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ENUNCIADOS SOBRE DIREITO DE FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES APROVADOS PELOS JUÍZES DE SÃO PAULO

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ENUNCIADOS SOBRE DIREITO DE FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES 
APROVADOS PELOS JUÍZES DE SÃO PAULO 
 
A Escola Paulista da Magistratura (EPM) realizou no último dia 10 de novembro 
de 2017 o 1º Encontro Estadual de Magistrados de Varas da Família e das 
Sucessões. O evento reuniu mais de 160 juízes que atuam nas varas 
especializadas do Estado e, na ocasião, foram aprovados 43 enunciados: 
 
1. A transmissibilidade da obrigação alimentar (art. 1.700 CC) pressupõe seu 
prévio estabelecimento por acordo ou sentença judicial, antes da morte do 
devedor. 
 
2. O prazo de prisão civil do devedor de alimentos variará de 1 a 3 meses (art. 
528 NCPC), revogado o prazo máximo de 60 dias do art. 19 da L. 5.478/69. 
 
3. Os alimentos devidos entre ex-cônjuges e ex-companheiros devem ter caráter 
excepcional, transitório e ser fixados por prazo determinado, exceto quando um 
deles não possua mais condições de reinserção no mercado do trabalho ou de 
readquirir autonomia financeira. 
 
4. Com o nascimento com vida da criança, os alimentos gravídicos serão 
convertidos automaticamente em pensão alimentícia em favor do recém-nascido, 
com mudança, assim, da titularidade dos alimentos, sem que, para tanto, seja 
necessário pronunciamento judicial ou pedido expresso da parte, perdurando até 
eventual julgamento de ação revisional, exoneratória, investigatória ou negatória 
de paternidade. 
 
5. É possível o aditamento da ação de alimentos gravídicos, após o nascimento 
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da criança sem o reconhecimento espontâneo do suposto pai, para inclusão do 
pedido de investigação de paternidade. 
 
6. Os alimentos pedidos pelo cônjuge ou companheiro como pagamento da parte 
da renda líquida dos bens comuns administrados pelo devedor, previstos no 
artigo 4º, parágrafo único, da Lei 5.478/68, tem natureza ressarcitória e não 
comportam a prisão civil do alimentante. 
 
7. O magistrado não pode autorizar a assunção pelo alimentante da obrigação 
tributária incidente sobre a verba alimentar devida pelo alimentando. 
 
8. Nas ações de alimentos e revisionais de alimentos é cabível, em princípio, o 
deferimento de provas para quebra do sigilo bancário de empresas em relação às 
quais figure como sócio o alimentante. 
 
9. É cabível a incidência da pensão alimentícia sobre participação nos lucros e 
abonos auferidos pelo alimentante. 
 
10. Os efeitos da sentença proferida em ação de revisão de alimentos – seja em 
caso de redução, majoração ou exoneração - retroagem à data da citação (Lei 
5.478/68, art. 13, § 2º), ressalvada a irrepetibilidade dos valores quitados e a 
impossibilidade de compensação de eventual excesso pago com prestações 
futuras. 
 
11. Sem prejuízo do protesto, no cumprimento que se processa sob pena de 
prisão, a execução de alimentos não comporta acréscimo da multa prevista no 
artigo 523 do NCPC. 
 
12. Nas execuções de alimentos que se processam pelo rito do artigo 528 do 
3 
 
NCPC, não cabe a fixação de honorários se no prazo de três dias o devedor 
proceder ao pagamento do débito alimentar. 
 
13. A exigência de contas prevista no § 5º, art.1.583, do Código Civil, requer 
indícios de que a pensão alimentícia não está sendo utilizada, parcial ou 
totalmente, em benefício dos filhos. 
 
14. No regime da comunhão parcial de bens constitui bem comum a indenização 
trabalhista correspondente a créditos formados na constância do casamento. 
 
15. No regime da comunhão parcial de bens o saldo do FGTS formado na 
constância do casamento constitui bem comum. 
 
16. No regime da comunhão parcial de bens o saldo de fundos de previdência 
privada formado na constância do casamento constitui bem comum. 
 
17. No regime da comunhão parcial de bens não se comunicam indenizações por 
acidente de trabalho e por dano moral postuladas somente por um dos cônjuges 
ou companheiros, em razão da natureza personalíssima da reparação. 
 
18. É possível a retificação de assento de nascimento para a averbação da 
alteração de sexo, com ou sem alteração do nome, independentemente da prévia 
realização de cirurgia de transgenitalização, desde que mediante determinação 
judicial em ação própria. 
 
19. É possível a coexistência da indicação de filiações socioafetiva e biológica 
no registro civil de nascimento, sem identificação, no respectivo assento de 
nascimento, da origem ou causa da paternidade ou da maternidade. 
4 
 
 
20. A retificação do registro civil do nascimento para incluir paternidade ou 
maternidade biológica, quando já indicada a respectiva filiação (passando a 
existir dois pais e uma mãe, ou duas mães e um pai), depende de determinação 
judicial em ação contenciosa, sendo nessa hipótese inaplicável o Provimento nº 
16, da Corregedoria Nacional de Justiça, que em seu art. 6º dispõe sobre o 
reconhecimento espontâneo de filho realizado pelo genitor mediante declaração, 
por escrito particular, feita diretamente ao Oficial de Registro Civil das Pessoas 
Naturais. 
 
21. A coexistência de filiações socioafetiva e biológica no Registro Civil das 
Pessoas Naturais enseja a partilha da herança, em caso de falecimento do filho, 
entre todos os genitores, por cabeça. 
 
22. Na inseminação artificial heteróloga consentida, não pode o doador do 
material genético pleitear a declaração da paternidade tendo como fundamento 
os laços biológicos. Na gestação por substituição também não se admite em 
favor da parturiente a declaração da maternidade em coexistência com a 
fornecedora do material genético. 
 
23. Na união estável incide o regime da separação obrigatória de bens quando ao 
tempo de sua constituição incidir uma das hipóteses do art. 1.641 do Código 
Civil. 
 
24. Na união estável os companheiros podem alterar o regime de bens a 
qualquer tempo e sem autorização judicial, ressalvados os efeitos que o regime 
anterior produziu em relação aos bens então adquiridos, e preservados os 
direitos de terceiros. A alteração do regime de bens para o da comunhão 
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universal enseja a comunicação dos bens adquiridos anteriormente, ressalvadas 
as hipóteses de incomunicabilidade. 
 
25. O direito real de habitação do cônjuge ou companheiro viúvo (art. 1.831 CC) 
se extingue em razão de novo casamento ou união estável. 
 
26. O direito real de habitação do cônjuge ou companheiro viúvo (art. 1.831 CC) 
se aplica a todos os regimes de bens do casamento ou união estável. 
 
27. O direito real de habitação do cônjuge ou companheiro viúvo (art. 1.831 CC) 
não se aplica quando o imóvel pertencia ao autor da herança em condomínio 
com terceiros. 
 
28. A realização do inventário e da partilha por escritura pública não impede a 
posterior sobrepartilha em ação judicial, ou a formulação de pedido de alvará 
judicial de bens não partilhados, devendo na respectiva ação de sobrepartilha ou 
de alvará, porém, ser feita prova de todos os requisitos que forem exigíveis para 
o deferimento do pedido, inclusive no que tange à representação processual do 
viúvo, do ex-companheiro e dos herdeiros. 
 
29. A separação e o divórcio por escritura pública não impede posterior partilha 
judicial de bens. 
 
30. Na hipótese de regime de comunhão universal de bens, no casamento ou 
união estável, o cônjuge ou o companheiro sobreviventes concorrem com 
descendentes (art. 1.829, I, do Código Civil) se houver bens particulares nos 
casos do art. 1.668 do Código Civil, limitada a concorrência a esses bens. 
 
31. Ante a decisão do STF no RE 878.694, declarando inconstitucional o art. 
6 
 
1.790 do Código Civil, assentando que, à luz da Constituição, não é cabível 
distinção nos regimes sucessóriosderivados do casamento e da união estável, o 
companheiro figura em igualdade de condições com o cônjuge: 1) na ordem da 
vocação hereditária; 2) como herdeiro necessário; 3) como titular de direito real 
de habitação; 4) no direito à quarta parte da herança na concorrência com 
descendentes; 5) e na obrigação de trazer doações à colação (Código Civil, arts. 
1.829, 1.845, 1.831, 1.832 e 2002/2003 respectivamente). 
 
32. O direito sucessório do cônjuge sobrevivente, separado de fato até dois anos, 
previsto no art. 1.830 do Código Civil, cessa se, antes desse prazo de dois anos, 
o de cujus havia constituído união estável. 
 
33. A partir da Emenda Constitucional 66/2010, que passou a admitir divórcio 
sem prazo mínimo de casamento e sem discussão de culpa, tornou-se 
inconstitucional a previsão do art. 1.830 do Código Civil, parte final, no sentido 
de que o direito sucessório do cônjuge sobrevivente poderia se estender além de 
dois anos da separação de fato se provado que a convivência se tornara 
impossível sem culpa dele. Em consequência, decorridos dois anos de separação 
de fato, extingue-se esse direito, sem possibilidade de prorrogação. 
 
34. Concorrendo simultaneamente com descendentes comuns e exclusivos do de 
cujus, o cônjuge ou companheiro sobreviventes não têm o direito à quarta parte 
da herança, previsto no art. 1.832 do Código Civil. Só têm direito a essa quarta 
parte se todos os filhos concorrentes forem comuns, ou seja, filhos do de cujus 
com o cônjuge ou companheiro sobreviventes. 
 
35. A exigência de justa causa para gravar a legítima por testamento, com 
inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade (Código Civil, art. 
1.848) se aplica igualmente à imposição dessas cláusulas por doação, sobre o 
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adiantamento da legítima, para manutenção da coerência do sistema e para evitar 
que, por doações, o autor da herança possa burlar a limitação legal. 
 
36. A aparente antinomia entre o disposto no artigo 2.004 do Código Civil e o 
artigo 639, parágrafo único do NCPC se resolve em favor do primeiro 
dispositivo, que delimita com maior precisão o patrimônio do falecido 
efetivamente transmitido, não se computando acessões ou benfeitorias depois 
introduzidas, nem valorizações ou desvalorizações subsequentes à liberalidade. 
 
37. Ao contrário do artigo 1031, § 2º, do NCPC de 1973, o artigo 659, § 2º, do 
NCPC em vigor não mais estabelece a concordância da Fazenda quanto à 
suficiência dos tributos como condição à expedição de alvarás e formais de 
partilha nos arrolamentos. Transitada em julgado a sentença, o juízo se limita a 
dar ciência à Fazenda da existência do procedimento sucessório, expedindo em 
seguida os alvarás e formais de partilha. 
 
38. Não é obrigatória a realização de avaliação biopsicossocial por equipe 
multidisciplinar nos pedidos de curatela, quando a perícia mostra-se suficiente 
para avaliar o grau de deficiência do curatelado. 
 
39. No curso do processo de interdição não pode o juiz de oficio ou a 
requerimento do Ministério Público, converter o pedido em tomada de decisão 
apoiada, prevista no artigo 1.783-A do Código Civil. 
 
40. Na fixação da guarda compartilhada deve ser estipulado o local do domicílio 
do menor ou incapaz e regime de convivência. 
 
41. A guarda compartilhada não exime o pagamento de alimentos aos filhos. 
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42. A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e subsidiária, 
somente se configurando no caso da impossibilidade total ou parcial de seu 
cumprimento pelos pais. 
 
43. No casamento do menor com suprimento judicial é possível determinar o 
regime da comunhão parcial, se a imposição do regime da separação obrigatória 
lhe for prejudicial. 
 
Fonte: Comunicação Social TJSP – MA (texto) / LS (arte) imprensatj@tjsp.jus.b

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