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PSICOLOGIA DA SAÚDE POLITICAS EM SAÚDE

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Prévia do material em texto

Psicologia da Saúde
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Carmen Conti
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Boas Práticas em Saúde; Políticas em Saúde e SUS
• Indtrodução
• A regulamentação das Boas Práticas em Saúde no Brasil
• Boas Práticas no Contexto das Organizações de Saúde
• O Acolhimento Como Boa Prática
• A Disponibilidade para a Escuta – Ativa, Qualificada e Resolutiva
 · Compreender o que significa Boas Práticas em saúde. Conhecer a 
regulamentação das Boas Práticas em saúde no Brasil, estabelecida 
pela ANVISA. Compreender como a regulamentação se relaciona 
e se aplica nas realidades específicas, em suas particularidades. 
Compreender a dimensão do diálogo e do acolhimento como boa 
prática em saúde.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Boas Práticas em saúde; Políticas
em Saúde e SUS
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Boas Práticas em Saúde; Políticas em Saúde e SUS
Introdução
Nas últimas unidades tratamos de expor os conceitos de saúde e doença, os 
aspectos que envolvem o processo que constitui saúde e doença e as vertentes e 
abordagens de diferentes áreas e teorias. Gostaríamos, neste momento, de tratar 
um pouco do que sejam boas práticas em saúde e relacioná-las às políticas públicas 
e ao surgimento/funcionamento do Sistema Único de Saúde no Brasil, o SUS.
Partimos, para falar em Boas Práticas, da abordagem biopsicossocial tratada no 
último capítulo, sobretudo da dimensão subjetiva, fundamental a ser considerada 
em qualquer forma de acompanhamento e tratamento – no âmbito da cura e da 
prevenção. E o que a dimensão subjetiva que tratamos anteriormente tem a ver 
com a discussão sobre boas práticas em saúde? Você se lembra do que falamos 
acerca do projeto de humanização do atendimento e do tratamento do processo 
saúde-doença? Em que medida a humanização em saúde se relaciona com isso que 
chamamos aqui de Boas Práticas em saúde? É o que veremos nesta unidade.
Figura 1
8
9
A regulamentação das Boas Práticas em 
Saúde no Brasil
Para adentrarmos ao nosso tema em termos teóricos, é fundamental que 
tomemos conhecimento da regulamentação das boas práticas em saúde no Brasil. 
Em 25 de novembro de 2011, a diretoria colegiada da Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o Regulamento Técnico que determinou 
os Requisitos de Boas Práticas para o funcionamento de Serviços de Saúde. O 
regulamento técnico em questão se fundamenta na humanização, atenção e gestão 
– bases sobre as quais viemos trabalhando os conceitos de saúde e doença –, na 
qualificação dos profissionais e das práticas, bem como na redução e no controle 
de riscos aos usuários e ao meio ambiente (ANVISA, 2011, p.1)
Com abrangência nacional, em todos os aparelhos de saúde, sejam eles públicos 
ou privados, de atendimento civil ou militar, incluindo as áreas de educação 
e pesquisa. São adotados alguns critérios de implementação, que garantem a 
adequação às particularidades e ao padrão do estabelecimento da norma. Entre 
eles estão:
• Garantia de qualidade, que implica nas ações sistemáticas para a garantia dos 
padrões de qualidade exigidos aos serviços prestados;
• Gestão de tecnologias, a fim de prever a implementação a partir de bases 
científicas e técnicas, normativas e legais, de modo a garantir controle 
e segurança na prestação de serviços em saúde – nos procedimentos de 
atendimento, na proteção ao trabalhador e na preservação do meio ambiente 
e da saúde pública;
• Humanização no atendimento e na gestão, com ênfase no que viemos tratando 
à respeito da dimensão subjetiva e social, em todas as práticas de saúde. Nesse 
aspecto, destacam-se as questões de gênero, etnia, raça, orientação sexual 
e populações específicas, e a atenção especial em seu cuidado e educação/
informação, partindo de suas demandas particulares;
• Licença atualizada, que implica na emissão de documento emitido pelo 
Estado em seu órgão sanitário competente, que permite o funcionamento do 
estabelecimento em questão (todos aqueles que atuam sob regime de vigilância 
sanitária) em todos os níveis;
• Planejamento para gestão de Resíduos nos Serviços de Saúde (PGRSS). Trata-
se de um documento que delimita as ações relativas ao manejo de resíduos 
sólidos, levando em conta os seus riscos, desde a sua geração até a sua 
disposição final, com fins de preservação do meio ambiente;
• Políticas de qualidade, que englobam as diretrizes globais das instituições 
ligadas à qualidade de atendimento e funcionamento;
• Habilitação dos profissionais com garantias legais de sua formação e competência;
9
UNIDADE Boas Práticas em Saúde; Políticas em Saúde e SUS
• Uso do prontuário único do paciente, constituído das informações, sinais e 
imagens gerados a partir de fatos e acontecimentos relativos a esse e sua saúde 
e acompanhamento – de caráter sigiloso, legal e científico, a fim de servir aos 
diferentes membros das equipes (multi)profissionais no atendimento; 
• Relatório de transferência, que consiste em um documento que acompanha 
o paciente no caso de remoção ou transferência para outro serviço, com sua 
identificação, dados clínicos e justificativa de transferência ou laudo de exames;
• Garantia de responsável técnico legalmente habilitado para assumir a 
responsabilidade pelo serviço de saúde;
• Conjunto de ações que visam à proteção ao cliente em relação a riscos e 
adversidades durante o atendimento;
• Existência de estabelecimento de saúde com fins de prestação de assistência à 
população no sentido preventivo, de tratamento, recuperação e reabilitação.
Explore a Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n. 63 de 25 de novembro de 2011, para se 
aprofundar nas especificidades da regulamentação vigente.
Disponível em: https://goo.gl/xIFTp7.
Ex
pl
or
Boas Práticas no Contexto das Organizações 
de Saúde
Conhecemos um pouco da regulamentação acerca das boas práticas em saúde 
no Brasil a partir do contato com a resolução da ANVISA. Como toda norma, ela 
se deparacom diferentes realidades e deve ser transformada em prática através das 
ações das equipes profissionais e das instituições e suas direções. Considerando 
aquilo que conversamos nas últimas unidades, sobre o projeto de implementação 
do SUS – suas dificuldades estruturais, o trabalho junto a comunidades e suas 
demandas, aparelhos públicos hoje em estado calamitoso –, como trabalhar a 
implementação dessas normas? Como essa regulamentação é transformada, no 
Brasil, em prática humana de saúde?
Para implementar ações de saúde, é preciso ter como norte um resultado positivo, 
a partir do uso de procedimentos, técnicas e metodologias. Sempre se almeja 
o dispêndio de menos recursos possíveis com a finalidade de um atendimento 
satisfatório e eficaz. Como cada campo de atuação demanda especificidades, é 
fundamental a atenção de adequação desses métodos e procedimentos às diferentes 
condições, realidades e necessidades.
A adaptação das soluções aos problemas, portanto, é muito importante, na 
medida em que contribuem para o funcionamento de fato das intervenções.
10
11
Entende-se que ações e serviços de saúde devem estar adaptados às 
circunstâncias locais, à população para a qual se destina, aos recursos 
disponíveis e aos atores participantes. Assim, as boas práticas no campo 
da saúde incluem, na sua formulação e desenvolvimento, além dos 
fundamentos teóricos (evidências científicas), a compreensão do ambiente 
e do contexto no qual se localizam. Levam em conta, também, as crenças, 
os valores e princípios éticos daqueles que constroem e dos que são alvo 
das ações e serviços, focando na promoção e melhoria das condições de 
vida e saúde da população (GUERRERO et al., 2013, p.133)
É a partir dessas considerações que gostaríamos de tratar da dimensão da 
aplicabilidade do que se entende por boas práticas, focando os aspectos humanos e 
da subjetividade, no contexto da Atenção Básica de saúde. Quais são os significados 
e as práticas que os profissionais de saúde e os gestores – e também os usuários, por 
que não? – atribuem ao acolhimento, na medida em que esse é considerado parte 
das boas práticas em saúde? As dimensões do diálogo, postura e reorganização dos 
serviços de saúde são certamente chave importante nesse processo.
O Acolhimento como Boa Prática 
Aquilo que chamamos de humanização do atendimento, e mesmo do processo 
de humanização dentro do SUS, passa por aspectos estruturais, da reorganização 
institucional, e também pelas práticas e ações das equipes profissionais atuantes. 
No cotidiano dos centros de saúde, a adaptação ou flexibilização daquelas normas à 
realidade da unidade, a realização de práticas que promovam vínculo com os usuários 
– como a visita domiciliar ou o acompanhamento através de grupos terapêuticos – 
são também considerados boas práticas (GUERRERO et al., 2013, p. 134)
Alguns aspectos que podem promover vínculo com os usuários, importantes para uma 
prática acolhedora em saúde:
- promoção de grupos terapêuticos, de acompanhamento;
- escuta seguida de orientação;
- agendamento por área de abrangência;
- atuação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS).
Ex
pl
or
11
UNIDADE Boas Práticas em Saúde; Políticas em Saúde e SUS
Você conhece Nise da Silveira? Foi uma alagoana nascida em Maceió em 1905, renomada 
psiquiatra e terapeuta junguiana, conhecida por sua força e enfrentamento a práticas 
violentas – como a lobotomia e o uso abusivo de química com os usuários – no tratamento 
de pessoas esquizofrênicas e com outras doenças psíquicas. 
Sugerimos que assista ao filme feito sobre o seu trabalho no Centro Psiquiátrico Pedro II, no 
Rio de Janeiro, quando se vale fortemente do que falamos aqui sobre acolhimento, diálogo 
e escuta. Desenvolveu trabalho importantíssimo no campo da terapia ocupacional neste 
hospital, sendo parte fundamental da criação de um centro interno ao hospital de produção 
de artes plásticas.
Figura 2
Filme: Nise – O coração da loucura, dirigido por Roberto Berliner, 2016.
Há ainda um outro filme, documentário, que trata do trabalho, vida e obra de Nise da 
Silveira, que pode ser visto no Youtube.
Filme: Nise da Silveira – Posfácio: Imagens do Inconsciente, direção de Leon Hirzman, 1986-
2014.
Disponível em: https://youtu.be/EDg0zjMe4nA
Ex
pl
or
A escuta que segue a orientação possibilita uma vinculação importante do 
usuário, na medida em que cria laço de confiança e satisfação, incentivando a 
autonomia do mesmo no pós-atendimento e no diálogo com o centro de saúde. 
Este acolhimento se transmuta em laço entre profissionais da saúde, gestores e 
usuários, na medida em que a dimensão do diálogo gera maior integração entre 
os trabalhadores da unidade de saúde e o usuário. Essa foi uma mudança muito 
importante incorporada ao projeto do SUS (SCHOLZE, 2009, p. 303)
Essa transformação possui importante impacto no modelo comunicacional até 
então adotado, na medida em que potencializa e amplia as possibilidades de diálogo 
entre as partes que convivem dentro dos aparelhos de saúde. 
O diálogo e a conversa têm sido apontados como a substância do trabalho 
em saúde. Nesse sentido, a rede de atenção à saúde constitui uma rede de 
conversações que permeia todos os momentos do encontro trabalhadores-
-usuários e os fluxos de atenção. A partir dessa premissa, a compreensão 
do acolhimento amplia-se, convertendo-se num lugar de encontro entre tra-
balhadores e usuários, que reporta tanto a um espaço físico disponível para 
o cuidado, quanto a um espaço simbólico de relações sociais e de diferentes 
percepções e demandas de cuidado (GUERRERO et al., 2013, p. 135)
12
13
Se o espaço onde se promove a saúde, a cura, o acompanhamento é repleto 
de diálogo, é reconhecido e identificado pelas partes como local de encontro, 
acontece o que a Antropologia chama da demanda pelo exercício de alteridade, 
do reconhecimento do outro, suas particularidades, sua experiência e seus 
conhecimentos (CAVALCANTE FILHO, 2009, p. 316)
ALTERIDADE: É um conceito muito trabalhado na Antropologia, nas Ciências Humanas e 
estudos da linguagem. Trata-se da natureza do que constitui o outro, o seu universo que é 
alheio. Pode se referir ao outro no sentido individual ou enquanto grupo. Delimita-se a partir 
do contato com o outro, na medida em que – em sentido fi losófi co – o “eu” só é possível em 
contato com o outro – sabemos o que somos a partir da relação com o outro.
Ex
pl
or
Essa dinâmica de assumir a alteridade como critério para a prática é muito 
interessante em saúde, na medida em que implica considerar e legitimar a 
percepção e a experiência do outro, sem a verticalidade de uma relação unilateral 
entre profissionais da saúde e usuários. A relação é construída, sob esse ponto de 
vista, em via de mão dupla, em que ambas as partes se reconhecem. 
Não sei se parece fácil em teoria. Certamente na prática envolve um campo 
de tensionamento, constituindo muitas vezes um exercício difícil, que passa por 
negociações e gerenciamento de conflitos. O diálogo não é pré-estabelecido, dado 
à priori. É construído, com os ruídos que qualquer tipo de relação possui, e nesse 
sentido demanda preparo profissional para essa lida. A falta de preparo pode gerar 
intolerância e problemas mais graves na relação entre trabalhadores e usuários, 
como mal atendimento e reações adversas. (LIMA, 2007, p.15)
A Disponibilidade para a Escuta – Ativa, 
Qualifi cada e Resolutiva
Iniciando já a costura final de nossa unidade, damos destaque a esse aspecto da 
disponibilidade para a escuta. A postura de acolhimento possibilita o fortalecimento 
dos vínculos, como viemos dizendo, entre usuários e profissionais. A responsabilidade 
do cuidado do usuário por parte das equipes profissionais, em âmbito individual 
e comunitário, quando assumido a partir de uma postura acolhedora, estabelece 
vinculação e aproximaçãodo usuário ou da comunidade com o centro de saúde.
Nessa relação, contudo, podem ser geradas tensões não só a partir do 
estabelecimento do diálogo e da alteridade, mas da lida com as expectativas 
da comunidade diante da demanda de saúde. Em termos de saúde pública, por 
exemplo, vivemos em uma realidade em que as verbas são cortadas aos milhões a 
cada novo planejamento de orçamento dos governos. É a realidade conhecida por 
qualquer brasileiro, a precariedade dos aparelhos de saúde, sobretudo no que diz 
respeito ao acesso a medicações, equipamentos, exames, aquilo que se chama por 
13
UNIDADE Boas Práticas em Saúde; Políticas em Saúde e SUS
aí de “fila do SUS”. Esse nome dá calafrios a qualquer um. Como profissional da 
saúde, é preciso também gerir as expectativas e a realidade dos aparelhos. A relação 
de alteridade e de reconhecimento do usuário como parte daquela realidade – que 
deve ser parte ativa – possibilita estabelecer a franqueza na relação. O acolhimento 
contribui certamente para o trato com as condições adversas.
Embora o acolhimento represente o reconhecimento do direito à saúde, 
na prática, por vezes, há o descumprimento desta garantia constitucional. 
Faz-se necessário uma reflexão ética das situações-problemas do 
cotidiano dos serviços básicos para superar os limites, reavaliar as atitudes 
e efetivamente construir novas práticas na atenção à saúde (GUERRERO 
et al., 2013, p. 137).
Nesse sentido, apesar da realidade muitas vezes controversa, é importante 
trabalhar para colocar o acolhimento em prática nos centros de saúde, partindo 
do preparo e da qualificação dos profissionais para tanto. É preciso, sobretudo, 
o trabalho conceitual do acolhimento, o estabelecimento desse como referência 
teórico-humanístico, que deve ser base de todas as relações dentro de qualquer 
unidade de saúde – usuários com trabalhadores, trabalhadores com trabalhadores 
(GUERRERO et al., 2013, p. 17).
Chegando ao fim da nossa unidade, esperamos que tenham apreendido os 
principais conceitos, desde o estabelecimento da regulamentação das boas práticas 
em saúde, estabelecida pelas instituições fiscalizadoras e reguladoras; passando 
pelo debate metodológico do que sejam as boas práticas e de como devem ser 
compreendidas no âmbito das unidades de saúde; chegando até a realidade que, 
como sempre, é a parte mais difícil. Ela exige de nós flexibilidade para mediar a 
regra e as demandas concretas, e isso faz com que muitas vezes tenhamos dúvidas 
de como proceder. Porque as regras, de modo geral, são feitas em um nível mais 
abstrato, distante das particularidades, e a realidade é viva e rica em detalhes, e 
nos mostra que a humanidade da prática em saúde deve ser viva também nesse 
entendimento, de que a relação com nosso espaço de trabalho é boa parte do 
caminho. Escutar, acolher, compreender a particularidade são as melhores formas 
de aplicar aquilo que se regulamentou como critério.
Temos ainda uma última Unidade. Nela, gostaríamos de aprofundar um pouco 
sobre a interdisciplinaridade no trabalho das equipes. Além disso, pensar um pouco 
na realidade do trabalhador da área de saúde, à luz do que conversamos ao longo 
dessas cinco unidades.
Lembre-se das atividades do curso que devem ser realizadas. E qualquer dúvida, 
recorra ao tutor!
Bons estudos!
14
15
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão E Emoção
Santos M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: 
Editora da Universidade de São Paulo, 2002. 
 Leitura
Guia para a Documentação e Partilha das “Melhores Práticas” em Programas de Saúde
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Guia para a Documentação e 
Partilha das “Melhores Práticas” em Programas de Saúde. Escritório Regional Africano 
Brazzaville: OMS, 2008. 
https://goo.gl/T984Z
15
UNIDADE Boas Práticas em Saúde; Políticas em Saúde e SUS
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA. Resolução da 
Diretoria Colegiada – RDC n. 63 de 25 de novembro de 2011.
CAVALCANTE FILHO, J. B.; VASCONCELOS, S. E. M.; CECIM, R. B.; GOMES, 
L. B. Acolhimento coletivo: um desafio instituinte de novas formas de produzir 
o cuidado. Interface: Comun Saúde Educ., v. 31, n. 13, p. 315-328, dez. 2009.
GUERRERO, P.; MELLO, A. L. S. F.; ANDRADE, S. R.; ERDMANN, A. L. O 
acolhimento como boa prática na atenção básica à saúde. Texto Contexto 
Enferm, Florianópolis, v. 22, n. 1, p. 132-140. 2013.
LIMA, M. A. D. S.; RAMOS, D. D.; ROSA, R. B.; NAUDERER, T. M.; DAVIS, R. 
Acesso e acolhimento em unidades de saúde na visão dos usuários. Acta Paul 
Enferm, v. 20, n. 1, p. 12-17. 2007.
SCHOLZE, A. S.; DUARTE JUNIOR, C. F.; FLORES E SILVA, Y.. Trabalho em 
saúde e a implantação do acolhimento na atenção básica à saúde: afeto, 
empatia ou alteridade? Interface – Comunic. Saúde Educ., v. 13, n. 23, p. 303-
314, out./dez. 2009.
16

Outros materiais