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DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

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DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
A pessoa jurídica não se confunde com seus sócios, sendo ela dotada de patrimônio próprio, e, com ele, respondendo por suas próprias obrigações. Entretanto, há situações em que a responsabilidade da pessoa jurídica é estendida aos seus sócios, como na prevista no artigo 28 do CDC e artigo 50 do Código Civil. Trata-se da desconsideração da personalidade jurídica da empresa, regulamentada pelos artigos 133 e seguintes do CPC.
A desconsideração da personalidade jurídica pode se fundamentar na teoria menor ou na teoria maior. Aquela tem lastro no artigo 28 do CDC e preceitua que, para que haja responsabilidade patrimonial dos sócios, basta o inadimplemento das obrigações pela pessoa jurídica. Já esta, lastreada no artigo 50 do CC, aponta que a responsabilidade dos sócios e dos adminsitradores se dará em casos de desvio de finalidade ou confusão patrimonial. No âmbito trabalhista, adota-se a teoria menor.
Havia cizânia sobre a possibilidade de instauração de ofício do incidente de desconsideração, até que o TST, por meio de sua IN 39/2016 disciplinou o tema, entendendo pela possibilidade de desconsideração de ofício. Contudo, a Reforma Trabalhista disciplinou o tema em sentido contrário, ao dispor que aplica-se o procedimento previsto no CPC, o qual, diga-se prevê que o procedimento será instaurado a requerimento das partes ou do MP.
O incidente de desconsideração da personalidade jurídica é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, da fase de liquidação e da execução. A instauração do incidente suspende o processo, com a citação dos sócios, com prazo de 15 dias para manifestação. A instauração do incidente é dispensada caso seja requerida a desconsideração na petição inicial.
No processo do trabalho, após a edição do artigo 855-A da CLT, a interposição de recurso da decisão do incidente depende do momento em que prolatada: se na fase de cognição, não cabe recurso de imediato; se prolatada na fase de execução, cabe agravo de petição; se prolatada pelo relator em incidente instaurado originariamente no tribunal, cabe agravo interno.
Por fim, é de se dizer que, em que pese a instauração do incidente, medidas cautelares de urgência podem ser apreciadas pelo magistrado. Na 2ª Jornada da Anamatra, inclusive, restou aprovado enunciado defendendo a possibilidade de se adotarem medidas acautelatórias antes da citação dos sócios para figurarem no incidente, como forma de resguardar o resultado prático da desconsideração.
- acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou oneração de bens, havida em fraude à execução, é ineficaz em relação ao credor.

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