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APOSTILA E EXERCICIO FISIO ENDOCRINA E EXERCICIO BIOENERGETICA

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TEMA: FISIOLOGIA ENDÓCRINA E EXERCICIO/BIOENERGÉTICA 
1. INTRODUÇÃO 
 A vida de cada um de nós acompanha o ritmo imposto pela sociedade, 
mas é imperioso ressaltar que cada organismo tem seu próprio ritmo diário, de modo 
que seu respectivo funcionamento varia conforme os diferentes afazeres e horários. 
Por conta disso, pode-se dizer que dentro do organismo humano existe um sofisticado 
laboratório com um exército de mensageiros químicos que influencia as nossas vidas 
de centenas de maneiras diferentes. Esse “relógio biológico” funciona silenciosamente, 
governando a rotina do dia-a-dia e podendo se atrapalhar numa situação de mudança 
repentina de hábito, como por exemplo: a realização de exercício físico ou uma 
viagem ao exterior, quando o fuso horário é modificado. 
Frente às mudanças repentinas de hábitos, nós podemos ajustar rapidamente 
o nosso relógio de pulso, porém o nosso relógio biológico não se reajusta com a 
mesma facilidade. Algumas glândulas levam certo tempo para mudar o seu ritmo de 
funcionamento, de modo que toda vez que uma nova rotina se insere no ritmo diário 
de uma pessoa, os ciclos internos fazem com que ela se sinta cansada e desorientada 
durante alguns dias, expondo seu organismo a uma espécie de guerra química que, 
em verdade, se traduz numa adaptação do sistema endócrino a esta nova realidade. 
Além disso, a mudança repentina de hábito não seria problema nenhum se em nosso 
organismo houvesse somente um único relógio biológico, mas o corpo humano tem 
muitos relógios internos e diferentes glândulas que seguem horários independentes 
para secretar suas substâncias (hormônios). Assim, todos os sistemas do corpo 
trabalham em conjunto e é por isso que, geralmente, ao meio-dia nós sentimos fome e 
à meia-noite temos sono. 
Os hormônios correm pelo corpo humano 24 horas por dia. Eles controlam os 
mecanismos básicos – como a fome, a sede, o sono e a disposição física. São eles 
que nos auxiliam em momentos de tensão ou de perigo. Eles controlam cada segundo 
da nossa rotina, disparando mensagens que regulam nosso ritmo. Eles influenciam 
tudo. Até o desejo sexual! A partir de agora, você vai começar a entender como 
funciona o relógio químico do nosso organismo, conhecido como sistema endócrino. 
 
2. SISTEMA ENDÓCRINO: CARACTERÍSTICAS E ORGANIZAÇÂO 
O sistema endócrino integra e controla diversas funções do organismo, 
regulando e mantendo a homeostase, de modo que qualquer fator que desestabilize o 
 
organismo deflagra, consequentemente, uma resposta endócrina. Ele é formado por 
um conjunto órgãos hospedeiros (glândulas), por mensageiros químicos (hormônios) e 
por diversos órgãos-alvo ou receptores. 
 
2.1. As glândulas 
As glândulas são órgãos que têm por função produzir e secretar substâncias 
com funções pré-definidas. Elas podem ser classificadas em três tipos: exócrinas, 
endócrinas ou anfícrinas. 
Do ponto de vista conceitual, são reconhecidas como glândulas exócrinas 
aquelas que produzem secreções ou substâncias que não são despejadas nos 
espaços extracelulares e que, portanto, conduzem suas substâncias diretamente para 
uma superfície ou cavidade corporal por canais ou ductos, sendo as glândulas 
sudoríparas (secretam suor), sebáceas (secretam gordura), salivares (secretam 
saliva), biliares (secretam bile) e mamárias (secretam leite) bons exemplos de 
glândulas exócrinas. 
As glândulas endócrinas, em contrapartida, não possuem ductos e secretam 
substâncias (hormônios) que são lançadas diretamente nos espaços extracelulares, 
sobretudo no sangue, a fim de desempenharem suas funções na comunicação 
intracelular. As principais glândulas endócrinas são: hipófise anterior, hipófise 
posterior, córtex suprarrenal, medula suprarrenal, tireoide, pâncreas, paratireoides, 
ovários, testículos e rins. Mais recentemente, outros tecidos corporais têm sido 
apontados como glândulas endócrinas, como é o caso do tecido adiposo, o qual, 
atualmente, é reconhecido por ser a maior glândula endócrina do nosso organismo. Na 
Figura 1 há uma representação esquemática das principais glândulas endócrinas. 
 
 
Figura 1 – Representação esquemática do sistema endócrino na mulher 
(esquerda) e no homem (direita). 
 
Como explicitado anteriormente, há glândulas que são denominadas glândulas 
anfícrinas. Essas glândulas são assim reconhecidas por manifestarem os dois tipos de 
função simultaneamente, ou seja, elas são ao mesmo tempo exócrinas e endócrinas. 
Um bom exemplo disso é o pâncreas. O pâncreas endócrino, através das ilhotas 
pancreáticas (chamadas antigamente de ilhotas de Langerhans), é responsável pela 
produção de glucagon (células alfa, 25% da ilhota), insulina (células beta, 60% da 
ilhota), somatostatina (células delta, 3-10% da ilhota) e polipeptídeo pancreático 
(células PP, 1% da ilhota). No entanto, o pâncreas também tem uma porção exócrina, 
que inclusive é maior do que a porção endócrina, sendo responsável pela produção de 
enzimas digestivas (lipase e amilase) que ajudam na digestão das proteínas. 
A seguir são discutidas com mais detalhes as principais glândulas endócrinas, 
bem como suas secreções, funções e regulações. 
 
2.1.1 Hipotálamo 
Localizado na base do encéfalo, logo abaixo do tálamo, o hipotálamo 
desempenha um importante papel no controle endócrino, pois regula a secreção 
hormonal da hipófise, reconhecida por influenciar diversas funções do organismo – 
 
como, por exemplo, o metabolismo, a reprodução, as respostas aos estímulos 
estressores e a produção de urina. 
O controle hipotalâmico da hipófise é mediado graças à interligação do sistema 
nervoso ao sistema endócrino, a partir da síntese de neurotransmissores específicos 
que podem estimular ou inibir a liberação de gonadotrofinas. Esses hormônios são 
reconhecidos pela sigla GnRH (do inglês gonadotropin-releasing hormone). 
 
2.1.2 Hipófise 
Também conhecida como glândula pituitária, a hipófise é dividida em três 
partes: anterior, posterior e intermediária. Apesar disso, seus dois lobos (anterior e 
posterior) são os mais importantes para a secreção hormonal. 
Pelo número de substâncias secretadas, pode-se dizer que a atividade da 
hipófise anterior é mais intensa quando comparada à sua parte posterior, pois 
enquanto a hipófise posterior secreta somente dois hormônios (ocitocina – que age na 
musculatura lisa da parede do útero, facilitando, assim, a expulsão do feto e da 
placenta; e o hormônio antidiurético (ADH) ou vasopressina – que é importante para a 
regulação do equilíbrio hídrico do organismo), a hipófise anterior propicia a secreção 
de vários hormônios, por exemplo: a somatotrofina (GH) – responsável pelo 
crescimento humano; o hormônio tireotrófico (TSH) – estimula a glândula tireoide; o 
hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) – age sobre o córtex das glândulas 
suprarrenais; o hormônio folículo-estimulante (FSH) – atua sobre a maturação dos 
folículos ovarianos e dos espermatozoides; o hormônio luteinizante (LH) – estimulante 
das células intersticiais do ovário e do testículo, ele provoca a ovulação e a formação 
do corpo lúteo; e o hormônio lactogênico (LTH) ou prolactina (PRL) – interfere no 
desenvolvimento das mamas e promove a produção de leite. 
O exercício físico atua na hipófise anterior aumentando a secreção de GH, 
TSH, PRL e endorfina, a qual é responsável por bloquear a dor e promover estados de 
euforia. Nenhuma modificação é encontrada sobre os níveis de FSH e LH com o 
exercício físico. Ressalta-se, por fim, que os efeitos do exercício sobre a liberação de 
corticotropina (a qual estimula a liberação de cortisol, aldosterona e demais hormônios 
da suprarrenal) ainda são desconhecidos. 
Na hipófise posterior, o exercíciofísico estimula a liberação de vasopressina e 
não interfere na liberação de ocitocina. 
 
 
2.1.3 Tireoide 
Localizada na porção anterior do pescoço, a tireoide possui os lobos direito, 
esquerdo e piramidal. Os lobos direito e esquerdo são unidos na linha mediana por 
uma porção estreitada, denominada istmo. Ela é responsável pela produção dos 
hormônios conhecidos como T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), os quais, 
conjuntamente, regulam a taxa metabólica do organismo. Além disso, como explicitado 
anteriormente, sua regulação é mediada pelo hormônio tireotrófico (TSH) da hipófise 
anterior. Em especial, quando há uma elevação de T4 ocorre um marcante efeito 
termogênico, de modo que este hormônio é frequentemente rastreado quando se 
objetiva avaliar a taxa metabólica basal de um indivíduo. 
Outras informações importantes referem-se à condição em que a tireoide fica 
com atividades extremas para mais ou para menos. Assim, quando ela está muito 
ativa, pode ocorrer uma condição patológica conhecida como hipertireoidismo ou 
tireotoxicose, doença grave com resposta autoimune. Por outro lado, quando os níveis 
hormonais da tireoide são insuficientes, instala-se, então, o hipotireoidismo, que pode 
se manifestar na criança (cretinismo) e no adulto (mixedema) como uma condição 
autoimune (Tireoidite de Hashimoto), através de um bócio (glândula com tamanho 
aumentado) ou mesmo por uma condição neoplásica (tumores de tireoide). 
Em especial, o bócio é uma condição ocasionada frequentemente pela falta de 
iodo, de modo que para ambos os hormônios (T3 e T4) a presença do iodo é 
fundamental. Há dados históricos do início do século XX demonstrando que, nas 
regiões em que se verificava a carência de iodo na água e no solo, como no norte de 
Minas Gerais, o bócio ocorria com maior frequência, assumindo inclusive caráter 
endêmico. 
A tireoide também produz o hormônio hipocalcemiante, de origem tireoidiana, 
denominado como calcitocina. A calcitocina tem a propriedade de reduzir os níveis de 
cálcio e fosfatos circulantes ao favorecer a formação óssea e a reabsorção renal de 
cálcio. Assim, a calcitocina é encarada como um hormônio antagonista do 
paratormônio (secretado pela paratireoide), que será discutido a seguir. 
Durante o exercício físico, há aumento da liberação dos hormônios tiroidianos 
T3 e T4. 
 
 
2.1.4 Paratireoides 
As paratireoides são pares de glândulas que apresentam o aspecto de discos 
ovais achatados. Situam-se na superfície posterior da tireoide. Elas produzem o 
paratormônio (PTH), que é o principal regulador da calcemia (concentração de cálcio 
no sangue). O PTH é responsável por estimular a proliferação e a atividade 
osteoclásica (retirada óssea de cálcio). Ele promove a reabsorção renal de cálcio, bem 
como a síntese de um derivado da vitamina D que aumenta a absorção do cálcio pelos 
enterócitos. Além disso, ele ainda reduz a reabsorção do fosfato nos tubos convolutos 
proximais do rim. Por todos esses motivos, as paratireoides são indispensáveis à vida, 
de modo que, numa suposta insuficiência aguda de PTH, o indivíduo pode cursar para 
a tetania e, inclusive, vir a falecer. 
Durante o exercício físico (somente o de longa duração), é possível verificar 
aumento do paratormônio. 
2.1.5 Suprarrenais 
As glândulas suprarrenais, assim denominadas por estarem posicionadas 
sobre os rins, são vitais para o ser humano, já que possuem funções muito 
importantes, como a de regular o metabolismo de sódio e potássio e o aproveitamento 
da glicose, dos lipídios, dos sais minerais e da água, além de regular as reações do 
organismo frente ao estresse. Sua função básica está relacionada à manutenção do 
equilíbrio do meio interno, isto é, da homeostase do organismo, quando encontra 
situações desafiadoras do dia-a-dia (como tensão emocional, jejum, variação de 
temperatura, infecções, administração de drogas, exercício físico e hemorragias). 
De modo geral, elas apresentam duas porções (o córtex e a medula), cada 
uma com funções distintas. A medula produz os hormônios catecolaminérgicos, 
conhecidos como adrenalina ou epinefrina e noradrenalina ou norepinefrina. As 
moléculas desses dois hormônios estão sempre circulando no sangue por todo o 
tempo em que passamos acordados. Seus níveis sobem numa situação de estresse, 
de modo que diante de qualquer desafio súbito os níveis desses hormônios auxiliam-
nos a lidar com os “agentes estressores”. Por outro lado, o córtex produz e secreta 
aldosterona, que tem como principal função a retenção de sódio; glicocorticoides 
(cortisol e corticosterona), muito ativos durante a exposição ao estresse; e hormônios 
sexuais. 
 
Quando há uma hipofunção adrenal, ou seja, quando a atividade secretora de 
corticosteroides a partir das glândulas suprarrenais passa a ser insuficiente, surge a 
doença de Addison, que afeta aproximadamente 4 em cada 100.000 indivíduos. Ela 
pode manifestar-se em qualquer idade e afeta igualmente ambos os sexos. Na maior 
parte das vezes (70% dos casos), a causa de seu surgimento não é conhecida. Essa 
condição produz uma sensibilidade extrema à insulina, de modo que a concentração 
circulante de glicose pode tornar-se perigosamente baixa. Os músculos enfraquecem; 
o coração pode cursar para um quadro compatível com insuficiência cardíaca. Para 
compensar a deficiência de corticosteroides, a hipófise produz mais corticotropina com 
o intuito de estimular as glândulas suprarrenais. Assim que a doença se estabelece, o 
indivíduo sente fraqueza, cansaço e tontura ao ficar em pé, após ter permanecido 
sentado ou deitado. A pele escurece e pode ocorrer a formação de sardas pretas na 
testa, na face e nos ombros e uma alteração da cor (para o negro-azulado) em torno 
dos mamilos, dos lábios, da boca, do reto, da bolsa escrotal ou da vagina. A maioria 
dos indivíduos apresenta perda de peso, desidratação, inapetência, dores musculares, 
náusea, vômito e diarreia. Quando a doença não é tratada, a morte poderá ocorrer 
rapidamente. 
Analogamente à hipofunção, nas condições em que ocorre uma hiperfunção 
adrenal, ou seja, quando as glândulas suprarrenais passam a produzir uma 
quantidade excessiva de um ou mais hormônios, diversas doenças podem surgir. Por 
exemplo, se houver hiperprodução de esteroides androgênicos (testosterona e 
hormônios similares), ocorre um distúrbio que causa virilização – o desenvolvimento 
de características masculinas exageradas em homens e inclusive em mulheres. A 
hiperprodução moderada de androgênios é comum, mas tem como único efeito o 
hirsutismo (aumento do crescimento de pelos). A verdadeira doença virilizante é rara, 
afetando apenas cerca de 1 ou 2 em cada 100.000 mulheres. No entanto, se houver 
exposição exagerada aos corticosteroides, seja pela hiperprodução das suprarrenais 
ou mesmo pelo uso de doses excessivas de corticosteroides, pode surgir uma 
disfunção denominada síndrome de Cushing, que altera a quantidade de distribuição 
da gordura corpórea e provoca irregularidades do ciclo menstrual. As crianças com 
síndrome de Cushing apresentam um crescimento lento e uma baixa estatura final. 
Por fim, uma outra condição referente à hiperfunção das glândulas suprarrenais é o 
hiperaldosteronismo (hiperprodução de aldosterona), que afeta as concentrações 
séricas de sódio, potássio, bicarbonato e cloreto, acarretando hipertensão arterial, 
fraqueza e, mais raramente, períodos de paralisia. 
 
O exercício físico vigoroso pode aumentar os níveis circulantes de cortisol e de 
corticosterona no córtex suprarrenal. Além disso, o exercício, mesmo em intensidades 
mais brandas, promove aumento dos níveis circulantes de aldosterona. 
Uma característica bastante marcantedo exercício na medula suprarrenal é a 
elevação dos níveis circulantes de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina). 
 
2.1.6 Pâncreas 
O pâncreas é um órgão que contém dois tipos básicos de tecido: os ácinos, 
que secretam enzimas digestivas, e as ilhotas, produtoras de hormônios. 
Como mencionado anteriormente, o pâncreas exócrino secreta enzimas 
digestivas ao duodeno que chegam ao ducto pancreático por vários canais. O ducto 
pancreático principal une-se ao ducto biliar comum e drena para o interior do duodeno. 
As enzimas secretadas pelo pâncreas digerem proteínas, carboidratos e gorduras. As 
enzimas proteolíticas, que quebram as proteínas em uma forma que o organismo 
possa utilizar, são secretadas em uma forma inativa. Elas são ativadas somente 
quando atingem o trato digestivo. O pâncreas também secreta grandes quantidades 
de bicarbonato de sódio, que protege o duodeno neutralizando o ácido oriundo do 
estômago. 
Do ponto de vista endócrino, o pâncreas secreta insulina, glucagon e 
somatostatina, reunidas em estruturas denominadas de ilhotas pancreáticas ou ilhotas 
de Langerhans. Os hormônios produzidos nas ilhotas pancreáticas fluem diretamente 
nos vasos sanguíneos pancreáticos. 
A insulina é responsável pela redução da glicemia. Quando a produção de 
insulina é insuficiente (ou mesmo quando a sua produção é suficiente, mas com ação 
defeituosa) ocorre um aumento no nível de glicose sanguínea e urinária. Se essa 
condição for mantida persistentemente, fica estabelecido o quadro do diabetes do tipo 
1 (secreção insulínica insuficiente) ou tipo 2 (ação deficiente). 
As demais ações da insulina incluem: 
• Controle parcial da captação celular de glicose nos tecidos muscular e 
adiposo; 
• Controle do fornecimento de aminoácidos que irão aumentar a 
velocidade de replicação do DNA e da síntese de proteínas; 
• Modificação da atividade de enzimas celulares; 
• Aumento da síntese e do armazenamento de glicogênio hepático e 
muscular; 
 
• Aumenta da síntese de ácidos graxos; 
• Aumenta da esterificação de ácidos graxos, tornando essas partículas 
hidrofóbicas; 
• Redução da proteólise; 
• Redução da lipólise; 
• Impedimento da gliconeogênese; 
• Aumento da absorção de aminoácidos; 
• Aumento da absorção de potássio; 
• Aumento da biodisponibilidade de óxido nítrico. 
 
Durante o exercício físico, ocorre supressão da liberação de insulina na forma 
de dose-resposta, ou seja, quanto maior a intensidade do exercício, maior é a 
supressão da liberação da insulina. 
 
O outro hormônio secretado pela ilhotas pancreáticas é o glucagon. 
O glucagon é um hormônio muito importante para o metabolismo de 
carboidratos, pois apresenta como principal função a elevação da glicemia, 
contrapondo-se aos efeitos anabólicos da insulina. Por esse motivo, o glucagon, em 
conjunto com o hormônio do crescimento, o cortisol e as catecolaminas, passam a ser 
reconhecidos como hormônios contrarreguladores da insulina, de modo que a 
diminuição dos níveis circulantes de insulina é o principal estímulo para a elevação 
dos níveis circulantes desses hormônios contrarreguladores. 
Especificamente, o glucagon age na conversão do ATP (trifosfato de 
adenosina) em AMP cíclico, com o intuito de prover uma imediata produção e 
liberação de glicose hepática. Assim, ele auxilia na manutenção dos níveis de glicose 
circulante, sobretudo por facilitar um processo hepático denominado glicogenólise. 
Quando as reservas hepáticas atingem nível crítico, o glucagon tem a 
capacidade de iniciar um processo de síntese de glicose adicional denominado 
gliconeogênese. A glicose liberada por este processo é necessária e suficiente para 
evitar o estado crítico de redução de glicemia sanguínea, denominada hipoglicemia. 
Vale lembrar que, em condições normais – ou seja, euglicemia –, a ingestão de 
glicose suprime a secreção de glucagon, de modo que o seu principal aumento ocorre 
durante o jejum. 
 
Durante o exercício físico, ocorre aumento dos níveis circulantes do glucagon. 
Portanto, o exercício, sobretudo o vigoroso, é uma alternativa importante para prover 
aumento da glicemia quando há necessidade de elevação imediata. 
 
2.1.7 Ovários 
Na puberdade, a hipófise anterior secreta quantidades cada vez maiores do 
hormônio folículo estimulante (FSH), de modo que, sob a ação do FSH, os folículos 
imaturos do ovário continuam seu desenvolvimento, o mesmo acontecendo com os 
óvulos neles contidos. Assim, o folículo em desenvolvimento passa a secretar 
hormônios denominados estrogênios, que são responsáveis pelo surgimento das 
características sexuais secundárias nas mulheres. Em paralelo à secreção do FSH, a 
hipófise anterior também secreta o hormônio luteinizante (LH), o qual age no ovário 
em favor do rompimento do folículo maduro, facilitando, desse modo, a ovulação. 
Ademais, o corpo lúteo continua a produzir estrogênios e inicia a produção de outro 
hormônio, denominado progesterona, que atuará no útero, preparando-o para receber 
o embrião caso ocorra, oportunamente, a fecundação. 
A secreção ovariana de estrogênio, portanto, promove o dimorfismo sexual. De 
fato, desde a adolescência, quando o estrogênio é responsável pelo aparecimento das 
características sexuais secundárias nas mulheres, sobretudo após a primeira 
menstruação (menarca) até a menopausa (última menstruação espontânea), a mulher 
apresenta possibilidade de reprodução (período conhecido como menacme). 
Embora os estrogênios tenham um vínculo muito estreito com a capacidade 
reprodutiva da mulher, sua ação transcende esse efeito. Por exemplo, nos ossos o 
estrogênio estimula o crescimento longitudinal e sobretudo transversal até por volta 
dos 30-35 anos de idade. Além disso, ele ainda tem outros efeitos importantes no 
endométrio (revestimento interno do útero), em especial no controle do ciclo 
menstrual. 
Com a chegada da menopausa, que na mulher brasileira ocorre por volta dos 
49 anos, ocorre uma abrupta diminuição dos níveis circulantes de estrogênio; a mulher 
passa a sentir sérios desconfortos, como ondas de calor repentinas (conhecidas como 
fogachos), parestesia (dormência), insônia, nervosismo, depressão, fadiga, dores 
articulares e musculares, palpitação, formigamento, secura vaginal, zumbidos, entre 
outros. Vale ressaltar que aproximadamente 75 a 80% das mulheres que chegam na 
menopausa apresentam essas características, definidas como síndrome climatérica. 
 
Outra informação relevante é que o estrogênio induz células de muitos locais 
do organismo a se proliferar, de modo que sua reposição é vista com muita cautela, 
sobretudo pelo potencial que o estrogênio tem de induzir câncer de mama e de colo de 
útero. 
O exercício físico aumenta os níveis circulantes de estrogênio e progesterona. 
No entanto, esse efeito é dependente da fase menstrual. 
 
2.1.8 Testículos 
No homem há, geralmente, dois testículos que se alojam na bolsa escrotal, 
estando envolvidos, cada um deles, numa hemibolsa. Primordialmente, a função 
endócrina testicular é produzir o hormônio sexual masculino, conhecido como 
testosterona. 
A testosterona é o principal hormônio ligado ao ganho de massa muscular e à 
diminuição da gordura corporal. Ela estimula o metabolismo; sua deficiência está 
associada à perda de massa muscular, perda de força, acúmulo de gordura corporal, 
sintomas de cansaço, indisposição e diminuição do desejo sexual. De fato, em 
homens o comportamento sexual é muito dependente da testosterona. Isso fica 
bastante claro com a eficácia da terapia de reposição de testosterona em 
circunstâncias onde há diminuição do interesse sexual e da capacidade erétil. 
Vale lembrar que as gônadas são influenciadaspela hipófise anterior. Assim, o 
hormônio folículo estimulante possibilita a produção dos espermatozoides, enquanto o 
hormônio luteinizante estimula a produção da testosterona, de modo a desenvolver os 
caracteres sexuais masculinos, promovendo o dimorfismo sexual. A regulação desse 
controle hipotalâmico/hipofisário ocorre numa espécie de retroalimentação negativa. 
Assim, quando os níveis de testosterona ficam suficientemente elevados, ocorre 
inibição do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal. Isso é importante pois reflete, dentre 
outros aspectos, a capacidade limitada de aumento do nível de testosterona na 
circulação. Nesse sentido, o uso ilícito de drogas que aumentam o nível de 
testosterona de modo exacerbado pode, em última instância, concorrer para a inibição 
tônica deste eixo hormonal. 
Por ser um órgão endócrino, no testículo podem ocorrer várias doenças 
decorrentes de sua hipofunção, denominadas hipogonadismo primário ou secundário. 
No hipogonadismo primário, a função das células de Leydig fica deprimida. 
Quando isso ocorre, o indivíduo desenvolve uma disfunção conhecida como síndrome 
 
de Klinefelter, quando há testículos pequenos e com raras células de Sertoli, sendo 
comum esterilidade plena. 
O hipogonadismo secundário, chamado síndrome de Kallmann, também 
reconhecida como síndrome de hipogonadismo hipertrófico, é a mais comum. Ambas 
as condições influenciam o crescimento e o desenvolvimento humano. A síndrome de 
hipogonadismo hipertrófico também é acompanhada de várias anomalias físicas e 
mentais. 
O exercício físico aumenta os níveis sanguíneos de testosterona, sobretudo 
exercícios vigorosos. No entanto, esse efeito é rápido e não-cumulativo. 
 
2.2 Os hormônios 
Os hormônios são substâncias químicas que transferem informações e 
instruções entre as células. Por serem despejados no espaço extracelular, sobretudo 
na corrente sanguínea, os hormônios têm suas funções parcialmente reguladas pela 
quantidade e pela velocidade de sangue que trafega em nosso corpo. Dentre as suas 
diversas importâncias, os hormônios são essenciais na regulação do crescimento e do 
desenvolvimento humano: controlam as funções de muitos tecidos, auxiliam nas 
funções reprodutivas e regulam o metabolismo. 
Como já mencionado, os hormônios são produzidos por glândulas ou tecidos 
especializados, que os secretam de acordo com a necessidade imposta pelo 
organismo. A maioria dos hormônios é produzida pelas glândulas do sistema 
endócrino, as quais produzem e secretam hormônios diretamente na corrente 
sanguínea. Porém, nem todos os hormônios são produzidos pelas glândulas 
endócrinas – por exemplo, as mucosas do intestino delgado produzem hormônios que 
estimulam a secreção de sucos digestivos do pâncreas, estimulando assim a função 
exócrina pancreática. Além disso, outros hormônios, como aqueles produzidos pela 
placenta (órgão formado durante a gestação), tem a finalidade de regular alguns 
aspectos do desenvolvimento do feto. 
Em geral, os hormônios, de acordo com sua composição química, podem ser 
classificados em dois tipos principais: os esteroides e os não-esteroides. Os 
hormônios esteroides, também conhecidos como hormônios sexuais, são sintetizados 
a partir do colesterol circulante pelo córtex das glândulas suprarrenais e das gônadas 
(ovários e testículos). Em contrapartida, os hormônios não-esteroides compreendem 
basicamente quatro grupos (amina, peptídeos, proteicos e glicoproteicos). Neste grupo 
 
se inserem os hormônios produzidos pela parte anterior da hipófise, pela tireoide, 
paratireoides, placenta e pâncreas. 
Se fosse possível atribuir aos hormônios uma função principal, certamente esta 
função seria a de alterar as velocidades com que as reações celulares específicas das 
células-alvo se desenvolvem. Essa função é conhecida como especificidade hormônio-
célula alvo. Isto ocorre porque os hormônios têm a capacidade de alterar a velocidade 
da síntese proteica intracelular; modificar o ritmo da atividade enzimática e o 
transporte da membrana plasmática; e, por fim, induzir a atividade secretória das 
próprias células. 
 
2.3 Ligação hormônio-célula alvo 
A ligação hormônio-receptor é o primeiro passo para que a ação hormonal seja 
iniciada. No entanto, vale ressaltar que a ativação da célula-alvo depende de um fluxo 
sanguíneo minimamente suficiente e de uma concentração hormonal apropriada. Além 
disso, o número relativo de receptores na célula-alvo, assim como a sua sensibilidade 
com o hormônio, também se configuram como fatores intervenientes que determinam 
o grau de ativação da célula-alvo. 
É interessante observar ainda que os receptores hormonais são capazes de se 
adaptar às demandas fisiológicas impostas, demonstrando uma regulação ascendente 
(up-regulation), ou seja, a célula-alvo forma um maior número de receptores em 
resposta ao aumento dos níveis hormonais circulantes. Entretanto, numa situação em 
que os níveis hormonais permanecem elevados por muito tempo, como ocorre nos 
indivíduos com maior resistência à insulina (como obesos, hipertensos, dislipidêmicos, 
diabéticos do tipo 2 e cardiopatas), os quais frequentemente apresentam 
hiperinsulinemia mantida, há dessensibilização da célula-alvo, que passa a responder 
com menor efetividade aos níveis hormonais persistentemente elevados, 
configurando, desse forma, uma regulação descendente (down-regulation) dos 
receptores hormonais (Figura 2). 
 
RESISTÊNCIA (down-regulation)
SENSIBILIZAÇÂO (up-regulation)
Ef
ei
to
 re
la
tiv
o
TEMPO DE EXPOSIÇÃO 
Figura 2 – Regulação da ligação hormônio-receptor em função do tempo de 
exposição aos níveis hormonais elevados 
 Outro aspecto a ser considerado, capaz de nortear a ligação do 
hormônio com seu receptor específico na membrana plasmática, é a permeabilidade 
com que a célula-alvo responde a uma determinada substância química – podendo, 
inclusive, alterar a capacidade da célula de produzir substâncias intracelulares, 
principalmente proteínas. Assim, os hormônios não-esteroides, quando se ligam aos 
seus respectivos receptores, atuam como primeiro mensageiro, para então reagir com 
as enzimas adenilato ciclase, presentes na membrana plasmática, sendo responsáveis 
pela formação do composto 3,5-adenosina monofostato cíclico (AMP-cíclico) a partir 
de uma molécula de ATP. Assim, o AMP-cíclico, enquanto presente no interior da 
célula, ativa a proteína quinase dependente de AMP-cíclico, que fosforila uma série de 
outras proteínas, ativando-as ou inibindo-as – por isso, é reconhecido como segundo 
mensageiro. Portanto, o AMP-cíclico, direta ou indiretamente, executa na célula uma 
série de alterações fisiológicas, como: ativação de enzimas; alterações da 
permeabilidade da membrana celular; modificações do grau de contração de músculo 
liso; ativação de síntese proteica; aumento na secreção celular. 
A ligação do hormônio ao receptor associado à proteína G induz a ativação da 
adenilato-ciclase e o aumento no AMP cíclico. O AMP cíclico ativa a proteína quinase-
A no citosol, a qual move-se até o núcleo da célula e fosforila a proteína regulatória de 
gene. Uma vez fosforilada, a proteína regulatória de gene passa a ser capaz de 
estimular a transcrição de um conjunto inteiro de genes-alvo. Essa rota controla muitos 
processos nas células, sobretudo a síntese de hormônios (Figura 3). 
 
DNA
mRNA
RE
Golgi
Ca++
cAMP
Estímulo
Transcrição Tradução
Síntese Acondicionamento Armazenamento
Secreção
 
Figura 3 – Via de síntese hormonal induzida por ativação do AMP cíclico 
 
2.3 Determinantes dos níveis hormonais 
As características de secreção dos hormônios proteicos são de naturezapulsátil. Podem, basicamente, ser influenciados por três fatores determinantes, sendo 
eles: a) quantidade de hormônio sintetizada pela glândula; b) quantidade de hormônio 
liberada na circulação; e c) velocidade de captação pelas células-alvo, bem como 
remoção hepática e renal dos hormônios. 
Evidentemente, embora os fatores supracitados influenciem de modo 
determinante, outros fatores, como a estimulação hormonal, humoral e neural também 
são capazes de controlar as glândulas endócrinas (Figura 4). Vejamos como: 
a) A liberação hormonal pode ser influenciada por fatores hormonais - A 
liberação de vários hormônios da hipófise anterior é regulada pelos hormônios 
inibidores de liberação produzidos pelo hipotálamo, assim como os próprios hormônios 
da hipófise anterior são capazes de estimular outros órgãos. Logo, à medida que os 
níveis sanguíneos produzidos pelas glândulas se elevam, ocorre um mecanismo 
conhecido como retroalimentação negativa (feedback negativo) que inibe a 
continuidade da secreção hormonal. Daí a história de que o uso ilícito de hormônios 
anabolizantes, sobretudo a testosterona, pode levar à produção endógena deste 
hormônio reduzida. 
 
 
b) A liberação hormonal pode ser influenciada por fatores humorais – Após 
uma refeição rica em carboidratos, há certamente uma elevação dramática da 
concentração de glicose sanguínea. Vale lembrar que a glicose sanguínea (agente 
humoral) é o principal estimulador da liberação de insulina pelo pâncreas, de modo 
que a insulina atua como intermediária no processo de captação de glicose. Assim, 
somente quando os níveis de glicose declinam é que há diminuição do estímulo para a 
liberação de insulina. No diabético do tipo 2, quando a insulina que o indivíduo produz 
não exerce suas ações de forma efetiva, o nível sanguíneo de glicose permanece 
elevado e estimula o pâncreas a secretar mais insulina até entrar numa situação de 
esgotamento. Por isso que, em estágios iniciais, o diabético do tipo 2 apresenta níveis 
elevados de glicose associados à hiperinsulinemia. 
 
c) A liberação hormonal pode ser influenciada por fatores neurais. Em 
qualquer situação de alerta (estresse), ocorre maior ativação do sistema nervoso 
simpático e supressão do sistema nervoso parassimpático. Esse ajuste autonômico 
faz com que a medula suprarrenal libere maior concentração de adrenalina e 
noradrenalina (catecolaminas). Assim, a ativação do sistema nervoso simpático 
aumentado de modo direto ou indireto (catecolamina) promove a inibição da secreção 
pancreática de insulina e favorece o catabolismo proteico, a lipólise e a glicólise. 
Todos esses fatores favorecem o quadro de cetoacidose; sendo mantido de modo 
muito persistente, em última instância ele pode prejudicar a saúde do indivíduo –
predispondo-o, inclusive, à morte. 
 
 
 
Figura 4 – Glândulas endócrinas estimuladas por via hormonal (quadro A), humoral 
(quadro B) e neural (quadro C) 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Como visto nesta apostila, o sistema endócrino é formado por um órgão 
hospedeiro (glândulas), uma substância transmissora (hormônios) e um órgão receptor 
(células-alvo). Ele tem a função primordial de integrar nosso organismo através de 
uma eficiente comunicação química. Além disso, sofre a influência das mudanças 
repentinas de hábitos. 
Cada uma de suas glândulas apresenta características singulares: elas 
secretam hormônios com ações bem definidas. Um pequeno desajuste hormonal pode 
resultar num enorme distúrbio orgânico. Assim, é imperioso assegurar a saúde desse 
sistema. 
O exercício físico, entendido aqui como uma manobra em favor de um estresse 
(no caso, estresse físico), influencia o sistema endócrino, que por vezes potencializa a 
secreção de alguns hormônios e outras vezes age inibindo-as. 
Conhecer estas características hormonais é fundamental para o planejamento 
de hábitos de vida saudáveis. Assim, o profissional da saúde que trabalha com o 
exercício deve considerar os ajustes hormonais, tanto em repouso quanto durante o 
exercício, para exercer com eficiência e plenitude a capacidade de prescrever 
exercícios. 
 
 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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Kronenberg, Shlomo Melmed, Kenneth S. Polonsky, Jean D. Wilson, Daniel W. Foster 
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3-UP-TO-DATE: http://www.uptodate.com/ 
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Braverman, L.E. and Utiger, R.D 5-Saad MJ, Maciel RM, Mendonca BB. In: 
Endocrinologia. 1a edição Editora Atheneu, 2007. 
 
 
5-Stroud ML, Stilgoe S, Stott VE, Alhabian O, Salman K. Vitamin D - a review. Aust 
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8-Medeiros-Neto G, Marui S, Knobel M. An outline concerning the potential use of 
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9- Parisi MC, Zantut-Wittmann DE, Pavin EJ, Machado H, Nery M, Jeffcoate WJ 
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11- Deram S, Nicolau CY, Perez-Martinez P, Guazzelli I, Halpern A, Wajchenberg BL, 
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12-Lourenço BH, Arthur T, Rodrigues MD, Guazzelli I, Frazzatto E, Deram S, Nicolau 
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characteristics of obese children and adolescents. Appetite. 2008 Mar-May;50(2-
3):223-30. Epub 2007 Jul 25. 
 
TEMA: FISIOLOGIA ENDÓCRINA E EXERCÍCIO/BIOENERGÉTICA 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
1) Como o sistema endócrino integra os demais sistemas do organismo? 
A) Através de mensagens químicas 
B) Através das glândulas 
 
C) Através do AMP cíclico 
D) Através de receptores de insulina 
 
2) Qual das síndromes abaixo não tem relação com as gônadas? 
A) Síndrome de Kallmann 
B) Síndrome de Cushing 
C) Síndrome de Klinefelter 
D) Todas as anteriores 
 
3) Em relação ao efeito agudo do exercício na secreção hormonal, é 
incorreto afirmar que ele: 
A) Aumenta a secreção de GH 
B) Diminui a secreção dos hormônios tiroideanos 
C) Diminui a liberação da insulina 
D) Aumenta a secreção de testosterona 
 
4) No que diz respeito à regulação dos receptores de insulina, o que deve ser 
esperado com relação a uma situação em que os níveis hormonais de 
insulina permanecem elevados por muito tempo? 
A) Ocorre regulação ascendente 
B) A regulação não se modifica 
C) Ocorre regulação descendente 
D) Nenhuma das anteriores 
 
 
5) É correto afirmar que os níveis hormonais são influenciados por fatores: 
A) Hormonais, humorais e neurais 
B) Síntese e liberação hormonal 
C)Remoção hormonal hepática e renal 
D) Todas as anteriores 
 
RESPOSTAS 
1 – A 
2 – B 
3 – B 
4 – C 
5 – D

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