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DCI A.7 Bens

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ROBERTO GATTI
DOS BENS
CONTEXTUALIZAÇÃO: 
Até o momento nós já estudamos:
Os chamados – sujeitos de direitos e deveres (pessoas físicas e jurídicas).
O que ocorre quando as pessoas naturais se tornam ausentes ou morrem.
Os direitos que decorrem da personalidade que o direito atribui a tais sujeitos de direitos (direitos, em regra, não patrimoniais).
A partir de hoje vamos começar a estudar os bens que pertencem ou podem vir a pertencer às pessoas físicas e jurídicas, bens que integram o chamado patrimônio de tais pessoas.
Após este estudo passaremos a estudar as relações jurídicas que envolvem as pessoas e os bens.
Obs – Nesta aula, tudo o que iremos estudar qualquer pessoa tem noção e muitas vezes essa noção irá te ajudar a dar a resposta correta. Ocorre que algumas vezes a lei contraria a noção que todos nós temos de algo e neste caso é aquilo que a lei determina que irá valer e não a nossa noção. Exemplo – um automóvel é um bem móvel? Como veremos nesta aula, tem situações onde a lei diz que ele não é!
BENS x COISAS – COISAS x BENS
	Há uma imensa disputa na doutrina a respeito das definições do que é um “bem” e do que é uma “coisa” e da diferença entre os termos, havendo vários entendimentos divergentes entre si. 
	Para nós é importante conhecer apenas dois de tais entendimentos, que podem ser assim resumidos:
1a - A definição de “Bem” no direito é X e a de “Coisa” é Y 
2a - A definição de “Bem” no direito é Y e a de “Coisa” é X - 
 Isso é:
1ª - Bem é tudo o que existe no mundo, com exceção dos seres humanos.
2ª - Coisa é tudo o que existe no mundo, com exceção dos seres humanos. e
1ª - Dentre todos os elementos que compõem o conjunto dos Bens (tudo o que existe no mundo, com exceção dos seres humanos) devemos distinguir as Coisas que se diferenciam por serem suscetíveis de avaliação econômica (seu valor pode ser expresso em dinheiro) e podem ser apropriados pelo homem (podem ser propriedade de alguém).
Exps. – Um veículo é um Bem (pois existe no mundo e não é um ser humano) e também é uma Coisa (porque seu valor pode ser determinado e ele pode ser apropriado, pode integrar o patrimônio de alguém).
O ar atmosférico é um Bem (pois existe no mundo e não é um ser humano) mas não é uma Coisa (porque seu valor não pode ser determinado e ele não pode ser apropriado, isso é, não pode integrar o patrimônio de alguém).
2ª - Dentre todos os elementos que compõem o conjunto das Coisas (tudo o que existe no mundo, com exceção dos seres humanos) devemos distinguir os Bens, que se diferenciam por serem suscetíveis de avaliação econômica (seu valor pode ser expresso em dinheiro) e podem ser apropriados pelo homem (podem ser propriedade de alguém).
Exps. – Um veículo é uma Coisa e também é um bem. O Ar Atmosférico existente no planeta também é uma Coisa mas não é um Bem.
Obs – Algo importante no estudo do direito é entender a diferença de GENERO e ESPÉCIE:
 
Assim, para a 1ª Corrente de entendimento Bem é gênero e Coisa é espécie.
					 			 
									
Já para a 2ª Corrente Coisa é Gênero e Bem é espécie. 
Cães e Gatos são Espécies do Gênero: 
__ __ __ __ __ __ ou do Gênero:
 __ __ __ __ __ __ __ __
__ __ __ __ __ __ __ __ __ __ ? 
 
G
E
06
Em minha opinião os termos – Bem e Coisa – devem ser tomados por sinônimos, pois, o CC atual usa ambas as expressões, aleatoriamente, com o mesmo significado: 
O primeiro artigo do CC que usa o termo “bens” é o já estudado Art. 22 que afirma:
	- Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, ... 
	* Claramente o CC está fazendo referência a bens ou coisas que integram o patrimônio da pessoa desaparecida.
	* Já o primeiro artigo do CC que traz o termo “coisa” no sentido de “bem pertencente ao patrimônio” é o Art. 126 que afirma:
	- Se alguém dispuser de uma coisa ... 
	A referência é que alguém está disposta a se desfazer de um bem de seu patrimônio. Como se vê, o CC usa os termos como sinônimos.
O Livro – Direito Civil Esquematizado (DCE) – afirma sobre esse tema:
O Código Civil de 1916 não distinguia os termos coisa e bem, usando ora um, ora outro, ao se referir ao objeto do direito. O novo, ao contrário, utiliza sempre, na parte geral, a expressão bens, evitando o vocábulo coisa, que é conceito mais amplo do que o de bem, ...
	Como dizem os advogados “peço vênias” ao ilustríssimo doutrinador para discordar, pois, acabei de indicar que o Art. 126 (que é da parte geral do CC) usa o termo “COISA”, exatamente, como ocorria no CC/16.
	É verdade que só existem mais dois artigos na parte geral (142 e 188,II) que utilizam o termo “coisa” no sentido de “bem” mas isso mostra que a afirmação de que o legislador do CC/02 “evitou o vocábulo coisa” na parte geral do CC não quer dizer “que o legislador não o usou”, apenas o usou poucas vezes, mas, se usou e usou como sinônimo, não é possível dizer que não sejam sinônimos.
Não bastasse isso, o livro do CC que passamos a estudar agora é denominado de “DOS BENS” e mais a frente, ao tratar do direito que posse ou de propriedade que pessoas físicas e jurídicas podem ter sobre os bens, o livro irá se chamar – “DIREITO DAS COISAS”!
Obs – Sobre o que é Bem e o que é Coisa, o livro de Estudo de vocês afirma:
“Com relação à divergência doutrinária exposta, entendemos que a posição mais adequada é a esposada na primeira corrente [Coisa é Gênero e Bens são Espécie deste Gênero], que, a propósito, é majoritária. 
Contudo, no âmbito legal, é de notar que o legislador parece ter adotado a segunda corrente [Bem é Gênero e Coisa é Espécie deste Gênero] no Código Civil de 2002, pois na parte geral há um capítulo dedicado aos bens (abrangendo os materiais e os imateriais)”
Obs - Para nós e, principalmente na AV1, estes termos serão tratados como sinônimos, salvo se a perguntar tiver a ver com esta controvérsia. 
PATRIMÔNIO – O livro de estudo e o livro DCE definem Patrimônio, como:
- ... o complexo de relações jurídico-materiais (valoráveis economicamente) de uma pessoa física ou jurídica, abrangendo os direitos reais e obrigacionais (pessoais).
- *Os bens corpóreos e os incorpóreos integram o patrimônio da pessoa. Patrimônio, segundo a doutrina, é o complexo das relações jurídicas de uma pessoa que tiver valor econômico. 
					No próximo slide explico as definições e essa dúvida.
O livro DCE traz uma observação fundamental (de Clovis Beviláqua):
“Assim, compreendem se no patrimônio tanto os elementos ativos quanto os passivos, isto é, os direitos de ordem privada economicamente apreciáveis e as dívidas. É a atividade econômica de uma pessoa, sob o seu aspecto jurídico, ou a projeção econômica da personalidade civil”
* Portanto, poderíamos dizer que Patrimônio é: “o conjunto de bens corpóreos e incorpó-reos pertencentes a uma pes-soa física ou jurídica” ?
Lembrar que “débitos” e “dívidas” também fazem parte do patrimônio de alguém é algo que as definições que já vimos contêm, mas contêm de forma implícita e por isso é importante explicitar (sendo que com isso já aproveito para explicar a definição de - Patrimônio): O livro DCE afirmou:
Patrimônio, segundo a doutrina, é o complexo das relações jurídicas de uma pessoa que tiverem valor econômico.
Isso quer dizer que “patrimônio” é um conjunto, um conjunto composto de todos os direitos e deveres PATRIMONIAIS (sejam materiais ou imateriais) que uma pessoa (física ou jurídica) tiver em cada momento considerado ou tiver deixado após a morte. 
	Sendo a Person. Jrd. a aptidão genérica para adquirir direitos e deveres, temos que Patrimônio é o conjunto formado pela aptidão efetiva que se tem (a cada momento considerado) ou que se teve (após a morte) de possuir direitos e deveres patrimoniais (sejam corpóreos ou incorpóreos). 
	Agora, respondendo àquela duvida do slide anterior temos:
				 Não está errado, mas estáincompleto. O que falta?
 
				 Vamos relembrar as definição que vimos: 
				 
- ... o complexo de relações jurídico-materiais (valoráveis economicamente) de uma pessoa física ou jurídica, abrangendo os direitos reais e obrigacionais (pessoais).
- Os bens corpóreos e os incorpóreos integram o patrimônio da pessoa. Patrimônio, segundo a doutrina, é o complexo das relações jurídicas de uma pessoa que tiver valor econômico. 
 Onde está a referência aos débitos, às dividas?
Vamos ver se ajuda (enter)
Relações jurídicas que se podem manter, que tenham valor econômico, só geram créditos? Esta pergunta revela que as definições contêm também os débitos.
* Portanto, poderíamos dizer que Patrimônio é: “o conjunto de bens corpóreos e incorpó-reos pertencentes a uma pes-soa física ou jurídica” ?
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS 
Os bens comportam várias classificações, sendo que aqui vamos seguir a sequência do CC, apenas destacando que suas classificações se agregam em 3 classes. São elas:
a) bens considerados em si mesmos;
b) bens reciprocamente considerados;
c) bens públicos e bens particulares
Vamos entender os dois primeiros:
a) e b) Ambos as classes se referem a bens, porém, na primeira os bens são individualmente considerados (são considerados em si mesmos), isso é, sem se preocupar com as relações que podem se estabelecer (aumento do valor, aumento da utilidade...) quando os bens são considerados em conjunto, uns em relação aos outros.
Um exemplo (já conhecido:-) deixará isso mais claro:
Estes dois bens, além de vistos individualmente, também podem ser vistos em conjunto, pois juntos têm uma relação evidente, qual seja:
 Encha o tanque do Lada que seu valor triplica!
 Quando os bens são vistos assim, dizemos que estão sendo RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS (nesta classificação falamos em Bem Principal – a gasolina – e Bem Acessório - o Lada:-) 
Isso é gasolina. Ela é um bem, quando considerada em si mesma.
Isso é um LADA. Segundo o CC (e só segundo ele) isso também é um bem, quando considerado em si mesmo.
ESQUEMA DA CLASSIFICAÇÃO DOS BENS NO CC
Bens: móveis e imóveis
Fungíveis e Infungíveis
Consumíveis e Inconsumíveis
Divisíveis e Indivisíveis
Singulares e Coletivos
Nesta aula veremos apenas os Bens “Considerados em si mes-mos”
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS 
BENS IMÓVEIS (Naturais ou Artificiais)
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
Perguntas:
1 – O que significa “incorporar”?
2 – Uma árvore é bem móvel natural ou artificial?
3 – Uma semente lançada no solo (pelo homem ou por um pássaro) é um bem imóvel?
4 – Um caju pendente em um cajueiro é um bem imóvel?
5 – O subsolo é um bem imóvel?
6 – O espaço aéreo é um bem imóvel?
Obs – Embora o CC não tenha “dito” (o CC/16 “dizia”), o subsolo e o espaço aéreo também são bens imóveis.
15
BENS IMÓVEIS (Por força de Lei)
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
Perguntas:
1 – A “propriedade”, a “posse” e a “hipoteca” são exemplos de bens reais que se pode ter sobre imóveis, logo a “propriedade”, a “posse” e a “hipoteca” são bens móveis ou imóveis?
2 – O que é sucessão aberta?
16
BENS IMÓVEIS (Por força de Lei)
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
Perguntas:
1 – Uma churrasqueira de tijolos, que pode ser removida do local onde está e pode ser transportada para ser usada em outro local, sem que sua retirada implique em sua destruição, enquanto estiver sendo transportada, será um bem móvel?
2 – As telhas de uma casa, retiradas para serem lavadas, pintadas e recolocadas, durante as movimentações de retirada e reposição, serão bens imóveis?
3 – As telhas que estão em um caminhão de entrega de uma cerâmica, são bens imóveis? 
4 – As telhas que estão em um caminhão, retiradas de uma casa que foi desmanchada e que serão usadas para cobrir uma casa em construção, são bens imóveis?
 
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BENS MÓVEIS (de Fato)
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem Alteração da Substância [AS] ou da Destinação Econômico-Social [DE-S].
Perguntas:
1 – Quem dá exemplo de “bens suscetíveis de movimento próprio”?
2 – O que vem a ser “remoção por força alheia”?
3 – A “A.S.” está relacionada a algum acidente durante a remoção ou tem a ver com o fato da própria remoção ter condições de, por si só, colocar em risco a integridade do bem? 
4 – Se durante a retirada e transporte de telhas que serão lavadas e pintadas e recolocadas, algumas se quebrarem, isso faz delas bens imóveis porque, quanto a estas, houve “A.S.” que levou à perda da “DE-S” que tinham?
5 – Se durante a retirada de um grande espelho esse se quebrar em vários pedaços, haverá “A.S.”?
6 – “A.S” tem a ver com a modificação da estrutura química do bem ou com a alteração de sua forma original?
7 – Se com pedaços for possível fazer vários espelhos permanece a “DE-S”?
8 – Os espelhos resultantes são bem imóveis?
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BENS MÓVEIS (por força de lei) 
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I - as energias que tenham valor econômico;
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
Esclarecimentos:
Inc. I - além da elétrica, temos a térmica, solar, nuclear...
Inc. II – é exemplo o penhor (casa de penhores), propriedade fiduciária (Alienação Fiduciária de veículo pela financeira) e as ações que lhes correspondam como a de “busca e apreensão” propostas por financeiras.
Inc. III - é o direito de crédito, direito de receber dinheiro de alguém, como no direito à pensão alimentícia e as ações que lhe correspondam como a Pedido de Alimentos.
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BENS MÓVEIS (por força de lei) 
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. 
Perguntas:
1 – O artigo se refere apenas a construção de casas e prédios?
2 – Se os materiais provenientes de demolição estiverem todos destruídos, de tal forma que não possam ser reaproveitados em nenhuma construção, deixam de ser móveis?
3 – Os materiais da questão anterior, deixam de ser considerados - bens?
4 – E se forem usados com entulho na terraplanagem, continuam sendo bens?
20
Bens Fungíveis: Bem “fungível” tem a ver com um bens que se perdeu e que pode ser substituído por outro. Já um Bem “infungível” é aquele que não admite substituição por outro.
Obs – O CC não trata das negativas daquilo que prevê nos artigos 85 e 86, isso é, trata de “Bens Fungível” e “Bem Consumível” mas não trata de “Bem infungível” e “inconsumível”, mas temos que tratar pois existem. 
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Perguntas:
1 – Bem fungível pode ser imóvel? (v. página 228 do DCE)
Obs – Quando o artigo fala em: espécie qualidade e quantidade ele está se referindo ao bem que se perdeu (portanto, o bem substituto tem que ser da mesma: espécie, qualidade e quantidade do bem que se perdeu)
2 – Para um bem ser fungível por outro, basta um dos 3 requisitos?
21
Bens Infungíveis: O CC não define mas a ele faz referência a eles (Art. 1.361), e pela interpretação “a contrario sensu” do Art. 85 temos a ideia:
“São infungíveis os bens imóveis e os bens móveis que não tenham outro da mesma espécie, nem da mesma qualidade e nem da mesma quantidade para os substituir caso se percam”.
Mas não é tão simples assim, a próxima pergunta revela isso:
? - Dois veículos fabricados um após o outro, na mesma fábrica, do mesmo modelo, com os mesmos itens de fabricação e que estejamexpostos a venda, lado a lado, na mesma revenda, são fungíveis entre si?
- Seriam infungíveis porque o número dos chassis os diferencia e depois que forem vendidos e emplacados, as placas também o diferenciarão!
Assim seriam fungíveis apenas coisas que, além dos 3 requisitos legais, não tenham, sinais exclusivos que os diferenciem de outros: como – um saco de ração para gatos de 15 kg da marca “x” e outro saco de razão de 15 Kg da marca “x”, um copo de água e outro copo de água (desde que tenham a mesma quantidade), uma camisa e outra camisa (desde que tenham o mesmo tamanho, a mesma qualidade de pano e o mesmo valor).
22
Obs – O exemplo mais usado de bem fungível é o dinheiro: Uma nota de 100 é perfeitamente substituível, por exemplo, por duas de 50, porém, as notas, como os carros, tem números distintivos (o chamado número de série) e portanto não seria um bem fungível (mas assim é considerado).
Exemplos de bens infungíveis seriam: obras de arte, bens produzidos em série que foram personalizados (é o caso dos automóveis), ou objetos raros dos quais restam um único exemplar.
 
23
Bens Consumíveis (Csm.) de Fato e de Direito e Inconsumíveis (Incsm.) 
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
Perguntas:
1 – Bens imóveis são Csm.?
2 – O que vem a ser bens “destinados à alienação”?
3 – Se faço uma escultura para embelezar minha casa, ela será um bem Csm.?
4 – Se compro uma escultura para embelezar minha casa ela será um Csm.?
5 – Um mesmo bem pode ser consumível e inconsumível?
Obs – Notem a observação do fantástico Flávio Tartuci: “O que se nota, portanto, é que o bem pode ser, ao mesmo tempo, consumível e inconsumível, uma vez que dois são os critérios para a classificação, totalmente distintos”.
 
24
6 – Seria possível completar o Art. 86 com:
Art. 86. ...sendo também considerados tais os destinados à alienação, até que sejam alienados, valendo após isso, classificação de acordo com a consuntibilidade?”
Bens Inconsumíveis (Incsm.) – A lei também não define, porém, pela interpretação “a contrario sensu” do Artigo 86: 
- São inconsumíveis os bens imóveis e os móveis cujo uso não importa destruição imediata e completa, logo no primeiro uso, da própria substância, sendo também considerados aqueles não destinados à alienação.
Obs – Devemos observar que se não todos, quase todos os bens são consumíveis pelo tempo e pelo uso, logo, falar em bem “inconsumível” (salvo as raras exceções – como a de uma escultura, por exemplo) é até incorreto, pois, um casa, um carro, um liquidificador, por mais que sejam juridicamente inconsumíveis são, na realidade, consumíveis. Assim, do ponto de vista jurídico a consuntibilidade tem a ver com o valor econômico do bem: se ele não se reduzir drástica ou absolutamente com primeiro uso (considerando o uso normal) ele é inconsumível.
26
Dos Bens Divisíveis (Dvs.) De Fato:
 Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
Obs – O Art. 52 do CC/16 tem um artigo que define bem Dvs. que, embora revogado, continua sendo um útil a entender o conceito: 
São divisíveis, portanto, os bens que podem ser partidos em porções reais e distintas, formando cada qual um todo perfeito, 
A novidade no CC/02 é o critério da “diminuição considerável do valor” que deve ser entendida com critério, pois, um saco de 50Kg de cimento é divisível em 2 ou 4 partes e o fato do preço, em tese, cair para 1/2 ou ¼ do valor pago por 50 Kg, não anula este exemplo de divisibilidade. 
27
Mas se 10 pessoas herdarem um diamante de 50 quilates a situação é outra:
Um único diamante de 50 quilates (símbolo – ct.), vale muito mais que 10 diamantes de 5 ct. cada e o como o diamante de 50 ct., na prática, pode ser dividido em 10 “pedaços” de 5 ct., se o direito considerasse este bem divisível, qualquer herdeiro poderia exigir sua divisão em razão do que dispõem, a “contrario sensu” o Art.1322 do CC
	 - Quando a coisa for indivisível, e os consortes não quiserem adjudicá-la a um só, indenizando os outros, será vendida e repartido o apurado, ...
	Se o CC não tivesse o novo critério, relacionado à diminuição do valor, o diamante (pela aplicação do artigo acima “a contrario sensu”), seria dividido caso quaisquer dos herdeiros o exigisse, o que prejudicaria a todos os demais.
Porém, graças ao novo critério da “diminuição sensível do valor” o diamante é indivisível – logo pela aplicação direta do Art. 1.322, o diamante terá que ser vendido e o valor será dividido entre os herdeiros, beneficiando a todos. 
 É para casos assim que este novo critério foi acrescido ao CC.
Dos Bens Indivisíveis (Indvs.) por força da lei ou da vontade:
Embora o CC faça referência a “bens indivisíveis” (logo no Art. 88), não dá o conceito mas, “a contrário sensu” do Art. 87:
	- Bens indivisíveis são os que não se podem fracionar se com isso houver alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.
- Portanto a lei pode taxar um bem, divisível por natureza, como indivisível (é o caso dos bens deixados por sucessão até a partilha) e as partes também podem assim determinar no contrato.
Exemplo de bens indivisíveis: Naturais – um cavalo ou um boi reprodutor (gado destinado ao corte é divisível). Artificiais - Um relógio de pulso (se retirar os ponteiros, o que sobra continua sendo um relógio, porém, modificado em sua substância original e com total prejuízo ao uso a que se destinava. 
28
Dos Bens Singulares e Coletivos (Universalidade de Fato ou de Direito)
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais. 
O valor dos bens singulares está em cada unidade e não no conjunto que eles podem formar, assim, não importa se estão sozinhos ou reunidos, o valor de cada um continua sendo o que importa e não o valor do conjunto.
Art. 90. Constitui Universalidade de Fato [UF] a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
PU. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias.
	- Todo coletivo (discoteca, biblioteca, floresta...) nada mais é que a reunião de vários bens iguais (bens singulares). Quando todos os bens individuais reunidos pertencem a mesma pessoa e são destinados a um mesmo e único fim, temos uma – universalidade de fato (um coletivo de fato).
Conforme o PU do Art. 90:
29
PU - Os bens que formam essa universalidade [UF] podem ser objeto de relações jurídicas próprias.
Nada impede que na UF os bens sejam tratados individualmente, assim, o proprietário de uma biblioteca pode vender os livros separadamente ou todos ao mesmo tempo, pois, a universalidade (o coletivo) é composto de bens corpóreos, que pertencem a mesma pessoa.
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.
O artigo “fala” em “complexo de relações jurídicas ... dotadas de valor econômico”, onde “complexo de relações jurídicas” (algo já visto quando falamos sobre – Patrimônio) é a Universalidade (isso é um - COLETIVO) formado não de bens corpóreos (como ocorre na UF) mas sim de “relações jurídicas com valor econômico” isso é, relações jurídicas com terceiros que implicam em modificações do patrimônio de seu possuidor (para mais, se forem direitos a exercer e/ou para menos, se forem obrigações a cumprir).
Com isso, terminamos todos os artigos desta primeira parte do estudo dos bens, e agora podemos ver alguns detalhes extras (leia-se – classificações extras que a Doutrina criou para os Bens). 
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIAS DOS BENS 
BENS CORPÓREOS E INCOPÓREOS – Ao explicar a universalidade de direito (“universitasjure” ou “iure”) falei que os bens que compõe este tipo de coletivo não são corpóreos, como ocorre com os bens que compõem a universalidade de fato (universitas rerum) que é composta de “bens corpóreos” (lembrar do exemplo da biblioteca). Assim, vejamos o que vem a ser bens corpóreos e incorpóreos).
BENS CORPÓREOS - A possibilidade de as coisas físicas serem objeto de relações jurídicas é evidente (um carro, um relógio, um barco, um prédio...). O objeto da relação jurídica é a própria coisa, o próprio bem, assim, bem corpóreo são aqueles que podem ser pegos, podem ser tocados, podem ser sentidos pelo tato.
BENS INCORPÓREOS - são, “a contrario sensu” os bens não concretos, que não podem ser pegos, tocados ou sentidos pelo tato. 
São exemplos: - o direito autoral, os direitos reais (como o de propriedade sobre algo) e obrigacionais (obrigação do pedreiro construir o muro para o qual foi contratado; do devedor de pagar o nota promissória na data e no local indicados e do condômino não alterar a fachada da frente de seu apartamento para não destoar da fachada do edifício) são coisas que se podem exigir e que têm fundo patrimonial (o muro aumenta o valor do imóvel, o cumprimento da obrigação de pagar aumenta o patrimônio do credor e a não modificação da fachada do prédio, em certo trecho, preserva o valor de todo o edifício) – todos estes são bens imateriais, mas todos têm repercussão patrimonial e todos nascem de relações jurídica do titular ou do devedor. 
Bem Imóvel por Natureza – Como já dito não é, como está no CC/02, apenas o solo, mas também o subsolo e o espaço aéreo e todo os demais bens que estão fixados ao solo de modo natural (sem envolver ação humana) como uma árvore que nasceu sem que ninguém a plantasse (os frutos pendentes – não colhidos - são sempre bens imóveis POR NATUREZA, ainda que a árvore na qual ela está não seja imóvel por natureza – tenha sido plantada pelo homem). 
Obs – Quem saber dizer o que é - ACESSÃO?
	Este termo tem mais de um significado, mesmo quando considerado no sentido jurídico, aqui no estudo dos bens ele significa, “acréscimo”, “aquilo que se acrescenta”
Bem Imóvel por Acessão Física Artificial – Em contraposição aos bens imóveis por natureza, são os bens que foram incorporados artificialmente ao solo pelo ser humano (como ocorre com as construções e plantações).
Bem Imóvel por Acessão Física Intelectual – Aqui há polêmica se ainda existe ou não essa classificação, pois, o artigo do CC/16 que tratava dela no CC/16 não foi
mantido no CC/02. Vejamos o referido artigo do CC/16:
Art. 43. São bens imóveis
III. Tudo quanto no imóvel o proprietário mantiver intencionalmente empregado em sua exploração industrial, aformoseamento, ou comodidade. 
	Em razão do atual CC não repetir esta disposição (que dava base à acessão intelectual) muitos entendem que ele não mais existe (o livro de estudo de vocês contém esta classificação e nem se menciona esta questão). O CJF, inclusive, tem Enunciado afirmando que esta classificação não mais existe.
Ocorre que a genial MHD nos afirma que esta classificação ainda permanece no CC/02 e como ela dificilmente erra (se ela fosse só paulista ela nunca erraria mas, como ela também é humana, aí pode ocorrer – embora seja raríssimo:-).
Seja como for, assim é chamada essa classificação porque todos os bens que o proprietário ou o possuidor de um bem imóvel nele mantêm no objetivo de explorar industrialmente, embelezar ou aumentar a comodidade também é considerado bem imóvel (é imobilizado) por acessão intelectual. 
São exemplos: as máquinas numa fábrica, os quadros que adornam as paredes, o trampolim das piscinas, os aparelhos de ar condicionado, as escadas de emergência e os maquinários agrícolas (como todos estes bens “servem” ao um imóvel, eles também são considerados imóveis). 
Obs - MHD afirma que esta classificação permanecer no CC em razão destes prever a existência das chamadas “Pertenças” que vamos estudar na próxima aula, assim, nela, voltaremos a tratar deste tema.
Bem Imóvel por Determinação Legal – São aqueles que a lei afirma que são imóveis (mesmo que por natureza, não o sejam). 
	O exemplo clássico é a herança que, via de regra, é formada por bens imóveis e móveis (por natureza), mas que a lei determinada que uma vez reunidas na forma de herança, se tornam imóveis. (se o falecido deixou R$ 10 para o único herdeiro, os R$ 10 são bem imóvel, por força de lei).
- Bem Móveis por Natureza – São aqueles que podem se transportar (os semoventes) ou podem ser transportados de um local para o outro, sem que se destruam, pelo mero fato de estarem se deslocando. 
Bem Móveis por Antecipação (Obs - Não vejo muito sentido nesta classificação como vou indicar abaixo):
São os bens que “nascem” imóveis mas que, pela natureza de sua utilidade, certamente vão se tornar móveis. Estes são considerados - móveis por antecipação.
- Exp. As frutas pendentes, as safras ainda não colhidas, as árvores “de corte” (aquelas que já são plantadas para fornecer madeira).
Obs – Não vejo sentido porque tais bens imóveis só são considerados “móveis” com a colheita e com o corte, ou seja, quando se tornarem, realmente, móveis (até este momento são imóveis). Se fossem consideradas móveis, desde logo, o termo “antecipação” faria sentido, mas, como só se tornam móveis quando, efetivamente, se tornam móveis (com a colheita e o corte) não vejo sentido. 
- Bem Móveis por Determinação Legal – São aquelas que a lei, independentemente se serem móveis ou imóveis, por natureza, considera móveis. Como já vimos são os incisos do Art. 83 (I - as energias que tenham valor econômico; II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações).
Observação – A preocupação do legislador ao classificar os bens como móveis e imóveis não é aleatória: considerar um bem imóvel torna mais difícil o negociação de tais bens (há mais formalidades envolvidas) e se o legislador quer facilitar a negociação dos bens ele trata como móvel.
Exp. Dispõem o arigo 108 do CC:
Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem ... transferência, ... de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Se energia elétrica fosse considerado bem “imóvel” sua compra em valor acima de 30 salários mínimos (o município do Rio de Janeiro, certamente, paga mais do que isso a Light por mês) teria que ser feita por escritura pública!
Bem INDIVISÍVEIS, podem ser:
Por natureza – um cavalo ou um boi reprodutor é um bem indivisível por natureza. (Gado destinado ao corte é divisível, é criado para isso).
Por determinação legal – A herança (além de imóvel) também é indivisível por determinação legal.
Por determinação das Partes – As partes podem indicar no contrato que bem divisível (por natureza) será considerado indivisível: Uma pessoa pretende comprar todas a 1000 sacos de cimento que uma fábrica irá produzir durante um mês (embora precise e seja certo que terá recursos para adquirir 800 sacos no dia 5 do mês seguinte). Na dúvida sobre se haverá recursos para comprar os 1000 sacos a negociação pode ser feita considerando tal produção indivisível até o dia 5 do mês seguinte, a fim de impedir a fábrica de vender os 200 sacos para outro comprador, pelo menos até o dia 5). 
Bens Fungíveis e Infungíveis: Os contratos envolvendo bens FUNGÍVEIS pressupõem que o bem será destruído (é por isso que se admite a devolução de outro bem da mesma espécie, qualidade e quantidade) e tal “destruição” pode se dar no sentido literal (como quando empresto uma xicara de açúcar, que será devolvida – a mesma xicara mas outro açúcar) ou no sentido figurado, como no contrato onde se empresta dinheiro (que é o chamado Contrato de MÚTUO) onde o dinheiro emprestado será “destruído” no sentido de ser transferido para terceiros, assim, as notas de dinheiroemprestado nunca serão as mesmas que serão devolvidas.
O contrato de empréstimo que envolve bem INFUNGÍVEL, é chamado de COMODATO (empréstimo de uso) pois, neste não há autorização de destruição do bem, o mesmo bem emprestado deve ser devolvido (se um amigo empresta a casa de praia para outro, a mesma casa terá que ser devolvida).
Obs - Embora existam outras divisões doutrinárias, essas são as principais e mais cobradas em exame da ordem e em concursos públicos.
CORREÇÃO DOS CASOS CONCRETOS DAS AULAS ANTERIORES:
Roberto (um carioca indigno deste nome) estando em dificuldades financeiras resolve vender um de seus rins a Flávio, que se encontra na fila de espera para transplante de órgãos. Pergunta-se:
a) Pode Roberto efetuar referida venda? Justifique e fundamente sua resposta.
Não. Órgãos humanos não são comerciáveis – Art. 14 do CC:
- É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. 
Da mesma forma a lei que cuida dos transplantes (9.434/1997) no Art. 9º estabelece que:
é permitida a disposição GRATUITAMENTE de tecidos , órgãos e partes do próprio corpo vivo para fins terapêuticos ou para transplantes, desde que o ato não represente risco para a integridade física e mental e não cause mutilação ou deformação inaceitável.
b) Com relação à característica da indisponibilidade, podemos afirmar categoricamente que a indisponibilidade dos direitos a personalidade é absoluta? Justifique sua resposta.
 - NÃO! Formalmente (mas não categoricamente) a indisponibilidade dos D.Per. é absoluta, pois não se admite disposição definitiva, transmissão a terceiros, renuncia ou abandonando de tais direitos, pois nascem e se extinguem com eles. 
Não obstante, existe disponibilidade relativa de direito de personalidade no uso da imagem, por exemplo, torna a característica da – indisponibilidade – relativa.
(Procurador - Assembleia Legislativa de Goiás/2015) 
Uma das inovações mais importantes do CC/02 é o capítulo referente aos direitos da personalidade, introduzido logo nos primeiros artigos do código (arts. 11 a 21). No que diz respeito aos direitos da personalidade, o Código Civil vigente prescreve que:
a) existe um rol taxativo desses direitos, constituídos pelo direito à vida, à liberdade, à integridade física e psíquica, à imagem, à honra, ao nome e à vida privada.
b) é inviolável a vida privada da pessoa natural, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a essa norma.
c) é defeso, em qualquer hipótese, o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
d) é impossível admitir a disposição gratuita do próprio corpo para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial, por serem indisponíveis os direitos da personalidade.
B)
- O Grupo Construções e Incorporações X S/A contraiu dívida de grande valor com o Engenheiro Eduardo Paranhos, mas não efetuou o pagamento estipulado no contrato, sem que tal conduta configurasse qualquer tipo de fraude. Após algumas tentativas frustradas de cobrança. Eduardo ajuizou ação e conseguiu decisão favorável, tendo a sentença transitado em julgado. No momento de indicar o bem que viria a ser penhorado para efetuar o pagamento, o Grupo Construções e Incorporações S/A indicou um imóvel de sua propriedade, mas o mesmo não foi aceito por Eduardo, que solicitou ao juiz a desconsideração da personalidade jurídica do Grupo Construções e Incorporações S/A para que os bens dos sócios respondessem pela dívida.
Considerando os fatos acima descritos e tomando por base a disciplina da desconsideração da personalidade jurídica, responda JUSTIFICADA E FUNDAMENTADAMENTE:
O que é a desconsideração da personalidade jurídica e em que hipóteses ela pode ser utilizada? 
- De acordo com o art. 50, CC, a desconsideração da personalidade jurídica é um instrumento que visa inibir a fraude e o abuso no emprego da personalidade da pessoa jurídica por parte de seus sócios. Se ocorre tal abuso pode ser requerido ao juiz que desconsidere a person. Jurídica para se atingir o património das pessoas físicas que forma a pessoa jurídica.
Ainda o art. 50, CC, estabelece que a desconsideração é possível se houver abuso da personalidade da pessoa jurídica, caracterizada pela confusão patrimonial ou pelo desvio de finalidade pela qual a Pessoa Jurídica foi criada
A Doutrina e jurisprudência também consideram que o uso da pessoa jurídica para fraudar a lei e os contratos também são hipóteses que autorizam a desconsideração.
-B) É cabível, neste caso, a desconsideração pleiteada por Eduardo? 
Não! É firme o entendimento segundo o qual mero inadimplemento, sem indícios de fraude, não é suficiente para levar à desconsideração e o enunciado da questão deixa que não houve abuso da personalidade, assim, pelo princípio da autonomia patrimonial, é a própria sociedade que responde pela obrigação contraída com Eduardo (art. 43, CC).
Considerando as disposições atinentes às pessoas jurídicas, assinale a opção incorreta.
a) Obrigam à pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.
b) Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
c) As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado, constituindo-se, as autarquias e as associações públicas, como de direito público interno.
d) As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
e) Partidos políticos com representação no Congresso Nacional são pessoas jurídicas de direito público interno.
e)
1 - Os bens imóveis distinguem-se dos bens móveis, entre outros aspectos, pelo fato de estarem sujeitos a hipoteca e comodato, ao passo que os bens móveis estão sujeitos a penhor e mútuo.
Certo / b) Errado / d) Depende
2 - Considerando-se suas especificidades características, é CORRETO afirmar que são bens:
A) consumíveis os móveis cujo uso importa conservação imediata da própria substância.
B) divisíveis os que se podem fracionar com alteração na sua substância, com diminuição considerável de valor ou com prejuízo do uso a que se destinam.
C) fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
D) singulares os que, embora separados, se consideram de per si, independentemente dos demais.

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