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APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA E SUPLETIVA DO NCPC AO PROCESSO DO TRABALHO

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APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA E SUPLETIVA DO NCPC AO PROCESSO DO TRABALHO
Faltou: artigo 15 do NCPC; artigo 1º da IN 39/2016; enquanto artigo 769 falava apenas em subsidiário, ncpc já fala em subsidiário e supletiva. TST, por meio da IN, usando a teoria do diálogo das fontes, incluiu os dois.
A atividade legislativa não é capaz de prever a totalidade dos acontecimentos sobre os quais as normas devem incidir. Por vezes, algumas situações ficam fora do alcance de previsão das normas jurídicas. Contudo, mesmo diante da inexistência de normas, não pode o juiz se abster de proferir decisão, sendo vedado o “non liquet”. É o que preceitua o artigo 4º da LINDB.
A inexistência de determinada norma a incidir em tal caso configura o que se chama de “lacuna”. Ocorre que, em que pese eventualmente se deparar com lacunas, tem-se que o ordenamento jurídico é completo, e deve ser capaz de dar uma resposta ao caso posto em tela. 
Assim, visando superar a lacuna, e a depender do caso, a aplicação de outra norma pode se dar de forma subsidiária ou supletiva. Aquela ocorre quando determinada norma não prevê de forma alguma determinada situação, enquanto esta é utilizada quando a norma prevê apenas parcialmente determinado instituto ou fato. No processo do trabalho, tem-se que a CLT não prevê, de forma alguma, as tutelas provisórias, devendo ser aplicada de forma subsidiária o NCPC. Já quanto às hipóteses de suspeição e impedimento das testemunhas, tem-se que o NCPC aplica-se de forma supletiva, pois o texto da CLT regula parcialmente a matéria. 
Quanto à aplicação do NCPC ao processo do trabalho, o artigo 769 da CLT, que trata sobre sua aplicação subsidiária na fase de conhecimento, e o artigo 889 da CLT, que preceitua que na falta de normas próprias na fase de execução aplicam-se os dispositivos da execução fiscal, não foram suficientes para aclarar todas as dúvidas que surgiram com o advento do NCPC sobre o que seria (in)compatível com o processo do trabalho.
Buscando dar segurança jurídica e dirimir dúvidas e cizânias, o TST editou a IN 39/2016, apontando o que seria compatível e o que não seria compatível com o processo do trabalho.
É de se ressaltar que não basta a inexistência de norma para a aplicação de outra, seja de forma supletiva, seja de forma subsidiária: é necessário ainda que haja compatibilidade com o processo do trabalho, sob pena de subverter seus princípios próprios.

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