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Aula 3 Uso e utilização de medicamentos

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*
ESTUDO DE UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Prof. Poliana Moreira de Medeiros
Carvalho
*
O QUE VOCÊ FARIA SE SOUBESSE QUE...
*
 Estudos Quantitativos:
 Dados dos serviços de saúde
 Registro de vendas
 Dados de prescrições médicas
EUM
*
*
 Estudos Qualitativos:
 
 Estudos de prescrição
 Estudos de adesão ao tratamento
EUM
*
*
Poucos estudos
Difusão das especialidades farmacêuticas e o perfil de utilização;
Perfil de utilização dos medicamentos pela população e grupo de risco;
Estudo das prescrições;
Estudo recente do MS: consumo de remédios e acesso a política de Assistência Farmacêutica; uso racional de medicamentos e automedicação.
EXPERIÊNCIAS BRASILEIRAS
*
*
 Sistema Anatômico químico terapêutico (ATC)
 Dose diária definida (DDD)
 Valor terapêutico dos Medicamentos
CLASSIFICAÇÃO DE MEDICAMENTOS
*
*
Uso incorreto de medicamentos;
Seleção, distribuição e sua utilização;
Desenvolvimento do processo de prescrição;
Efetividade, Segurança e Efeitos adversos;
Análise de preço e custos;
Uso racional de medicamentos;
Políticas governamentais.
TEMAS DE INVESTIGAÇÃO
*
*
CONDUTAS BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
DIFERENÇA FUNDAMENTAL
o que se espera que funcione
o que comprovadamente funciona
*
Duncan BB & Schmidt MI, 1996
Haynes RB, 1993
CONDUTAS BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
“Estima-se que apenas metade das intervenções médicas atualmente disponíveis foram avaliadas com metodologia sistematizada de bom nível. Entre estas, menos da metade mostrou-se efetiva.” 
*
PRINCÍPIOS DE USO DE MEDICAMENTOS
 Mas há 30 anos ...
USO TRADICIONAL
*
X
CIÊNCIA
RELIGIÃO
PRINCÍPIOS DE USO DE MEDICAMENTOS
USO RELIGIOSO
*
Isto é ultrapassado. Eu só uso o que há de mais moderno nessa área ...
PRINCÍPIOS DE USO DE MEDICAMENTOS
USO “FASHION”
*
“Existe uso racional quando os pacientes recebem os medicamentos apropriados à sua condição clínica, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período de tempo adequado e ao menor custo possível para eles e sua comunidade.” OMS, Conferência Mundial Sobre Uso Racional de Medicamentos, Nairobi, 1985.
USO RACIONAL
PRINCÍPIOS DE USO DE MEDICAMENTOS
*
Indicação apropriada
Esquema de administração adequado
Paciente em condições de receber o
 tratamento proposto
Ausência de contra-indicações e menor 
 possibilidade de efeitos adversos
Dispensação correta, incluindo informação
 adequada para o paciente
Seguimento do paciente 
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS (1985)
*
NO ENTANTO, 20 ANOS DEPOIS….
*
15% da população consome mais de 90% da produção farmacêutica.
 25-70% do gasto em saúde nos países em desenvolvimento correspondem a medicamentos, comparativamente a menos de 15% nos países desenvolvidos.
 50-70% das consultas médicas geram prescrição medicamentosa.
 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou usados inadequadamente.
 75% das prescrições com antibióticos são errôneas.
 
Brundtland, Gro Harlem. Global partnerships for health. WHO Drug Information 1999; 13 (2): 61-64.
*
Somente 50 % dos pacientes, em média, tomam corretamente seus medicamentos.
Cresce constantemente a resistência da maioria dos microrganismos causadores de enfermidades infecciosas prevalentes.
Aos dois anos de idade, algumas crianças receberam aproximadamente 20 aplicações medicamentosas injetáveis. 
A metade dos consumidores compra medicamentos para tratamento de um só dia.
53% de todas as prescrições de antibióticos nos USA são feitas para crianças de 0 a 4 anos.
 
Brundtland, Gro Harlem. Global partnerships for health. WHO Drug Information 1999; 13 (2): 61-64.
*
=
POR QUE TANTOS FÁRMACOS SÃO PRESCRITOS?
POR QUE TANTAS PESSOAS SE AUTOMEDICAM ?
*
USO NÃO-RACIONAL DE MEDICAMENTOS
Compulsão pelo uso de medicamentos.
 “Necessidade” de prescrever algo.
 Comodidade e sensação de “dever cumprido” por parte do prescritor (“atende às necessidades” de pacientes crônicos ou poliqueixosos).
 Expectativas, crenças e fantasias de prescritores, consumidores e dispensadores a respeito dos medicamentos.
Desconhecimento dos aspectos farmacológico-clínicos que embasam a prescrição.
Publicidade da indústria farmacêutica.
*
USO NÃO-RACIONAL DE MEDICAMENTOS
Uso excessivo faz com que, a cada ano, novos produtos sejam lançados, sem que isso redunde em proporcional melhora no estado geral de saúde dos consumidores.
Estudo francês
De 508 novos produtos farmacêuticos lançados entre 1975 e 1984, 70% não ofereciam vantagens terapêuticas com relação aos produtos existentes.
Avaliação da FDA
De 348 novos medicamentos comercializados entre 1981 e 1988, só 3% representaram uma contribuição importante em relação aos tratamentos já existentes.
*
CONSEQÜÊNCIAS DO USO
NÃO-RACIONAL DE MEDICAMENTOS
Progressão da patologia.
 Iatrogenia.
Aumento da incidência de efeitos adversos
por uso inadequado de doses, vias, intervalos
de administração e/ou tempo de tratamento.
 Aumento do tempo de tratamento.
Aumento dos custos.
Não adesão do paciente ao tratamento
e, portanto, insucesso terapêutico.
*
DESAFIOS DO FARMACÊUTICO
PARA O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
Atenção voltada para o produto
X
Atenção voltada para o paciente
Atenção farmacêutica
*
DESAFIOS DO FARMACÊUTICO
PARA O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
Participação em formulação e implantação de política de medicamentos, elaboração de lista de medicamentos essenciais, formulários e protocolos terapêuticos.
Participação na criação de centros de informação de medicamentos.
NÍVEL COMUNITÁRIO
*
DESAFIOS DO FARMACÊUTICO
PARA O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
Dispensação de medicamentos
Fornecer informações necessárias para o cumprimento do tratamento.
Seguimento farmacoterapêutico para detecção de problemas relacionados com medicamentos.
Orientação e aconselhamento no uso de medicamentos de venda livre
NÍVEL INDIVIDUAL
*
ESTRATÉGIAS DE USO RACIONAL DIRIGIDAS AO PRESCRITOR
Processo de indicação e seleção da terapêutica farmacológica a ser adotada
Há real necessidade de intervir ? 
Com que objetivos ?
É realmente necessário um fármaco para alterar o curso clínico da doença ?
Estabelecida esta necessidade, que fármaco indicar ?
Como o fármaco deve ser administrado ao paciente ?
O paciente já usa outros medicamentos ?
Quais são os efeitos benéficos e adversos esperados?
O paciente está devidamente informado sobre a terapêutica proposta ?
*
GRANDES DESAFIOS A VENCER
A promoção do uso racional não faz parte da agenda dos serviços de saúde.
Materiais de treinamento, livros e cursos ainda têm impacto limitado no país.
A promoção de uso racional exige monitoramento constante para o qual os recursos são escassos.
A profissão médica não está suficientemente engajada em promover uso racional de medicamentos.
*
DESAFIOS E ESTRATÉGIAS PARA O
 MEIO ACADÊMICO
Ensino de graduação: 
Solução de problemas
Aprendizado ativo
Espírito crítico
Ensino de pós-graduação:
Desenvolvimento de pesquisas que dêem suporte a ações de saúde.
Educação continuada em serviço:
Busca e leitura crítica da informação científica.
Ênfase em posturas éticas na tomada de decisão terapêutica.
Avaliação constante das ações de saúde.
*
Estimula a prescrição Irracional de medicamentos	
Dá ênfase aos benefícios, sem apresentação dos riscos
Estimula à automedicação
Limitar aos profissionais da área de saúde seria a solução?
ESTRATÉGIAS PARA PROMOÇÃO DO URM
LIMITAR A PUBLICIDADE DE MEDICAMENTOS
Propagandistas
X
Ensino baseado
em evidências
*
Medicamentos essenciais são aqueles que servem para atender às necessidadesde assistência à saúde da maioria da população.
Devem estar disponíveis em qualquer momento, nas quantidades adequadas e nas formas farmacêuticas que sejam requeridas.
ESTIMULAR O USO DE
MEDICAMENTOS ESSENCIAIS
ESTRATÉGIAS PARA PROMOÇÃO DO URM
*
ESTRATÉGIAS IMPLEMENTADAS NO BRASIL
Implantação de Política Nacional de Medicamentos 
Criação de Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
Política de Medicamentos genéricos 
Criação da RENAME ( 2000 e 2002)
Protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas
Atualização de Boas Práticas de Fabricação em indústrias farmacêuticas e farmacoquímicas
Regulamentação da publicidade e propaganda dos medicamentos
Câmara de Medicamentos para o controle de preços 
Cursos nacionais, regionais e institucionais sobre Ensino para o Uso Racional de Medicamentos (2002-2005)
*
1999 
“Curso Internacional sobre o Uso Racional de Medicamentos”, WHO, Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Gröningen, Holanda
2000
 “Enseñanza de Farmacoterapéutica Racional”
	 WHO, La Plata, Argentina.
2002
I Curso Nacional sobre Ensino para o Uso Racional de Medicamentos, OPAS, ANVISA, ENSP/FIOCRUS, Petrópolis, RJ 
CURSOS PRECURSORES DO URM
*
CURSOS SOBRE URM NO BRASIL
2000
Curso Piloto na Universidade de Passo Fundo, RS – OPAS
2002
I Curso Nacional sobre Ensino para o Uso Racional de Medicamentos, OPAS, ANVISA, ENSP/FIOCRUS, Petrópolis, RJ 
Curso Nacional, Brasília, DF – Secretaria de Políticas, M. da Saúde.
Curso Paulista –Águas de São Pedro 
2003
Curso Paulista – Ribeirão Preto, SP
Curso institucional – UFF, Rio de Janeiro, RJ – ANVISA
I Curso Regional Sul, Passo Fundo, RS -ANVISA, OPAS
I Curso Regional Nordeste, Fortaleza, Ceará - ANVISA, OPAS
*
2004 
Curso Piloto para Residentes Médicos, Passo Fundo, RS - OPAS 
Curso Piloto para Residentes Médicos, Fortaleza, CE - ANVISA, SESA.
Curso Regional Sudeste, Vitória, ES - ANVISA, OPAS
Curso Regional sul – Paraná e Santa Catarina, Blumenau, SC - ANVISA, OPAS, UNISUL E FURB. 
Curso Centro Oeste, Campo Grande, MS - ANVISA, OPAS, UNIDERP.
Curso para profissionais do Pólo de Educação Permanente em Saúde Regional Sul de SC, Tubarão e Araranguá, SC – PÓLO
Seminário de avaliação dos cursos de URM – facilitadores formados em Passo Fundo, Passo Fundo, RS – ANVISA, OPAS.
2005
Curso para o GPROP da Anvisa, São Paulo, SP – GPROP/ANVISA 
CURSOS SOBRE URM NO BRASIL
*
SITUAÇÃO ATUAL NO BRASIL
PARA FORMAÇÃO DE FACILITADORES
13 cursos
20 estados brasileiros
PARA PRESCRITORES
2 cursos
2 estados brasileiros
PARA OS PÓLOS
3 cursos
Região Sul de Santa Catarina
NÚMERO ESTIMADO DE PARTICIPANTES
750
*
Seminários de Avaliação de Resultados
Novos cursos para multiplicadores
Cursos dirigidos ao corpo clínico de hospitais e PSF
Princípios do URM no programa didático da Residência
Inserção do Curso URM nos cursos de Graduação
Desenvolvimento de Portal Uso Racional de Tecnologias e Avaliação Tecnológica em Saúde
PERSPECTIVAS FUTURAS
*
Medicamento é como gente 
Tem qualidades e defeitos. 
As qualidades – a gente admira 
Os defeitos – a gente agüenta ou não
Por isso, podemos ficar, 
(usar eventualmente)
Namorar, 
(usar por determinado tempo) 
ou até casar com algum medicamento. 
(para o resto de nossas vidas) 
Mas ele deve atender ao nosso jeito de ser. 
(eficácia para a condição clínica), 
Deve ter uma convivência regrada. 
(dose e tempo de tratamento)
Não deve proporcionar mais problemas do que aqueles que já temos.
(custo econômico e reações adversas).
*
O QUE FAZ BEM PRA SAÚDE? 
Cada semana, uma novidade. A última foi que pizza previne câncer do esôfago. Acho a maior graça. Tomate previne isso, cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas peraí, não exagere... 
Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos. Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde. Prazer faz muito bem. Dormir me deixa 0 km. Ler um bom livro faz eu me sentir novo em folha. Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois eu rejuvenesço uns cinco anos. Viagens aéreas não me incham as pernas, me incham o cérebro, volto cheio de idéias. Brigar me provoca arritmia cardíaca. Ver pessoas tendo acessos de estupidez me embrulha o estômago. Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano. E telejornais os médicos deveriam proibir - como doem! Essa história de que sexo faz bem pra pele acho que é conversa, mas mal tenho certeza de que não faz, então, pode-se abusar.  
*
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo faz muito bem: você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada. Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde. E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda. Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou muzzarela que previna. Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau! Cinema é melhor pra saúde do que pipoca. Conversa é melhor do que piada. Beijar é melhor do que fumar. Exercício é melhor do que cirurgia. Humor é melhor do que rancor. Amigos são melhores do que gente influente. Economia é melhor do que dívida. Pergunta é melhor do que dúvida. Tomo pouca água, bebo mais que um cálice de vinho por dia, faz dois meses que não piso na academia, mas tenho dormido bem, trabalhado bastante, encontrado meus amigos, ido ao cinema e confiado que tudo isso pode me levar a uma idade avançada. 
Sonhar é melhor do que nada…
Luis Fernando Veríssimo

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