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Introdução à Ciência do Direito A introdução à ciência do direito é uma disciplina, ou um sistema de conhecimentos, que tem por escopo: - fornecer uma noção global ou panorâmica da ciência que trata do fenômeno jurídico. - propiciar uma compreensão de conceitos jurídicos comuns a todas as disciplinas do currículo do curso de direito. - introduzir o estudante e o jurista na terminologia técnico-jurídica. IED • É uma disciplina com caráter enciclopédico ou geral no curso jurídico. • É um sistema de conhecimento, recebidos de múltiplas fontes de informação, destinado a oferecer os elementos essenciais ao estudo do Direito. • não é ciência, por faltar-lhe unidade de objeto, isto é, falta um campo autônomo e próprio de pesquisa, mas é uma disciplina epistemológica, visto que contém conhecimentos científicos, filosóficos. • fornece uma visão sintética da ciência jurídica; • define e delimita, com precisão os conceitos jurídicos fundamentais que serão utilizados pelo jurista na elaboração da ciência jurídica; • apresentar de modo sintético, as escolas científico- jurídicas. O que é epistemologia? • É o conjunto de conhecimentos que têm por objeto o conhecimento científico, visando a explicar os seus condicionamentos (sejam eles técnicos, históricos, ou sociais, sejam lógicos, matemáticos, ou linguísticos), sistematizar as suas relações, esclarecer os seus vínculos, e avaliar os seus resultados e aplicações. O que é o Direito? O Direito, conforme nos informa André Franco Montoro, é um conjunto constituído de fato, valor, norma, ciência e poder. • Como fato: o Direito tem origem na sociedade e é investigado pela Sociologia Jurídica. • Como valor: enfocado pela Axiologia Jurídica, ele se nos apresenta como ideal, ocupando a parte objetiva da Ética. • Como norma: é um conjunto de regras coativas, postas e impostas pelo Estado graças ao poder de polícia, segundo nos revela a Dogmática Jurídica. • Como ciência: é estudado pela Epistemologia Jurídica e se nos aparece como sendo um tipo de conhecimento conceitual, apto a ser transmitido e assimilado metódica e sistematicamente. • E, finalmente, enquanto poder: é uma Faculdade Jurídica que a lei dá a alguém, denominado sujeito de direito, para fazer ou deixar de fazer alguma coisa. • Fato – investigado pela Sociologia Jurídica • Valor – investigado pela Axiologia Jurídica • Norma – investigado pela Dogmática Jurídica (visão exclusivista) • Ciência – investigado pela Epistemologia Jurídica • Poder – é uma faculdade jurídica que a lei dá a um sujeito de direito Em síntese, o Direito pode ser entendido como: Nada é tão sofrível, temerário e perigoso do que um conhecimento parcial e unilateral do Direito. Entre nós, sabemos que prevalece, e de modo quase exclusivista, o estudo do Direito como norma, a Dogmática Jurídica. Ora, as normas jurídicas são apenas as formas de atuação ou funcionamento do Direito na sociedade. Importa conhecê-las corretamente, não há dúvida. Importa mais ainda, todavia, conhecer o seu duplo conteúdo que, infelizmente, malgrado todos os esforços, permanece quase ignorado. A visão parcial que daí decorre é francamente insatisfatória e, pela sua própria natureza, só pode produzir um falso jurista, um dogmático, presunçoso, um oportunista manipulador de códigos, um obtuso sacerdote da “dura lex sed lex” (a lei é dura mas é a lei). • o Direito é lei e ordem, isto é, um conjunto de regras obrigatórias que garante a convivência social graças ao estabelecimento de limites à ação de cada um de seus membros. Assim sendo, quem age de conformidade com essas regras comporta-se direito; quem não o faz, age torto. • A palavra lei, segundo a sua etimologia mais provável, refere-se a ligação, liame, laço, relação, o que se completa com o sentido nuclear de jus, que invoca a idéia de jungir, unir, ordenar, coordenar. Santi Romano, cansado de ver o Direito concebido apenas como regra ou comando, concebeu-o antes como “realização de convivência ordenada”, • Ubi societas, ibi jus = onde está a sociedade está o Direito. ou • Ubi jus, ibi societas = onde está o Direito está a sociedade. O Direito é, por conseguinte, um fato ou fenômeno social; não existe senão na sociedade e não pode ser concebido fora dela. O Direito como fato social O Direito como ciência Ciência é o conhecimento metodicamente fundado, demonstrado e sistematizado é o saber verdadeiro, é o conhecimento da generalidade. • Possui um objeto, ou melhor, uma unidade de objeto. • Possui um método para aquisição do conhecimento. • Possui uma finalidade que é conhecer o objeto para descobrir uma suposta futura utilidade. • Possui um limite que é o conhecimento acerca do objeto que se quer conhecer. • Possui uma fundamentação filosófica que são os enunciados gerais de que se já tem posse onde o cientista busca as linhas que norteavam seu saber. A linguagem do Direito • Cada ciência exprime-se numa linguagem. Cada cientista tem a sua maneira própria de expressar-se, e isto também acontece com a Ciência do Direito. Os juristas falam uma linguagem própria e devem ter orgulho de sua linguagem multimilenar, dignidade que bem poucas ciências podem invocar. • Às vezes, as expressões correntes, de uso comum do povo, adquirem, no mundo jurídico, um sentido técnico especial. Por exemplo, o que ocorre com a palavra “competência” (adjetivo) = competente. • Estão vendo, pois, como uma palavra pode mudar de significado, quando aplicada na Ciência Jurídica. Dizer que um juiz é incompetente para o homem do povo é algo de surpreendente. “Como incompetente? Ele é competentíssimo”... Conclusão • a Introdução ao Estudo do Direito é um sistema de conhecimentos, recebidos de múltiplas fontes de informação, destinado a oferecer os elementos essenciais ao estudo do Direito, em termos de linguagem e de método, com uma visão preliminar das partes que o compõem e de sua complementaridade, bem como de sua situação na história da cultura.
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