Primordios da Fotografia

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Fotografia I
Prof. Cauhê Sanches
Bibliografias: 
- ADAMS, Ansel. A câmera. 3 ed. São Paulo: Senac, 2003. 
-BUSSELLE, Michael. Tudo sobre Fotografia. São Paulo: Pioneira, 2006.
-HEDGECOE, John. O novo manual de fotografia: guia completo para
todos os formatos. 3 ed. São Paulo: SENAC, 2007.
-http://www.artevisualensino.com.br/ - Professor Dr. Isaac A. Camargo
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História e evolução da fotografia (do princípio ótico à popularização com a Kodak) 
Fotografia: do grego foto: luz e grafia: escrita
A invenção da técnica fotográfica pode ser dividida em duas partes:
Ótico: a câmara escura com um orifício (fenômeno ótico estenopéico); e
Fixação (químico): Uma superfície sensível à gravação de luz (seja ou digital).
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A câmara escura: estenopéico
Trata-se do fenômeno ótico que projeta uma imagem invertida na parede oposta a um pequeno orifício dentro de uma câmara escura a partir de uma cena real iluminada.
Esse fenômeno foi exaustivamente explorado por vários estudiosos, como Aristóteles, 384 a.C. e o cientista árabe Alhazen (965-1039).
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A primeira ilustração aparece no livro de Reiner Gemma Frisius, em 1544, feita por Cesare Cesariano, discípulo de Leonardo da Vinci. (observação de um eclipse).
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Essa tecnologia era utilizada por pintores a fim de extrair fidelidade nas ilustrações de cenas e objetos. 
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http://www.novacon.com.br/stenoptik.htm
Encontre especificações técnicas sobre a construção de um câmera estenóptica no site abaixo:
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A qualidade dessas imagens projetadas na parede da câmara escura ganhou mais nitidez com o desenvolvimento da ótica (objetiva) pelos italianos. 
Jérôme Cardan, no século XVI, substituiu o furo da câmara escura por um disco de vidro (lente convergente), proporcionando mais nitidez à imagem. 
A inserção da objetiva na câmara escura: mais nitidez
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Com mais nitidez, tamanhos e formatos de câmeras variam e aparecem em vários locais, todas visam a reprodução do visível com mais propriedade, ou seja, tirando a subjetividade e a criatividade e inserindo objetividade e cientificidade.
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Georg Brander, câmara escura tipo mesa, 1769
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Johann Zahn, Câmara portátil, “Reflex”, 1685
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O trabalho de Abelardo Morell
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www.abelardomorell.net
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Material para confecção de uma câmara escura (lente convergente)
Caixa de papel, papelão (sapato, por exemplo);
Papel cartão preto (ou qualquer outro papel grosso, mas preto);
Papel vegetal;
Uma lente convergente + ou - 50mm (lupa); e
Tesoura, estilete, régua, cola e fita adesiva dupla-face.
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A fixação da imagem em uma superfície 
Após o domínio ótico da câmara escura o processo fotográfico se completaria com o processo químico.
Esse é o segundo grande momento do advento da fotografia: Como essas imagens são fixadas? 
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A fixação
Em 1604, o químico italiano Angelo Sala já havia descoberto a propriedade dos sais de prata reagirem à luz, mas associou tal propriedade ao aumento de temperatura.
Apenas em 1725 que o anatomista alemão Johann Heinrich Schulze descobre que o enegrecimento dos sais de prata dependiam da luminosidade e não da temperatura, descobre também que o ácido nítrico acelerava o processo em experimentos confirmados e expandidos pelo suíço Carl Wilhelm Scheele, em 1777
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No entanto, cabe a Joseph-Nicephore Niepce, a honra de ter registrado, em 1826, a primeira imagem por meio da luz, obtida pela exposição numa câmara escura sobre uma placa de metal preparada com betume;
A exposição da gravação durou cerca de 8 horas. 
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O processo de fixação só tornou viável quando Niepce conheceu Louis Daguérre.
Em 1835, dois anos após a morte de Niepce, Daguerre apanhou uma chapa revestida com prata e sensibilizada com iodeto de prata e a expos à luz. A chapa não apresentou nenhum vestígio da imagem e foi guardada em um armário. Porém, no dia seguinte, encontrou a imagem perfeitamente revelada.
Criou-se uma lenda em torno do misterioso agente revelador. O efeito foi atribuído a um termômetro quebrado. 
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Em 1937, ele já havia padronizado esse processo, no qual usava chapas de cobre sensibilizadas com prata e tratadas com vapores de iodo e revelava a imagem latente, expodo-a à ação do mercúrio aquecido. 
Para fixá-la, bastava simplesmente submergi-la em uma solução aquecida de sal de cozinha.
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A atribuição da descoberta da fotografia por parte Daguérre se deve ao comunicado, no dia 19 de agosto de 1839, Dia Internacional da Fotografia, à Academia de Ciências e Artes de Paris. (Daguerreótipo);
Como foi vendido para o governo francês, a patente do equipamento era livre, permitindo sua reprodução por diversos fabricantes da época.
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Exemplar leiloado em 2010 por 732 mil Euros Galeria Westlicht Auction - Viena
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Hercule Florence
Para Boris Kossoy, professor pesquisador da Universidade de São Paulo, no Brasil, Hercules Florence, francês radicado na região de Campinas, foi o primeiro a obter sucesso com produção de imagens por meio da luz, em 1833, inclusive chamando ao processo de Fotografia;
Ele publicou o livro “Hercule Florence: A descoberta isolada da fotografia no Brasil”em 1977;
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Voltando ao daguerreótipo
Os primeiros daguerreótipos eram de má qualidade: a imagem não possuía boa nitidez, e a exposição variava entre 15 a 30 minutos;
A sensibilidade das chapas foi aumentando, graças a utilização do brometo de prata como acelerador;
A posição da imagem foi corrigida com o acréscimo de prismas (espelhos) à objetiva;
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A descoberta (de 1830) do matemático húngaro Josef Petzval foi acrescentada na objetiva do daguerreótipo, possibilitando diminuir trinta vez o tempo de captura de luz de uma fotografia;
Trata-se de uma nova lente dupla (acromática), formada por componentes distintos;
Esse fator contribuiu mais ainda para a popularização da fotografia.
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A imagem negativa (calotipia)
Até então a fotografia se restringia a apenas uma chapa em positivo, dificultando sua cópia;
No final de 1840, o inglês Fox Talbot publicou seu experimento: o negativo;
Trata-se do primeiro sistema simples para a produção de uma número indeterminado de cópias – lançando a base para o desenvolvimento desse veículo de comunnicação.
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Colódio úmido
A invenção de Talbot foi superada em 1851 por Frederick Scott Archer pelo processo de colódio úmido;
Esse sistema incluia o revestimento de uma chapa de vidro com uma solução de nitrato de celulose;
A chapa era umidecida antes de ser exposta na máquina fotográfica, sendo depois revelada com um sal ferroso.
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Embora o colódio úmido fosse inconveniente, pouco flexível e bastante complexo, acabou produzindo excelentes resultados e foi responsável direto pela morte do daguerreótipo e nascimento da fotografia temática; (que era basicamente constituida por paisagens e retratos)
Outro inconveniente era a necessidade de revelá-las após a exposição;
Por exemplo: as fotos tiradas por Roger Fenton na guerra da Criméia (1855);
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Guerra da secessão (1861 a 1864), por Mathew Brady:
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A chapa manipulável 
de gelatina
No final da década de 1870 a chapa úmida tornou-se obsoleta;
Em 1871, o inglês Richard Leach Maddox inventou a primeira chapa manipulável, usando gelatina pra manter o brometo de prata no lugar;
Já não era mais necessário umedecer as chapas antes da exposição, ou de revelá-las imediatamente após.
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A chapa seca de gelatina ocasinou uma revolução no desenho das câmeras, reduzindo o equipamento ao mínimo indispensável utilizado até hoje;
Popularizou-se por toda a Europa câmeras com suporte para filmes em rolo de 12 x 9 cmcada chapa.
Esses rolos continham entre 12 e 40 poses, e permitia que o filme fosse trocado à luz do dia.
O novo material era rápido o suficiente para o registro de cenas em movimento, desde que as máquinas fossem providas de um obturador instantâneo. 
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Change Box Cam
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Gaspar Félix Nadar
Famoso fotógrafo de retratos da metade final do século XIX;
Começou a fotografar em 1853 personalidades de Paris;
Fez diversasexperiêas com a luz elétrica na fotografia. Com isso, conseguiu fotografar as catacumbas de Paris em 1861;
Também fez fotografias aéreas voando em um balão:
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George Eastman e a Kodak
Eastman é o principal responsável pela popularização da fotografia;
Seu interesse pela nova técnica foi despertado em 1877 – tinha 23 anos e era funcionário de um banco quando comprou o equipamento necessário ao processo de colódio úmido (Fox Talbot – 1851) e começou a ter aulas com um profissional;
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Eastman aprendeu a utilizar á técnica do colódio úmido, mas achou o processo confuso, trabalhoso e dispendioso. “Parecia-me não ser necessário carregar tanto quanto uma mula de carga”, observou ele.
Ao ler um artigo sobre a emulsão de gelatina sensível, no British Journal of Photography, decidiu experimentar o novo método.
Em 1880 ele já estava comercializando sua própria produção;
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Ele queria oferecer a seus clientes uma câmera simples de operacionalizar;
Em 1888 lançou a Kodak: uma câmera pequena que já vinha com um rolo de filme de 6,35 centímetros de largura com cerca de 100 exposições circulares;
Seu slogan era: “Você aperta o botão, nós fazemos o resto”;
Após o comprador utilizar as 100 exposições, a câmera era enviada de volta à fábrica e era devolvida recarregada com o filme junto com as fotografias já ampliadas.
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Obturador com apenas uma velocidade (1/25) e foco fixo.
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Após outras câmeras aperfeiçoadas, Eastman lançou, em 1900, a Kodak Brownie 1. 
Oferecia boas fotografias com um filme de 6x6 cm de rolo em cartucho, e o mais atrativo: custava apenas U$ 1. 
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Kodak Brownie 
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Laboratório de fotografia:
Revelação do negativo
O local em que a mágica acontece!
Materiais para revelar o negativo:
Tanque com espiral, revelador, interruptor, fixador, água corrente, termômetro, timer e tesoura.
Alguns fotógrafos utilizam vinagre como interruptor.
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Laboratório de fotografia:
Ampliação
Materiais necessários para ampliar uma fotografia:
Tanques para os químicos, os químicos (os mesmos utilizados para a revelação do negativo), ampliador, papel fotográfico, negativo, pinças, termômetro e timer.
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Revelação e ampliação