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Direito à Desconexão - lazer, constitucionalmente assegurado, art. 6º, CF - intervalos intrajornada, interjornada, repousos semanais, férias, servem para preservar a incolumidade física e mental do obreiro, bem como recuperar sua capacidade de trabalho, evitando acidentes e doenças ocupacionais (como a síndrome de “burnout”). - a conduta patronal que macula o descanso obreiro causa graves transtornos ao trabalhador, na medida em que prejudica o convívio social, afetivo, do empregado. Prejudica ainda seu pleno direito de dispor de seu tempo livre, não tendo qualidade , ou mesmo não havendo, práticas desportivas, culturais ou educacionais por parte do trabalhador. - a doutrina e a jurisprudência admitem a existência do chamado Direito à desconexão, segundo o qual dispõe o empregado o direito de se desligar do ambiente de trabalho quando do gozo de seu tempo livre, vez que este é o momento em que o empregado se distancia das questões empresariais, metas, cobranças, tudo concernente ao mundo laboral, justamente com vistas a preservar plenamente seu momento de descanso. Assim, não poderia interferir o empregador em tais momentos, sob pena de malferir o direito à desconexão do empregado. - a depender da reiteração da conduta patronal a macular o direito à desconexão, pode surgir o chamado Dano existencial, o qual consiste em modalidade de dano extrapatrimonial decorrente da ofensa ao convívio social e afetivo do empregado, bem como mácula ao seu projeto de vida pessoal, profissional, acadêmico. O dano existencial se verifica ainda quando violado o lazer do empregado, prejudicando suas atividades desportivas, culturais, religiosas. - não há legislação no Brasil que trate expressamente do direito à desconexão. Em 2017, a França foi o primeiro país a positivar esse direito. Em nosso ordenamento jurídico, a violação ao lazer do empregado, pelo tempo de disposição ao empregador quando o empregado deveria estar em repouso, pode gerar direito ao adicional de sobreaviso (aplicação analógica do artigo 244 da CLT), indenização por danos existenciais e ainda danos morais. Estes últimos não se confundem, pois visam reparar bens jurídicos distintos.
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