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FILÁRIASFILÁRIASFILÁRIASFILÁRIAS História • Filariose linfática doença descrita na literatura médica chinesa e indiana pré-era cristã • 1863 - Demarquay descobre microfilárias (linfáticas?) • 1868 – Wucherer descreve microfilárias de elefantíase • 1875 – O´Neil descreve microfilárias de oncocercose • 1876 – Bancroft descreve filárias linfáticas adultas • 1878 – Patric Mason propõe transmissão por mosquitos (moscas) História • 1917 – Robles associa presença de adultos de oncocercose com doença ocular • 1926 – Blacklock descobre ciclo completo oncocercose • 1950s – desaparecimento da transmissão em Portugal durante a campanha de erradicação da malária Parasitas humanos- OMS 1997/2007 1,38 bilhões infecções por Ascaris 1,25 bilhões infecções por ancilostomídeos 1 bilhão infecções por Trichuris1 bilhão infecções por Trichuris 45,5 milhões doentes 150 milhões – infecção por filárias 120 milhões filariose linfática 37 milhões oncocercose Formas de transmissão • Transmissão oro-fecal • Penetração pela pele • Vetor (inseto) NEMATÓDEOS • Vetor (inseto) Localização: • Intestinal • Parasitas de tecidos Características das Filárias - Tamanho variado (2-50cm) - Fusiformes, alongadas e não segmentadas - ♂ e ♀ (♀> ♂)- ♂ e ♀ (♀> ♂) - 4 estágios larvais - Vivíparos (geram microfilárias) - Vetor invertebrado Evolução de L1 para L3 em artrópodos Evolução para adultos no hospedeiro vertebrado Desenvolvimento Microfilárias Transmissão através de picada do vetor vertebrado Desenvolvimento das microfilárias no útero E = membrana do ovo (sem casca)—bainha da microfilária Parasitas de tecidos Vasos linfáticos ou tecido subcutâneo Principais no Brasil: •Wuchereria bancrofti – filariose linfática ou elefantíase • Onchocerca volvulus – oncocercose ou cegueira dos rios• Onchocerca volvulus – oncocercose ou cegueira dos rios •Dirofilaria immitis– parasita cães (zoonose), casos humanos •Mansonella ozzardi- não patogênica, comum na Amazônia •Brugia malayi- Ásia Filariose/Filaríase linfática • Principais agentes etiológicos: Wuchereria bancrofti e Brugya malayi (Ásia) • O homem é o único hospedeiro definitivo • Mais de 1 bilhão de indivíduos em risco • (4 continentes, 83 países endêmicos) • 115 milhões de indivíduos infectados • 40 milhões de indivíduos incapacitados ou desfigurados Epidemilogia Distribuição mundial de filariose Trop. Med. Paras., Peters & Gilles, 1997 Ciclo vital de Ciclo vital de Wuchereria bancroftiWuchereria bancrofti 6-12meses! (anoitecer-madrugada) dia: pulmões Américas, África, Ásia (não Pacífico sul) 6-12meses! 20 dias Filariose Linfática - Biologia Macho com cerca de 4 cm Fêmea com 8 a 10 cm Vermes adultos de Wuchereria bancrofti (x9) Vetores da filariose linfáticaVetores da filariose linfática--família Culicidaefamília Culicidae • Culex • Aedes • Anopheles • Mansonia subfamílias larva pupa adultos ovos Culex quinquefasciatus adultos macho fêmea Ciclo da microfilária no inseto vetor Wuchereria bancrofti 250-300um 6h 6-16h 8-9 dias: 1ª muda L2 12-15 dias:2ª muda (hemolinfa) 250-300um L3- 2mm Migração para faringe do inseto (lábio) L2 Larva infectante de W. bancrofti (L3) Larva saindo da probóscide de Culex Larva emergida do mosquito VETORES E CONTAMINAÇÃO: Poucas larvas/mosquito, poucos mosquitos parasitados Contaminação depende do número de picadas PERIODICIDADE: Semelhante entre parasitas e seus vetores: noturna para W.bancrofti, diurna para Loa loa QUAL O MECANISMO DA PERIODICIDADE? O2/CO2, temperatura no sono Seleção adaptativa do parasita ao hábito do vetor? Sack, RL 2009 Medical Hypothesis Filariose Linfática - Fisiopatologia Vermes adultos nos linfáticos Inflamação crônica Fibrose Obstrução Linfática Linfedema crônico Elefantíase Fistulização para o Lúmen Órgãos ocos Quilúria Filariose Linfática - Fisiopatologia Linfangites- vasos linfáticos (granulomas) Três pacientes com elefantíase (gordura e linfa em matriz fibrosa) Mulher de 33 anos (Kyushu, Japão) Mulher de 43 anos (Kyushu, Japão) perna esquerda começou a inchar com 20 anos Mulher Africana (Monrovia, Liberia) Dois casos de elefantíase de Kagoshima (Kyushu, Japão) Homem de 40 anos com osquehidrocele Homem de 44 anos com elefantíase penescrotal. A lesão pesava 18,5 kg. Dos 14 aos 30 anos tinha febre uma ou duas vezes por semana. A partir dos 17 anos o foco começou a inchar DIAGNÓSTICO Quadro clínico (dor inguinal ou perna, febres) e dados epidemiológicos Microfilárias no sangue-Gota espessa da polpa digital -Das 22h as 4h ou -Provocar parasitemia diurna, coleta após 20-60min-Provocar parasitemia diurna, coleta após 20-60min Biópsia de linfonodo (vermes) Ultra-som- “sinal da dança das filárias” PCR- sangue, líquido escrotal, linfonodo Controle da Filariose Linfática Potencialmente erradicável Sem reservatórios animais Controle de vetoresControle de vetores inseticidas para mosquitos e larvas controle biológico (peixes larvófagos, Bacillus sphericus) telagem das coleções de água drenagem águas pluviais e esgotos telas domésticas e mosquiteiros (com piretróides) • Infecção: a) Ivermectina (Mectizan®) - 150-200 µg/kg dose única - Macrofilaricida ++ microfilaricida +++ b) Albendazol (Zentel®) Tratamento Filariose Linfática b) Albendazol (Zentel®) - ± 70 mg/kg dose única - Macrofilaricida +++ microfilaricida ++ c) Dietilcarbamazina (DEC, Hetrazan®, Banocide®) - 2+2+2 mg/kg/dia x 10-15 dias - Escala progressiva da dose - Reações imunoalérgicas à morte microfilárias • Tratamento sintomático •Cirurgia reconstrutiva: plástica vascular (dificuldade!) Tratamento Filariose Linfática Prevenção 1. Saúde Pública - Luta anti-mosquito - quimioterapia de massas (1-2 x ano)- quimioterapia de massas (1-2 x ano) - Erradicação Mundial – programa OMS 2. Individual - proteção contra mosquitos (~malária) Oncocercose/Oncocercíase Cegueira dos rios (“river blidness”) • Agente etiológico: Onchocerca volvulus • Endêmica em 37 países da África Ocidental e Central, México, América Central e do Sul, • Endêmica em 37 países da África Ocidental e Central, México, América Central e do Sul, Iêmen • 15-37 milhões de indivíduos infectados • 217.000 indivíduos com cegueira Distribuição mundial de Onchocerca volvulus Índios Yanomami e Makiritare (Roraima) Focos do sul Venezuela 100.000 casos nas Américas! -homem é único hospedeiro definitivo - vermes adultos habitam nódulos subcutâneos encapsulados= oncocercomas (9-14 anos) - microfilárias no tecido celular subcutâneo (se a Onchocerca volvulus - microfilárias no tecido celular subcutâneo (se a carga parasitária alta, também no sangue, linfa e urina) - Pode ser encontrada na câmara anterior do olho Ciclo Ciclo evolutivo evolutivo de de OnchocercaOnchocerca volvulusvolvulus Simulium damnosum Picada-microfilárias: 10-15 meses Simulium damnosum (moscas de búfalo) Família Simuliidae Simulídeos ou borrachudos Vetores no norte do Brasil • Simulium guianense • Simulium incrustatum • S. oyapockense • S. roraimense Principais manifestações clínicas da oncocercosePrincipais manifestações clínicas da oncocercose “Cegueira dos rios” (5-60%- Venezuela) “Pele de leopardo” Reação inflamatória às filárias mortas (grande parte) Onchocerca volvulus- microfilárias Lesões oculares: 30% dos parasitados nas Américas, 85% dos africanos Oncocercomas-Adultos de O. volvulus Na cabeça de um menino guatemalteco Tumores removidosRegião Amazônica do Brasil Região Amazônica do Brasil –– índios índios YanomamisYanomamis Adultos de O. volvulus Corte de um oncocercoma mostrando secções de vermes adultos Adultos removidos de um tumor Diagnóstico da Oncocercose Clínico: nódulos, dermatite, prurido, distúrbios visuais Parasitológico: -Microfilárias em biópsia de pele- o melhor -Exame oftalmológico (lâmpada de fenda) -Adultos em nódulos -Adultos em nódulos -Ecografia- oncocercoma ≠ tumor Moleculares: -coquetel 3 antígenos- em teste na África -sondas de DNA- em estudo Oncocercose – Retalho Cutâneo Oncocercose – Retalho Cutâneo Microfilárias de O.vulvulus a fresco Tratamento da Oncocercose •Potencialmente erradiacável •Sem reservatórios animais •Nodulectomia – motivos estéticos •Ivermectina- microfilaricida e suprime liberação de microfilárias, via oral dose única, não tóxica •Suramina- macrofilaricida, derivado de uréia, tóxica Nodulectomia 1. Luta anti-vetor - Reconhecimento entomológico local profundo - Impacto ecológico – inseticida (>20 anos) - Uso de Bacillus (Bti) – 3 anos Eliminação da filariose como problema de saúde pública: 2. Quimioterapia de massas: Ivermectina + albendazol - Semestral ou trimestral - Logística pesada - Caro Filárias (exceto Loa loa): simbiose comWolbachia (ordem Rickettsiales) necessária para fertilidade fêmea, muda da larva, sobrevida dos vermes Tetraciclina (doxiciclina): destrói bactéria Filarioses minor • Etiologia: Mansonella perstans Mansonella streptocerca Mansonella ozzardi • Vetor: culicoides • Reservatório: Humanos, chimpanzés, gorilas • Epidemiologia: Localmente muito frequentes Distribuição geográfica de Mansonella ozzardi Novo Mundo- América do Sul e Central e Antilhas •Confusão diagnóstico W.bancrofti •Fêmea: 6-8cm, Macho ? •Pesquisa de microfilárias no sangue ou na pele •Não patogênico? Patogênico? Mansonella ozzardi •Não patogênico? Patogênico? •Dor articular, frieza nas pernas, adenite inguinal, placas, cefaléia •Diagnóstico e tratamento ~filaríase linfática Mansonella ozzardi Transmissor de Mansonella sp= Cullicoides sp Simulium Filarioses minor • Fêmea adulta de Culicoides Loa loa: verme adulto no olho Tabanidae (mutuca) Copas em matas úmidas Larvas no lodo Hábitos diurnos Microfilárias diurnas no sangue Tratamento: DEC Loíase • Exclusivamente zonas de floresta equatorial (África central) • África ocidental – desapareceu –• África ocidental – desapareceu – desflorestação extensa • 20-30 milhões de infectados Loíase Prevenção • Não existem programas de Saude Pública • Projetos de controle de outros vetores artrópodes tem impacto maior ou menor na artrópodes tem impacto maior ou menor na loíase • Prevenção individual • Vestuário protetor • Roupas claras • Repelentes de insetos Dirofilaria immitis Dirofilaria immitis 23 cm Parasita cosmopolita de cães e gatos e silvestres Vermes: ventrículo direito e artéria pulmonar 25 cm 16cm Dirofilaria immitis Microfilárias no sangue dia e noite (> noite) Mais de 60 espécies de mosquitos são vetores: Aedes, Culex, Mansonia, Anopheles Parasita ocasional em humanos Doenças benignas: Dirofilaríase pulmonar ½ assintomática ½ dor torácica, febre, mal-estar Geralmente 1 verme, nódulo inflamatórioGeralmente 1 verme, nódulo inflamatório Dirofilaríase cutânea localização variável, inclusive ocular Radiografia de tórax Lesão pulmonar secundária em forma de moeda por Dirofilaria immitis em homem adulto. Diagnóstico: microfilárias no sangue Tratamento: Ivermectina Controle: vetor, cães Ivermectina: agonistas de GABA, causam paralisia em nematódios. Não age sobre o hospedeiro pq não atinge sistema nervoso central (não atravessa a barreira hemato-encefálica) DEC: (Dietilcarbamazina)altera o metabolismo do DROGAS PARA FILÁRIAS DEC: (Dietilcarbamazina)altera o metabolismo do ácido aracdônico na microfilária e nas células endoteliais do hospedeiro- vasoconstricção amplificando a adesão endotelial, imobilização do parasito circulante, aderência e a atividade citotóxica das plaquetas e granulócitos Suramina: inibe a glicerol-3-fosfato desidrogenase
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