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PARTE 8 REGRA DA CADEIA 8.1 Introduc¸a˜o Imagine que voceˆ queira derivar a func¸a˜o h(x) = (x2 − 3x+ 2)37. Com o nosso conhecimento ate´ este momento de regras de derivac¸a˜o, isto seria invia´vel. Para resolver problemas deste tipo, vem em nosso aux´ılio a regra da cadeia. Ela e´ uma das mais importantes regras de derivac¸a˜o e nos ensina como calcular a derivada de func¸o˜es compostas, que e´ o caso acima. De fato, h(x) = f(g(x)), onde f(x) = x37 e g(x) = x2 − 3x+ 2. 8.2 Regra da Cadeia TEOREMA 8.2.1: (Regra da Cadeia) Se g e´ uma func¸a˜o diferencia´vel em x0 e f e´ uma func¸a˜o diferencia´vel em g(x0), enta˜o a func¸a˜o f ◦ g e´ diferencia´vel em x0 e (f ◦ g)′(x0) = f ′(g(x0))g′(x0). Observac¸a˜o 8.2.1: Se escrevermos y = f(u) e u = g(x), onde g e´ diferencia´vel em x0 e f e´ diferencia´vel em u0 = g(x0), na notac¸a˜o de Leibniz, temos que dy du = f ′(u) e du dx = g′(x), de modo que dy du ∣∣∣∣ u0 = f ′(u0) = f ′(g(x0)) e du dx ∣∣∣∣ x0 = g′(x0). Desta forma, como y = f(g(x)), a regra da cadeia, na notac¸a˜o de Leibniz, pode ser escrita na forma dy dx ∣∣∣∣ x0 = dy du ∣∣∣∣ u0 du dx ∣∣∣∣ x0 . 80 Ca´lculo 1A - Notas de Aula (em construc¸a˜o) - Prof a Denise 2015-1 81 Ja´ sabemos derivar f(x) = xn, f(x) = x−n, f(x) = x 1 n e f(x) = x− 1 n . Vamos agora aprender a derivar a func¸a˜o f(x) = xr, onde r e´ um nu´mero racional qualquer. TEOREMA 8.2.2: Considere a func¸a˜o f(x) = xr, onde r = m n e´ um racional positivo, onde n e m sa˜o inteiros positivo sem fatores em comum. Enta˜o, f ′(x) = rxr−1 = m n x m n −1, para todo x > 0, se n for par, para todo x 6= 0, se n for ı´mpar e m < n e para todo x ∈ R, se n for ı´mpar e m > n. Observac¸a˜o 8.2.2: Nos exemplos a seguir, vamos raciocinar da seguinte forma: (f(g(x))′ = f ′(g(x)) . g′(x) ⇓ ⇓ ⇓ (f(algue´m))′ = f ′(algue´m) . (algue´m)′ Vamos repetir este processo quantas vezes for necessa´rio. So´ iremos encerra´-lo quando soubermos quem e´ (algue´m)′. Exemplo 8.2.1: Derive as func¸o˜es abaixo. (a) f(x) = (x2 − 3x+ 2)37 (b) f(x) = 5√tan x (c) f(x) = sen 3(x2 + 3x) (d) f(x) = 1√ cos(2x+ 5) (e) f(x) = sen ( sen ( sen (3x2)) (f) f(x) = sen (tan2( 3 √ 3x2 + 5x)) (g) f(x) = √ x2 + √ x2 + √ x2 (h) f(x) = sen 2 ( tan3( 3 √ 6x2 + x) + x− 1 x+ 2 ) (i) f(x) = |x| (j) f(x) = (|x|3 +√x)1/5 Observac¸a˜o 8.2.3: Note que (|x|)′ = { |x| x se x 6= 0 6 ∃ se x = 0 Ca´lculo 1A - Notas de Aula (em construc¸a˜o) - Prof a Denise 2015-1 82 Exemplo 8.2.2: Calcule a derivada da func¸a˜o f(x) = x2 sen ( 1 x ) se x 6= 0 0 se x = 0 Exemplo 8.2.3: Seja h(x) = f(g2(cos 3x+ x)). Sabendo que f e g sa˜o diferencia´veis e conhecendo a tabela abaixo, calcule h′(0). x 0 1 2 3 4 f 1/3 1/2 1 2 7 f ′ 5 6/7 3/5 9/4 3 g 2 2 1/2 1 5 g′ 2 3 7 9 12 Exemplo 8.2.4: a) Mostre que se f e´ uma func¸a˜o par, enta˜o f ′ e´ uma func¸a˜o ı´mpar. b) Mostre que se f e´ uma func¸a˜o ı´mpar, enta˜o f ′ e´ uma func¸a˜o par. 8.3 Demonstrac¸a˜o da Regra da Cadeia TEOREMA 8.2.1: (Regra da Cadeia) Se g e´ uma func¸a˜o diferencia´vel em x0 e f e´ uma func¸a˜o diferencia´vel em g(x0), enta˜o a func¸a˜o f ◦ g e´ diferencia´vel em x0 e (f ◦ g)′(x0) = f ′(g(x0))g′(x0). Demonstrac¸a˜o: De acordo com a definic¸a˜o de derivada, precisamos calcular lim ∆x→0 f(g(x0 +∆x))− f(g(x0)) ∆x = lim x→x0 f(g(x))− f(g(x0)) x− x0 Para isto, vamos definir a func¸a˜o φ, dada por φ(u) = f(u)− f(g(x0)) u− g(x0) se u 6= g(x0), u ∈ Dom(f) f ′(g(x0)) se u = g(x0) Como, por hipo´tese, f e´ diferencia´vel em g(x0), observe que lim u→g(x0) φ(u) = lim u→g(x0) f(u)− f(g(x0)) u− g(x0) = f ′(g(x0)) = φ(g(x0)), Ca´lculo 1A - Notas de Aula (em construc¸a˜o) - Prof a Denise 2015-1 83 de modo que φ e´ uma func¸a˜o cont´ınua em u = g(x0). Observe que φ(u) = f(u)− f(g(x0)) u− g(x0) se u 6= g(x0), u ∈ Dom(f) ⇒ f(u)− f(g(x0)) = φ(u).(u− g(x0)), se u 6= g(x0), u ∈ Dom(f). Note que a equac¸a˜o acima tambe´m e´ va´lida se u = g(x0). Desta forma, temos que f(u)− f(g(x0)) = φ(u).(u− g(x0)), se u ∈ Dom(f). Em particular, se fizermos u = g(x), x ∈ Dom(g), tal que g(x) ∈ Dom(f), na equac¸a˜o acima, temos que f(g(x))− f(g(x0)) = φ(g(x)).(g(x)− g(x0)). Sendo assim, aplicando o resultado anterior ao limite que desejamos calcular, segue que lim x→x0 f(g(x))− f(g(x0)) x− x0 = limx→x0 φ(g(x)).(g(x)− g(x0)) x− x0 = lim x→x0 φ(g(x)). ( g(x)− g(x0) x− x0 ) . Como g e´ diferencia´vel x0, temos que lim x→x0 g(x)− g(x0) x− x0 = g ′(x0). Desta forma, utilizando a continuidade de φ em g(x0) e o resultado anterior, temos que lim x→x0 f(g(x))− f(g(x0)) x− x0 = limx→x0 φ(g(x)). ( g(x)− g(x0) x− x0 ) = f ′(g(x0)).g′(x0).
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