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Aspectos Sociológicos e Antropológicos Aula 5

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Aspectos Sociológicos e Antropológicos Aula 5
 O alemão Karl Marx influenciou de modo significativo o pensamento ocidental, tanto no século XIX quanto no século XX. Ao nos referirmos a ele como um dos clássicos do pensamento sociológico, o fazemos por reconhecer a forte influência que o seu trabalho exerce, ainda hoje, sobre as obras de muitos autores. A obra de Marx também teve influência sobre a construção do primeiro regime socialista a ser instituído na história recente da humanidade. Esta experiência se daria na Rússia, em 1917, ano em que o partido bolchevique, liderado por Lênin, no comando de um movimento revolucionário instituiria naquele país um projeto socialista de inspiração marxista. A partir daí, a Rússia passou a se chamar União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS, ou como se costumava dizer ao nível do senso comum, União Soviética. 
Vamos conhecer um pouco da história da expansão do socialismo de Marx pelo mundo.
América Central - No continente americano é a vez de Cuba, que sob o comando de Fidel Castro, passa a fazer parte do mundo socialista em 1960. 
Europa - No início do século XX, o mundo assiste a uma grande expansão do chamado socialismo real, nas mais diversas regiões. Com fim da Segunda Guerra Mundial e sob a influência soviética, verifica-se a expansão do socialismo pela grande maioria dos países do leste europeu como Polônia, Bulgária, Hungria, Romênia dentre outros. 
África - Durante as guerras de libertação nacional, Angola e Moçambique também fazem opção por uma ordem socialista. 
Ásia - Em 1949 é a vez a da China que, em uma revolução camponesa comandada por Mao Tse Tung também inclui esta nação na órbita do mundo socialista. Outros países asiáticos, como Coréia do Norte e Vietnã, sob o comando de partidos comunistas, passam a hastear a bandeira vermelha do socialismo marxista-leninista nas décadas de 1950 e 1970, respectivamente.
 Todo este quadro no cenário geopolítico mundial mostra a importância do marxismo para o mundo contemporâneo. Na verdade, esta bipolaridade entre os dois modelos socioculturais — o ocidental, marcado pela presença do capitalismo e da economia de mercado, e o socialismo — traria muitas consequências para as relações entre as diferentes nações do mundo, dentre as quais se pode destacar a própria guerra fria. No meio intelectual, o marxismo também faria sentir a sua presença ao longo de todo o século XX. Com a participação de seu amigo e colaborador Friedrich Engels, Marx tinha, como objeto de sua pesquisa, a sociedade capitalista do século XIX. Suas teses e princípios teóricos eram baseados no materialismo dialético. Neste sentido, para Marx, as contradições não seriam situações anômalas presentes na sociedade, mas ao contrário, fariam parte de sua própria essência. 
 A identificação destas contradições no interior da sociedade concentraria o foco da análise marxista no modo como o trabalho social é organizado. A análise da história humana com base nos princípios da dialética materialista levaria Marx a identificar as contradições de interesses existentes entre as principais classes sociais, como o principal fator de motivação das mudanças sociais. Para Marx, esta “luta de classes” seria o principal combustível para as transformações nas sociedades humanas. Este modo de pensar a sociedade daria origem a um novo conceito elaborado por Marx, que seria o materialismo histórico. Na prática, uma aplicação da dialética materialista ao estudo da história humana. Na perspectiva marxista, o trabalho social não funciona apenas como um intermediário das relações entre sociedade e natureza, mas também como o intermediário nas relações estabelecidas pelos homens entre si. A qualidade das ferramentas ou forças produtivas utilizadas pelos indivíduos, somada aos tipos de relações estabelecidas no processo produtivo caracterizaram, na concepção marxista, o modelo de sociedade com o qual se estaria lidando. 
 A partir da visão de Marx, foi possível se identificar alguns tipos de sociedades ou modos de produção. 
Modo de produção escravista -O escravismo predominou na chamada Antiguidade Clássica (Grécia e Roma), momento em que as principais contradições se dariam entre os escravos e seus senhores. 
Modo de produção feudal - O feudalismo predominou na Idade Média, cujo antagonismo de classes seria identificado entre os nobres, donos das terras e os servos que, ao ocuparem estas terras, se viam obrigados a prestarem serviços aos primeiros.
Modo de produção capitalista - O predomínio do capitalismo é no período contemporâneo. Nesta nova fase da organização social, as relações de produção ou o modo como os indivíduos se relacionavam para organizar e implementar o trabalho social seriam desenvolvidos com base num processo de remuneração assalariada da mão de obra. Eram os operários que, desprovidos da propriedade das fábricas e dos meios de produção, “vendiam” aos burgueses, donos destes estabelecimentos, o único bem que possuíam, que seria a sua força de trabalho. Assim, neste modo de produção, como afirmava Marx, as principais contradições seriam aquelas existentes entre a burguesia — dona dos meios de produção — e o proletariado, que compreenderia os operários e trabalhadores de um modo geral. 
 É importante destacar que, a cada um desses modos de produção corresponderiam diferentes níveis de desenvolvimento das forças produtivas e diferentes formas de organização do trabalho social ou das relações de produção. São justamente as diferentes posições dos homens com relação às formas de propriedades presentes numa sociedade, ou modo de produção, que irão definir as diferentes classes sociais existentes. A transformação de um tipo de sociedade para outro, ou de um modo de produção a outro, se dá por meio dos conflitos abertos entre a classe dominante e as classes exploradas num determinado período. Assim, de acordo com Marx, a história humana é uma história das lutas entre as classes.

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