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Aspectos Gerais da Ação dos Fármacos O log do coeficiente de distribuição pode ser determinado através da partição de um composto entre dois líquidos imiscíveis, sendo uma fase orgânica (octanol) em um pH específico. Se um composto ioniza, então a partição observada entre água e octanol é dependente de pH. Coeficiente de distribuição D (expresso como logD) é a lipofilicidade efetiva de um composto em dado pH, e é uma função da contribuição do LogP e grau de ionização. Coeficientes de distribuição Log D7,4 < 1: Boa solubilidade, mas baixa absorção, devido a baixa permeabilidade. Os compostos tendem a apresentar alta eliminação renal. 1 < Log D7,4 < 3: É a faixa considerada ideal. Os compostos geralmente têm boa absorção intestinal, devido a um bom balanço entre solubilidade e permeabilidade. O metabolismo também é favorecido, devido a baixa ligação às enzimas metabólicas. 3 < Log D7,4 < 5: Os compostos apresentam boa permeabilidade, mas a absorção não é significativa, devido a baixa solubilidade. Os metabolismo é mais expressivo nesta faixa, devido a maior ligação às enzimas metabólicas. Log D7,4 > 5: Nesta faixa, os compostos apresentam baixa absorção e biodisponibilidade, devido a baixa solubilidade. O metabolismo é alto em função da alta afinidade por enzimas metabólicas. Coeficientes de distribuição 0 5 10 15 20 25 fr e q u e n c y % Plot da frequência de ocorrência versus peso molecular para 594 fármacos orais Molecular Weight Maioria dos fármacos tem PM < 500 Peso Molecular Parece muito para se lembrar! Existem guias para auxiliar, o mais conhecido é a Regra dos cinco de Lipinski PM < 500 logP < 5 < 5 doadores de H em IH (soma de NH e OH) < 10 aceptores de H em IH (soma de N e O) Regra adicional proposta por Veber < 10 ligações rotacionáveis Caso contrário, absorção e biodisponibilidade oral serão baixas. Apenas para fármacos orais. Mecanismos Gerais de Ação dos Fármacos Substâncias com atividade biológica provocam sua ação farmacológica de duas formas bem distintas, quanto ao seu mecanismo de ação: 1. Fármacos estruturalmente inespecíficos 2. Fármacos estruturalmente específicos Mecanismos Gerais de Ação dos Fármacos 1. Fármacos estruturalmente inespecíficos Os fármacos com ação inespecífica dependem exclusivamente das propriedades físico-químicas do próprio fármaco para desencadear sua ação farmacológica: • Grau de ionização • Solubilidade • Tensão superficial • Atividade termodinâmica Os fármacos com ação inespecífica não necessitam de alvos moleculares (receptores, canais iônicos, enzimas). Mecanismos Gerais de Ação dos Fármacos 1. Fármacos estruturalmente inespecíficos A atividade resulta da interação com pequenas moléculas ou íons encontrados no organismo. Necessitam de concentrações relativamente altas para se mostrarem efetivas. Mecanismos Gerais de Ação dos Fármacos 1. Fármacos estruturalmente inespecíficos Antiácido: são substâncias que sofre polimerização quando o pH cai abaixo de 4.0. O polímero condensado forma um gel que adere à base da úlcera duodenal; Diuréticos osmóticos: são substâncias que não são reabsorvidos pelos rins (manitol), retendo água no túbulo renal; Laxantes: são substâncias (metilcelulose) que apresentam moléculas grandes demais para serem absorvidas, retendo água na luz intestinal. Mecanismos Gerais de Ação dos Fármacos 2. Fármacos estruturalmente específicos Necessitam se ligar a alvos moleculares específicos para desencadearem sua ação farmacológica. • Enzimas • Proteínas carregadoras • Ácidos nucleicos • Receptores farmacológico Esses fármacos atuam em concentrações muito baixas. Mecanismos Gerais de Ação dos Fármacos 2. Fármacos estruturalmente específicos As drogas desse grupo apresentam uma relação definida entre sua estrutura e a atividade exercida. Drogas de estrutura similar podem exercer o mesmo tipo de atividade. Mecanismos Gerais de Ação dos Fármacos 2. Fármacos estruturalmente específicos Modelo chave-fechadura: o sítio ativo da enzima é pré-formado e tem a forma complementar à molécula do Substrato. Mecanismos Gerais de Ação dos Fármacos 2. Fármacos estruturalmente específicos Modelo de encaixe induzido: o contato com a molécula do substrato induz mudanças conformacionais na enzima, que otimizam as interações com os resíduos do sítio ativo. Interações Envolvidas no Reconhecimento Molecular O grau de afinidade e a especificidade da ligação entre o fármaco e o sítio ativo do receptor são determinados por interações intermoleculares: 1. Forças eletrostáticas 2. Ligações de hidrogênio 3. Ligações covalentes 4. Interações hidrofóbicas Forças Eletrostáticas As forças de atração eletrostáticas são aquelas resultantes da interação entre dipolos e/ou íons de cargas opostas. 1. Iônica 2. Dipolo-dipolo 3. Íon-dipolo 38 Aminoácidos ionizados em pH fisiológico Forças Eletrostáticas Forças Eletrostáticas Interação do grupamento carboxilato com o resíduo de arginina da COX-1 Ligação de hidrogênio Interações Hidrofóbicas São individualmente fracas (cerca de 1 kcal/mol) Ocorrem da interação entre cadeias ou subunidades apolares (hidrofóbicas). Essas interações são importantes devido ao grande número de subunidades hidrofóbicas presentes nas estruturas de receptores e fármacos. Bolsa lipofílica presente na estrutura da proteína receptora Cadeia alquílica C-16 do fator de ativação plaquetária Ligação de Hidrogênio Formadas entre heteroátomos eletronegativos, como oxigênio, nitrogênio, flúor, e o átomo de hidrogênio de ligações O-H, N-H e F-H. Ligação de Hidrogênio • O saquinavir possui 3 aceptores de ligação de hidrogênio e 4 doadores de ligação de hidrogênio. • Interage com o sítio ativo da protease do vírus HIV-1 através de 7 ligações de hidrogênio. Ligação Covalente • Envolvem a formação de ligações covalentes sigma entre dois átomos. • Complexos fármaco-receptores envolvendo ligações covalentes são raramente desfeitos. • Inibição enzimática irreversível ou inativação do sítio receptor. • Potencial toxicidade. • Frequente na estrutura de fármacos quimioterápicos, antibacterianos, antiprotozoários, antifúngicos e antitumorais. Ligação Covalente O AAS inibe a enzima prostaglandina endoperóxido sintase (PGHS) bloqueando a síntese de prostaglandinas inflamatogênicas e pró-algésicas. Essa inibição é irreversível em função da formação de uma ligação covalente entre o aminoácido serina- 530 e o grupo acetila presente no AAS Ligação Covalente A enzima D,D-carboxipeptidase, enzima está envolvida na formação da parede celular bacteriana. Os antibióticos b-lactâmicos, como a a benzilpenicilina (Penicilina G) inibem a enzima D,D- carboxipeptidase irreversivelmente através de uma ligação covalente.
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