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MACRONUTRIENTES: CARBOIDRATOS Prof.: Steffany Pontes Nutricionista pós graduada em Nutrição Esportiva Mestranda em Educação para o ensino na área da saúde steffanypontes.nutricionista@outlook.com Macronutrientes: carboidratos • Carboidratos um dos grandes grupos de biomoléculas na natureza e umas das principais fontes de energia. • A designação inicial de carboidratos ocorreu por serem hidratos de carbono. • Eles podem ser chamados, de uma maneira geral, de glicídios, amido ou açúcar. Macronutrientes: carboidratos Carboidratos grupos funcionais dos aldeídos ou das cetonas. O termo sacarídeo é derivado do grego sakcharon que significa açúcar. Podem ser divididos em classes principais de acordo com o nº de ligações glicosídicas: monossacarídeos, dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos. Macronutrientes: carboidratos • Monossacarídeos unidades básicas formadoras dos carboidratos e portanto, não podem ser hidrolisados a outros menores, podendo ser assim absorvidos pelos nossos enterócitos. • Exemplos de monossacarídeos glicose, frutose e galactose. Características e propriedades dos monossacarídeos e dissacarídeos Os monossacarídeos (açúcares simples) podem ser classificados de acordo com o número de átomos de carbono que contêm. Quando tem como grupo funcional um aldeído é denominado aldose, quando o grupo funcional é uma cetona, esse monossacarídeo será chamado de cetose. Os monossacarídeos podem se ligar por ligações glicosídicas, formando estruturas maiores, como os dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos. Monossacarídeos mais importantes • Glicose: encontrado livre na natureza ou resultado da hidrólise de carboidratos mais complexos (sacarose, lactose, amido). • Frutose: encontrada principalmente nas frutas. • Glactose: proveniente da lactose (açúcar do leite) Características e propriedades dos monossacarídeos e dissacarídeos As ligações glicosídicas entre os monossacarídeos são denominadas de acordo com o número dos carbonos que fazem essa ligação e segundo a posição do grupo hidroxila no carbono anômero do monossacarídeo envolvido na ligação, podendo ser do tipo α (alfa) e do tipo β (beta). Carbono anômero se forma quando ocorre a ciclização dos monossacarídeos. Características e propriedades dos monossacarídeos e dissacarídeos • Menos de 1% dos monossacarídeos presentes na natureza são de cadeia aberta (acíclica). Eles são encontrados predominantemente na forma cíclica. • A formação de um carbono anômero faz a molécula apresentar configurações α e β. As enzimas são capazes de distinguir entre essas estruturas e de utilizar uma delas preferencialmente. Características e propriedades dos monossacarídeos e dissacarídeos • Todas as moléculas de carboidratos tem hidroxilas livres para reagir. Os monossacarídeos simples e muitas outras moléculas de carboidratos também tem grupos carbonilas disponíveis para reação. • As aldoses, por exemplo, são facilmente oxidáveis pela oxidação do grupo aldeído a um grupo carboxílico. Características e propriedades dos monossacarídeos e dissacarídeos • Durante a oxidação do grupo aldeído, o agente oxidante é reduzido, ou seja, o açúcar reduz o agente oxidante. • Por isso as aldoses e cetoses são chamadas de açúcares redutores. • São exemplos de açúcares redutores, a glicose e frutose. Características e propriedades dos monossacarídeos e dissacarídeos • Os açúcares redutores são importantes para identificar a qualidade de produtos como vinhos, sucos e cana de açúcar. • Além disso, reagem com aminoácidos na reação de Maillard. Macronutrientes: carboidratos • Dissacarídeos moléculas com dois monossacarídeos unidos pela ligação glicosídica. • Exemplos clássicos de dissacarídeos são a sacarose (açúcar comum, de mesa), lactose (principal carboidrato do leite) e maltose (dissacarídeo amplamente encontrado nos alimentos). Macronutrientes: carboidratos • Sacarose: Um dos dissacarídeos mais consumidos. Facilmente hidrolisada por soluções diluídas em ácidos minerais ou por enzimas (invertase) com formação de D- glicose e D-frutose. • Formada por glicose e frutose, encontrado em frutas, vegetais, principalmente na cana-de-açúcar, beterraba e mel. Macronutrientes: carboidratos • Lactose: É o açúcar comum do leite. Nos produtos fermentados como os iogurtes e alguns queijos, contém uma quantidade menor de lactose (quando comparados ao leite e a produtos lácteos não fermentados). • Formada por glicose e uma molécula de galactose, e menos solúvel que os outros açucares e de sabor menos doce que a glicose. Macronutrientes: carboidratos • Maltose: também conhecida como açúcar do malte, é o elemento básico da estrutura do amido, de onde pode ser facilmente obtida por hidrólise ácida ou enzimática (através da enzima β-amilase). Macronutrientes: carboidratos • Oligossacarídeos monossacarídeos unidos por ligação glicosídica, podendo variar de 2 a até 10 unidades de monossacarídeos. • Normalmente são carboidratos não digeríveis e que podem ser fermentados pelas nossas bactérias colônicas. Podem exercer função de prebióticos, ou seja, estimulam o crescimento da microflora intestinal benéfica. • Fontes naturais: banana, cevada, alho, mel, cebola, centeio, açúcar mascavo, tomate, alcachofra, raiz de chicória, alho-poró, trigo e aspargos. Macronutrientes: carboidratos • Dentre os oligossacarídeos grupo destaque rafinose e a estaquiose sementes de leguminosas. • Esses carboidratos não são hidrolisados nem absorvidos pelo organismo substrato para as bactérias colônicas. • Micro-organismos fermentam esses oligossacarídeos, produzindo grandes quantidades de hidrogênio e gás carbônico (CO2) desconforto gastrointestinal e flatulência. Macronutrientes: carboidratos • Polissacarídeos moléculas mais complexas, formadas por mais de 10 moléculas de carboidrato (monossacarídeos). Exemplos mais conhecidos: amido, glicogênio,celulose. • Tem como funções principais a capacidade de armazenar energia e de participar da estruturação de tecidos. Macronutrientes: carboidratos • Polissacarídeos Na maioria das vezes, essas moléculas estruturais não são digeríveis pelas nossas enzimas digestivas e passam intactas pelo trato gastrointestinal dos humanos. Macronutrientes: carboidratos • Amido presente na batata, no trigo, no arroz, no milho e em outros alimentos de origem vegetal molécula de reserva energética dos tecidos vegetais. • Glicogênio polissacarídeo de reserva energética de células animais. Encontrado principalmente nos músculos e no fígado. Macronutrientes: carboidratos • CELULOSE Não é digerida pelas enzimas digestivas humanas. Um de seus papéis é ajudar no bom funcionamento do intestino, formando o bolo fecal. É encontrada exclusivamente nas plantas e faz a parte estrutural das folhas, caules, raízes, sementes e cascas de frutas. Macronutrientes: carboidratos • PECTINA é um polissacarídeo indigerível, absorve água formando gel, retarda o esvaziamento gástrico. Está presente na maçã, beterraba, casca de laranjas, cenoura, mamão papaia, etc. Utilizada em geléia, marmelada, e como estabilizante em bebidas e sorvetes. Macronutrientes: carboidratos • GOMAS A estrutura das moléculas de polissacarídeos presente nasgomas propriedades significativas. • As gomas de origem linear formam soluções mais viscosas agentes ligantes e espessantes. • As gomas ramificadas formam géis com facilidade e são altamente estáveis. • Algumas gomas com ramificações e estrutura linear e longa têm propriedades mistas. Macronutrientes: carboidratos Goma Guar Goma Locusta Goma arábica Polissacarídeo galactomanana composto por galactose e manose. Rapidamente hidratada em água fria, não forma gel. É usada em queijos para evitar perda de água, dá textura a sorvetes. Também é galactomanana mas em proporção diferente à goma guar. É menos ramificada e mais irregular. Não forma gel sozinha, mas sim, interagindo com outros componentes. Usada em queijos moles como “cream cheese”. Facilita a separação do soro. Goma neutra e levemente ácida. Contém Ca, Mg e K. Retarda/previne a cristalização de açúcares em confeitos, estabiliza emulsões e atua como emulsificante e estabilizante de espumas. Fixa aromas em misturas secas para bebidas. Macronutrientes: carboidratos Agar-agar Goma Xantana Formada de agarose e agaropectina. Capacidade de formar géis imensa e reversível. Usado para dar textura em vários alimentos como gelatos comestíveis, bolos, etc. Produzida por microorganismos da espécie Xanthomonas. Estrutura similar à celulose, totalmente solúvel em água quente ou fria. Em bebidas promove sabor, em sucos atua como estabilizante. Sua propriedade de formar géis com a goma locusta pode ser usada na preparação de pudins instantâneos a base de leite. Propriedades do amido • O amido é composto por amilose e amilopectina. • A amilose é formada por longas cadeias não ramificadas, enquanto a amilopectina tem uma estrutura altamente ramificada semelhante à uma árvore. • Importante papel na indústria de alimentos Dependendo do tipo, o amido pode, entre outras funções, facilitar o processamento, fornecer textura, servir como espessante, proteger os alimentos durante o processamento, etc. Propriedades do amido • Cada fonte de amido características tecnológicas diferentes aplicação do amido. • Por exemplo, em alimentos infantis o uso de um amido que aumente a viscosidade da mistura sem mudar muito o sabor, neste caso um amido indicado é o de arroz. Propriedades do amido • Em embutidos, como mortadela, a viscosidade final precisa ser muito alta, indica-se um amido de mandioca. • Para melhor entendimento das aplicações, é fundamental entender as características tecnológicas. As principais características tecnológicas do amido que determinam sua aplicação industrial são: gelatinização e retrogradação. Propriedades do amido • GELATINIZAÇÃO • Quebra de pontes de hidrogênio, através da ação do calor ou pela ação de agentes químicos. Perda das zonas cristalinas e o amido fica transparente. • 1ª. Fase: o grânulo de amido é aquecido,incha levemente e o efeito é reversível. A viscosidade praticamente não se altera. • 2ª. Fase: o grânulo incha, aumentando várias vezes seu tamanho, a viscosidade aumenta rapidamente. • 3ª. Fase: com o aumento da temperatura, o grânulo perde por completo sua forma para transformar-se em um gel uniforme. Propriedades do amido • GELATINIZAÇÃO Propriedades do amido • RETROGRADAÇÃO • Cristalização das moléculas de amido. Ocorre pela forte tendência de formação de Pontes de Hidrogênio. • Os amidos de origens diferentes retrogradam a taxas diferentes, devido à porcentagem de amilose presente nos grânulos. • Gradativo aumento de viscosidade (dependendo da concentração até a forma cristalina seca); • Alteração de cor de transparente / translúcido para opaco leitoso pesado. Propriedades do amido • RETROGRADAÇÃO A retrogradação faz as soluções de amido perderem a viscosidade e pastas concentradas e géis tornam- se “borrachentas” e exsudam água. Esse fenômeno ocorre durante o armazenamento de uma série de produtos alimentícios. Passa de fase aquosa e desagregação do gel anteriormente formado. Escurecimento não enzimático (reação de Maillard) • Sob determinadas condições, os açúcares redutores produzem pigmentos marrons que são desejáveis ou indesejáveis, mas importantes em alimentos. • Escurecimento não enzimático (reação de Maillard) • Maillard foi 1º a descrever o desenvolvimento de pigmentos marrons(melanoidinas), que observou quando aqueceu uma solução contendo glicose e glicina. • Essa reação ficou conhecida como “reação de Maillard”. Depois, verificou-se que também as proteínas e os peptídeos reagiam com os açúcares redutores, produzindo o mesmo resultado. Escurecimento não enzimático (reação de Maillard) • Temperaturas maiores que 700C – inicio da reação. • Inicialmente, a carbonila do açúcar redutor (por exemplo, a glicose) condensa-se com o grupo amino (NH2) de um aminoácido, peptídeos, proteínas ou aminas, em seguida, passa por várias etapas formação do pigmento escuro chamado melanoidina. • As presenças de hidroximetil- furfural (HMF) e outras substâncias (redutonas) levam ao escurecimento e aroma característicos da reação de Maillard. Escurecimento não enzimático (reação de Maillard) • Esse escurecimento não enzimático ocorre em produtos de panificação ou em frituras e grelhas de alimentos produzindo compostos de aroma e cores que dão sabores, aromas e cor diferenciada para esses produtos. • O escurecimento é desejável na panificação crosta do pão, biscoitos e em carnes grelhadas. Também em alimentos como leite, chocolate, doce de leite, onde há reação dos açúcares redutores com as proteínas do leite. Escurecimento não enzimático (reação de Maillard) • A reação é influenciada pelo aumento de pH e temperatura. • Em termos nutricionais, essa reação provoca perda de certos aminoácidos (lisina, arginina, histidina e triptofano) e de valor nutritivo das fontes de proteínas e sob aspecto toxicológico está ligada à formação de compostos mutagênicos, sendo indesejável nesses casos. Caramelização • Escurecimento do açúcar quando aquecido para produzir caramelo. • Temperatura acima de 120ºC, leva à desidratação e geração de duplas ligações com formação de anéis e compostos lábeis, que se condensam e formam polímeros que dão a cor e o aroma de caramelo. Caramelização • Os monossacarídeos são os principais substratos para a reação, entretanto, os oligossacarídeos e polissacarídeos devem ser inicialmente hidrolisados para monossacarídeos. A reação é favorecida por ácidos e certos sais. O aumento da temperatura e do pH acelera a reação. Caramelização • Caramelos podem ser usados como agentes flavorizantes e corantes. • Exemplo: • Sacarose é aquecida em solução com ácido ou sais de amônio para produção de aromas e corantes de caramelo. • Usada: refrigerantes tipo “cola” e cervejas Mecanismos das reações de escurecimento não enzimático Mecanismo Requerimento de oxigênio Requerimento de NH2 Produto final Reação de Maillard Não Sim Melanoidinas Caramelização Não Não Caramelo Macronutrientes: Carboidratos • RECOMENDAÇÕES: • A recomendação de carboidratos pelo Institute of Medicine (2005) é 130 g/dia mínimo de glicose usada pelo cérebro. A ingestão excede esse valor para atender as necessidades de energia do organismo. O consumo médio de carboidratos e de200 a 330 g/dia para homens e de 180 a 230 g/dia para mulheres. Macronutrientes: Carboidratos • FONTES: • Cereais (aveia, arroz, milho, trigo, etc), leguminosas (feijão, ervilha, etc), bebidas açucaradas (refrigerantes, sucos industrializados, achocolatados), tubérculos (macaxeira, inhame, batata doce, etc), doces, bolos, biscoitos, produtos de confeitaria e panificação, frutas e mel. FIBRAS • Os materiais da parede celular de plantas, como a celulose e pectina, bem como outros polissacarídeos são componentes das fibras. • Não são digeridas pelas nossas enzimas digestivas. FIBRAS • Carboidratos que não são digeridos pelas enzimas digestivas metabolizados pelos micro-organismos que compõem a microbiota intestinal produzindo ácidos graxos de cadeia curta são absorvidos pelos colonócitos e usados como fonte de energia e renovação celular. FIBRAS • As fibras solúveis são assim chamadas por absorver água, formando géis viscosos. Ajudam a controlar os níveis de colesterol e glicose no sangue. • Não são digeridas no intestino delgado e são facilmente fermentadas pela microflora do intestino grosso. São solúveis as pectinas, as gomas, a inulina e algumas hemiceluloses. • Encontradas por exemplo na aveia, lentilha, cenoura, maçã, etc. FIBRAS • Fibras insolúveis não são solúveis em água, não formam géis e sua fermentação é limitada, melhoram o funcionamento do intestino. São insolúveis a lignina, celulose e algumas hemiceluloses. Fontes: Feijão, milho, vegetais folhosos, casca de frutas, etc. • A maioria dos alimentos que contém fibras e constituída de um terço de fibras solúveis e dois terços de insolúveis. FIBRAS • A ingestão de fibras dietéticas diretamente associadas a redução de doenças crônicas não transmissíveis, como doenças cardiovasculares, diabetes melittus e câncer de colón em indivíduos com maior ingestão de fibras. • Ingestão de fibras de pelo menos 30 g/dia, bem como a variedade de alimentos fontes de fibras (frutas, verduras, grãos integrais e farelos) são essenciais para que os benefícios apontados sejam atingidos.
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