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Sua Petição - Seção 02 - Contitucional

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SEÇÃO 2
SUA PETIÇÃO
Direito Constitucional
Sua causa!
Seção 2
Direito Constitucional
Bem-vindo a mais uma Seção de Direito Constitucional do nosso 
Núcleo de Prática Jurídica com Suporte em AVA. Gostando do 
aprendizado? Espero que sim!
Nesta seção vamos continuar tratando de direitos fundamentais 
e das ações constitucionalmente previstas para a proteção 
específi ca desses mesmos Direitos, por isso é bom que você 
continue tendo em mente aquilo o que aprendemos na seção 
anterior, ok? Vamos somar ao conteúdo antecedente novos 
conhecimentos e aprofundar um pouco mais, mas buscando 
sempre fazer a ligação entre os temas, sobretudo no que diz 
respeito à simulação de um cenário prático que efetivamente 
servirá de alicerce para sua atuação profi ssional enquanto um 
operador do Direito Constitucional. Avante!
Preparado para conhecer nossa nova demanda? Na seção 
passada, nós nos deparamos com a situação de Magnólia, uma 
jovem moça que foi diagnosticada com uma grave doença: 
lúpus. A jovem, juntamente com o defensor público responsável 
pelo caso, ao tomar conhecimento das informações constantes 
em seu prontuário médico, as quais lhe foram fornecidas pelo 
habeas data elaborado pela Defensoria Pública do Estado para 
garantir o direito à informação pessoal da assistida, verifi caram 
que lhe foi receitado o uso contínuo de um medicamento 
específi co para a sua doença, o que, dada a pouca frequência 
de diagnósticos semelhantes e a custosa confecção da droga, 
2
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
 DIREITO CONSTITUCIONAL - SUA PETIÇÃO - SEÇÃO 2
por si só, já demonstravam que a realidade seria outra vez dura 
com ela. Ocorre que, como já dito, ela é uma jovem humilde 
e de escassos recursos financeiros, não tendo como arcar 
com o pagamento dos medicamentos, os quais custam um 
valor elevado para a realidade financeira da sua família. Diante 
dessa situação, Magnólia novamente necessita da assistência da 
Defensoria Pública para solucionar o seu problema.
Ao tomar conhecimento da nova situação de Magnólia posta 
em causa, José Afonso, como estagiário prestativo que é, fez 
uma vasta pesquisa e descobriu que o medicamento receitado 
para o tratamento da jovem moça compõe a lista de remédios 
a serem gratuitamente fornecidos pelo Sistema Único de 
Saúde (SUS), também constando na relação de medicamentos 
excepcionais elaborada pelo próprio Estado do Ceará. Diante 
disso, ele a orientou a procurar a central de distribuição estadual 
de medicamentos mais próxima da casa dela, no município de 
Caicó, para solicitar o medicamento. Entretanto, lá chegando, 
mais precisamente no dia 10/10/2017, foi informada de que 
o fornecimento de medicamentos de alto custo, mesmo 
aqueles constantes nas listas do SUS e do Governo Estadual, 
estava suspenso por tempo indeterminado por ordem 
da Secretaria Estadual de Saúde. Preocupada, Magnólia 
retornou no mesmo dia à Defensoria com a nova informação, 
procurando assistência jurídica para resolver o problema e 
garantir o fornecimento do medicamento imprescindível para 
o seu tratamento. Foi então novamente orientada por José 
Afonso, que elaborou um requerimento formal à Secretaria de 
Saúde do Estado, solicitando a compra do medicamento e a 
disponibilização gratuita do mesmo à assistida. Magnólia, no 
dia 11/10/2017 protocolou o requerimento junto à Secretaria 
de Saúde do Estado. No dia 15/10/2017 obteve a resposta 
formal da Secretaria, informando que a compra de todos os 
medicamentos estava suspensa por tempo indeterminado. 
Diante da resposta, Magnólia voltou à Defensoria para procurar 
assistência judiciária a fim de resolver a situação.
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 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 2NPJ 
Agora, imagine, aluno, que você enquanto advogado precisa 
resolver o problema de Magnólia e elaborar a medida judicial 
cabível neste caso para garantir à assistida, nitidamente vulnerável 
e hipossufi ciente, o seu tratamento médico pelo acesso gratuito 
ao medicamento que poderá pôr fi m ao seu sofrimento.
Agora é com você, advogado! Elabore a peça processual 
cabível na situação narrada, visando o fornecimento 
gratuito dos medicamentos pelo SUS para o tratamento 
de saúde de Magnólia. Considere que a mesma tomou 
ciência da negativa dos medicamentos no dia 10/10/2017 
e lembre que o pedido foi destinado à Secretaria de Saúde 
do Estado, que determinou a suspensão do fornecimento 
de medicamentos pelo sistema público de saúde no Ceará. 
Fundamentando!
DOS DIREITOS SOCIAIS E SUA EFICÁCIA
A Constituição prevê expressamente alguns direitos sociais, 
lembrando que, como já vimos, o rol constitucional não é 
taxativo, em seu art. 6º, que dispõe: “são direitos sociais a 
educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o 
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção 
à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na 
forma desta Constituição”.
Os direitos sociais, além da prestação negativa do Estado, ou 
seja, do “deixar de realizar” atos que venham a ferir tais direitos, 
exigem também uma prestação positiva do Poder Público para 
a sua efetividade, a qual, em regra, se dá pela concretização de 
políticas públicas e econômicas. De acordo com a Constituição, 
os direitos sociais são de efi cácia imediata, conforme consagra 
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 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 2NPJ 
1 SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição. 4. ed. São Paulo: 
Malheiros, 2007, p. 408.
2 SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição. 4. ed. São Paulo: 
Malheiros, 2007, p. 409.
o art. 5º, § 1º da Constituição Federal (CF), o qual dispõe que as 
normas definidoras de direitos e garantias têm aplicação imediata. 
De acordo com o ilustre mestre José Afonso da Silva1, dizer 
que as normas constitucionais têm aplicação imediata quer 
dizer que elas são dotadas de todos os meios e elementos 
necessários à sua pronta incidência nos fatos, situações, 
condutas ou comportamentos que regulam e não precisam 
de nenhuma complementação ou regulação que dependa de 
lei infraconstitucional. O autor complementa o entendimento 
ensinando que a regra é que as normas definidoras de direitos 
e garantias individuais sejam de aplicação imediata, porém, as 
normas definidoras de direitos sociais, culturais e econômicos 
nem sempre o são, porque muitas vezes dependem de 
providências posteriores que possibilitem a sua eficácia plena. 
Isso não quer dizer que elas não sejam imediatamente aplicáveis 
ou que o direito não seja reconhecido. Preste bem atenção! A 
previsão contida no art. 5º, § 1º da CF refere-se genericamente 
a todas as normas definidoras de direitos e garantias, incluindo, 
portanto, as de direitos sociais. José Afonso da Silva2, mais uma 
vez com brilhantismo, explica o sentido da referida previsão 
constitucional, da seguinte forma:
em primeiro lugar, significa que elas são aplicáveis 
até onde possam, até onde as instituições ofereçam 
condições para seu atendimento. Em segundo lugar, 
significa que o Poder Judiciário, sendo invocado a 
propósito de uma situação concreta nelas garantida, 
não pode deixar de aplicá-las, conferindo ao interessado 
o direito reclamado, segundo as instituições existentes.
Em outro momento do nosso estudo, trataremos dos casos de 
omissão legislativa inconstitucional, a qual ocorre justamente 
quando há a inércia do legislador na elaboração de norma 
necessária para tornar plenamente efetiva determinada norma 
constitucional. A própria Constituição prevê mecanismos para 
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 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 2NPJ 
suprir essas lacunas ocasionadas pela inércia legislativa, de 
forma que não comprometa a efetividade de direitos. Como já 
vimos, o Mandado de Injunção é um desses instrumentos, mas 
aprofundaremos nosso estudo sobre esses mecanismosem 
outro momento, ok? Nesta seção cumpre-nos relembrar alguns 
aspectos mais gerais dos direitos sociais, mais especificamente 
do direito à saúde.
O DIREITO À SAÚDE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
O direito à saúde caracteriza-se como um direito social, 
classificado, de acordo com o que vimos anteriormente, 
como um direito de segunda dimensão. Como exposto no 
tópico acima, encontra previsão no art. 6º da Constituição 
Federal. Além disso, a Constituição Federal dedica uma seção 
inteira, dentro do capítulo da Seguridade Social, ao direito à 
saúde, estipulando, no art. 196, algumas de suas principais 
características, nos seguintes termos:
AA saúde é direito de todos e dever do Estado, 
garantido mediante políticas sociais e econômicas 
que visem à redução do risco de doença e de outros 
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e 
serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
(BRASIL, 1988, [s. p.])
Do referido dispositivo, pode-se destrinchar algumas 
importantes características do direito à saúde, muito bem 
delineadas pelo professor Gilmar Mendes3 que merecem ser 
destacadas uma a uma. 
• Direito de todos: significa que o direito à saúde tem uma 
dimensão tanto coletiva, como individual, ele não apenas 
significa uma diretriz a ser cumprida pelo Estado, mas um 
direito público subjetivo. Nesse sentido, o ilustre ex-ministro 
do STF Celso de Mello, ao julgar o AgR-RE 271.286-8/RS4, 
3 MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de Direito Constitucional. 12. ed. rev. e atual. São Paulo 
: Saraiva, 2017. – (Série IDP). p. 696 a 697.
4 AgR-RE 271.286-8, rel. Min. Celso de Mello, DJ de 12-9-2000.
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 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 2NPJ 
proferiu voto no sentido de reconhecer o direito à saúde 
como um direito exigível judicialmente, destacando que
“a essencialidade do direito à saúde fez com que o 
legislador constituinte qualificasse como prestações 
de relevância pública as ações e serviços de saúde (art. 
197)”, legitimando a atuação do Poder Judiciário nas 
hipóteses em que a Administração Pública descumpra 
o mandamento constitucional em apreço.
• Dever do Estado: a Constituição determina que o Estado, 
além de preservar a saúde dos indivíduos, tem o dever de 
promovê-la; como já vimos, é um direito de prestação 
negativa e positiva do Estado. No art. 23, II, da CF/88 há a 
previsão de que tal dever pertence aos três entes federativos: 
União, Estados e Municípios, nos seguintes termos: “Art. 23. É 
competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios: II - cuidar da saúde e assistência pública, da 
proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência”. O 
Supremo Tribunal Federal já firmou o entendimento de que a 
interpretação do referido dispositivo constitucional deve ser 
no sentido de reconhecer a responsabilidade solidária entre 
todos os entes da Federação no que concerne às prestações 
para a efetivação do direito à saúde. Nesse sentido, foi a 
decisão proferida no RE 855178 RG / SE – SERGIPE, vejamos 
na ementa (grifo nosso):
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E 
ADMINISTRATIVO. DIREITO À SAÚDE. TRATAMENTO 
MÉDICO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS ENTES 
FEDERADOS. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. 
REAFIRMAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. O tratamento 
médico adequado aos necessitados se insere no rol 
dos deveres do Estado, porquanto responsabilidade 
solidária dos entes federados. O polo passivo pode ser 
composto por qualquer um deles, isoladamente ou 
conjuntamente” (RE 855178 RG/SE – Sergipe. Relator: 
Min. Luiz Fux. Julgamento: 05/03/2015. DJe – 050 
Divulg 13-03-2015 Public 16-03-2015).5
5 Acórdão disponível na íntegra em: <https://goo.gl/Nf28Sb>. Acesso em: 26/09/2017.
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 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 2NPJ 
• Garantido mediante políticas sociais e econômicas, políticas 
que visem à redução do risco de doença e de outros agravos, 
políticas que visem o acesso universal e igualitário às ações e 
serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde: 
revelam mais uma vez o dever do Estado na promoção da 
saúde, tanto no âmbito preventivo como no âmbito do 
tratamento médico e hospitalar, bem como o caráter integral 
do direito à saúde, que não se resume a medidas relativas 
ao tratamento médico, mas a todas as ações ligadas à 
proteção e promoção da saúde, incluindo o fornecimento de 
medicamentos, o desenvolvimento de novas tecnológicas 
etc. Essa previsão contida na norma constitucional faz com 
que todas as medidas necessárias para a consecução dessas 
políticas públicas sejam exigíveis do Estado, inclusive no 
âmbito do Poder Legislativo.
Sobre as ações e serviços de saúde, a Constituição institui o 
Sistema Único de Saúde (SUS), ao dispor que: 
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de 
saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da 
lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, 
devendo sua execução ser feita diretamente ou através 
de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de 
direito privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram 
uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem 
um sistema único, organizado de acordo com as 
seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera 
de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as 
atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços 
assistenciais;
III - participação da comunidade. (BRASIL, 1988, [s. p.])
E ainda:
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de 
outras atribuições, nos termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e 
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 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 2NPJ 
substâncias de interesse para a saúde e participar 
da produção de medicamentos, equipamentos, 
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e 
epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área 
de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução 
das ações de saneamento básico;
V - incrementar, em sua área de atuação, o 
desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o 
controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e 
águas para consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, 
transporte, guarda e utilização de substâncias e 
produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele 
compreendido o do trabalho. (BRASIL, 1988, [s. p.])
No âmbito infraconstitucional, o Sistema Único de Saúde (SUS) 
está regulamentado pelas Leis Federais 8.080/90 e 8.142/90. 
DO FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS PELO SUS 
Vimos que o dever do Estado no que tange a promoção e proteção 
da saúde não se resume ao tratamento médico-hospitalar, 
abrangendo também outros tipos de ações, dentre as quais 
está a assistência farmacêutica que engloba o fornecimento de 
medicamentos. 
A Lei n° 8.080/90, ao dispor sobre as condições para a promoção, 
proteção e recuperação da saúde, e sobre a organização e 
funcionamento dos serviços correspondentes, possui alguns 
pontos que merecem ser destacados dentro da temática de 
fornecimento de medicamentos que estamos abordando, 
vejamos:
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde (SUS):
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 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 2NPJ 
[...]
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações 
de promoção, proteção e recuperação da saúde, com 
a realização integrada das ações assistenciais e das 
atividades preventivas.
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do 
Sistema Único de Saúde (SUS):
[...]
d) de assistência terapêutica integral, inclusive 
farmacêutica;
[...]
VI - a formulação da política de medicamentos,equipamentos, imunobiológicos e outros insumos 
de interesse para a saúde e a participação na sua 
produção;
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços 
privados contratados ou conveniados que integram 
o Sistema Único de Saúde (SUS) são desenvolvidos 
de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da 
Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes 
princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em 
todos os níveis de assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como 
conjunto articulado e contínuo das ações e serviços 
preventivos e curativos, individuais e coletivos, 
exigidos para cada caso em todos os níveis de 
complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa 
de sua integridade física e moral;
[...] (BRASIL, 1990, [s. p.], grifo nosso)
Portanto, é inegável que o fornecimento de medicamentos, 
quando necessários à prevenção, recuperação ou promoção da 
saúde deve ser assegurado pelo Estado ao indivíduo como parte 
das ações a serem promovidas em nome da proteção ao direito 
à saúde, sob a mácula de violação a esse direito fundamental.
1010
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 2NPJ 
A respeito da interferência do Poder Judiciário nessa seara, é 
preciso observar que, em função do princípio da separação de 
poderes, não cabe ao Poder Judiciário formular políticas públicas 
sociais e econômicas, nem definir alocação orçamentária, sob 
pena da usurpação de competência do Legislativo. Entretanto, 
diante de uma demanda que envolva a prestação de direitos que 
demandam a elaboração de políticas públicas, por exemplo, 
no âmbito da saúde, deve o Judiciário analisar se a política 
formulada atende aos preceitos constitucionais. 
Nesse sentido, o professor Gilmar Mende6, com clareza, 
ensina que as hipóteses de conflito entre o Estado e o cidadão 
envolvendo a efetividade do direito à saúde são diversas, e que, 
quando o Poder Judiciário constatar a existência de política 
pública concretizadora do direito constitucional, deve então 
procurar verificar quais as razões para o não cumprimento 
da mesma, identificando o motivo pelo qual a pretensão do 
indivíduo foi negada. Destaca que
pode ocorrer de medicamentos requeridos constarem das listas 
do Ministério da Saúde, ou de políticas públicas estaduais ou 
municipais, mas não estarem sendo fornecidos à população 
por problemas de gestão: há política pública determinando 
o fornecimento do medicamento requerido, mas, por 
problemas administrativos do órgão competente, o acesso 
está interrompido. Nesses casos, o cidadão, individualmente 
considerado, não pode ser punido pela ação administrativa 
ineficaz ou pela omissão do gestor do sistema de saúde em 
adquirir os fármacos considerados essenciais, em quantidades 
suficientes para atender à demanda. Não há duvida de que está 
configurado um direito subjetivo à prestação de saúde, passível 
de efetivação por meio do Poder Judiciário7.
6 MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de Direito Constitucional. 12. ed. rev. e atual. São Paulo: 
Saraiva, 2017, p. 703. (Série IDP). 
7 MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de Direito Constitucional. 12. ed. rev. e atual. São Paulo: 
Saraiva, 2017, p. 703. (Série IDP). 
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 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 2NPJ 
MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL
Na seção anterior, quando falamos sobre os remédios 
constitucionais, vimos a figura do mandado de segurança, o 
qual está previsto no art. 5º, LXIX da Constituição Federal, e 
regulamentado pela Lei nº 12.016/2009. Abordamos todos os 
aspectos gerais, como competência, legitimidade ativa e passiva, 
entre outros. Entretanto, é necessário frisar e aprofundar alguns 
pontos sobre o tema que certamente lhes serão cobrados em 
seu Exame de Ordem.
Já vimos que o mandado de segurança é uma garantia constitucional, 
um meio de ação colocado à disposição dos indivíduos para 
assegurar seus direitos (fundamentais ou não). Assim como pode 
ser manejado para a defesa de direitos fundamentais, também pode 
ser utilizado para a defesa de outros direitos, que não tenham esse 
status fundamental, desde que violados por ato abusivo ou ilegal 
de autoridade pública. É, portanto, um importante instrumento de 
garantia contra ilegalidades. 
Essa é a visão constitucional do mandado de segurança. No plano 
processual, o mandado de segurança possui um procedimento 
específico. Quando é impetrado dá-se início a um processo de 
conhecimento, que difere do procedimento comum previsto no 
Código de Processo Civil. Segue então um procedimento especial 
o qual é regido pela Lei n° 12.016/09 e, subsidiariamente, pelo 
Código de Processo Civil. Este procedimento especial justifica-
se pelo objeto do próprio mandado de segurança: a proteção 
de direito líquido e certo. 
Nas palavras de Humberto Theodoro Júnior8 
O direito que se protege por meio do mandado não é 
o direito objetivo, presente genérica e abstratamente 
no ordenamento jurídico; é o direito subjetivo, que 
só existe quando fatos concretos lhe dão origem, 
mediante subsunção à hipótese prevista, genérica e 
abstratamente, na norma do direito objetivo. Daí que, 
quando se cogita de direito líquido e certo, para fins do 
8 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Lei do Mandado de Segurança Comentada. Rio de 
Janeiro: Forense, 2014. 
1212
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 2NPJ 
mandado de segurança, o que se considera não é a norma 
a aplicar, mas a possibilidade imediata de comprovação 
dos fatos de que o direito subjetivo se originou. Pode-
se, por conseguinte, dizer que há direito líquido e certo 
quando o titular dispõe de documentos para provar, 
de plano, a situação fática que lhe permite invocar o 
direito objetivo ofendido ou ameaçado. (grifo nosso)
Portanto, tenha em mente que o que irá definir o cabimento do 
mandado de segurança é: o cometimento de ato abusivo ou 
ilegal por autoridade pública que viole direito líquido e certo, 
individual ou coletivo, como veremos melhor adiante.
Sobre o cabimento do mandado de segurança, cumpre destacar 
algumas Súmulas importantes:
• SÚMULA 268 STF: não cabe mandado de segurança contra 
decisão judicial com trânsito em julgado. 
• SÚMULA 267 STF: não cabe mandado de segurança contra 
ato judicial passível de recurso ou correição.
• SÚMULA 266 STF: não cabe mandado de segurança contra 
lei em tese. 
• SÚMULA 625 STF: controvérsia sobre matéria de direito não 
impede concessão de mandado de segurança.
ALGUNS ASPECTOS DA PETIÇÃO INICIAL DO MANDADO DE 
SEGURANÇA E DA LEGITIMIDADE PASSIVA
O art. 6º da Lei n° 12.016/09 determina que a petição inicial 
do mandado de segurança deverá preencher os requisitos 
da lei processual, logo deve ser observado o que dispõe o 
art. 319 do Código de Processo Civil. Ademais, deve indicar a 
autoridade coatora que compõe o polo passivo da demanda, 
bem como a pessoa jurídica que integra, se acha vinculada ou 
exerce atribuições. 
Deve-se observar que não cabe o pedido de condenação ao 
pagamento de honorários advocatícios na petição inicial do 
mandado de segurança, conforme entendimento já sumulado 
pelo STF: 
1313
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 2NPJ 
• SÚMULA Nº 512 STF: não cabe condenação em honorários 
de advogado na ação de mandado de segurança.
O art.10 da Lei n° 12.016/09 traz ainda as causas de indeferimento 
da petição inicial nos seguintes termos: “a inicial será desde logo 
indeferida, por decisão motivada, quando não for o caso de 
mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos legais 
ou quando decorrido o prazo legal para a impetração” (BRASIL, 
2009, [s. p.]).
Logo, quando não for observado o prazo legal de 120 dias do art. 
23 da Lei, o mandado de segurança será de pronto indeferido. 
Sobre a autoridade coatora, o art.1º, § 1º da Lei que regulamentao mandado de segurança dispõe: § 1o Equiparam-se às 
autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou 
órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades 
autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as 
pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, 
somente no que disser respeito a essas atribuições. 
Sobre o assunto, Humberto Theodoro Júnior9, em importante 
lição, destaca que a autoridade coatora é nomeada na impetração, 
porque é por seu meio que se identifica o ato discutido em juízo. 
À autoridade coatora cabe o dever de prestar informações, para 
esclarecer os fatos discutidos na ação relativos ao cometimento 
do ato ilegal ou abusivo. Todavia, a autoridade coatora não se 
presta a defender os interesses da pessoa jurídica à qual está 
vinculada ou é agente, por isso a pessoa jurídica deve ser indicada 
e intimada para exercer o seu direito defesa, nos termos do art. 
7º da Lei n° 12.016/09 que dispõe: 
Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 
I - que se notifique o coator do conteúdo da petição 
inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as 
cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 
(dez) dias, preste as informações; 
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação 
judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe 
9 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Lei do Mandado de Segurança Comentada. Rio de 
Janeiro: Forense, 2014. 
1414
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 2NPJ 
cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, 
ingresse no feito; (BRASIL, 2009, [s. p.])
• SÚMULA Nº 510 STF: praticado o ato por autoridade, no 
exercício de competência delegada, contra ela cabe o 
mandado de segurança ou a medida judicial.
SOBRE A DEFINIÇÃO DA COMPETÊNCIA 
Como já vimos anteriormente, a competência para julgar a ação 
de mandado de segurança será definida pela categoria funcional 
da autoridade coatora. 
A Constituição Federal determina os casos de competência 
originária do STF e STJ, a Constituição Estadual de competência 
originária do Tribunal de Justiça do Estado (TJE), e os demais 
casos serão de competência residual dos juízes de primeiro 
grau, estaduais ou federais.
Em regra, a competência para julgar mandado de segurança 
impetrado contra atos cometidos por Governador do Estado; 
Secretário de Estado; Presidência da Assembleia Legislativa, 
do próprio Tribunal ou de algum de seus órgãos, do Tribunal 
de Contas do Estado ou de algum de seus órgãos, do Tribunal 
de Contas dos Municípios ou de algum de seus órgãos; por 
Procurador-Geral de Justiça, no exercício de suas atribuições 
administrativas, ou na qualidade de presidente dos órgãos 
colegiados do Ministério Público; por Procurador-Geral do 
Estado; Chefe da Casa Militar; Chefe do Gabinete do Governador; 
Controlador e Ouvidor Geral do Estado; Defensor Público-Geral 
do Estado; Comandante Geral da Polícia Militar e Comandante 
Geral do Corpo de Bombeiros Militar será do Tribunal de Justiça 
do Estado, em todos os outros casos, a competência será do 
juiz de primeira instância. 
Sobre a competência, importantes súmulas do STF: 
• SÚMULA 623 STF: não gera por si a competência originária 
do Supremo Tribunal Federal para conhecer do mandado de 
segurança com base no art. 102, I, n, da Constituição, dirigir-
se o pedido contra deliberação administrativa do tribunal de 
1515
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 2NPJ 
origem, da qual haja participado a maioria ou a totalidade de 
seus membros.
• SÚMULA 624 STF: não compete ao Supremo Tribunal Federal 
conhecer originariamente de mandado de segurança contra 
atos de outros tribunais.
MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL PREVENTIVO 
O mandado de segurança preventivo é aquele que visa combater 
ato abusivo ou ilegal contra direito líquido e certo do impetrante 
que ainda não se consumou. Nele o titular do direito líquido e 
certo busca uma ordem judicial para que o ato ilegal ou abusivo 
não seja praticado, ou seja, uma suspensão do ato.
MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL REPRESSIVO 
Já o mandado de segurança repressivo é aquele que se impetra 
contra ato abusivo ou ilegal já cometido. Quando o mandado de 
segurança é impetrado, o ato já está surtindo efeitos e o impetrante 
objetiva então a anulação do ato e mais a correção dos seus efeitos 
por meio do reconhecimento do direito líquido e certo.
Ilustrando: 
Situação 1: suponha que no órgão público X, a autoridade Y está 
prestes a realizar a nomeação de seu filho para determinado 
cargo que é ocupado por A. A, ao tomar conhecimento disso, 
constatando a real ameaça impetra mandado de segurança 
preventivo, para ver suspenso o ato de nomeação ilegal, ou 
seja, visando que o mesmo não chegue a acontecer e ele se 
mantenha no cargo. 
Situação 2: A autoridade Y vinculada ao órgão X procede a 
nomeação de seu filho para ocupar determinado cargo, o qual 
era ocupado formalmente e dentro dos ditames legais por A, 
que via de consequência é exonerado. A impetra mandado de 
segurança repressivo, visando a anulação do ato, reconhecido 
o seu direito líquido e certo a permanecer no cargo, e que seja 
determinado o seu retorno para o mesmo.
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 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 2NPJ 
LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA
O mandado de segurança é uma medida de urgência, como vimos, 
possuindo um trâmite mais simplificado que o procedimento 
comum. Apesar de já ser de caráter emergencial, ele ainda admite 
o pedido liminar, para antecipar os efeitos da tutela.
O impetrante, comprovados os requisitos necessários para tanto, 
poderá pedir que o juiz determine liminarmente a suspensão do 
ato combatido, conforme prevê o art. 7º da Lei n° 12.016/09, 
nos seguintes termos:
Art. 7º. Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
[...]
III – que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, 
quando houver fundamento relevante e do ato 
impugnado puder resultar a ineficácia da medida, 
caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do 
impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo 
de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. (BRASIL, 
2009, [s. p.])
Da leitura do dispositivo, extrai-se que os requisitos necessários 
para a concessão da liminar em mandado de segurança são 
a demonstração de fundamento relevante e de que do ato 
impugnado pode resultar a ineficácia da medida. Portanto, em 
situações de urgência, que são a grande maioria dos casos em 
que se impetra mandado de segurança, deverá ser requerido o 
deferimento do pedido liminar e demonstrado robustamente o 
preenchimento dos seus requisitos.
Sobre o assunto, a Súmula do STF:
• SÚMULA Nº 626 STF: a suspensão da liminar em mandado 
de segurança, salvo determinação em contrário da decisão 
que a deferir, vigorará até o trânsito em julgado da decisão 
definitiva de concessão da segurança ou, havendo recurso, até 
a sua manutenção pelo Supremo Tribunal Federal, desde que 
o objeto da liminar deferida coincida, total ou parcialmente, 
com o da impetração. 
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 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 2NPJ 
Agora você já tem elementos suficientes para elaborar sua 
peça prático-profissional e resolver o caso concreto que lhe foi 
apresentado. Lembre-se mais uma vez de recorrer ao conteúdo 
visto na seção anterior; ele lhe ajudará, sobretudo, a identificar 
qual peça processual é adequada ao caso, ou seja, qual o 
remédio constitucional que deve ser manejado para a proteção 
e garantia do direito à saúde da sua cliente. Mãos à obra! 
PRIMEIRA FASE! 
QUESTÃO 01
A Constituição Federal em seu art. 5º traz uma relação de 
direitos e garantias fundamentais. Dentre as chamadas garantias 
fundamentais, encontram-se os remédios constitucionais, que 
são ações à disposição de todos os indivíduos para tutelar seus 
direitos. Dentre tais ações, temoso mandado de segurança, 
talvez a mais conhecida delas. 
Sobre o mandado de segurança, leia as assertivas abaixo e 
assinale a alterativa correta: 
a) O mandado de segurança é o remédio constitucional que visa 
combater ato abusivo ou ilegal cometido por autoridade pública 
que viole direito fundamental à liberdade e pode ser impetrado 
por qualquer indivíduo no prazo legal de 120 dias.
b) O mandado de segurança é remédio constitucional que 
visa proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, contra ato ilegal ou abusivo cometido por 
autoridade pública ou agente de pessoa jurídico nas atribuições 
do Poder Público e deve ser impetrado no prazo de 120 dias.
c) O mandado de segurança é remédio constitucional que visa 
combater ato ilegal ou abusivo cometido por qualquer pessoa, 
física ou jurídica, que viole direito líquido e certo do impetrante 
ou de terceiros e deve ser impetrado no prazo legal de 120 dias.
d) O mandado de segurança é o remédio constitucional que 
objetiva combater ato ilegal ou abusivo cometido por pessoa 
física, que viole direito líquido e certo à liberdade e pode ser 
impetrado por qualquer indivíduo no prazo legal de 120 dias.
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 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 2NPJ 
e) O mandado de segurança é remédio constitucional que visa 
combater ato ilegal ou abusivo cometido por autoridade pública 
que viole qualquer direito fundamental do impetrante e deve ser 
impetrado no prazo legal de 120 dias. 
ALTERNATIVA CORRETA: B
RESPOSTA COMENTADA: O art. 5º, LXIXX da Constituição 
Federal determina: conceder-se-á mandado de segurança 
para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade 
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa 
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público, no mesmo 
sentido preleciona o artigo 1º da Lei n° 12.016/09. Quanto ao 
prazo, o art. 23 da referida lei determina que o mandado de 
segurança deverá ser impetrado no prazo de 120 dias, sob pena 
de indeferimento da petição inicial.
QUESTÃO 02
Os direitos fundamentais notabilizam-se por sua elevada 
importância na comunidade. Como o próprio nome sugere, 
carregam uma notória proteção no sentido de serem 
constitucionalmente respaldados, no Brasil. Dentre eles, temos 
alguns direitos que encontram guarida na CRFB de maneira 
premente: é o caso do direito à saúde.
Sobre o direito à saúde e sua fundamental tutela constitucional, 
indique a alternativa correta, com base em seus conhecimentos:
a) O direito à saúde, entre outras diretrizes, deve ser garantido 
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução 
do risco de doença, sendo de responsabilidade solidária entre 
os três entes federativos: União, estado e municípios.
b) O direito à saúde deve ser garantido mediante iniciativa própria. 
Significa dizer que cumpre ao cidadão a busca pelo tratamento, 
estando o Estado isento dessa responsabilidade.
c) O direito à saúde, entre outras diretrizes, deve ser garantido 
mediante políticas exclusivamente econômicas que visem à 
1919
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 2NPJ 
redução do risco de doença, de responsabilidade solidária entre 
os três entes federativos: União, estados e municípios.
d) O direito à saúde, entre outras diretrizes, deve ser garantido 
mediante políticas exclusivamente sociais que visem à redução 
do risco de doença.
e) O direito à saúde deve ser garantido mediante iniciativa 
própria. Signifi ca dizer que cumpre ao cidadão a busca pelo 
tratamento, fi gurando a União como responsável subsidiário 
dessa incumbência, por determinação constitucional.
 
ALTERNATIVA CORRETA: A
RESPOSTA COMENTADA: A Constituição da República Federativa 
do Brasil consagra a saúde como um direito social fundamental 
em seu art. 6º. Acontece que o artigo 196 da Constituição Cidadã 
determina sua operacionalização, com o seguinte verbete: 
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido 
mediante políticas sociais e econômicas que visem à 
redução do risco de doença e de outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário às ações e serviços para 
sua promoção, proteção e recuperação. 
Logo, deve ser implementada mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença.
Vamos peticionar!
Pronto, aluno, você está pronto para peticionar! Primeiramente, 
você precisará identifi car qual a ação cabível, para isso retorne 
também ao conteúdo da seção passada, aliando ao que vimos 
agora. Lembre-se que o direito à saúde de Magnólia foi violado 
por um ato ilegal e abusivo de uma autoridade pública e que este 
direito é incontestável, assegurado constitucionalmente como 
2020
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 2NPJ 
um direito fundamental, logo líquido e certo. A partir disso, você 
identificará qual o remédio constitucional cabível. 
Para elaborar corretamente a sua petição, você precisará estar 
atento à diversos detalhes: competência do órgão julgador; 
correto endereçamento da petição, legitimidade ativa e passiva/
autoridade coatora; argumentos de mérito que demonstrem o 
direito e justifiquem o cabimento da ação escolhida, necessidade 
ou não de medida liminar, observância do procedimento atinente 
ao remédio constitucional escolhido e a existência de prazo 
legal para a propositura da ação.
Para determinar o polo passivo da ação, verifique quem 
cometeu o ato violador do direito da sua cliente, aquele 
deverá ser a autoridade coatora. Essa identificação é muito 
importante, pois lhe ajudará a definir o foro competente e a 
fazer o correto endereçamento da sua petição. Não se esqueça 
de, na elaboração de sua peça, verificar os requisitos formais 
desta: elaborar uma narrativa dos fatos coerente, em sequência 
cronológica, dando destaques para os fatos que compõem a 
causa de pedir a ação, ou seja, que ensejam o direito requerido. 
Lembre-se de demonstrar a certeza do direito, expondo ao juiz 
que o mesmo é claro e evidente, incontestável, e também de 
juntar as provas pré-constituídas do mesmo, ok?
Boa sorte e bom trabalho!
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 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 2NPJ

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