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Formas de governo ICP Debora Almeida IPOL/UnB Platão Formas más de governo que não se ajustam à República ideal A constituição atual é sempre pior do que a antecedente História como regresso definido 4 Constituições corrompidas Timocracia Oligarquia Democracia Tirania Monarquia e aristocracia associadas à constituição ideal Formas de governo Não há alternância entre forma boá e má Da ideal – aristocracia – seguem-se quatro corrompidas Timocracia: degeneração da aristocracia (conflito dentro da classe dirigente) Oligarquia: corrupção da timocracia (conflito classe dirigente) Democracia: degeneração da oligarquia (conflito dirigentes e governados) Tirania: degeneração da democracia (conflito dirigentes e governados) Critérios para definição das formas de governo Quem governa? (perceber vícios e virtudes da classe dirigente) Timocrático: desejo de honrarias Oligárquico: fome de riqueza Democrático: desejo imoderado de liberdade Tirano: violência Só o governo ideal aristocrático governado por uma alma racional Critérios para definição das formas de governo Timocracia é degenerada, mas qualitativamente melhor que as demais. Alma passional Critério de necessidade para as três formas corrompidas Alma apetitiva Oligárquico: atendimento de necessidades essenciais Democrático: necessidades supérfluas Tirânico: necessidades ilícitas Quando muda? Na passagem de uma geração para a outra Corrupção se explica pelo excesso de um princípio Honra se corrompe quando se transforma em ambição imoderada Riqueza em avidez, avareza Liberdade em licenciosidade Poder em violência pela própria violência Seis formas – O Político Aristocracia, monarquia, democracia positiva, democracia negativa, oligarquia e tirania. Democracia pior forma entre as boas e no princípio das séries más Não apresenta como as demais versões o governo de um só Critérios para definição das formas de governo Violência e consenso Legalidade e ilegalidade Aristóteles Divisão em três formas puras e três formas corrompidas Monarquia Tirania Aristocracia Oligarquia Politeia Democracia Critérios para definição das formas de governo Quem governa Uma pessoa (monarquia) Poucas pessoas (aristocracia) Muitas (politéia, timocracia) Como se governa (boas ou más constituições) Existe uma hierarquia no modelo aristotélico A forma pior é a degeneração da forma melhor Ao mesmo tempo que as degenerações das formas que seguem a melhor são cada vez menos graves Formas de governo Ordem aristotélica Monarquia, aristocracia, politia, democracia, oligarquia e tirania Critério central de diferenciação É menos o sentido numérico Interesse comum x interesse pesoal Boas – governantes visam interesse comum Más – governantes visam interesse pessoal Critérios para definição das formas de governo Razão pela qual os indivíduos se reúnem nas cidades Viver em comum, e viver bem Necessário visar o interesse comum Ou em conjunto, ou por intermédio do governante 3 tipos de relação de poder Poder do pai sobre o filho Exerce no interesse dos filhos Poder do senhor sobre o escravo Exercido no seu próprio interesse Poder do governante sobre o governado Interesse comum de governantes e governados Complexidade interna nas formas de governo Subdivisão em muitas espécies Monarquia Dos tempos heróicos Hereditária, baseada no ‘consentimento dos suditos’ Esparta Poder supremo se identifica com poder militar (tiranos eletivos) Ou de chefes supremos de uma cidade eleitos por certo período ou vitalícios Monarquia dos bárbaros (despótica) Poder exercido tiranicamente Mas é legítimo (diferente da forma má da tirania) Tiranos governam súditos descontentes com seu poder Legítimo porque é aceito Complexidade interna nas formas de governo Politeia/politia Introduz uma complicação a sua abordagem O critério não é simplesmente o número e o interesse Politia deveria ser o governo bom de muitos Mas é a fusão entre duas formas más Oligarquia e democracia POLITEIA Explicação A oligarquia não é o governo de poucos Tampouco a democracia o governo de muitos Critério: diferença entre ricos e pobres Oligarquia governo dos ricos e nobres – os quais são minoria Democracia governo dos homens livres e pobres – maioria POLITEIA Governo em que a união entre ricos e pobres deveria remediar a causa mais importante de tensão em todas as sociedades: a luta dos que não possuem contra os proprietários Mais propício para assegurar a paz social Concilia procedimentos que seriam incompatíveis Surgindo algo intermediário e comum Leis que penalizem ricos não participantes e premie pobres participantes Qual engenharia política da politia? Concilia procedimentos que seriam incompatíveis Surgindo algo intermediário e comum Leis que penalizem ricos não participantes e premie pobres participantes Adota-se um ‘meio termo’ entre as disposições extremas dos dois regimes Diminuir o limite de renda imposto para o voto na oligarquia Elevar o numero de votantes assim como no regime dos pobres Qual engenharia política da politia? Recolhe-se o melhor dos dois sistemas legislativos Distribuição de cargos na oligarquia se dá por eleição a quem possui renda Na democracia por sorteio entre todos O melhor seria conservar o método eleitoral e excluir a renda Modelo Aristotélico Bobbio mostrará no texto de Políbio que esta não é uma engenharia de sistema político – ex: divisão de poderes É uma preocupação com a fórmula da sociedade Critério da mediana Virtude está no meio termo – desde que acessível a todos Preserva estabilidade Uma formulação próxima a ideia de governo misto Políbio 3 teses Primeira: Existem fundamentalmente seis formas de governo: 3 boas e 3 más Confirma a teoria tradicional Diferente de Aristóteles usa democracia como terceira forma (positiva) Parte negativa (olocracia = multidão, governo de massas) Uso sistemático das formas de governo Políbio Segunda Essas formas se sucedem umas as outras de acordo com determinado ritmo, num ciclo repetido no tempo Fixa a teoria dos ciclos Desenvolvimento histórico ocorre em uma certa ordem Diferente da ordem aristotélica – é sequencial Uma constituição boa e outra correspondente má Uso historiográfico Políbio Terceira Há uma sétima forma – exemplo de Roma – que é a melhor de todas É uma síntese das 3 formas boas Governo misto Uso axiológico (constitui um valor, teoria crítica) Formas de governo Critério de distinção das constituições boas ou más Diferente de Aristóteles (interesse público e privado) Reproduz Platão Governo baseado na força x consenso Governo legal e ilegal Reino, tirania, aristocracia, oligarquia, democracia e olocracia Degeneração ocorre pelo surgimento da força e arrogância, bem como da ilegalidade Diferente de Platão Para o qual cada forma é uma degeneração da precedente Políbio percebe ciclos de alternância entre boas e más Formas de governo Visão regressiva e fatalista da história Diferente da idade moderna Ideia de progresso Mudança de uma fase a outra está predeterminada Prevista pela natureza das coisas Todo regime tende-se a se corromper Volta da pior (olocracia) para a melhor (reino) Governo misto Todas as constituições são simples (boas ou más) Primazia de um princípio (governo de um, de poucos sábios ou de muitos) Forma ótima reúne as 3 Modelo Esparta Traz mais estabilidade Mudanças são sistemáticas e graduais, não violentas Governo misto Como funciona? Mecanismo de controle recíproco dos poderes Tema central dos constitucionalistas Constituição romana incluía 3 órgãos Cônsules (Estado parecia monárquico e real) Senado (aristocrático) Eleições populares (democrático) 27 Governo misto Teoria dos mecanismos constitucionais Diferente do modelo aristotélico do sistema social Das instituições políticas para a anatomia da sociedade civil Equilíbrio institucional x social Governo misto Impedir a degeneração e gerar estabilidade Seria uma contradição? Teoria dos ciclos fala da mudança que é natural Mas ser estável, não é o mesmo que ser eterna Tem mais proteção à mudança Introdução do ‘ciclo no ciclo’ no governo misto Quando começa a se instituir a predominância de uma forma sobre a outra Predominância democrática para ele era o princípio do fim Modelo grego, como em Platão – privilegia os sábios Bibliografia BOBBIO, Norberto. As teorias das formas de governo. Brasília: Editora UnB, 1997. pp. 39-74 (caps. III e IV, pp. 55-73).
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