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TRAUMA RAQUIMEDULAR (TRM) 
É uma situação traumática que atinge a medula espinhal podendo produzir uma 
interrupção total ou parcial da condução dos estímulos que passam pela medula espinhal 
produzindo alterações motoras, sensitivas e autonômicas abaixo do nível de lesão. 
 
Tipos de lesão: 
 - Lesão transversal; 
 - Lesão diagonal; 
 - Lesão longitudinal; 
 
Etiologia: 
Acidentes automobilísticos; projéteis de arma de fogo; atropelamento; queda de altura e 
da própria altura; mergulho em águas rasas; etc. 
 
Fases do TRM 
1º fase: choque medular (depressão do S. N.) 
 - inatividade do estímulo sináptico; 
 - atonia / hipotonia; 
 - arreflexia / hiporreflexia; 
 - ausência de sinais de liberação piramidal; 
 - instabilidade dos dados vitais; 
 - duração: de 24hs há uma semana (em alguns casos até duas semanas) 
 
2º fase: aguda 
Inicia-se após a fase de choque medular e pode durar até seis meses; 
Início: mesmas características da fase de choque, com estabilidade dos dados vitais; 
(lesões acima de T11 com características diagonais e transversais – torna-se comum, no 
decorrer da fase aguda, a presença de sinais de liberação piramidal – início do 
automatismo medular) 
 
3º fase: crônica 
Após seis meses; 
Lesões acima de T11 (transversais e diagonais) – características de aumento do tônus e 
dos reflexos tendinosos profundos. 
 
OBS: às vezes o comportamento é incompleto já na fase de choque medular. 
As lesões longitudinais, mesmo altas, e as lesões abaixo de T11, produzem quadros 
flácidos ou atônicos/hipotônicos e inatividade do arco reflexo que não sofrem alterações 
com as mudanças de fases. 
 
Nível Neurológico Motor: 
- Teste de força muscular manual; 
Identificamos como nível motor neurológico o último músculo-chave que possua grau 3 
sendo o anterior 4 ou 5. 
EX: 
- m. bíceps braquial = grau 4 
- mm. Extensores do punho = grau 3 
 Nível neurológico é = C6 
OBS: o nível neurológico pode se diferenciar em cada hemicorpo quando temos lesão do 
tipo diagonal. 
 
 
Segmentos de raízes nervosas e músculos-chave 
 
C1,C2 e C3 – Músculos esternocleidomastóideo; 
 Músculos escalenos; 
 Músculos da face; 
C4 – Músculo diafragma; 
 Músculo trapézio; 
C5 – Músculo bíceps braquial; 
 Músculo deltóide; 
C6 – Músculos extensores do carpo; 
 Músculo supinador; 
C7 – Músculo tríceps braquial; 
 Músculos flexores do carpo; 
 Músculos pronadores; 
C8 e T1 - C8 Músculos flexores dos dedos; 
 T1 Músculos interósseos dorsais e palmares; 
T1 a T7 – Músculos intercostais; 
T7 a T12 – Músculos abdominais; 
L1 – Músculo quadrado lombar; 
L2 – Músculo iliopsoas; 
L3 – Músculo Quadríceps femoral; 
L4 – Músculo tibial anterior; 
L5 – Músculo extensor longo do hálux; 
 
 
Nível Neurológico Sensitivo: 
É realizado através das modalidades sensitivas (dor e tato) sempre no sentido crânio-
caudal, onde consideramos como nível sensitivo o último dermátomo que apresenta 
sensibilidade normal. 
OBS: a modalidade sensitiva profunda sempre deve ser testada para favorecer a 
classificação funcional. 
 
 
Terminologias das seqüelas: 
Tetraplegia: lesão completa, acometimento dos quatro membros e tronco (C1 a C8). 
Tetraparético: lesão incompleta, acometimento dos quatros membros e tronco (C1 a C8). 
Paraplegia: lesão completa, acometimento de MMII e tronco (abaixo de T1). 
Paraparético: lesão incompleta, acometimento de MMII e tronco (abaixo de T1). 
 
 
Escala de A.I.S. (promovida pela associação americana de lesão medular) 
Graduação: 
A – Ausência da função motora e sensitiva abaixo do nível da lesão. (OBS: ausência do 
segmento sacral); 
B – Ausência motora com preservação sensitiva abaixo do nível da lesão, incluindo 
segmento sacral. 
C – Preservação sensitiva e motora abaixo do nível da lesão incluindo o segmento sacral 
com força muscular inferior a grau 3. 
D – Preservação sensitiva e motora com músculos abaixo do nível da lesão com graus 
iguais ou superiores a 3. 
E – Indivíduo sem alterações motoras e sensitivas, às vezes podem apresentar alterações 
de reflexos. 
Tabela de capacitação funcional 
Segmento Músculo-chave Potencial funcional Assistência necessária 
C1 a C3 m. esternocleidomastóideo 
mm. escalenos 
mm. da face 
-Dependência total nas AVDs -Ventilação mecânica; 
-CR motorizada com 
apoio cefálico; 
C4 m. diafragma 
m. trapézio 
-Respiração espontânea com 
auxílio da musculatura acessória; 
-Controle de cabeça; 
-CR motorizada com 
controle cefálico; 
-Prótese cefálica ou 
mentoniana; 
C5 m. bíceps braquial 
m. deltóide 
-Toca CR em terrenos planos e em 
curtas distâncias; 
-Independência parcial para 
higiene bucal, facial e alimentação; 
-Auxilia em transferências na 
adução do ombro (trapézio); 
-independência parcial para escrita 
e digitação; 
- CR manual para 
tetraplégicos com pinos 
no aro, com dispositivos 
como luvas para 
propulsão; 
-clip palmar longo (órtese 
para punho fixo) 
C6 mm. extensores do punho 
m. supinador 
- tudo o que consegue em C5 mais 
a tenodese fisiológica (ação da 
flexão dos dedos quando se realiza 
a extensão do punho) 
-escrita com adaptações para os 
dedos 
- CR; 
- anel indicador/polegar 
(órtese para escrita) 
 
C7 
 
m. tríceps braquial 
m. pronador 
mm. flexores do carpo 
- auxílio para transferência; 
- maior habilidade no manuseio da 
CR; 
-Independência para vestimenta de 
MMSS e quando bem trabalhados 
MMII 
- CR; 
- anel indicador/polegar 
(órtese para escrita) 
- clip palmar curto 
C8 e T1 C8 – mm. Flexores dos 
dedos 
T1 – mm. Interósseos 
palmares e dorsais 
C8: - independência parcial em CR; 
T1: - independência total CR; 
Independência total para as AVDs; 
 
- CR para paraplégicos; 
T1 a T7 mm. intercostais T1: - independência total CR; 
- posição fisiológica de pé; 
(impraticável para a deambulação 
funcional) 
- CR para paraplégicos; 
T7 a T12 mm. abdominais - controle incrementado do tronco; 
-resistência aumentada; 
- locomoção; 
- órteses bilaterais para 
joelho e tornozelo e 
muletas ou deambulador; 
- CR usada para 
conservação de energia; 
L1 m. quadrado lombar Idem ao anterior Idem ao anterior 
L2 a L4 m. iliopsoas 
m. grácil 
m. sartório 
m. reto femoral 
- flexão e adução do quadril com 
extensão do joelho; 
- deambulação funcional e 
locomoção; 
- órteses bilaterais para 
joelho e tornozelo e 
muletas; 
- CR usada para 
conservação de energia; 
L4 e L5 m. quadríceps femoral 
m. tibial posterior 
m. tibial anterior 
m. extensor longo do hálux 
- consegue dorsi-flexão; 
- marcha livre 
 
- não necessita de órteses 
Esta tabela representa as expectativas funcionais gerais em diversos níveis de lesões. Níveis neurológicos que afetam 
os resultados funcionais. 
Fatores que interferem no potencial funcional 
- Biotipo; 
-Alterações psicológicas; 
- Deficiência nutricional; 
- Deformidades, escaras, infecções... 
 
Complicações após o TRM 
1- Deformidades: São alterações osteo-articulares. 
Podem ser: 
- Estruturadas ou fixas: não permitem mobilidade articular; 
- Não estruturadas ou não fixas: quando permitem alguma (pequena) mobilidade 
articular; 
 
Etiologia: imobilização, encurtamentos/contraturas, espasticidade, fraturas e 
ossificação heterotópica. 
 
2- Ossificação Heterotópica: é a osteogênese nos tecidos moles abaixo do nível da 
lesão. Podem ser causadas por falta de mobilização e microtraumas. 
 
3- Trombose Venosa Profunda (TVP): é causada por estase venosa, 
hipercoagulação e lesões das paredes dos vasos. São mais comuns na fase aguda 
devido à flacidez ou hipotonia e deficiência de movimento. 
Quadro clínico: edema rígido envolvendo toda a região. 
 
4- Dor: 
-Acima da lesão:desequilíbrio muscular; 
-No nível da lesão: dor em faixa podendo estar associada à artrodese, rastilhos, 
fragmentos ósseos gerando pinçamento de raízes nervosas. 
-Abaixo do nível da lesão: disestesia – dor em forma de queimação que ocorre 
mesmo em lesões completas. 
 
5- Complicações Respiratórias: pneumonias e atelectasias 
 
6- Disrreflexia Autonômica: é definida como o conjunto de impulsos aferentes, 
vindos de um local ofensor que adentram na medula espinhal e iniciam reflexos 
constritores segmentares que na coluna torácica produzem reflexos autonômicos 
que não são inibidos por centros corticais superiores devido à lesão. É uma 
desregularão do SNA (simpático e parassimpático) devido à falta do controle supra-
segmentar. Ocorre em lesões acima do segmento T6. 
 
Características: Aumento da PA, diminuição da FC, sudorese, ruborização de face, 
piloereção, cefaléia, calafrios.... 
 
Etiologias: estímulos provenientes da bexiga, do intestino, de escaras, infecções, 
posturas e até fatores climáticos. 
 
7- Úlceras de Decúbito: é um processo destrutivo, isquêmico que ocorre devido à 
pressão dos tecidos interpostos entre a pele e as proeminências ósseas. 
 
Fases: pressão, hiperemia, hiperemia fixa, isquemia e necrose. 
Locais mais acometidos: maléolos, calcâneo, cotovelos, escápulas, joelhos, região 
sacra, isquiática, interglútea, trocantérica, occipital e arcos costais. 
Prognóstico: 
Depende do nível e da classificação funcional da lesão, patologicamente esperamos até 
dois anos para que alguma resposta neurológica aconteça. 
 
 
Objetivos/Tratamentos 
 
Fase aguda: 
Durante esta fase, enfatizam-se os cuidados respiratórios, a prevenção das complicações, 
a manutenção da ADM, e a facilitação dos movimentos ativos na musculatura disponível. 
Exemplos: 
Respiratórios: exercícios diafragmáticos; 
Mobilização e posicionamento: exceto quando contra-indicado (evitar flexão do quadril 
com a perna reta acima de 60º e com a perna dobrada acima de 90º devido a tensão 
sobre a coluna vertebral) 
 
 
Uma vez estabelecida à fratura ou que se tenham completado o método de estabilização 
o paciente é liberado para a posição vertical. 
Cuidados: hipotensão arterial... 
 
 
Fase subaguda: 
- continuidade do tratamento inicial (exercícios respiratórios, mobilizações, 
posicionamentos, exercícios para fortalecimento, alongamento); 
 
- o programa se dá de maneira contínua e expande para exercícios resistidos, (quando 
possível), no intuito de requisição do controle postural e do equilíbrio; 
 - Programas em colchonetes: 
 - Rolamento; 
 - Decúbito ventral sobre os cotovelos; 
 - Decúbito ventral sobre as mãos (paraplegia); (cuidados com a 
hiperlordose); 
 - Decúbito dorsal sobre os cotovelos; 
 - Posição sentada; 
 - Posição de gato (paraplegia); 
 - Posição ajoelhada (paraplegia); (controle pélvico e do tronco) 
 
 - Transferências; 
 
 - Orientações sobre a cadeira de rodas; 
 
 - Marcha: 
 1º passo – ortostatismo; 
 2º passo – exercício de marcha: treinamentos de marcha em curtas distâncias em 
terrenos planos com grande gasto energético. Não possui função. 
 3º passo – marcha funcional domiciliar: marcha realizada em médias distâncias 
vencendo pequenos obstáculos, mas, ainda com alto gasto energético. 
 4º passo – marcha funcional comunitária: tem função semelhante à marcha com 
características normais, diferenciada na velocidade e no gasto energético.

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