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PETIÇÃO INICIAL - PRÁTICA SIMULADA I (CÍVEL) - CASO CONCRETO SEMANA 03

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CÍVEL DA 
COMARCA DE MACAÉ-RJ 
(10 linhas) 
GERSON (sobrenome), brasileiro, solteiro, médico, portador do documento de RG Nº XXX, inscrito 
no CPF/MF sob o nº XXX, tendo como endereço eletrônico XXX, domiciliado e residente na XXX, 
Vitoria/ES, vem respeitosamente perante à Vossa Excelência por intermédio de seu advogado 
(qualificação completa), com endereço profissional à XXX, para fins dos arts. 158, caput e 171, II, 
ambos do CC, propor 
AÇÃO DE ANULAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO 
Em face de BERNARDO (sobrenome), (nacionalidade), viúvo, (profissão), portador do documento 
de RG Nº XXX, inscrito no CPF/MF sob o nº XXX, tendo como endereço eletrônico XXX, domiciliado 
e residente na XXX, Salvador/BA e JANAINA, menor impúbere, neste ato devidamente 
representada por sua genitora (NOME COMLETO), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), 
portadora do documento de RG Nº XXX, inscrita no CPF/MF sob o nº XXX, tendo como endereço 
eletrônico, domiciliada e residente na XXX, Macaé/RJ, pelos fatos e fundamentos que passo a 
expor: 
 
I – AUDIÊNCIA DE CONCILIÇÃO E MEDIAÇÃO: 
A autor manifesta o não interesse na designação de audiência de conciliação e mediação, nos 
termos do art. 319, VII, do CPC. 
II – DOS FATOS: 
O autor da ação Gerson é legítimo credor de Bernardo, conforme se extrai da nota promissória 
emitida em favor do autor no valor de R$80.000,00 (oitenta mil reais), vencida em 10 de outubro 
de 2016, conforme anexo aos autos. Ocorre que o devedor, dias após o vencimento da dívida e 
o não pagamento dessa, fez uma doação de seus dois imóveis, um localizado na cidade de 
Aracruz e o outro localizado na cidade de Linhares, ambos no estado do Espírito Santo, que 
juntos valem a quantia de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), para sua filha Janaina, menor 
impúbere, que reside em Macaé no estado do Rio de Janeiro, junto a sua genitora. Os bens 
imóveis foram doados com estabelecimento de cláusula de usufruto vitalício em favor do 
próprio executado, além da cláusula de incomunicabilidade, conforme Certidão de Ônus Reais. 
Cumpre ressaltar que as dívidas do devedor ultrapassam a soma de R$ 400.000,00 (quatrocentos 
mil reais), e o imóvel doado para sua filha encontra-se alugado a terceiros. 
 
 
III – DOS FUNDAMENTOS: 
 
Dos fatos, comprova-se que os atos praticados pelo réu, evidência o seu comportamento 
ardiloso decorrido do fato de resguardar seus bens imóveis diante à uma possível futura 
execução judicial, o que configura a sua intenção de prejudicar ou causar dano ao credor no 
âmbito de receber o que é seu de direito. Tanto é que as doações se deram logo após o 
vencimento da dívida outrora contraída, tornando-se insolvente. Restando em nítida fraude 
contra credores, sujeitando-se, assim, a anulação das transmissões, em consonância ao 
disposto no art. 158, do CC, “in verbis”: 
 
“Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o 
devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore poderão ser 
anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.” 
 
Cumpre ressaltar que o negócio jurídico também está maculado com vício de nulidade, haja 
vista a flagrante simulação da doação ocorrida a menor impúbere, com o estabelecimento de 
cláusula de usufruto vitalício em favor do réu, mantendo esse, o domínio de fato sobre os 
bens, e que outro objetivo não seria tal cláusula, senão burlar a justiça e os direitos do credor, 
em uma ação executiva judicial? Em consoante sentido expõe o art. 171, II, do CC: 
 
“Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.” 
 
Dessa forma, o autor requer a anulação do negócio jurídico, ou seja, da alienação de forma 
gratuita, que fora celebrada pelo réu dada inteligência dos dispositivos trazidos à colação, diante 
a ineficácia causada pelo vício dos atos provocados por esse, que se tornou insolvente para 
frustrar um direito do credor. 
 
 
IV – DOS PEDIDOS: 
 
Ante o exposto, requer à Vossa Excelência: 
 
A) Citação do réu por meio eletrônico para integrar a relação processual; 
B) Condenação do réu em custas processuais e honorários advocatícios; 
C) Que seja julgado procedente a anulação do negócio jurídico celebrado entre as partes 
D) Condenação do réu aos ônus sucumbenciais; 
 
 V – DAS PROVAS: 
 
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e 
seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o 
depoimento pessoal do Réu. 
 
VI - DO VALOR DA CAUSA: 
 
Dá-se à causa o valor de R$300.000,00 (Trezentos Mil Reais). 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
 
Macaé/RJ, (Dia), (Mês) de (Ano). 
ADVOGADO/OAB/UF nº XXX

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