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AULA 03 SOCIEDADES UNIPESSOAIS E EXCLUIDOS DA ATIVIDADE EMPRESARIA

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AULA 03 - As sociedades simples ou uniprofissionais
A regra do art. 966, parágrafo único do código civil, vale também para as chamadas sociedades uniprofissionais, ou seja, sociedades constituídas por profissionais intelectuais cujo objeto social é justamente a exploração de suas profissões (por exemplo, uma sociedade formada por médicos para prestação de serviços médicos, uma sociedade formada por professores para prestação de serviços de ensino, uma sociedade formada por engenheiros para prestação de serviços de engenharia etc.).
Empresário é aquele que exerce atividade econômica organizada, pode ser uma pessoa física (empresário individual) ou uma pessoa jurídica (sociedade empresária).
A razão para que a presença de sociedades empresárias no mercado seja mais marcante que a dos empresários individuais é a simples: os empreendedores sempre procuram minimizar seu risco empresarial, e a melhor forma de fazê-lo é constituir uma sociedade, uma vez que, nesse caso, haverá a separação patrimonial e a possibilidade de limitação de responsabilidade.
Antigamente, as sociedades eram chamadas de sociedades civis, hoje são chamadas de sociedade simples.
O critério utilizado pelo código civil para definição de sociedade está no art. 982 do CC, a saber:
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
Portanto, a atividade própria de empresário sujeito a registro nada mais do que a atividade organizada, onde a função intelectual será absolvida pelo o elemento empresa com os seguintes critérios objetivos: 
Há mais de um ramo de atividade sendo exercido ou se,
Há contratação de terceiros para o desempenho de atividade-fim.
Por fim, é o requisito da organização dos fatores de produção que caracteriza a presença do chamado elemento de empresa no exercício de profissão intelectual e que, consequentemente, faz com que o profissional intelectual receba a qualificação jurídica de empresário.
AS SOCIEDADES DE ADVOGADOS
O código civil não faz menção as sociedades de advogados, mas a Lei 8.906/94, faz menção em seus artigos 15, 16 e 17 que a sociedade de advogados é uma sociedade simples de prestação de serviços de advocacia submetida à regulamentação específica prevista na referida lei.
Art. 15.  Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral.
Art. 16.  Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de sociedades de advogados que apresentem forma ou características de sociedade empresária, que adotem denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam como sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar.
Art. 17.  Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer.
O EXERCENTE DE ATIVIDADE ECONÔMICA RURAL
Nos termos do art. 967 do CC, é obrigatório a inscrição do empresário na Registo Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de suas atividades, entretanto, haverá a possibilidade de o empresário exercer a atividade de forma irregular, ou seja, sem se inscrever na junta comercial ele poderá ser considerado empresário irregular.
Para quem exerce atividade econômica rural (rurícola), não será considerado empresário, mesmo que exerça com os fatores de produção de forma organizada. Caso o mesmo queira ser considerado empresário, deverá proceder com seu registro junto à junta comercial de seu estado. Esta é a dicção do art. 971
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
Desta forma, podemos fazer as seguintes conclusões: para o empresário ordinário ou urbano o registro na junta apesar de ser obrigatório o empresário poderá exercer suas atividades de forma irregular e o registro possui natureza declaratória.
Já no caso do rurícola, nos termos do art. 971, sua inscrição é obrigatória e a falta dela não equiparará ao empresário irregular, portanto a natureza da sua inscrição é constitutiva.
De igual modo deve proceder a sociedade rural:
Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com as formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade empresária.
Neste sentido, os seguintes enunciados:
Parte superior do formulário
III Jornada de Direito Civil - Enunciado 201 
O empresário rural e a sociedade empresária rural, inscritos no registro público de empresas mercantis, estão sujeitos à falência e podem requerer concordata.
III Jornada de Direito Civil - Enunciado 202 
O registro do empresário ou sociedade rural na Junta Comercial é facultativo e de natureza constitutiva, sujeitando-o ao regime jurídico empresarial. É inaplicável esse regime ao empresário ou sociedade rural que não exercer tal opção.
Das sociedades cooperativas
Pela leitura do parágrafo único do art. 982 do CC, a cooperativa, por determinação legal e por força política, será sempre uma sociedade simples. A Lei 5.764/71, deixa claro em seu art. 18 que o registro deverá ser feito na junta comercial. Portanto, o critério material previsto no art. 966, ou seja, organização dos fatores de produção não ser considerado para as cooperativas.
DO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
Conforme exaustivamente informado, empresário individual é a pessoa física que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços (art. 966 do código civil).
O legislador se preocupou em informar quem pode exercer a atividade individual de empresa. Nos termos do art. 972 do código civil: podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
DOS IMPEDIMENTOS LEGAIS
Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios.
Servidor público federal – lei 8.112/1990
Art. 117.  Ao servidor é proibido:
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
Magistrados loman lc 35/1979
Art. 36 - É vedado ao magistrado:
I - exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, inclusive de economia mista, exceto como acionista ou quotista;
Membros do MP lei 8.625/1993
Art. 44. Aos membros do Ministério Público se aplicam as seguintes vedações:
III - exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como cotista ou acionista;
Militares – lei 6.880/1980
Art. 29. Ao militar da ativa é vedado comerciar ou tomar parte na administração ou gerência de sociedade ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou quotista, em sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada.
Obs: a proibição é para o exercício de empresa, não sendo vedado, pois, que alguns impedidos sejamsócios de sociedades empresárias; porém, devem ser sócios de responsabilidade limitada e, ainda, não exercer funções de gerência ou administração.
Da incapacidade
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
Duas situações brotam deste artigo. 1) o incapaz recebe a empresa de seus pais sucessão causa mortis. 2) ele mesmo já exercia a atividade empresarial, sendo a incapacidade, portanto, superveniente.
Neste sentido o enunciado 203 do CJF
 III Jornada de Direito Civil - Enunciado 203 
O exercício da empresa por empresário incapaz, representado ou assistido, somente é possível nos casos de incapacidade superveniente ou incapacidade do sucessor na sucessão por morte.
Nota-se que em ambos os casos a atividade já existe, ou seja, o incapaz dará apenas continuidade.
Importante destacar também que o processo será de jurisdição voluntária nos termos do art. 178, II do CPC com a oitiva do ministério público.
Obs: menor que preenche os requisitos para emancipação, art. 5, V do Codigo Civil.
SÓCIO INCAPAZ
Regra no §3° do art. 974 com a seguinte redação:
§ 3o  O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: 
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade;
II – o capital social deve ser totalmente integralizado;
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. 
DO EMPRESÁRIO CASADO
Art. 978 O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
X
art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
Solução:  II Jornada de Direito Comercial - Enunciado 58 
O empresário individual casado é o destinatário da norma do art. 978 do CCB e não depende da outorga conjugal para alienar ou gravar de ônus real o imóvel utilizado no exercício da empresa, desde que exista prévia averbação de autorização conjugal à conferência do imóvel ao patrimônio empresarial no cartório de registro de imóveis, com a consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no registro público de empresas mercantis.
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