Atinge tamanhos aproximados de 
80cm de comprimento. Possui importância na pesca esportiva, pois é utili-
Diversidade dos Recursos Pesqueiros, 
Modalidades de Pesca e Inovações Tecnológicas
e-Tec Brasil 374
e-Tec Brasil375Aula 8 - Peixes de água doce
zada como isca para os grandes bagres. Ocorre abundantemente no Panta-
nal Matogrossense, bacia do São Francisco onde é chamada de sarapó no 
centro-oeste.
Você sabia?
Até o momento foram identificadas 263 espécies de peixes no Pantanal. 
O principal fator que comanda a exuberância e a abundância de peixes no 
Pantanal são as enchentes. Anos de grandes enchentes significam abundân-
cia de peixes, e de pequena enchente, baixa produção.
Segue abaixo mais algumas espécies dos ambientes de 
água doce: 
Atividade de Aprendizagem
1. Pesquise sobre os peixes de água doce que ocorrem na sua região.
2. Pesquise nos locais de venda de peixes da sua cidade quais são os peixes 
de água doce mais vendidos.
Resumo
•	 O Brasil tem a maior riqueza de espécies de peixes de água doce.
•	 Conhecemos um pouco mais sobre as espécies de peixes de água doce 
de interesse econômico. 
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e-Tec Brasil 376
e-Tec Brasil377Aula 9 - Crustáceos - Parte 1
 Aula 9 - Crustáceos - Parte 1
Nas aulas anteriores, vimos quais são os principais peixes pescados 
no nosso litoral, rios e lagos. Hoje aprenderemos um pouco sobre 
os crustáceos, outro grupo importante dentre os recursos pesquei-
ros. Estudaremos sua estrutura corporal, hábitos de vida, onde são 
capturados,

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