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HISTORIA DA EDUCACAO NO BRASIL

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E AGRÁRIAS – CAMPUS IV
COMPONENTE CURRICULAR: OTEC - ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NA ESCOLA E O CURRÍCULO
PROFESSORA: BENEDITA FERREIRA ARNAUD
SÍNTESE DA HISTÓRIA DA
EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Abril/2014
SUMÁRIO
Contextualização da disciplina 
UNIDADE I
OS PRIMÓRDIOS DA ESCOLARIZAÇÃO NO BRASIL
1.1. Os jesuítas e o início da educação brasileira 
1.2. O período imperial e a educação 
UNIDADE II
A EDUCAÇÃO NO PERÍODO REPUBLICANO
2.1. A educação na Primeira República 
2.2. A educação na Segunda República 
UNIDADE III
ESTADO NOVO X REDEMOCRATIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO
3.1. Estado Novo e educação 
3.2. Redemocratização na educação: a Quarta República 
UNIDADE IV
A DITADURA MILITAR E AS CONSEQÜÊNCIAS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA ATUAL
4.1. A Ditadura Militar 
4.2. A Nova República 
Referências bibliográficas 
CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO
A História da Educação é uma das disciplinas básicas do curso de Pedagogia. Seu conteúdo se correlaciona principalmente com o de Filosofia da Educação e o de Estrutura e Funcionamento do Ensino.
A importância da História da Educação é indiscutível, à medida que fundamenta a prática e fornece subsídios às discussões em torno da problemática educacional.
Esta disciplina surge no final do século XIX e, a partir de 1880, iniciam-se publicações específicas e cursos em universidades e escolas normais na Europa.
No Brasil, a História da Educação aparece em 1927, a partir da reorganização do ensino proposta por Francisco Campos.
Tal disciplina revela-se como indispensável à análise das situações do presente, pois trata do desenvolvimento das ideias a respeito da educação nas sociedades. No entanto, a história descrita na maioria dos livros refere-se ao que podemos considerar como história oficial, visto que relata apenas a ação do Estado, a ação ou pensamento das elites educacionais e também a "ação" das reformas pedagógicas.
Atualmente, podemos registrar a existência de uma incipiente tendência, presente em teses de doutorado e em dissertações de mestrado, que pretendem dar conta das experiências de educação popular no nosso país. 
Podemos apontar também mais um problema, ou seja, a falta de tradição dos estudos históricos sobre educação brasileira. Porém, isso não compromete o valor que a disciplina tem para o futuro pedagogo, visto que a História da Educação faz parte do alicerce da sua formação.
I - OS PRIMÓRDIOS DA ESCOLARIZAÇÃO NO BRASIL
No período colonial, surgem os jesuítas como os principais professores, que se tornam responsáveis durante 210 anos pela educação brasileira.
Mas como era antes da chegada dos padres jesuítas?
Antes da chegada dos jesuítas, a educação não chegara a se escolarizar, ou seja, não havia necessidade de uma instituição como a escola para preparar o indivíduo para as tarefas que a sociedade lhe exigia.
As crianças e os jovens indígenas aprendiam participando diretamente das atividades tribais, o que garantia praticamente a formação necessária para a vida adulta. 
Com a vinda dos jesuítas dá-se continuidade ao processo de imposição cultural, baseada no modelo europeu vigente, pois a escola jesuítica enfatizava, pelo menos, três grandes objetivos: catequizar os índios, propagar a fé cristã e divulgar a cultura européia.
1.1 - Os Jesuítas e o Início da Educação Brasileira
Você, agora, deve estar curioso(a) para saber como era a educação oferecida pelos jesuítas, não é mesmo?
Vejamos:
A educação jesuítica pode ser interpretada a partir de três vertentes bibliográficas: a primeira pode ser considerada como positiva. Segundo Hilsdorf (2005), [...] destacando o jesuitismo civilizador: vai da década de 30, com a obra do padre Serafim Leite, até a de 60, englobando os que seguem esse historiador oficial da Companhia de Jesus, como Fernando de Azevedo, e os autores que se apóiam em ambos, inclusive a volumosa produção que apareceu por ocasião do IV Centenário de São Paulo nos anos 50 (HILSDORF, 2005:03).
A vertente bibliográfica negativa é mais crítica, aparecendo no interior da igreja como Riolando Azzi e Eduardo Hoornaert e o antropólogo Luiz Felipe Bêta Neves.
A terceira vertente é a mais equilibrada e procura ver os jesuítas como homem de seu tempo.
Inicialmente vamos traçar o panorama social-histórico e político no qual emerge a educação dos jesuítas no Brasil.
Como afirma Hilsdorf (2005), o mundo medieval delineia duas grandes instituições: a Igreja e o Estado unidos por interesses comuns. Segundo a autora, [...] nobreza e clero querem defender a estrutura social tripartite e hierarquizada – os que lutam, os que rezam e os que trabalham – definida pelos teólogos do século XII, e manter seus privilégios, aceitando as restrições da Igreja à acumulação de capital e à livre produção e livre contratação da força de trabalho praticadas pela burguesia (HILSDORF, 2005:03).
Nesse contexto, percebemos que a educação jesuíta pode ser interpretada a partir de dois grandes objetivos: a colonização (Estado) e o missionário (Igreja). Assim, a missão jesuíta tem como projeto “manter e propagar a fé católica em uma fase em que ela é contestada pela Reforma, pelas religiões orientais e dos povos do Novo Mundo, mas também internamente” (Ibid. 04).
Os jesuítas procuraram através da catequização, [...] apagar as diferenças [...] negar a alteridade, a existência do outro. Os jesuítas querem tornar o outro, o não cristão seja indígena, seja infiel ou herege -, em cristãos, para tornar os homens o mais possível iguais (Ibid. 04).
A educação jesuíta iniciada em meados do século XVI pode ser marcada por duas fases, segundo Luís Alves de Mattos.
1– Período “heróico” (1549-70)
Nesta fase, os jesuítas vivem nas aldeias com os índios, adotam seus costumes. Não reconhecem a existência de diferentes culturas indígenas e entre os brancos.
A catequese se fazia por contato e convencimento, através de “alianças com os chefes indígenas e a utilização de interpretes mamelucos” (Ibid. 07).
Há adaptação e permeabilidade nos comportamentos de ambas as partes. No entanto, os índios são resistentes à catequização, levando os jesuítas a utilizarem novas metodologias, “passando a transformar, suprimir a cultura indígena, para depois ensinar a doutrina” (Ibid. 07). Surgem a partir daí os aldeamentos de adultos e os recolhimentos de crianças, as chamadas missões, iniciadas pelo padre Nóbrega e com o apoio da Coroa Portuguesa. Essa fase do ensino jesuíta aos índios, especificamente as “casas de meninos”, oferece atividades de aprendizado oral do português e do contar, cantar, tocar flauta e outros instrumentos musicais, catecismo e a doutrina cristã. Mais tarde, ler e escrever português e o ensino profissional artesanal e agrícola.
2– Período de Consolidação (1570-1759)
Instalados nas principais vilas da colônia os colégios foram viabilizados porque, em troca dessa tarefa de educar os meninos brancos, a Coroa, já dominada pela burguesia mercantil ofereceu para o sustento da ação missionária nessas instituições, uma taxa que era arrecadada sobre 10% das dízimas que recolhia. Os estudos permitidos pelos jesuítas eram aqueles relacionados às humanidades e estavam reunidos na Ratio Studiorum (Ibid. 08).
Todos os professores deveriam seguir tal plano de estudos, podendo até mesmo serem expulsos da docência caso se afastassem das orientações ali previstas.
A educação promovida pelos padres jesuítas se dava de forma tradicional. O professor centralizava o processo educacional na sua pessoa, não havendo oportunidade para debates e discordâncias.
Quanto à educação feminina, esta limitava-se ao aprendizado das boas maneiras e dos afazeres domésticos.
Em 1759, os jesuítas são expulsos pelo Marquês de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo) e são criadas as Aulas Régias de latim, grego, retórica e filosofia. Deixam de existir dezoito estabelecimentos de ensino secundário e vinte e cinco escolas de ler e escrever.
Oobjetivo de Pombal era substituir a escola da Companhia de Jesus porque esta servia aos interesses da fé e também era detentora de um poder econômico que deveria ser devolvido ao governo.
As Aulas Régias não possuíam organização curricular, eram autônomas e isoladas; não se articulavam com outras disciplinas e não pertenciam a nenhuma escola. Os alunos matriculavam-se nas aulas que queriam, evidenciando a ausência de seqüência nos estudos.
A qualidade do ensino ministrado pelas Aulas Régias ficava ainda mais comprometida devido à própria condição do pessoal docente. Professores mal pagos, vitalícios e improvisados formavam o magistério.
Concluindo, o ensino brasileiro ao final do período colonial pode ser caracterizado por um retrocesso pedagógico representado pelas Aulas Régias que em nenhum momento substituiu o organizado sistema jesuítico de ensino.
O Ensino nos Colégios
Na seqüência, fazemos o resumo das práticas e conteúdo que os jesuítas desenvolveram de acordo com as regras codificadas no Ratio Studiorum. Seus cursos se agrupam em:
• Studia inferiora:
– Letras humanas, de grau médio, com duração de três anos e constituído por gramática, humanidades e retórica. Forma o alicerce de toda a estrutura do ensino e se baseia exclusivamente na literatura clássica greco-latina.
– Filosofia e ciências (ou curso de artes), também com duração de três anos, tem por finalidade formar o filósofo e oferece as disciplinas de lógica, introdução às ciências, cosmologia, psicologia, física, metafísica e filosofia moral.
- Studia superiora:
– Teologia e ciências sagradas, com duração de quatro anos, coroa os estudos e visa à formação do padre. 
Nas classes de gramática, o latim é ensinado até o perfeito domínio da língua. Isso porque, mesmo que no dia-a-dia as pessoas fizessem uso da língua materna, ainda no Renascimento e início da Idade Moderna persistia o costume de filósofos e cientistas usarem o latim, ultrapassando as fronteiras das diversas nacionalidades e promovendo a universalização da cultura. Assim, os jesuítas tornaram obrigatório seu uso até na mais trivial conversação, de forma que os alunos pudessem assimilá-lo com a familiaridade da língua vernácula. Num colégio em Paris no século XVII, pensaríamos estar em Roma de antes de Cristo: conversação exclusiva em latim e análise de autores latinos.
 	Os alunos estudam as principais obras greco-latinas e aperfeiçoam a capacidade de expressão e estilo, mas permanecem muitos presos aos padrões clássicos.
Voltados para o melhor da formação humanística, os jesuítas tentam conciliar as obras clássicas com o espírito religioso, utilizando textos de Cícero, Sêneca, Ovídio, Virgílio, Esopo, Paluto, Píndaro e outros. Como esses autores são pagãos, procuraram adequá-los aos ideais cristãos, fazendo resumos, adaptações e até suprimindo trechos considerados "perigosos para a fé". Proíbem as obras contemporâneas, sobretudo contos e romances, por serem "instrumentos de perversão moral e dissipação intelectual".
Esse programa atende ao ideal de eloqüência latina do século XVI, e segundo o jesuíta e filósofo brasileiro, padre Leonel Franca, "a gramática visa a expressão clara e correta; as humanidades, a expressão bela e elegante; a retórica, a expressão enérgica e convincente".
Com a didática, os jesuítas se mostram bastantes exigentes, recomendando a repetição dos exercícios a fim de facilitar a memorização. Para praticá-la à exaustão, os mestres recebem auxílio dos melhores alunos, chamados decuriões, responsáveis por nove colegas, de quem tomam as lições de cor, recolhem os exercícios e marcam num caderno os erros e faltas diversas. Aos sábados, as classes inferiores repetem as lições da semana toda: vem daí a expressão sabatina, usada durante muito tempo para indicar formas de avaliação. Para as classes mais adiantadas, são organizados verdadeiros torneios de erudição.
Outra característica do ensino jesuítico é a emulação, ou seja, o estímulo à competição entre os indivíduos e as classes. Por exemplo, os alunos recebem títulos de imperador, ditador, cônsul, tribuno, senador, cavaleiro, decurião e edil. Para incentivá-los, as classes se dividem em duas facções: os romanos e os cartagineses.
Os alunos que mais se destacam são incentivados à emulação com prêmios concedidos em solenidades pomposas, para as quais são convocadas as famílias, as autoridades eclesiásticas e civis, a fim de dar-lhes brilho especial. Os melhores estudantes mostram sua produção intelectual nas academias. Montam peças de teatro, recebendo os devidos cuidados na seleção dos textos, desde simples diálogos até comédias e tragédias clássicas, sem deixar de privilegiar os dramas litúrgicos.
Os jesuítas se tornam famosos pelo empenho em institucionalizar o colégio como local por excelência da formação religiosa, intelectual e moral das crianças e jovens. A fim de atingir esses objetivos instauram rígida disciplina, aplicada nos novos internatos criados para garantir proteção e vigilância. Além de controlar a admissão dos alunos, concedem férias bem curtas para evitar que o contato com a família afrouxasse os hábitos morais adquiridos. 
Mesmo quando se trata de externato, o olhar dos mestres segue os alunos, exigindo o afastamento da vida mundana e recriminando as famílias que não assumem o encargo dessa vigilância. A obediência é considerada virtude não só de alunos, como também de padres, submetidos a rígida disciplina de trabalho,
sem inovações personalistas.
Talvez, devido à tão rigorosa organização, as sanções não se tornassem muito constantes, mas aplicadas sempre que necessário, cabendo ao mestre castigar apenas com palavras e admoestações.
Quando não bastarem, ou a falta for muito grave, as punições físicas ficam a cargo de um corretor, pessoa
alheia aos quadros da Companhia e contratada só para esse serviço. Para contrabalançar a disciplina, os jesuítas estimulavam as atividades recreativas, por proporcionarem ambiente mais alegre e vida mais saudável.
1.2 - O Período Imperial e a Educação
Oferecemos para sua compreensão o contexto social-histórico que marcaram esse período:
• Vinda da família real portuguesa para a colônia, sob a proteção da Inglaterra (1808); 
• Abertura dos portos; • Instalação da imprensa, museu, biblioteca e academias;
 • Alta taxação de impostos e as idéias iluministas contra o absolutismo real; 
• Estrutura social continua: grandes proprietários rurais, segmentos dos homens livres não proprietário os e enorme contingente de escravos;
 • Segunda metade do século, queda da produção de açúcar e algodão e a expansão do cultivo do café;
• Trabalho assalariado dos imigrantes; 
• Atuação do Barão de Mauá - produção de navios a vapor, construção de estradas de ferro e instalação de bancos e telégrafos; • Término da Guerra do Paraguai, 1870; 
• Abolição da escravatura em 1888;
• Proclamação da República, 1889. 
Com a vinda da Família Real para o Brasil, apenas o ensino superior é impulsionado. Dom João cria diferentes cursos com a finalidade de viabilizar a vida dos nobres instalados na nova terra:
- No Rio de Janeiro: Academia Militar de Marinha (1808), cursos de Anatomia e Cirurgia (1808), Academia Real Militar (1810), Laboratório de Química (1812), curso de Agricultura (1814), Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios (1816);
- Na Bahia: curso de Cirurgia (1808), cadeira de Economia (1808), curso de Agricultura (1812), curso de Química (1817), curso de Desenho Técnico (1817). 
A partir do que foi exposto acima, podemos dizer que não houve interesse na criação de uma universidade. O ensino superior no Brasil desde o seu princípio se constituiu de cursos e escolas isoladas.
As medidas reforçam o caráter elitista e aristocrático da educação brasileira, a que têm acesso os nobres, os proprietários de terras e uma camada intermediária, surgida da ampliação dos quadros administrativos e burocráticos (ARANHA, 2002:153).
Os ensinos secundário e primário carecem de articulações, prejudicando o sistema educacional. Oscurrículos dos diversos níveis não se relacionam entre si, criando disciplinas dissociadas e privilegiando um ensino propeudêutico, preparatório para a faculdade.
Segundo Aranha (2002:154) "o ensino secundário é predominantemente ministrado por professores particulares, em aulas avulsas, sem fiscalização ou unidade".
Em 1837 é fundado, no Rio de Janeiro, o Colégio D. Pedro II, ficando sob a jurisdição da Coroa, "sendo o único autorizado a realizar exames parcelados para conferir grau de bacharel, indispensável para o acesso aos cursos superiores" (Ibid. 154).
Entre 1860 a 1890 surgem os colégios católicos pela iniciativa particular, difundindo as idéias liberais. Surgem também as escolas protestantes, trazendo os ideários da educação americana como o Colégio Mackenzie (SP-1870) e o Colégio Americano de Porto Alegre (1885) entre outros.
Apesar de toda uma influência religiosa, percebemos algumas iniciativas de inspiração positivista, criadas geralmente por médicos e engenheiros.
O ensino elementar não é prioridade, visto que a grande população rural analfabeta é composta, sobretudo, por escravos.
O ensino elementar, como já afirmado anteriormente, é desarticulado com o ensino secundário. Isso implica a não exigência do cumprimento dessa escolaridade para a ascensão ao ensino secundário.
Para mudar o quadro da educação, são fundadas as primeiras escolas normais em Niterói (1835), Bahia (1836), Ceará (1845) e São Paulo (1846). O ensino é precário, distanciado das questões teóricas e oferecido apenas em dois anos.
Inicialmente destinada apenas aos rapazes, somente 30 anos após sua criação, a escola normal de São Paulo
é oferecida para o segmento feminino.
Quanto ao ensino secundário e elementar, são deixados ao encargo das províncias. Algumas razões pelas quais este nível de ensino mostra-se pouco difundido são os orçamentos escassos das províncias, a proibição da freqüência dos escravos à escola e a falta de exigência do curso primário para o ingresso no secundário.
Além disso, era tradição das elites o aprendizado das primeiras letras no interior da própria casa, incluindo a figura do preceptor.
Entre as poucas iniciativas do governo referentes ao ensino primário, podemos lembrar da criação de uma escola no Rio de Janeiro que deveria utilizar o método Lancaster, ou seja, o ensino mútuo ou monitorial. O objetivo da introdução deste método seria atenuar a falta de professores.
O método Lancaster previa a figura de monitores, responsáveis por dez alunos cada. Um professor por escola orientaria o trabalho dos alunos monitores. A disciplina seria obtida através da ação repressora dos inspetores e também através de prêmios e castigos.
Além disso, a inclusão na Constituição de 1824 de um artigo onde a instrução primária é gratuita a todos
os cidadãos não garante de fato que a população se beneficie deste grau de ensino.
O ensino técnico-profissional e o ensino normal também foram relegados à segundo plano. Os concluintes
destas modalidades de ensino não podiam ingressar nos cursos superiores; somente os concluintes do ensino secundário possuíam tal direito.
As primeiras escolas normais surgem na década de 1830, nas províncias da Bahia e do Rio de Janeiro. Essas escolas apresentavam inúmeras dificuldades, pois eram noturnas, faltavam professores qualificados e não existia a prática de ensino. Os estudos podiam ser parcelados, porém a ordem das séries deveria ser respeitada.
Antes da criação das escolas normais os professores eram selecionados tendo em vista três critérios:
maioridade, moralidade e capacidade. Algumas vezes, os professores eram submetidos a concursos. 
Quanto ao ensino secundário, a partir da vigência do Ato Adicional de 1834, observou-se a existência de dois sistemas de ensino. Um sistema regular e seriado obtido no Colégio de Pedro II (esse mesmo que ainda hoje existe!) e um sistema irregular, propiciado pelos cursos preparatórios e exames parcelados de ingresso ao ensino superior. 
Este último sistema era a forma mais rápida de acesso ao grau superior. O sistema do Colégio de Pedro II deveria ser o modelo para os outros estabelecimentos, porém isto não aconteceu.
E os conteúdos de ensino? Os conteúdos deste nível de ensino enfatizavam as Humanidades e consistiam no ensino de latim, retórica, filosofia, geometria, francês e comércio.
A tônica do ensino secundário era o ingresso no curso superior, ou seja, possuía fim eminentemente propedêutico.
O Ato Adicional de 1834 instituiu uma divisão das competências educacionais muito parecida com a de hoje, pois o poder central cuidava especialmente do ensino superior e as províncias deveriam se responsabilizar pelo ensino primário e secundário.
Um sistema de ensino integrado ainda estava muito longe de ser alcançado. Em relação ao acesso à escola, apenas 15% da população em idade escolar estavam inscritas. Podemos, assim, concluir que a vinda da Família Real e a independência significaram a perpetuação de um modelo educacional preocupado especialmente com a formação das elites dirigentes.
II - A EDUCAÇÃO NO PERÍODO REPUBLICANO
Iniciaremos expondo o cenário sócio-histórico desse período nas palavras de Hilsdorf (2005). As transformações que ocorrem no período de 1870-1920 acabam por marcar significativamente o contexto educacional do Brasil. São eles:
• "A remodelagem das relações de trabalho do regime escravo para o do trabalho livre e assalariado, defendida e praticada pelos cafeicultores-empresários do centro-oeste paulista. Praticando o imigrantismo, eles fazem de São Paulo o novo pólo econômico da Nação" (p.57);
• "O crescimento dos setores de prestação de serviços e da pequena indústria (têxtil, por exemplo), associada ao início da urbanização, ao crescimento das camadas médias e ao aparecimento de um proletariado urbano formado pelos imigrantes que, chegados ao país, abandonam o trabalho na zona rural e passam ás cidades [...]" (p.57-8);
• "A presença forte do capital estrangeiro: no início, capitais ingleses e, depois, norte-americanos, o que ajuda a entender a 'aproximação' a Washington nos campos da política e da cultura que ocorre no período [...]" (p.58);
• "A intensa circulação de novas tendências de pensamento. Uma delas é o positivismo, que teve ampla aceitação na sociedade brasileira, não apenas pelo seu cientificismo, isto é, enquanto proposta de cultivo das ciências modernas como base do progresso, como ainda pela sua ética cívica de respeito à lei e ao princípio do bem comum. Outra é o industrialismo cosmopolita, do qual são exemplares as ações de Rui Barbosa no Ministério da Fazenda e a de Benjamin Constant no Ministério da Educação, os quais, já nos anos 1890-91, promoveram iniciativas econômicas e educacionais de interesse dos industriais, desviando a ênfase na agricultura [...]" (p.58);
• “O fim da monarquia, cuja causa pode ser relacionada às disputas pelo poder político entre segmentos das classes dirigentes, com os militares compondo-se com os cafeicultores organizados nos Partidos Republicanos provinciais e com uma pequena parcela de representantes das camadas médias urbanas.[...]" (p.59). É neste cenário que irão ocorrer profundas mudanças no campo educacional do Brasil e que repercutem até os nossos dias.
2.1 - A Educação na Primeira República
A primeira unidade tratou da situação da educação em nosso país até o momento da sua independência política. Vimos as inúmeras dificuldades enfrentadas principalmente pelo ensino primário, o técnico-profissional e o ensino normal.
Nesta nova unidade, poderemos perceber maior movimentação em termos de idéias no campo educacional. Estas idéias, por exemplo, o direito de todos à educação, a gratuidade e obrigatoriedade do ensino de primeiro grau e a liberdade de ensino, ainda hoje são discutidas e vistas como ideais a serem alcançados. No entanto, parece-nos que teremos um longo caminho a ser percorrido até que esses ideais sejam garantidos à maioria da população brasileira.
Neste período, surgem dois importantes movimentosde educação: o entusiasmo pela educação e o otimismo pedagógico.
O primeiro movimento divulgava a idéia de que os problemas do país poderiam ser resolvidos por meio da extensão da escola elementar a todos. Já o segundo movimento, preconizava a questão da qualidade do ensino, ou seja, não bastava apenas garantir matrículas para o povo, era preciso cuidar também da qualidade do ensino oferecido.
O período republicano marca a presença da preocupação, tanto de intelectuais quanto de políticos, com as taxas elevadas de analfabetismo. Segundo Ghiraldelli (2000), no ano de 1920, 75% da população eram analfabeta.
A classe política possuía um grande interesse ao combater o analfabetismo, visto que os analfabetos não podiam votar.
Em termos pedagógicos, três correntes representam os diferentes setores da sociedade da época: a Pedagogia Tradicional, a Pedagogia Nova e a Pedagogia Libertária.
Como você sabe, a Pedagogia Tradicional estava ligada às oligarquias dirigentes e à Igreja. A disciplina rígida, o cultivo da atenção e a emulação, ou seja, a competição, individual ou coletiva, entre outros, caracterizavam esta corrente, que sofreu importante influência da pedagogia dos jesuítas. No entanto, a Pedagogia Tradicional brasileira foi também influenciada pelas teorias pedagógicas modernas americanas e alemãs, fundamentadas no pensamento do filósofo alemão Johann Friedrich
Herbart.
Baseado nos conhecimentos da Psicologia, Herbart formulou cinco passos formais para o ensino: preparação, apresentação, associação, generalização e aplicação. Esses passos organizavam o método expositivo de aulas, tão conhecido e utilizado ainda hoje.
Mas, como dissemos anteriormente, outras correntes pedagógicas disputavam entre si a hegemonia na sociedade.
Entre o início do século e os anos 20, a Pedagogia Libertária entra em cena, criticando a sociedade capitalista, o Estado, a Igreja e a pedagogia oficial. Sua proposta de sociedade fundava-se nos ideais anarquistas - comunistas. Quais diretrizes propunham para a educação?
A Pedagogia Libertária baseava-se em: educação de base científica; dicotomia entre educação e instrução; educação moral mais prática; adaptação do ensino ao nível psicológico das crianças; co-educação; criatividade; livre expressão; contato com a natureza; produção de textos críticos etc. Falta ainda comentar sobre a terceira corrente, ou seja, a Pedagogia Nova.
A Pedagogia Nova, baseada nos estudos de John Dewey, enfatizou os métodos ativos de ensino-aprendizagem, a liberdade e interesse das crianças, o trabalho em equipe e a prática dos trabalhos manuais. O centro do processo ensino-aprendizagem passava a ser o aluno e não mais o professor, como na Pedagogia Tradicional.
No Brasil, Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho etc. representavam o ideal escolanovista. Como afirmamos, o período republicano mostra-se muito rico em idéias pedagógicas, mas como estaria a sua rede escolar de fato?
Ghiraldelli (2000) nos mostra que a rede de escolas públicas era constituída por poucas instituições e que estas voltavam-se para o atendimento das classes privilegiadas economicamente. Apesar do aparecimento de tantas idéias no campo educacional, a realidade demonstrava um sistema de ensino pouco democrático que relegava o ensino primário a segundo plano.
As elites não só enviavam seus filhos aos colégios particulares como também se utilizavam do Estado para criar uma rede de ensino público para o atendimento de seus filhos. Assim, todas as reformas da legislação do ensino provindas do governo federal priorizavam suas atenções para o ensino secundário e superior (GHIRALDELLI, 2000: 27).
Concluindo, podemos afirmar que apesar da riqueza das idéias educacionais discutidas na Primeira República, o sistema educacional, na prática, pouco avançou. O ensino primário, não contribuiu para o decréscimo das elevadas taxas de analfabetismo e os outros graus de ensino continuaram a atender, como antes, a elite dominante.
2.2 - A Educação na Segunda República
A lição anterior mostrou claramente que, embora existissem muitas idéias novas a respeito da educação, a realidade pouco se transformou na Primeira República. Os índices de analfabetismo eram alarmantes e o ensino primário não se constituía em prioridade.
Dando seqüência à História do Brasil, nesta lição você conhecerá as propostas de educação do primeiro governo de Vargas e o modelo educacional instituído pela Constituição de 1934.
Outro fato a ser destacado refere-se à publicação do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Este documento demarca a necessidade que os educadores da época sentiam em renovar a educação nacional.
Assim como na Primeira República, as forças sociais da Segunda República se identificaram com determinadas correntes pedagógicas. O objetivo de Vargas se deu no sentido de conquistar esses vários setores sociais, em especial, as facções conservadoras e os grupos ligados às vanguardas dos educadores brasileiros.
Neste sentido, o Ministro da Educação de Vargas, Francisco Campos, é nomeado, por transitar muito bem entre liberais e conservadores. A reforma promovida por Campos é imposta a todo território nacional. No entanto, não soluciona as mazelas do ensino popular e nem se preocupa com a expansão e melhoria do curso primário.
A instalação da Assembléia Nacional Constituinte e a conseqüente Constituição de 1934 refletem o debate das forças sociais em questão. Tal constituição, apesar de ser a mais progressista em matéria de educação, pois não é omissa em relação a este tema, opta por uma solução de conciliação quando o assunto se mostra polêmico. Um exemplo disso refere-se ao projeto de laicidade do ensino que é substituído pela inserção do ensino religioso na escola.
Quanto ao progressismo da Carta, podemos lembrar o artigo que torna o ensino primário obrigatório e gratuito e, ainda, a fixação dos recursos orçamentários destinados à educação de 10% para a União e 20% para os estados. 
Sem dúvida, a Segunda República apresenta avanços reais em termos educacionais. Neste período começam a ser criadas e a funcionar, de fato, as universidades no Brasil. 
A Universidade de São Paulo, criada em 1934, passa a ser a primeira universidade a funcionar, pois a Universidade do Rio de Janeiro, criada em 1920, não passava de uma junção de escolas isoladas de Medicina, Direito e Engenharia sem maior integração.
Aliás, a Universidade do Rio de Janeiro foi criada devido a necessidade em outorgar o título de Doutor Honoris Causa ao Rei Alberto I, da Bélgica, ao visitar oficialmente o Brasil.
O ensino secundário passa a ter como objetivo a formação geral, junto ao preparo para o ensino superior. Sua duração de sete anos é dividida em: fundamental e complementar. Este último oferecia três modalidades que atendiam aos candidatos aos estudos jurídicos, aos estudos médicos e farmacêuticos e também àqueles que se destinassem aos cursos de Engenharia e Arquitetura.
O ensino primário e o normal só seriam regulamentados na próxima década.
Como foi dito anteriormente, esta lição trataria também de um importante manifesto: o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. 
O Manifesto dos Pioneiros foi redigido por Fernando de Azevedo e assinado por mais de vinte e cinco educadores. Esses educadores propunham o ensino público, obrigatório, gratuito e laico (não religioso).
Além disso, os currículos deveriam se adaptar aos interesses dos alunos e os professores deveriam utilizar uma metodologia ativa, privilegiando a descoberta dos conhecimentos.
Tão importante quanto os princípios acima descritos, o documento faz uma proposta bastante ousada para
época que, ainda hoje, não se alcançou: formação universitária para os professores, independentemente do grau em que lecionar.
Porém, o clima de amplo debate educacional não resistiu ao golpe de 1937, que tinha como pretexto o combate ao comunismo e a manutenção da unidade e segurança nacional.
Sendo assim, será no período chamado de Estado Novo que o ensino primário e o ensino normal serão reorganizados.Portanto, perdendo a possibilidade de uma legislação mais democrática.
1930 - Cria-se o Ministério da Educação e Saúde que reconhece ser necessário enfrentar o problema educacional como uma questão nacional. Ocorre maior atenção à educação brasileira;
1931- Ocorrem as reformas de Francisco Campos, então Ministro da Educação e Saúde (31/32), com a primeira organização à nível nacional. A reforma foi primeiramente implantada em Minas Gerais;
1932- O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, encabeçado por Fernando de Azevedo e mais vinte e nove educadores, é dirigido ao povo e ao governo, apontando a direção da construção de um sistema nacional de educação. O documento considera dever do Estado tornar a educação obrigatória, pública, gratuita e leiga; critica o sistema dual e reivindica uma escola básica única. Ele representa a tomada de consciência da defasagem entre a educação e as exigências do desenvolvimento;
1934- A nova Constituição (a segunda da República) dispõe, pela primeira vez, que a educação é direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos poderes públicos; 
1934- Por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira, foi criada a Universidade de São Paulo. A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931;
1934- A Constituição coloca a exigência de fixação das diretrizes da educação nacional e a elaboração de um plano nacional de educação;
1935- O Secretário de Educação do Distrito Federal, Anísio Teixeira, cria a Universidade do Distrito Federal, no atual município do Rio de Janeiro, com uma Faculdade de Educação na qual se situava o Instituto de Educação.
1937- São diplomados, no Brasil, os primeiros professores licenciados para o ensino secundário;
1937- Refletindo tendências fascistas é outorgada uma nova Constituição. A orientação político-educacional para o mundo capitalista fica bem explícita em seu texto sugerindo a preparação de um maior contingente de mão-de-obra para as novas atividades abertas pelo mercado. Neste sentido, a nova Constituição enfatiza o ensino pré-vocacional e profissional. 
Em síntese, podemos confirmar a importância que os debates educacionais, promovidos por intelectuais no período estudado, tiveram para a transformação da situação educacional, embora o ensino primário básico ainda ficasse no esquecimento, sendo reformado apenas no período ditatorial de Vargas.
III - ESTADO NOVO X REDEMOCRATIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO
Na segunda unidade, pudemos perceber um rico clima de idéias pedagógicas. Entretanto, essas idéias não estarão em evidência a partir de 1937, quando vigora o Estado Novo.
O Estado Novo é instituído a pretexto de combater as idéias comunistas. Na verdade, fora criado com a finalidade de perpetuar Getúlio Vargas no poder, suspendendo, assim, as eleições presidenciais que aconteceriam em janeiro de 1938. Até mesmo um falso plano (Plano Cohen) foi elaborado para justificar a atitude anti-democrática de Vargas.
O Plano Cohen foi elaborado prevendo a instalação de um governo comunista e o assassinato de vários políticos brasileiros. Com isso, Getúlio Vargas decreta estado de guerra, podendo, então, centralizar o poder em suas mãos.
Segundo Hilsdorf (2005: 99), "para construir a imagem do regime como novo, isto é, moderno e nacional, Getúlio Vargas manteve uma linha de atuação marcadamente autoritária, centralista e intervencionista [...]".
O Estado Novo também procurava orientar a mentalidade da sociedade para instruir a moderna nação brasileira. Assim, a educação escolar procura promover os valores, como patriotismo, mulher-mãe, trabalhador-herói, nação eugênica; valores esses atribuídos à família, à religião, à pátria e ao trabalho.
Para Hilsdorf (2005: 99), a questão que se coloca é que, servindo à nação, a educação servia ao Estado, instituidor da nação. Assim, as linhas ideológicas que definem a política educacional do período vão se orientando pelas matrizes instituintes do Estado Novo: centralização, autoritarismo, nacionalização e modernização.
Com o advento do Estado Novo e a imposição da Constituição de 1937, você poderá perceber que o governo deixa de se comprometer com a educação pública assumindo, assim, papel suplementar. Tanto é assim que a Carta Magna de 1937, só garante ensino público para aqueles que demonstrassem falta ou insuficiência de recursos. Essa situação permanece até 1945. A partir daí, o país vive quase duas décadas de regime democrático.
3.1 - Estado Novo e Educação
Para a educação, o Estado Novo significou um retrocesso. O direito de todos à educação passa a ser pouco explícito. Somente aqueles alunos que não possuíssem recursos para custear sua educação em instituições particulares teriam direito ao ensino em instituições públicas. Logo, podemos observar que a ênfase estava situada nas escolas particulares, o Estado eximia-se das responsabilidades quanto à educação do povo.
Outro aspecto a ser ressaltado, e que confirma a idéia contida no parágrafo acima, refere-se ao estabelecimento de uma contribuição – a caixa escolar – por parte daqueles que não pudessem alegar falta de recursos.
Contraditoriamente, a Constituição afirma ser o ensino primário obrigatório e gratuito. No entanto, o artigo mais polêmico da Constituição de 1937 refere-se ao ensino vocacional. Tal modalidade de ensino passa a ser destinado às classes menos favorecidas e a ser o primeiro dever do Estado. Sendo assim, o sistema dual e elitista de educação é consagrado pela Constituição.
O governo do Estado Novo dá continuidade às reformas da legislação educacional iniciadas com a Revolução de 1930. O ensino secundário sofre uma nova reforma e acontece a regulamentação dos diversos ramos do ensino técnico-profissional: industrial, comercial e agrícola. O ensino primário, o ensino normal e o agrícola só foram regulamentados após a queda de Getúlio. No entanto, os decretos-leis referentes a esses cursos foram elaborados no decorrer do Estado Novo, não fugindo ao espírito do modelo anti-democrático, característico do período.
Quanto ao ensino técnico-profissional, é criado, em 1942, o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), mantido pela Confederação Nacional das Indústrias. O SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) surge em 1946. Como eram mais rápidos na formação de mão-de-obra, multiplicaram-se após o término do Estado Novo.
Como já afirmamos, o ensino primário e o ensino normal foram regulamentados em 1946. Em relação ao primário, trata-se da primeira regulamentação de caráter nacional, após a lei de 1827. Ou seja, a educação do povo nunca foi considerada prioridade em nosso país.
Como ficou, então, o ensino primário? O ensino primário ficou dividido em curso primário fundamental (para crianças de 7 a 12 anos) e curso primário supletivo (destinado a jovens e adultos). Podemos ainda lembrar que o ensino primário fundamental dividia-se em dois cursos: primário elementar (quatro anos de duração) e primário complementar (um ano de duração). Sendo assim, podemos afirmar que, oficialmente, desde o ensino primário, já se fazia uma divisão discriminatória dos indivíduos e os postos sociais.
Mas o que será que aconteceu com os ideais progressistas dos escolanovistas, que foram tão debatidos no período anterior ao Estado Novo?
Ghiraldelli (2000), nos dá a resposta, afirmando que a política educacional do Estado Novo provocou divisões no grupo dos educadores escolanovistas: Os liberais igualitaristas, que tinham seu expoente máximo em Anísio Teixeira, se afastaram de compromissos ideológicos com o governo. Os liberais elitistas se dividiram; alguns, como Fernando de Azevedo, mantiveram uma certa distância da ditadura, outros, como Lourenço Filho, endossaram o novo regime e participaram dele (GHIRALDELLI, 2000: 42).
Apesar disso, a corrente pedagógica denominada de Escola Nova foi a que mais cresceu no período.
Podemos oferecer um panorama da educação brasileira na década de 30: 
Em síntese, o espírito centralizador dapolítica educacional do Estado Novo representou um retrocesso em relação às conquistas adquiridas com a Carta de 1934. Nem mesmo os educadores progressistas fizeram algo para barrar tais acontecimentos, pois muitos foram cooptados pela política de Vargas.
3.2 - Redemocratização na Educação: a Quarta República
A lição anterior possibilitou-nos avaliar a política educacional implementada no Estado Novo. Nesta lição, você perceberá que, com o fim do período ditatorial de Vargas, o país viverá quase duas décadas de regime democrático.
Neste período, equivalente à Quarta República, alguns fatos devem ser destacados: a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) e os movimentos de educação popular.
Entre os movimentos acima mencionados, citamos o Programa Nacional de Alfabetização, onde se desenvolveu o Método Paulo Freire de Alfabetização de Adultos.
A Constituição de 1946 traz de volta o regime democrático ao país. No capítulo referente à educação, princípios que antes pertenciam à Constituição de 1934 passam agora a ser novamente lei.
São exemplos dessa afirmação: o direito de todos à educação, ao ensino primário obrigatório e gratuito na rede oficial e à assistência aos estudantes.
Apesar dessas mudanças, a legislação educacional anterior vigora até 1961, quando é promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
A LDBEN/61 apresenta avanços, pois pela primeira vez temos uma lei que se preocupa com todos os níveis escolares, embora tenha ficado no Congresso Nacional por treze anos, tempo suficiente para grandes transformações das necessidades educacionais. Além disso, o ensino técnico-profissional consegue sua equivalência legal ao secundário. Vale lembrar que antes de 1961, os estudantes desta modalidade de ensino não podiam prestar exames vestibulares.
Dois grandes debates agitam a nova lei: monopólio do Estado quanto à educação X iniciativa privada e ensino religioso obrigatório X ensino laico. Novamente, a solução a que se chega é conciliatória; a educação será oferecida nas escolas públicas e também será livre à iniciativa privada, fiscalizada pelos órgãos governamentais. O ensino religioso será obrigatório para a escola e facultativo para os alunos.
A estrutura do sistema escolar brasileiro sofre modificações. Passa a se constituir de educação préprimária, ensino primário, ensino médio (ginasial e colegial) e ensino superior.
Os currículos, constituídos por disciplinas obrigatórias, passam a admitir certa variedade, segundo as regiões e os estabelecimentos de ensino.
Como afirmamos anteriormente, a Quarta República comporta um período democrático, abrigando, assim, inúmeros movimentos de educação popular, tais como: a Campanha de Educação de Adultos, o Movimento de Educação de Base (MEB) e o Programa Nacional de Alfabetização. O Programa Nacional de Alfabetização, apesar da sua curta duração obteve sucesso, raças à utilização do Método de Paulo Freire. 
O Método Paulo Freire preconizava a alfabetização de adultos a partir das situações do cotidiano dos educandos. Utilizando palavras-geradoras, retiradas deste cotidiano, a equipe de Paulo Freire propunha o debate crítico das situações sugeridas. O método visava a conscientização dos educandos, a partir do diálogo estabelecido entre educando e educador.
Todo saber era valorizado. Para Paulo Freire, não é possível que haja um ser completamente ignorante.
Todas as pessoas têm sempre algo para ensinar e para aprender. Paulo Freire condenava o que denominou de educação bancária, ou seja, aquela educação onde o professor trata os seus alunos de forma a depositar conhecimentos em suas mentes.
O modelo de educação proposto seria a educação libertadora, onde os alunos seriam tão importantes e participantes quanto o professor. O papel do professor, então, era entendido como o de orientador dos debates e estudos.
Como o Método Paulo Freire de Alfabetização mostrava-se muito revolucionário, a partir do advento da Ditadura Militar, foi violentamente suprimido. Paulo Freire chega a ser preso e acaba indo para o exílio. O material didático utilizado é queimado e as pessoas envolvidas, proibidas de divulgarem os resultados do processo.
No exílio, Paulo Freire torna-se conhecido e respeitado internacionalmente. Suas idéias sugerem a construção de uma nova sociedade.
Para o Brasil, só retorna em 07 de agosto de 1979, para uma viagem de um mês. Sua volta definitiva se dá no ano seguinte.
Em síntese, a Quarta República pode ser considerada um período de maior democratização da sociedade brasileira, comparando-se com o Estado Novo e a Ditadura Militar. Em termos educacionais, podemos ressaltar a importância dos movimentos de educação popular e as conquistas relacionadas à L.D.B.
IV - A DITADURA MILITAR E AS CONSEQÜÊNCIAS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA ATUAL
Para descrever esse período da educação brasileira, recorremos aos fatos históricos e sociais que marcaram essa época.
• “Golpe militar em 1964 optando pelo aproveitamento do capital estrangeiro e liquidação de vez do nacional desenvolvimentismo” (ARANHA, 2002: 211);
• “Modelo concentrador de renda, que favorece uma camada restrita da população e submete os trabalhadores ao arrocho salarial” (ARANHA, 2002: 211);
• “Surgem sérios problemas decorrentes da situação de empobrecimento, com graves índices de miserabilidade”. (ARANHA, 2002: 211);
• “A partir de 1968, a repressão recrudesce, com torturas e mortes, além de ‘desaparecimentos’ e ‘suicídios’, tornando arriscada qualquer oposição ao regime. Mesmo assim, em 1969, começa a guerrilha urbana, violentamente reprimida” (ARANHA, 2002: 211);
• “O final da ditadura militar foi apressado pela crise econômica e por alguns fatos políticos (como a impunidade dos responsáveis pela bomba do Rio-Centro)” (CHIRALDELLI Jr., 2000: 218);
• “As várias Conferências Brasileiras de Educação cresceram rápida e vertiginosamente em número de participantes, ouvintes e em número de expositores” (GHIRALDELLI JR., 2000: 221).
4.1 - A Ditadura Militar
O período de redemocratização da sociedade brasileira teve seu fim com o Golpe Militar de março de 1964. Todos os setores da sociedade foram atingidos duramente, inclusive a educação. 
Professores, alunos e funcionários das instituições escolares tiveram sua liberdade controlada e foram punidos quando discordavam do governo. Neste sentido, o Decreto-Lei 477, de 26 de fevereiro de 1969, torna legítimo tal controle.
Ghiraldelli (2000) aponta que somente uma visão ingênua da realidade poderia avaliar positivamente as conseqüências da ditadura militar no Brasil.
A universidade brasileira, participante engajada da vida política e social, foi imediatamente alvo de reforma. O vestibular classificatório e o regime de créditos foram instituídos como forma repressora de resolver os problemas. O primeiro teve como meta acabar com a figura do “excedente” e o segundo dificultou a organização dos discentes.
Outras grandes transformações aconteceram na universidade brasileira. Entre elas, podemos citar: a substituição da cátedra pelos departamentos; o fim do modelo da Faculdade de Filosofia e a instituição regular dos cursos de Mestrado e Doutorado.
Além dessas transformações, a ditadura militar “resolve”o problema da democratização do nível superior, a partir do incentivo à privatização deste grau de ensino. Pode-se dizer que esta privatização deu-se de maneira desordenada, prejudicando a qualidade dos estudos deste grau.
Todas essas mudanças foram frutos dos acordos assinados pelo Brasil e os Estados Unidos. Estes acordos tornaram-se conhecidos como Acordos MEC - USAID.
A comunidade universitária não fica satisfeita com tais reorganizações, porém seu poder de reivindicação é podado pelo aparato repressor instaurado com a Ditadura Militar. O 1º e o 2º graus também são atingidos, passando agora a oferecer ensino profissionalizante obrigatório como forma de controle do acesso ao ensino superior.
Somente em 1982 o ensino profissionalizante deixa de ser obrigatório. Enfim,os resultados da política educacional da ditadura militar são os que ainda hoje vemos: alto índice de evasão e repetência, deficiência de recursos materiais e humanos, professores mal remunerados e alto índice de analfabetismo.
Quanto ao combate ao analfabetismo, o governo lança, no ano de 1967, o MOBRAL, afirmando a possibilidade de reduzir o índice de analfabetos no país a partir até mesmo da utilização do Método Paulo Freire desideologizado, o que seria evidentemente impraticável. Os resultados da alfabetização do MOBRAL deixam a desejar, pois muitos alunos saem do projeto, apenas, sabendo assinar o próprio nome.
Em síntese, podemos concluir que as reformas feitas na educação brasileira, no período da Ditadura Militar, não resolveram os seus problemas.
De acordo com estatísticas de 1983, o Brasil contava com mais de 60 milhões de analfabetos e semiletrados. Esses dados apontam também para a tendência à privatização do ensino, especialmente do ensino superior.
Além disso, esses dados demonstram a queda do nível salarial do professor, o que, sem dúvida, acaba por comprometer o bom desempenho da escola no país.
4.2 - A Nova República
A herança educacional deixada pela ditadura militar é composta por inúmeros problemas, que hoje lutamos para transformar.
No campo econômico, o fracasso do Plano Cruzado, e das iniciativas subseqüentes, contribuiu decisivamente para reduzir a quase zero a credibilidade governamental para resolver os problemas da área.
Desse modo, sob a capa da Nova República, abrigaram-se os velhos políticos e o clientelismo e a corrupção, nossos velhos conhecidos, continuaram tão ou mais desenvoltos que antes, conspurcando de alto a baixo a política nacional e elevando os interesses particulares muito acima dos interesses globais da sociedade.
Não podendo ser diferente no campo educacional, pode-se dizer que a situação nesta área prescindiu uma transformação mais radical. No entanto, não podemos negar certas conquistas na educação básica.
Citamos como exemplo, o fato da Constituição de 1988 garantir o direito ao ensino fundamental para todos os cidadãos, de forma gratuita e obrigatória, independentemente da idade.
Lembre-se que, antes de 1988, o Estado previa apenas o ensino de 1.º grau, obrigatório e gratuito, para os alunos na faixa dos 07 aos 14 anos.
Podemos citar também a conquista dos 200 dias letivos e a preocupação com a valorização do magistério e a qualidade do ensino, mesmo que, estes últimos, ainda não ultrapassem de fato os fundamentos legais. Tais conquistas encontram-se na recente LDB promulgada em 20 de dezembro de 1996.
Quanto à LDB/96 temos a dizer que muitas entidades participaram, propondo soluções, como é o caso da ANDES (Associação Nacional de Docentes do Ensino Superior). Infelizmente, as soluções propostas não foram levadas a sério e o projeto de lei inicial ficou bastante distorcido. Mais uma vez, n ão podemos esquecer que as soluções conciliatórias foram as vencedoras. É o caso do ensino público X particular e também do ensino laico X religioso. O primeiro será livre à iniciativa privada e o último será facultativo apenas para os alunos.
A tendência à privatização da educação se mantém, especialmente a partir da implantação das políticas neoliberais na educação, pois um dos princípios básicos do neoliberalismo é a tese do Estado-Mínimo.
Vale lembrar que a política neoliberal releva-se como perspectiva internacional cada dia mais difícil de ser combatida pelos meios sindicais. De acordo com Ghiraldelli (2000): [...] se as mazelas deixadas foram grandes, em contrapartida o movimento histórico produziu, no contexto da luta de classes, algumas situações novas e promissoras para as classes populares e para a viabilização da democracia. Um ponto positivo [...] foi a delimitação, no interior dos partidos progressistas, de pedagogias e de políticas educacionais cada vez mais nítidas. Um outro ponto positivo foi a remodelação do movimento sindical do professorado. [...] (p.221).
O autor continua citando o papel das Conferências Brasileiras de Educação (CBEs) no sentido de fortalecer
tanto o movimento sindical quanto a produção teórica do professorado brasileiro. Além disso, nos lembra também dos cursos de pós-graduação em educação e as revistas especializadas na área, que acabam cumprindo o mesmo papel das CBEs.
Em síntese, o momento atual, chamado de Nova República, apresenta avanços e recuos em termos educacionais.
No entanto, como está ainda por ser construído, cabe o nosso esforço e compromisso no intuito de oferecer uma educação de qualidade que privilegie àqueles que sempre foram excluídos dos bens culturais desta sociedade.
Glossário
Aula Régia - As aulas régias compreendiam o estudo das humanidades, sendo pertencentes ao Estado e não mais restritas à Igreja - foi a primeira forma do sistema de ensino público no Brasil. Apesar da novidade imposta pela Reforma de Estudos realizada pelo Marquês de Pombal, em 1759, o primeiro concurso para professor somente foi realizado em 1760 e as primeiras aulas efetivamente implantadas em 1774, de Filosofia Racional e Moral.
Companhia de Jesus - A Companhia de Jesus foi fundada por Inácio de Loiola e um pequeno grupo de discípulos, na Capela de Montmartre, em Paris, em 1534, com objetivos catequéticos, em função da Reforma Protestante e da expansão do luteranismo na Europa (http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb02.htm#texto. Acesso em 13/06/2007).
Ideal Escalonovista - O entendimento da educação como vida, e não como preparação para a vida, foi a base dos diversos movimentos que formaram a pedagogia escolanovista. As novas idéias em educação questionavam o enfoque pedagógico até então centrado na tradição, na cultura intelectual e abstrata, na autoridade, na obediência, no esforço e na concorrência.
Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova - O “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova” consolidava a visão de um segmento da elite intelectual que, embora com diferentes posições ideológicas, vislumbrava a possibilidade de interferir na organização da sociedade brasileira do ponto de vista da educação. Redigido por Fernando de Azevedo, o texto foi assinado por 26 intelectuais, entre os quais Anísio Teixeira, Afrânio Peixoto, Lourenço Filho, Roquette Pinto, Delgado de Carvalho, Hermes Lima e Cecília Meireles. Ao ser lançado, em meio ao processo de reordenação política resultante da Revolução de 30, o documento se tornou o marco inaugural do projeto de renovação educacional do país. Além de constatar a desorganização do aparelho escolar, propunha que o Estado organizasse um plano geral de educação e defendia a bandeira de uma escola única, pública, laica, obrigatória e gratuita (http://www.cpdoc.fgv.br/nav_jk/htm/O_Brasil_de_JK/Manifesto_dos _pioneiros_da_educacao.asp. Acesso em 30/07/2007).
Método Lancaster - Segundo esse método, que esteve em voga durante mais de vinte anos, cada grupo de alunos (decúria) era dirigido por um deles (decurião), mestre da turma, por menos ignorante ou, se quiserem, por mais habilitado. Por esta forma, em que o professor explicava aos meninos e estes, divididos em turmas, mutuamente se ensinavam, bastaria um só mestre para uma escola de grande número de alunos (http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/historia/hist07a.htm. Acesso em 30/07/2007).
Método Paulo Freire - A proposta de Freire parte do estudo da realidade (fala do educando) e da organização dos dados (fala do educador). Nesse processo, surgem os temas geradores, extraídos da problematização da prática de vida dos educandos. Os conteúdos de ensino são resultados de uma metodologia dialógica. Cada pessoa, cada grupo envolvido na ação pedagógica dispõe em si próprio, ainda que de forma rudimentar, dos conteúdos necessários dos quais se parte. O importante não é transmitir conteúdos específicos, mas despertar uma nova forma de relação com a experiência vivida (http://www.paulofreire.org/Biblioteca/metodo.htm. Acesso em 20/07/2007).
Pedagogia Libertária - Termo baseado na “pedagogia do oprimido”do educador Paulo Freire, que propõe uma educação crítica a serviço das transformações sociais, econômicas e políticas para a superação das desigualdades existentes no interior da sociedade (http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=476. Acesso em 15/07/2007).
Pedagogia Tradicional - A tendência tradicional é marcada pela concepção do homem em sua essência. Sua finalidade de vida é dar expressão à sua própria natureza. A pedagogia tradicional preocupa-se com a universalização do conhecimento. O treino intensivo, a repetição e a memorização são as formas pelas quais o professor, elemento principal desse processo, transmite o acervo de informações aos seus alunos. Estes são agentes passivos aos quais não é permitida nenhuma forma de manifestação. Os conteúdos são verdades absolutas, dissociadas da vivência dos alunos e de sua realidade social (http://www.artenaescola.org.br/ pesquise_artigos_texto.php?id_m=23. Acesso em 20/07/2007).
Ratio Studiorum - Trata-se de um detalhado manual com a indicação da responsabilidade, do desempenho, da subordinação e do relacionamento dos membros da hierarquia, dos professores e dos alunos. Além de ser também um manual de organização e administração escolar. A metodologia é bastante pormenorizada, com a sugestão de processos didáticos para a aquisição de conhecimento e incentivo pedagógico para assegurar e consolidar a formação do aluno (http://www.anpuh.uepg.br/historia-hoje/vol1n2/ratio.htm. Acesso em 20/07/2007).
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