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História da Tecnologia na Educação

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Fundamentação para o trabalho de História da Tecnologia na Educação
Texto 1 
 A história da tecnologia na educação: do quadro de giz à realidade virtual
O desenvolvimento das tecnologias educacionais e a formação docente sempre chamou a atenção de todos os estudiosos da área, no sentido de que, mudanças constantes, são necessárias para atender as transformações culturais e sociais que ocorrem na sociedade. Admite-se que o sucesso da educação, ou melhor o sucesso de cada aluno, depende, em grande parte, do aperfeiçoamento constante do professor. Evidentemente professores mais atualizados são mais abertos às mudanças, são mais criativos, buscam novas formas para ensinar, evitando comportamentos e verdades cristalizadas que distanciam a escola do que se espera dela. O trabalho de educar com competência, dada a sua complexidade, requer dos professores o aprofundamento da base de conhecimentos, a revisão de conceitos, o acompanhamento do desenvolvimento tecnológico, a reflexão e a pesquisa como ferramentas para a manutenção ou alteração de decisões pedagógicas. Os cursos de formação de professores, chamados de licenciaturas de uma maneira geral, são responsáveis pela formação do "professor educador", para cada área específica. Nestes últimos anos, estes cursos têm passado por grandes discussões, chegando-se a conclusão de que há urgente necessidade de mudanças, uma vez que a função social da escola toma, nesta virada de século, outros rumos. Partindo da premissa que educador é aquele que educa, ou seja aquele que pratica a educação, se conclui que para alguém ser educador é preciso saber educar, ou seja ele precisa dominar os saberes implicados na ação educativa, e a relação desses saberes com o desenvolvimento da tecnologias educacionais. Sendo a educação um fenômeno específico da natureza humana, historicamente, a origem dela se confunde com a origem do próprio homem, que com sua inteligência a transformou e continuou até os dias atuais desenvolvendo novas teorias e reflexões em torno do assunto, fazendo uso de várias tecnologias para facilitar a aprendizagem e a vida do homem. A educação pertence ao âmbito da produção não material, tem a ver com ideias, conceitos, valores, símbolos, hábitos, atitudes e habilidades que se adicionadas ao desenvolvimento tecnológico produzem efeitos mais rápidos e eficazes. Consequentemente o ato educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens. O educador está sempre em formação contínua, pois o homem não se faz homem naturalmente, ele não nasce sabendo sentir, pensar, agir, avaliar, para isto é preciso aprender, o que implica em um trabalho educativo atualizado moderno e permanente. O fenômeno educativo atingiu um caráter institucionalizado se revelando no surgimento da escola, que vai se transformando lentamente ao longo da história e se responsabilizando pela formação de novos educadores. À escola cabe trabalhar além dos conhecimentos produzidos pela ciência e sistematizados pelas teorias, os fundamentos da educação e os princípios e valores da humanidade, em um processo contínuo atualizado e moderno envolvendo sobretudo o espírito de pesquisa constante, que estimule a criação cultural, o envolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo e suscite o desejo permanente de um desenvolvimento possível, dentro de uma sociedade globalizada
Referência:
Autor: Lacerda, Avâner Conceição de
Link. http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/81464
Data de consulta: 01/09/2016
Texto 2 (Andressa Belsito)
 TECNOLOGIAS E TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
A palavra Tecnologia é de origem grega, o prefixo “techne” significa "ofício" e o sufixo “logia” corresponde a "que diz". Tecnologia é um termo bastante abrangente que envolve entre outros, o conhecimento técnico / científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento.
A história da tecnologia é quase tão velha quanto a história da humanidade, e se segue desde quando os seres humanos começaram a usar ferramentas de caça e de proteção. As tecnologias mais antigas converteram recursos naturais em ferramentas simples. A descoberta e o conseqüente uso do fogo foi um ponto chave na evolução tecnológica do homem, permitindo um melhor aproveitamento dos alimentos e o aproveitamento dos recursos naturais que necessitam do calor para serem úteis. A madeira e o carvão de lenha estão entre os primeiros materiais usados como combustível.
Para Lalande (1999) tecnologia é o estudo dos procedimentos técnicos, naquilo que eles têm de geral e nas suas relações com o desenvolvimento da civilização.
Para Kawamura (1990) tecnologia consiste no saber (conhecimentos científicos aplicados à produção) historicamente acumulado através da apropriação sistemática dos conhecimentos intrínsecos à própria prática do trabalho. As classes dominantes obtêm o controle do saber, sistematizados nos padrões científicos e tecnológicos, mediante a pesquisa e a elaboração científica do conhecimento inserido nessa prática.
Segundo Ferkiss (1972) o homem é um animal tecnológico e a mudança tecnológica é um fator fundamental na evolução humana. Esta é, para o autor, simplesmente uma nova forma de dizer que o homem é um animal cultural, porque só o homem evoluiu culturalmente, a ponto de, conscientemente, poder alterar radicalmente seu meio ambiente físico e a sua própria forma biológica e natural.
Entretanto, Ferkiss (1972) entende que afirmar que a mudança tecnológica seja o fator central que define a existência humana não é dizer que a tecnologia seja a única a única variável independente na civilização humana. As tecnologias são criadas e utilizadas pelo homem:
 
Os que afirmam que nos estamos tornando uma sociedade tecnológica, definida pelo fato de que a tecnologia passou a ser um objetivo em si mesmo sem controles externos, estão completamente equivocados. Temos à nossa disposição o conhecimento tecnológico e científico a fim de eliminar a pior pobreza, de prevenir o envenenamento do nosso meio ambiente e de tornar o mundo, de modo geral, um lugar bem melhor em que possamos viver. Todavia não procedemos. As novas forças que o homem possui são capazes de várias utilizações. Algumas dessas utilizações se opõem a outras: a pesquisa biológica e médica pode ser usada para a produção da guerra bacteriológica ou para a cura das doenças. E algumas dessas utilizações, na prática pelo menos, excluem outras utilizações. Os recursos destinados a corrida espacial não podem ser utilizados com o fim de criar-se uma sociedade melhor, ou um melhor meio ambiente físico.(FERKISS, 1972, p.24 e 25)
 
O perigo central que desafia o homem, para Ferkiss (1972), reside na subordinação da tecnologia aos valores das era históricas mais antigas e sua exploração por aqueles que não compreendem o que envolve a tecnologia, mas que procuram apenas seus objetivos egoísticos pessoais ou de grupo.
Nesse sentido, o autor supracitado afirma que a tecnologia é um meio organizado, deliberado, de afetar o meio ambiente físico ou social e capaz de ser assimilada e comunicada a terceiros. É geralmente eficiente, independentemente das atitudes pessoais, qualidades ou talentos dos que a manipulam.
Historicamente, tanto a tecnologia quanto a educação estão fundamentadas na separação entre o saber e o poder, na divisão social do trabalho. Nas relações capitalistas, os proprietários dos meios de produção, ao reservarem para si e para seus acessores a função da concepção, da organização e do mando no processo produtivo, passam a controlar o saber. As tarefas de execução (manuais) são atribuídas aos trabalhadores (operários). Isso define concretamente a separação entre a teoria e a prática, a concepção e a operação, entre o saber e o fazer. (KAWAMURA, 1990).
Segundo Kawamura (1990) tanto a produção científica e tecnológica, quanto os demais conhecimentos estão organizados e difundidos basicamentepor instituições educativas e de pesquisa, tais como escolas, centros culturais, meios de comunicação de massa, e outras. Nelas, concentra-se o saber separado do trabalho manual, consolidando-se a divisão entre a teoria e a prática.
Procurando entender, definir e produzir conhecimento a respeito desta sociedade tecnológica, a partir da década de 60, muitos teóricos das ciências humanas, como Marcuse (1967), Ferkiss (1972), Morais (1978), Fromm (1984), Silva (1992), utilizaram termos como “transição” e “revolução tecnológica” para definir este momento histórico, buscando entender e interpretar esse fenômeno.
Marcuse (1967) defende um avanço orientado, pois acredita que é necessário superar o momento em que a tecnologia parece dominar o homem para que o crescimento econômico e social dê um salto qualitativo deixando de possuir um caráter desumano.
Ferkiss (1972) aponta a incapacidade de a tecnologia, sozinha, acabar com as desigualdades sociais do sistema capitalista. Conclui ser necessária a criação de um homem tecnológico em detrimento ao homem burguês da sociedade industrial. Esse homem teria o controle de seu próprio desenvolvimento com uma concepção plena do papel da tecnologia no processo da evolução humana, “acostumado à ciência e à tecnologia, dominando ambas ao invés de ser por elas dominado” (p.167).
Morais (1978) preocupa-se com a desigualdade de distribuição de benefícios da tecnologia e, mais ainda, com a idéia de que todos os problemas poder ser resolvidos por ela. Aponta para a necessidade de uma reflexão crítica para despojar a tecnologia da cultura industrial, gerando uma transformação verdadeira, qualitativa, em que a criatividade humana sobressaia.
Fromm (1984) preconiza uma parada no desenvolvimento por não considerar a tecnologia libertadora. Para ele a tecnologia só resolverá os problemas do mundo se for posta a serviço da humanidade, e não usada apenas para aumentar o poder de alguns grupos e nações.
Já Silva (1992) tem uma postura mais otimista em relação às modificações imprimidas pelas tecnologias. Segundo ele as tecnologias representam transformações qualitativas na relação homem-máquina, interferindo no campo da força humana mental podendo multiplicá-la e até mesmo substituí-la em funções antes exclusivas do homem.
Parente (1993) descreve as tecnologias como produtoras e produtos da subjetividade humana.
Lévy (1993) acredita que a técnica é hoje uma categoria de extremo interesse de estudo, pois é uma das responsáveis por transformações no mundo humano. Caracteriza a atualidade como uma “época limítrofe”, ou seja, uma transição entre a civilização baseada na escrita e na lógica por ela fundadas e desenvolvidas, e a civilização informática.
Segundo Simões (2002) por volta dos anos 50 e 60 do século XX, a Tecnologia Educacional era vista como o estudo dos meios geradores de aprendizagens. No Brasil só a partir dos anos 60 iniciou-se uma discussão mais sistematizada sobre o assunto no interior das instituições educacionais e sua utilização, naquele momento era fundada no tecnicismo.
Para Frigotto (1984) a visão tecnicista da educação responde à ótica economicista do ensino veiculada pela teoria do capital humano e constitui-se numa das formas de desqualificação do processo educativo escolar.
Em relação a essa questão Saviani (1985) destaca que a perspectiva tecnicista da educação emerge como mecanismo de recomposição dos interesses burgueses na educação. O tecnicismo se articula com o parcelamento do trabalho pedagógico, decorrente da divisão social e técnica do trabalho no interior do capitalismo.
O surgimento da área da Tecnologia Educacional (TE)se dá, segundo Mazzi (1981), como instrumento para o atendimento das exigências da racionalidade e eficiência.
A partir dos anos 70, do século XX a TE foi redirecionada para o estudo do ensino como processo tecnológico, passando a ter duas versões: restrita (limitando-se à utilização dos equipamentos) e ampla (conjunto de procedimentos, princípios e lógicas para atender os problemas da educação) (TAJRA, 2000).
De acordo com Tajra (2000) no inicio da introdução dos recursos tecnológicos na área educacional, houve uma tendência a imaginar que as tecnologias iriam solucionar os problemas educacionais, podendo chegar, inclusive a substituir os próprios professores. No entanto, com o passar do tempo, percebeu-se a possibilidade de utilizar esses instrumentos para sistematizar os processos e a organização educacional e uma reestruturação do papel do professor.
No início dos anos 80 no campo da TE começou a surgir, influenciado pelo clima de exigência de abertura política e democracia, uma visão também mais crítica e mais ampla da utilização das tecnologias e das técnicas de planejamento e avaliação no ensino.
Luckesi (1986) define Tecnologia Educacional como:
 
“... a forma sistemática de planejar, implementar e avaliar o processo total da aprendizagem e da instrução em termos de objetivos específicos, baseados nas pesquisas de aprendizagem humana e comunicação e materiais, de maneira a tornar a instrução mais efetiva.” (p.56)
 
O autor supracitado considera o conceito acima limitado, restrito e eficientista. Afirma que TE é própria educação, enquanto incorpora, inteligente e politicamente, os artefatos humanos chamados de ponta ou fronteira no processo de avançar na apropriação dos conhecimentos, na formalização da mente, no preparo do educando para lutar por uma vida social mais digna e mais justa.
Pons apud Tajra (2000) defende que Tecnologia Educacional é uma maneira sistemática de elaborar, levar a cabo e avaliar todo o processo de aprendizagem em termos de objetivos específicos, baseados na investigação da aprendizagem e da comunicação humana, empregando uma combinação de recursos humanos e materiais para conseguir uma aprendizagem mais efetiva.
Já Maggio apud Tajra (2000) refere-se a Tecnologia Educacional não como uma ciência, mas como uma disciplina orientada à prática controlável e ao método científico, recebendo contribuições das teorias de psicologia da aprendizagem, das teorias da comunicação e da teoria de sistemas. A utilização desses recursos baseia-se nas fases de desenvolvimento infantil, nos diversos tipos de meios de comunicação e na integração de todos esses componentes de forma conjunta e interdependente por meio de atividades educacionais e sociais.
De acordo com Simões (2002) nos anos 1979 e 1980 a Associação Brasileira de Tecnologia Educacional (ABT), submeteu aos participantes de seu Seminário Nacional um conceito de TE que refletia e sintetizava uma abordagem nova e mais ampla encarada pela direção da Associação como uma evolução:
 
A TE fundamentava-se em uma opção filosófica, centrada no desenvolvimento integral do homem, inserido na dinâmica da transformação social; concretiza-se pela aplicação de novas teorias, princípios, conceitos e técnicas num esforço permanente de renovação da educação. (ABT, 1982, p. 17 apud Simões, 2002, p.36)
 
Para Luckesi (1986) este conceito globaliza os três elementos fundamentais de qualquer ação humana: uma opção filosófica, uma contextualização social da ação e o uso de princípios científicos e instrumentos técnicos de transformação.
Corroboramos com Simões (2002) ao afirmar que as teorias e estudos voltados para a área de TE podem significar hoje um caminho para se chegar à aproximação entre tecnologia e escola, de modo que essa possa cumprir mais um papel: o de preparar os alunos para dominar utilizar e exercer uma atitude crítica em relação às modernas tecnologias. As TE podem servir inclusive, como instrumento aos profissionais e pesquisadores para realizar um trabalho pedagógico de construção do conhecimento e de interpretação e aplicação das tecnologias presentes na sociedade.
Concordamos com Simões (2002) quando defende as tendências mais críticas da atualidade, que compreendem a TE como a incorporação na educação dos artefatos humanos, chamados de ponta, voltados para o avanço na apropriação dos conhecimentos e no preparo do educando paralutar por uma vida social mais digna e mais justa. Segundo a autora, a TE assume assim, o papel de concepção filosófica, que deve direcionar-se para os problemas e dificuldades da maioria da população, além disso deve permitir uma análise crítica das nossas distintas práticas educacionais.
Outra discussão existente na área de TE é a sua relação com novas tecnologias.
Conforme Assis (1990) para a educação, as novas tecnologias significam a demanda por trabalhadores com mais qualificação, sendo necessária a formação de um novo homem. Para o autor, o perfil do novo profissional não é mais o especialista, o importante é saber lidar com diferentes situações, resolver problemas imprevistos, ser flexível e multifuncional e estar sempre aprendendo.
Kawamura (1990) entende que as novas tecnologias enquanto expressão do avanço do conhecimento científico tem facilitado a prática dos competentes no controle da produção material e ideológica, inclusive em relação à própria produção científica e tecnológica.
Assim, de acordo com Oliveira (1997) apud Simões a realidade tem mostrado cada vez mais a necessidade de a escola rever o seu projeto pedagógico, reconhecendo de forma crítica e adequada a presença das novas tecnologias na vivência do aluno fora do contexto escolar.
Segundo Orth (1999) para que não corramos o risco de utilizar novas tecnologias apenas para passar informações, ensinando os alunos de forma passiva e impessoal, estimulando o individualismo e a competição, é importante que os professores considerem que a incorporação de novas tecnologias da informação e da comunicação, no campo do educacional, pode simplesmente reforçar as velhas e questionáveis teorias de aprendizagem e/ou produzir conseqüências práticas nas relações docentes, bem como, revolucionar os processos de ensino-aprendizagem.
Para o mesmo autor, a utilização e a incorporação das novas tecnologias na sala de aula é muito importante quando usada para auxiliar os alunos na construção de novos conhecimentos. Contudo, entende que essa construção não deve ser realizada solitariamente, porque o ensino é um processo conjunto, compartilhado, no qual o aluno, tendo o educador como mediador, pode se mostrar autônomo na resolução de tarefas.
Dessa maneira, para Orth (1999) outro fator relevante na utilização e incorporação das novas tecnologias nas escolas relacionam-se à ampliação da área de atuação das mesmas. Coloca que é através das redes de comunicação é possível a realização de interconexões com instituições educacionais de várias partes do mundo, por meio de trocas e intercâmbios, enriquecendo, assim, o ambiente escolar, contribuindo não só com a aprendizagem dos alunos, mas também para a melhoria do relacionamento entre as escolas e para a comunidade como um todo.
Simões (2002) entende que as inovações tecnológicas têm produzido transformações na organização social, no trabalho no cotidiano, atingindo assim, toda a sociedade e introduzindo mudanças relevantes no conhecimento, na cultura e nas relações de poder, exigindo das pessoas, das instituições e da sociedade como um todo, a busca de formas de inserção e participação na nova realidade.
Adotamos a definição de Simões (2002) para o termo novas tecnologias por também entendermos que se tratam daquelas desenvolvidas nas últimas duas décadas, a partir dos avanços atingidos nas áreas da eletrônica, telecomunicação e informática, abrangendo o computador, a televisão a cabo e por satélite, o CD-ROM, as tele e videoconferências, entendendo-as como fruto da evolução da sociedade e pertencentes à lógica de nossa época, e, por esse motivo, considerando o bloco histórico do qual essas novas tecnologias saíram.
A preocupação expressa pelos autores que discutem a democratização do acesso aos benefícios das tecnologias, fundamenta-se na constatação da exclusão como característica inerente ao sistema capitalista. Essa característica leva à necessidade de reflexão a respeito da intervenção da universidade e, em especial dos cursos de formação de professores, no sentido de formar um homem que não assimile passivamente uma organização social em que haja divisão entre os que pensam e os que executam os que produzem e os que usufruem, os que tem uma relação ativa e participativa com o conhecimento e a informação e os que lidam passivamente com eles. No momento, contudo, as novas tecnologias da informação e da comunicação vêm suscitando, pelo seu desenvolvimento acelerado e potencial de aplicação, novas abordagens de utilização no processo educativo. A realidade tem mostrado cada vez mais a necessidade de a escola rever o seu projeto pedagógico, reconhecendo de forma crítica e adequada a presença das novas tecnologias na vivência do aluno fora do contexto escolar. Daí a importância da inclusão dos múltiplos domínios da realidade em suas dinâmicas curriculares. (OLIVEIRA, 1997; SILVA, 2001).
Nesse contexto a presença de modelos informáticos na sociedade e o desenvolvimento tecnológico, vistos de forma mais abrangente e mais crítica, exigem as suas inclusões nos projetos pedagógicos da formação de professores, de modo que se criem novas possibilidades para o processo de ensino-aprendizagem e de reflexão sobre o cotidiano acadêmico. Essa inclusão pode ser feita por meio da criação de ambientes propícios para a utilização desses recursos e, é isso que propomos: fazer uso das tecnologias existentes para a melhoria da qualidade de ensino e consequentemente da formação do professor de educação física oriundo da Universidade Federal de Uberlândia. Contudo, essa pedagógica deve estar fundada em uma concepção de conhecimento que reconheça a importância da reflexão crítica a respeito da utilização dos recursos existentes e suas implicações e impactos sociais.
Referências:
ASSIS, Maria de; ARRUDA, R. Cintra de. Técnico em informática industrial: demanda e perfil. São Paulo: SENAI-SP, 1990.
FERKISS, Victor C. O homem tecnológico: mito e realidade. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1972.
FRIGOTTO, Gaudêncio. A Produtividade da escola improdutiva. São Paulo: Ed. Cortez e Autores Associados, 1984.
FROMM, Erich. A Revolução da Esperança: por uma tecnologia humanizada. 5ªed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1984.
KAWAMURA, L.K. Novas Tecnologias e educação. São Paulo: Ática, 1990.
LALANDE, André. Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia. 3ª ed. São Paulo, Martins Fontes, 1999.
LÈVY, Pierre. As Tecnologias das Inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. RJ., Ed. 34, 1993.
LIBÂNEO (1984), José Carlos. Democratização da escola pública – pedagogia crítico social dos conteúdos. 7ªed. São Paulo: Edições Loyola, 1984.
LUCKESI, C. Carlos. Independência e inovação em Tecnologia Educacional: ação-reflexão. Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro, v.15, n71/72, p.55-64, jul./out.1986.
MARCUSE, Hebert. Ideologia da sociedade industrial. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1967.
MAZZI, Ângela P. R. Tecnologia Educacional: pressupostos de uma abordagem crítica. Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro, v.10, n.39, p. 25-29. Mar/abr.1981.
MORAIS, João Francisco R. de. Ciência e Tecnologia. 2ª ed. São Paulo: Cortez: Moraes Editora, 1978.
ORTH, Miguel. Porque usar as novas tecnologias em sala de aula? Educação e Cidadania. Porto Alegre: v.2, n.2, 1999, p. 44.
PARENTE, André (org). Imagem-máquina: a era da tecnologia e do virtual. Rio de Janeiro. Editora 34, 1993.
SAVIANI, Dermeval. Educação: do senso comum a consciência filosófica. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1985.
SILVA, Jefferson I. da. A educação e a revolução científica e técnica Contemporânea. Revista ANDE. São Paulo, v.11, n. 18, p. 5-13, 1992.
SIMÕES, Viviane Augusta Pires. Utilização de novas tecnologias educacionais nas escolas da rede estadual da cidade de Umuarama – PR. Dissertação de Mestrado em Educação. UFU, 2002.
TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na Educação: novas ferramentas para o professor da atualidade. 2ª ed. São Paulo: Érica, 2000.
Link: http://www.avaliacao.faefi.ufu.br/index.php?id=10
Data de consulta: 01/09/2016Texto 3 (Francinne Maselli) 
 BREVE HISTÓRICO DA TECNOLOGIA EDUCATIVA
A tecnologia educativa, como campo de estudo e como disciplina acadêmica tem seu desenvolvimento nos Estados Unidos, principalmente a partir da década de 40. A primeira referência específica no campo formativo são os cursos projetados para especialistas militares apoiados em instrumentos audiovisuais, ministrados durante a II Guerra Mundial. Ely (1992) indica que a tecnologia educativa aparece pela primeira vez como matéria no currículo dos estudos de Educação Audiovisual da Universidade de Indiana, em 1946. Uma característica que se manifesta desde o início e que praticamente permanecerá constante é que estes programas de formação serão desenvolvidos em instituições de ensino superior. 
Como vemos a utilização dos meios audiovisuais com uma finalidade formativa constitui o primeiro campo específico da tecnologia educativa. Na realidade, a pesquisa e o estudo das aplicações de meios e materiais ao ensino será uma linha constante de trabalho. 
Durante os anos 50 a psicologia da aprendizagem vai sendo incorporada como campo de estudo dos currículos de tecnologia educacional. As mudanças fundamentais produzidas durante estes anos na forma de novos paradigmas de aprendizagem terão grande influência no desenvolvimento da tecnologia educacional como disciplina dos currículos pedagógicos. 
A década de 60 tem no desenvolvimento dos meios de comunicação de massas um fator de extraordinária influência social. A "revolução eletrônica" apoiada inicialmente no rádio e na televisão propiciará uma profunda revisão dos modelos de comunicação usados. A sua capacidade de influência sobre milhões de pessoas irá gerar mudanças nos costumes sociais, na maneira de fazer política, na economia, no marketing, na informação jornalística e também na educação. O meio anglo-saxão, principalmente os Estados Unidos e o Canadá se constituem o núcleo original desse fenômeno revolucionário na área da comunicação. Inevitavelmente, tal corpo de conhecimentos também será incorporado à tecnologia educacional, na vertente das aplicações educacionais dos meios de comunicação de massas. 
A partir dos anos 70, o desenvolvimento da informática consolidou a utilização dos computadores com finalidades educacionais (Fernández, 1977), especificamente em aplicações como o ensino assistido por computador (EAC). Com o aparecimento dos computadores pessoais, esta opção tornou-se generalizada e uma alternativa de enormes possibilidades, fundamentalmente sob a concepção de ensino individualizado. Nesta área, o projeto de programas sob concepções formativas é chave para concretizar tais possibilidades. No entanto, nos encontramos diante de uma "primeira geração" de programas com um enfoque do apoio lógico-educativo baseado no modelo associacionista que recupera os conceitos do ensino programado e das máquinas de ensinar (De Pablos, 1992b, p. 151). 
Com os anos 80 chegam, sob a denominação de "novas tecnologias da informação e da comunicação", novas opções apoiadas no desenvolvimento de máquinas e dispositivos projetados para armazenar, processar e transmitir, de modo flexível, grandes quantidades de informação. 
A inovação constante nas tecnologias da informação e da comunicação com a criação de novos materiais audiovisuais e informáticos cada vez mais integrados (opções multimídia) e a necessidade de projetar as suas aplicações educacionais correspondentes têm despertado o interesse dos técnicos da educação. 
No entanto, é preciso levar em consideração que os meios por si sós não constituem toda a tecnologia educacional. Novamente, tomando como referência o ambiente norte-americano, outras vertentes foram sendo consolidadas com a passagem do tempo. Assim, para Hugo (1992) o desenvolvimento institucional da tecnologia educacional cobre quatro funções preferenciais: direção e administração de instituições educacionais; projeto e desenvolvimento educacional; serviços de informação e produção de meios. É com esta perspectiva que se desenvolve a tecnologia educacional no ambiente anglo-saxão. Não ocorre da mesma forma em outros contextos.
Referencia: 
Autor: Artigo por Colunista Portal - Educação - quarta-feira, 3 de abril de 2013.
Link: http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/41974/breve-historico-da-tecnologia-educativa
Data de consulta: 01/09/2016
Texto 4 (Gisele Moura)
O Desenvolvimento Histórico das Novas Tecnologias e seu Emprego na Educação.
Da imaginação á realidade Imaginem vocês por uns instantes, neste exato momento alunos de varias escolas, nos mais diversos países, da quarta série do ensino fundamental,
entusiasmados em suas salas de aula, tendo a sua frente computadores
conectados á Internet, nos quais contemplam ora as belezas de uma floresta,
natural com sua biodiversidade de vida, ora as estrelas a milhares de distância do
nosso planeta, ou ainda assistindo aos jogos olímpicos mundiais ou a copa do
mundo de futebol, ou mesmo surfando entre as diversas salas e corredores de
museus nos quais admiram quadros de pintores famosos como Da Vinci, Portinari,
Di Cavalcanti e outros ou, ainda, apenas interagindo entre si em um verdadeiro
chat educativo. Não é fantástico? Imaginem os conhecimentos que essas crianças
Poderão construir e compartilhar.
Podemos chamar, a esse ambiente, de imaginação virtual. E o mais fantástico a que podemos realizar essa imaginação virtual, por meio dos ciberespaços, isto È, nos diversos ambientes virtuais de comunicação existentes, sejam nas escolas, nas bibliotecas, nos cibercafés dos shoppings centers, sejam comunidades de bairros ou mesmo em nossas residências.
A virtualidade sempre fez parte da imaginação do homem. A diferença, hoje, é que a imaginação, se tornou realidade graças as novas tecnologias que possibilitam aos homens reconstruir sua imaginação e criar comunidades virtuais
(DUART; SANGRÀ, 2000). Esses ambientes permitem que as pessoas se comuniquem no plano educacional, cultural ou profissional, de forma assincrônica, sem estar de modo simultâneo no mesmo tempo e espaço.
Entretanto, para que um chat educativo aconteça é necessário que estejamos conectados a uma rede de telecomunicações ou seja, devemos possuir um computador, um modem e uma linha telefônica, ou uma antena parabólica, ou uma estação de rádio, localizados em qualquer um dos ambientes
virtuais descritos. Essa realidade ainda È inacessÌvel a muitas pessoas, escolas,
comunidades, particularmente em nosso paÌs. Somos um paÌs com um extenso
territÛrio, no qual a dist‚ncia n„o deveria ser motivo para justificar a dist‚ncia entre
um ponto e outro. Vivemos um perÌodo destacado como tecnolÛgico, pois,
teoricamente tudo se torna próximo, fácil, palpável, acessÌvel, mas mesmo assim
continuamos aceitando o não comprometimento do governo com as questões da
educação.
O homem construiu uma vida melhor graças ao desenvolvimento das
tecnologias, apesar dos impedimentos de acesso e de conexão, as redes mundiais
de comunicação. E isto não se processou de uma hora para outra. Até chegar ao
que muitos de nós estamos vivenciando neste milênio, o homem, desde a pré-
história, vem fazendo uso das tecnologias. Muitos utensílios e ferramentas foram
criados em todas as épocas da existência humana. Sabiamente, o homem registrou sua história mediante os sÌmbolos iconogr•ficos nos quais mostrou como
viviam, caÁavam, pescavam e como eram seus rituais e suas danÁas (KENSKI,
2003a; MARCONDES FILHO, 1988,1994).
A histÛria tambÈm registra que, desde o perÌodo PaleolÌtico (conhecido como
a Idade da Pedra Lascada) os homens prÈ-histÛricos se agrupavam em hordas
nÙmades, ou seja, mudavam constantemente de um lugar para outro em busca de
alimentos. TambÈm fabricavam instrumentos de pedra lascada, destinados ‡ caca
de animais e a coleta de frutos e raÌzes, porque nessa Època eles n„o conheciam
a agricultura. No perÌodo NeolÌtico (conhecido como a Idade da Pedra Polida), eles
organizavam-se em cl„s e aldeias.Foi um perÌodo que marcou profundamente o 
relacionamento entre o homem e a natureza, em virtude de sua intervenÁ„o na
mesma. Nesse perÌodo, desenvolveram a agricultura, domesticaram os animais e
os instrumentos eram fabricados com a pedra polida, melhorando muito o corte.
Com o passar do tempo, os homens foram evoluindo socialmente e suas
ferramentas foram aperfeiÁoadas. As pessoas, em seus grupos sociais, foram
criando culturas especificas e diferenciadas que foram constituindo-se em
conhecimentos, maneiras peculiares e tÈcnicas particulares de fazer as coisas;
conseq¸entemente, consolidaram as culturas e os costumes, crenÁas, h•bitos
sociais que foram sendo transmitidos ‡s geraÁıes (KENSKI, 2003a).
Assim sendo, verificamos que as tecnologias est„o presentes em todos os
lugares e em todas as atividades que realizamos. Isso significa que para executar
qualquer atividade necessitamos de produtos e equipamentos, que s„o resultados
de estudos, planejamentos e construÁıes especÌficas. Ao conjunto de
conhecimentos e princÌpios cientÌficos que se aplica ao planejamento, ‡
construÁ„o e ‡ utilizaÁ„o de um equipamento em um determinado tipo de
atividade nÛs chamamos de tecnologia. Portanto, para que os instrumentos
possam ser construÌdos, o homem necessita "pesquisar, planejar e criar
tecnologias".
Algumas invenÁıes que mudaram o mundo
A Luz ElÈtrica. Ao ser inventada em 1879, possibilitou que a ind˙stria se
desenvolvesse e revolucionou o estilo de vida das pessoas. A invenÁ„o da
l‚mpada incandescente pelo americano Thomas Edison, permitiu capturar a
energia elÈtrica e recriar um cÈu terrestre.
A Fotografia. 0 pintor e fÌsico francÍs Louis Daguerre, em 1831, descobriu
que a imagem pode ser capturada e reproduzida por meio de uma c‚mara escura.
Em sua homenagem, durante os primeiros anos, a m•quina fotogr•fica era
conhecida como daguerreÛtipo.
O Filme. Em 1895, foi possÌvel seu surgimento devido ao avanÁo
proporcionado pela fotografia. 
O Cinema. Joseph Plateau, em 1832, descobriu o principio da recomposiÁ„o
do movimento a partir de uma sÈrie de imagens fixas. Ele inventou o processo
inverso, o meio de decompor o movimento. Como a fotografia n„o era conhecida
publicamente, os inventos resultantes desse processo usavam apenas desenhos.
Em 1895 foi realizada a primeira sess„o de cinema, e pela primeira vez na histÛria
foi trazida ao p˙blico, por LumiËre a ilus„o do movimento. Ele filmou um trem
chegando a estaÁ„o em La Ciotat (FranÁa), e ao apresent•-lo para um modesto
p˙blico, que por sua vez jamais vira nada parecido, ficaram apavorados diante da
imagem do trem que avanÁava em direÁ„o a eles e saÌram correndo. 0 cinema
ganhou cor em 1927 e voz a partir de 1935 (MARCONDES FILHO, 1988,1994;
MANASS…S et al., 1980).
A fotografia marcou uma divis„o importante na histÛria da cultura moderna,
pois antes dela eram poucos os privilegiados que detinham o dom de imortalizar
imagens, pessoas e outros objetos. A tÈcnica da fotografia assume o lugar do
homem e reproduz o natural de forma "objetiva", porque ela apresenta a imagem
sem os erros humanos da pintura, os excessos e deturpaÁıes que o pintor poderia
reproduzir na tela.
O Telefone. O escocÍs Alexandre Graham Bell, em 1876, foi quem realizou
a primeira ligaÁ„o entre dois aparelhos. "Doutor Watson, preciso do senhor aqui
imediatamente". Essa foi a primeira frase pronunciada ao telefone para um de
seus assistentes e se deu por meio de fios elÈtricos. Ao mesmo tempo, muitos
inventores continuaram suas pesquisas, dentre eles o escocÍs James Maxwell e o
alem„o Heinrich Hertz. Maxwell formulou a teoria sobre a existÍncia das ondas
eletromagnÈticas e Hertz demonstrou, experimentalmente, a existÍncia dessas
ondas, as chamadas "ondas hertzianas". Todavia, o resultado pr•tico dessas
investigaÁıes foi executado pelo Italiano Guglielmo Marconi que, em 1896,
transmitiu e recebeu mensagens a dist‚ncia utilizando seu aparelho, o primeiro
telÈgrafo sem fio. Desta forma, estava inaugurada a radiocomunicaÁ„o. Marconi,
em 1901, enviou ondas de r•dio de um bal„o, na Inglaterra, que foram captadas
na Costa Oeste dos Estados Unidos. A partir de 1920, foi possÌvel transmitir a voz
humana para localidades muito distantes (MANASS…S et al., 1980). 
A televis„o. Foi inaugurada em 1936 pela BBC Inglaterra, e produzida em
massa apÛs 1945. No entanto, J.L. Baird, utilizando um sistema bastante
rudimentar de TV, conseguiu em 1923, na Inglaterra, transmitir uma silhueta em
movimento, com muita imperfeiÁ„o. J• em 1925, Baird e o americano C.J. Jenkins
transmitiram imagens em movimento mais aperfeiÁoadas, em tons cinza. Em
1935, os inventores conseguiram captar imagens de cenas mediante iluminaÁ„o
natural com grandes detalhes. Na FranÁa, a primeira transmiss„o foi feita em
1935, da Torre Eiffel. Nos Estados Unidos, em 1939. No final de 1940, a TV j•
estava ‡ disposiÁ„o de todos em ‚mbito comercial.
O VÌdeo. Em 1956, surgiu o videoteipe, revolucionando o mundo da ind˙stria
da mÌdia. Com o videoteipe, era possÌvel gravar os programas de televis„o
(MANASS…S et al., 1980).
O Computador. A primeira tentativa para construir um computador ocorreu
em 1951, resultando em uma m•quina denominada UNIVAC 1. Em 1946, o
exÈrcito americano patrocinou o desenvolvimento do ENIAC (Calculadora e
Integrador NumÈrico EletrÙnico), o qual pesava 30 toneladas, possuÌa 70.000
resistores, 18.000 v•lvulas a v•cuo e foi construÌdo sobre estruturas met•licas
com 2,75 metros de altura. Quando acionado, o consumo de energia fez com que
as luzes da Cidade de FiladÈlfia piscassem. A introduÁ„o do que conhecemos por
computador foi concretizada pela IBM em 1981, com o Computador Pessoal (PC)
(CASTELLS, 2000).
O SatÈlite. 0 Sputinik russo foi o primeiro satÈlite lanÁado no espaÁo, em
1957. Criado para a pesquisa espacial, seu uso foi ampliado para estudos
meteorolÛgicos a partir dos anos 60, e o Telstar, primeiro satÈlite de
comunicaÁıes, foi lanÁado em 1962, pelos Estados Unidos. GraÁas aos satÈlites
j• podemos acessar a Internet por meio de computadores sem fio.
A Internet. Foi criada em 1969 para fins militares, um pedido do
Departamento de Defesa dos Estados Unidos da AmÈrica a uma equipe de
pesquisa de universidades americanas para que projetasse um sistema de
comunicaÁ„o invulner•vel a um eventual ataque nuclear (CASTELLS, 2000). Esse
sistema de comunicaÁ„o foi comercializado na segunda metade da dÈcada de 
1990. A internet foi privatizada e se tornou tecnologia comercial. No Brasil, em
maio de 1995, a Embratel lanÁou o serviÁo definitivo de acesso comercial a
Internet (ABRANET, 2005). Atualmente, est„o disponÌveis ‡s comunidades de
pesquisa e aos setores comerciais uma infinidade de serviÁos e produtos
oferecidos via rede.
Tecnologias e EducaÁ„o
No campo educativo, a histÛria da tecnologia se desenvolveu nos Estados
Unidos a partir da dÈcada de 1940. A tecnologia foi utilizada visando formar
especialistas militares durante a Segunda Guerra Mundial e, para alcanÁar tal
objetivo, foram desenvolvidos cursos com o auxÌlio de ferramentas audiovisuais.
Como matÈria no currÌculo escolar, a tecnologia educacional surgiu nos estudos
de educaÁ„o Audiovisual da Universidade de Indiana, em 1946. O uso dos meios
audiovisuais com um intuito formativo constituiu o primeiro campo especifico da
tecnologia educativa e desde ent„o tÍm sido uma •rea permanente de
investigaÁıes.
Nessa mesma Època, iniciou-se uma segunda vertente de desenvolvimento,
com trabalhos fundamentados no condicionamento operante e aplicados ao
ensino programado. Essa vertente fundamentou-se nos estudos desenvolvidos por
B. F. Skinner. Assim, nessa proposta, teve inicio o uso da tecnologia educativa
como •rea de estudo no Reino Unido (DE PABLOS, 1998).
No decorrer da dÈcada de 1950, a psicologia da aprendizagem tornou-se
campo de estudo curricular da tecnologia educacional. Nessa Època, as
transformaÁıes causadas por esses estudos foram imprescindÌveis, sobretudocomo novos paradigmas de aprendizagem que muito influenciaram o
desenvolvimento da tecnologia educacional como disciplina dos currÌculos
pedagÛgicos.
Na dÈcada de 1960, houve grande avanÁo no desenvolvimento dos meios de
comunicaÁ„o de massa no ‚mbito social. A "revoluÁ„o eletrÙnica", sustentada em
um primeiro momento pelo r•dio e pela televis„o, foi fundamental para que
houvesse uma revis„o de inigual•vel import‚ncia aos padrıes de comunicaÁ„o 
empregados ate ent„o. Esse desenvolvimento influenciou a vida cotidiana de
milhıes de pessoas, tanto "nos costumes sociais, na maneira de fazer polÌtica, na
economia, no marketing, na informaÁ„o jornalÌstica como tambÈm na educaÁ„o"
(DE PABLOS, 1998, p. 52). Os Estados Unidos e o Canad• formaram o grupo de
paÌses considerados como o cerne original desses acontecimentos revolucion•rios
na •rea da comunicaÁ„o.
A dÈcada de 1970 foi o marco inicial do desenvolvimento da inform•tica, com
o emprego de computadores utilizados para fins educativos. Assim, foram
enfatizadas, principalmente, as aplicaÁıes com o ensino assistido por computador
(EAC), e nos Estados Unidos se realizaram experiÍncias com o objetivo de
mostrar como a utilizaÁ„o dos computadores no ensino poderia ser eficaz e mais
econÙmica, visto que os prÛprios professores desenhavam os programas a partir
da linguagem de autor, Pilot (apud DE PABLOS, 1998; GROS, 2000; HARASIM
etal., 2000).
Tecnologias e EducaÁ„o no Brasil
No Brasil, o uso das tecnologias na educaÁ„o esteve primeiramente voltado
para o ensino a dist‚ncia. O Instituto R•dio-Monitor, em 1939, e o Instituto
Universal Brasileiro, em 1941, realizaram as primeiras experiÍncias educativas
com o r•dio. Entre essas experiÍncias destaca-se a criaÁ„o do Movimento de
EducaÁ„o de Base (MEB), que visava alfabetizar e apoiar a educaÁ„o de jovens e
adultos por meio das "escolas radiofÙnicas", principalmente na regi„o norte e
nordeste do Brasil. Outro projeto importante transmitido pelo r•dio MEC foi o
projeto Minerva. De 1967 a 1974 foi desenvolvido, em car•ter experimental, o
Sistema AvanÁado de ComunicaÁıes Interdisciplinares (Projeto Saci) com a
finalidade de usar o satÈlite domÈstico, utilizando o r•dio e a televis„o como meios
de transmissıes com fins educacionais. Essas atividades eram subdivididas em
dois projetos: um era direcionado para as trÍs primeiras sÈries do ensino
fundamental e outro para o treinamento de professores. Vale destacar, contudo,
que o projeto foi encerrado em 1976. 
Registros histÛricos indicam que, no Brasil, a primeira estaÁ„o de televis„o
foi a TV TUPI, inaugurada em 1950 na cidade de S„o Paulo. As experiÍncias
educativas importantes iniciaram-se em 1969 por meio da Televis„o Cultura, que
passou a transmitir o curso Madureza Ginasial. O grande desafio do curso foi
provar que era possÌvel transmitir, pela televis„o uma aula agrad•vel e eficiente.
Nessa mesma Època, o sistema de Televis„o Educativa (TVE) do Maranh„o
passou a desenvolver atividades educativas de 5™ a 8™ sÈries. A ent„o FundaÁ„o
TeleducaÁ„o do Cear• (FUNTELC), mais conhecida como Televis„o Educativa
(TVE) do Cear•, comeÁou em 1974 a desenvolver ensino regular de 5™ 8™ sÈries,
bern como a produzir e veicular os programas de televis„o e a elaborar o material
impresso (SARAIVA,1996).
Outro projeto educativo direcionado para o mundo do trabalho, desenvolvido
desde 1978, foi o Telecurso 2° grau, implementado pela FundaÁ„o Roberto
Marinho (FRM) em parceria com a fundaÁ„o Padre Anchieta (mantenedora da TV
Cultura de S„o Paulo) e a FederaÁ„o das Ind˙strias do Estado de S„o Paulo
(FIESP). A experiÍncia indicou que houve sucesso na realizaÁ„o das atividades e
em 1981 foi criado o Telecurso 1° grau, com apoio do MEC e da Universidade de
BrasÌlia (UnB). No ano de 1994, a sÈrie televisiva ganhou uma revis„o
metodolÛgica, sendo a dramaturgia adaptada ‡ educaÁ„o. Esse novo formato de
telecurso foi criado em 1995 com o nome de Telecurso 2000 (BARROS, 2003;
SARAIVA, 1996).
O Telecurso 2000 foi designado de Ensino e n„o EducaÁ„o a Dist‚ncia,
apresentando "uma proposta de aÁ„o tendencialmente caracterizada pela
instruÁ„o, transmiss„o de conhecimentos, pelas informaÁıes e pelo treinamento
de pessoas para o universo do trabalho" (BARROS, 2003). Outro grande desafio
do telecurso tem sido dar atendimento aos deficientes visuais em uma telessala
adaptada no Instituto Benjamim Constant, no Rio de Janeiro, na qual os alunos
tÍm acesso ao site na Internet, informaÁıes das disciplinas e central de
atendimento tutorial.
O Telecurso, alÈm de ser realizado em todo territÛrio nacional, foi tambÈm
desenvolvido em Portugal pela federaÁ„o das Mulheres Empresarias e 
Profissionais, que por intermÈdio de um convÍnio com a empresa respons•vel
pelo Telecurso disponibilizou o programa aos paÌses de lÌngua portuguesa. Nessa
proposta, foram incluÌdos os paÌses africanos, como Angola, MoÁambique e Cabo
Verde. Em outros paÌses como a Inglaterra, houve uma adaptaÁ„o do curso de
Geografia visando a sua utilizaÁ„o na rede p˙blica de ensino, possibilitando aos
alunos adquirirem conhecimentos sobre o Brasil.
O governo brasileiro, por intermÈdio do MEC, prioriza o uso das novas
tecnologias na educaÁ„o para a formaÁ„o continuada dos professores pelo
programa TV Escola. Na compreens„o do governo, È um programa capaz de
"sanar algumas das deficiÍncias mais graves do nosso sistema de ensino, como a
capacitaÁ„o insatisfatÛria do magistÈrio" e, ainda, "treinar" e apoiar os professores
em seu prÛprio ambiente escolar, objetivando elevar a qualidade do ensino
brasileiro (TOSCHI, 2001, p. 91).
Os serviÁos da Internet, no Brasil, est„o disponÌveis desde o inicio dos anos
1980. 0 MinistÈrio da CiÍncia e Tecnologia (MCT), por meio do Conselho de
Desenvolvimento Nacional e TecnolÛgico (CNPq), criou a Rede Nacional de
Pesquisa (RNP). No entanto, nessa Època as universidades p˙blicas brasileiras j•
estavam conectadas ‡ Rede Bitnet graÁas a Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), que sustentava um canal direto com os Estados Unidos
subsidiado pela prÛpria UFRJ, disponibilizado para todas as universidades
p˙blicas do Brasil. Com isso, a RNP iniciou a instalaÁ„o das "chamadas autoestradas"
da informaÁ„o brasileira, criando os Pontos-de-PresenÁa (POPs) nos
estados, conectando dezenas de milhares de computadores, principalmente nos
centros de pesquisas e instituiÁıes de ensino superior (PRETTO, 2001 b).
A ampliaÁ„o dos sistemas de telecomunicaÁıes permitir• que um n˙mero
cada vez maior de pessoas poder• se conectar para comunicar-se entre si. Em
termos educacionais, particularmente nesta sociedade pÛs-industrial na qual a
informaÁ„o È figura central, o resultado È a re-construÁ„o de conhecimentos. Por
conseguinte, a capacidade das redes de telecomunicaÁıes para possibilitar ‡s
pessoas, empresas e instituiÁıes de manterem-se informadas constitui-se no
principal diferencial desta sociedade da informaÁ„o. 
No Brasil, especificamente no meio educacional, ainda estamos nos
acostumando a pensar na palavra de ordem que impera no mercado de trabalho:
adquirir conhecimento e informaÁ„o. PorÈm n„o basta somente adquiri-los, È
necess•rio que sejamos capazes de construÌ-los de modo que nos ajudem a
crescer profissional e pessoalmente.
Como podemos constatar, neste milÍnio tecnolÛgico, a informaÁ„o È a
palavra-chave e tem sido utilizada por diversos autores nos ambientes virtuais
como tambÈm em muitas instituiÁıes p˙blicas ou privadas, de ensino
convencional ou a dist‚ncia, que oferecem 'conhecimento e formaÁ„o atualizada' a
quem queira, sincrÙnica ou assincrÙnica, estando no lugar que queira, sempre que
possa conectar-se ‡ rede das redes. Por meio das tecnologias, sobretudo as
relacionadas ‡ educaÁ„o a dist‚ncia, o acesso ao conhecimento, a formaÁ„o
pessoal e profissional se torna potencialmente melhor a partir da reduÁ„o da
dist‚ncia geogr•fica, possibilitando hipoteticamente que o conhecimento chegue a
'todos' e, portanto,espera-se, diminua as desigualdades sociais.
Entretanto, precisamos estar sempre conscientes das questıes que
envolvem a aprendizagem, com o uso ou sem o uso das tecnologias. Pretto
(2001a, p. 39) enfatiza ser imprescindÌvel preocuparmo-nos com as polÌticas
p˙blicas de inclus„o das camadas desfavorecidas ao mundo tecnolÛgico. TambÈm
nos alerta que preparar o trabalhador para o uso dos computadores e a rede È
necess•rio, mas n„o o suficiente. Para o autor, o fundamental È entender que a
preparaÁ„o para esse mundo tecnolÛgico n„o pode estar desarticulada da
formaÁ„o b•sica, pois n„o podemos falar em alfabetizaÁ„o digital se n„o falarmos,
simultaneamente, em alfabetizaÁ„o das letras, dos n˙meros, da consciÍncia
corporal, da cultura, da ciÍncia.
N„o obstante, de que nos servem todas essas descobertas tecnolÛgicas em
beneficio da educaÁ„o?. De um modo geral, da parte da sociedade e dos Ûrg„os
governamentais existem sÈrias preocupaÁıes quanto ‡ educaÁ„o das pessoas.
Dentre essas preocupaÁıes, trÍs s„o fundamentais: "o acesso, a qualidade e o
custo". 
Quanto ao acesso, a educaÁ„o n„o atinge as centenas de milhıes dos
cidad„os do mundo, o que n„o È nenhuma novidade, principalmente para nÛs
professores, visto que o Brasil possui, segundo dados de 2000 do IBGE,
aproximadamente 16 milhıes de analfabetos absolutos e 30 milhıes de
analfabetos funcionais. Os n˙meros mostram que ainda È preciso um grande
esforÁo para acabar com o analfabetismo em nosso paÌs (INEP, 2005). Outros
milhares de pessoas foram e s„o excluÌdas nos diferentes graus do ensino.
Quanto ‡ qualidade, existe um consenso geral por parte daqueles que
freq¸entam ou freq¸entaram a escola, assim como da sociedade civil e tambÈm
do governo, de que È preciso elevar a qualidade da educaÁ„o.
Quanto ao custo, sabemos que uma educaÁ„o de qualidade requer
investimentos elevados. Custos elevados limitam o acesso, e se qualidade e
aptid„o para um determinado fim, a um custo mÌnimo para a sociedade, ent„o os
custos elevados s„o ruins para a qualidade.
TambÈm sabemos perfeitamente que ainda hoje, na maioria das escolas,
contamos com muitos alunos presentes nas salas de aula. Nesse contexto, quanto
mais alunos inseridos na mesma sala, mais alunos ter„o acesso ‡ educaÁ„o, o
que provoca a queda do custo, e conseq¸entemente da qualidade da educaÁ„o.
Logo, criou-se um "vÌnculo insidioso entre qualidade e exclusividade", ou seja,
para conseguir alta qualidade È preciso excluir o m•ximo de pessoas do acesso ‡
educaÁ„o. Ser• esse o ˙nico caminho?
Mas o que È qualidade? A definiÁ„o padr„o de qualidade È concebida
simplesmente como "aptid„o para um determinado fim, a um custo mÌnimo para a
sociedade". Mas qual seria esse fim? Duas questıes podem ser ressaltadas: a
criaÁ„o de capital humano e a geraÁ„o de capital social. Entende-se por capital
humano o conhecimento individual, as capacidades que tornam uma pessoa
autÙnoma, flexÌvel e produtiva. O capital social consiste em confianÁa nas outras
pessoas, na reuni„o de pessoas em torno de um objetivo comum, a partir do qual
as comunidades s„o geradas.
O que as tecnologias tÍm a ver com isso? Acesso, qualidade e custo?
Podemos associar pessoas e tecnologias na forma de aprendizado que mistura 
dois tipos de atividades. Existem as atividades que o aluno consegue realizar
sozinho, como, por exemplo, ler um livro, ver um programa de televis„o, ouvir uma
palestra ou assistir a um vÌdeo. S„o atividades que podem ser desenvolvidas de
forma independente e, alÈm disso, constituem a maioria do aprendizado do aluno,
pelo menos na educaÁ„o superior, pois s„o atividades que permitem o use de
tecnologia para aumentar o acesso, melhorar a qualidade e cortar os custos.
Por que? Porque os custos para a produÁ„o desses materiais b•sicos do
aprendizado se concentram de forma mais elevada somente na produÁ„o do
original, ou seja, imprimir v•rios exemplares de um livro, reproduzir v•rias cÛpias
de um filme, de programas de televis„o, ou programas em CD-ROM n„o custa
muito caro. … necess•rio, contudo, produzi-los em grande quantidade para que
todos os que desejam continuar seus estudos possam adquiri-los. PorÈm a
qualidade desses materiais depender• do grau de seriedade, confiabilidade e
competÍncia que possui cada indivÌduo pertencente a equipe multidisciplinar do
curso.
Por outro lado, ao se aumentar o acesso por meio da reduÁ„o dos custos È
preciso levar em conta que as atividades independentes, por si sÛ, n„o promovem
bons rendimentos na aprendizagem dos alunos. Logo, as atividades interativas,
s„o necess•rias. Estas configuram-se como os encontros presenciais com outras
pessoas, nossos alunos, professores, ou comunicaÁ„o por telefone, por e-mail,
para obter respostas as nossas d˙vidas.
Tais atividades s„o imprescindÌveis para o sucesso da aprendizagem da
maior parte dos estudantes, mas conforme Pretto (2001a), tambÈm s„o mais
caras. Por que? Porque as atividades interativas adicionais requerem um n˙mero
maior de pessoas. Todavia, È possÌvel melhorar a qualidade e reduzir os custos.
Como?
Neste novo ciberespaÁo que estamos vivenciando, h• um livre interc‚mbio
de informaÁıes, e È necess•rio que aprendamos a transform•-las em
conhecimentos. Encontramos excelentes programas educativos, informativos e
culturais nas r•dios, na televis„o, nas teleconferÍncias, e principalmente na
Internet. No entanto, na educaÁ„o de modo geral, e na formaÁ„o de professores 
em especial, teoricamente os discursos sobre a construÁ„o desses conhecimentos
s„o maravilhosos, mas quando os transportamos para a pr•tica n„o sabemos
como trabalhar com eles. Assim, ao mesmo tempo em que dispomos de
excelentes materiais que s„o transport•veis pela Web, ainda precisamos aprender
a transform•-los em conhecimentos.
Buscando soluÁıes conjuntas de polÌticas p˙blicas, encontraremos soluÁıes
para superar as dificuldades. Como salienta Pretto (2001a), È necess•ria uma
articulaÁ„o do que se denominou "alfabetizaÁ„o tecnolÛgica ou digital"
acompanhada por uma discuss„o concomitante sobre a alfabetizaÁ„o das letras,
dos n˙meros, da consciÍncia corporal, das prÛprias condiÁıes que provocam a
exclus„o educacional e que podem ser superadas ou minimizadas por meio das
tecnologias disponÌveis em cada regi„o.
As condiÁıes, tanto geogr•ficas quanto as sociais, econÙmicas e culturais
presentes no sistema de educaÁ„o no Brasil, nos permitem concordar com o
pesquisador Daniel (2001) quando destaca como principais, no uso da tecnologia
na educaÁ„o, as necessidades do aluno e n„o as necessidades do professor.
Sendo assim, a melhor maneira de atingir o aluno È usar a tecnologia que ele j•
possui. Ademais, a tecnologia deve ser aquela que se aplica ‡s tarefas pr•ticas de
conhecimentos cientÌficos e de outros tipos de conhecimentos organizados pelas
pessoas e pelas m•quinas.
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Link: http://www.pucrs.br/famat/viali/doutorado/ptic/textos/dhnt.pdf
Data de consulta: 14/09/2016
Texto 5 ( Michele Rosa)
Atualmente e, no futuro, cada vez mais a tecnologia e a educação caminham lado a lado.
Os cursos EAD - Educação a Distância - tem facilitado o acesso ao ensino superior, estendendo-se pelo Brasil e possibilitando alcançar regiões onde antes seria impossível alguém cursar uma universidade.
Aliás, segundo especialistas, a tendência EAD deve dominar o panorama do mercado educacional, praticamente extinguindo o ensino presencial.
Entre 2005 e 2008, a titulo de exemplo, os cursos EAD tiveram um crescimento de 600% no numero de alunos, enquanto os cursos presenciais encolheram por conta de uma concorrência predatória entre universidades privadas.
 É por isto que escolas tradicionais, como a USP e Unesp, começaram a investir em cursos EAD, seguindo uma tendência mundial adotada por universidades de ponta, como o Massachusetts Institute of Technology (MIT), Berkeley e Yale.
Assim, torna-se fundamental, pensando no ensino fundamental e médio, repensar as questões em torno da gestão de TIC - Tecnologias da Informação e Comunicação.
A idéia do EAD é democratizar o acesso ao saber, mas se inserir neste meio exige do educando autodisciplina e domínio dos instrumentos necessários ao bom andamento do curso.
Portanto, é essencial que, na era da globalização, em plena sociedade da informação, o ensino elementar possibilite também o acesso a tecnologia disponível.
O conceito de tecnologia.
Existem muitas formas de compreender a tecnologia, portanto, antes, é necessário conceituar o que podemos entender por este termo.
Conceitualmente, tecnologia é qualquer artefato, método ou técnica criada pelo homem para tornar seu trabalho mais leve, sua locomoção e comunicação mais fáceis ou simplesmente sua vida mais agradável e divertida.
Formalmente, a tecnologia é o emprego de um conjunto de técnicas, mas filosoficamente, a partir da origem da palavra (tecno = técnica + logia = ciência), seria a teoria ou filosofia da técnica.
O que remete a perguntar: o que é técnica?
Por definição, a técnica é um procedimento bem definido e transmissível, destinado a produzir um resultado útil.
Neste sentido, desde os gregos antigos, reflete uma prática consciente, em oposição às atitudes tomadas ao acaso.
A partir do século XIX, a técnica passou a denotar uma sistematização do conhecimento que repousa sobre o saber cientifico, a racionalização do emprego de instrumentos e materiais.
Pensando assim, tanto em seu sentido original como contemporâneo, a tecnologia é tão antiga quanto o homem.
Isto porque um bastão de madeira, que amplifica um golpe e serve de extensão ao braço, também faz parte da tecnologia.
Modernamente, existem tecnologias que amplificam os poderes sensoriais, a percepção - como o telescópio ou o microscópio, altos falantes, etc -, melhoram a capacidade de acumular informações - indo desde o papel, a escrita e o lápis até o computador -, permitem a ampla comunicação entre os homens - telefone e internet -, encurtam o deslocamento - carros, aviões e barcos -, enfim que facilitam a vida das pessoas e a necessidade humana de subjugar à natureza para sobreviver.
No entanto, será que toda tecnologia pode ser aplicada à educação?
Tecnologia na educação.
Pensada na educação, a tecnologia é o que torna possível a transmissão e aperfeiçoamento do conhecimento.
Configura o processo educacional em sentido amplo, inclusive no âmbito que extrapola a educação formalizada nas escolas.
Isto porque podemos incluir qualquer forma de tecnologia no processo educacional, incluindo meios de comunicação, como rádio, TV e cinema, além da própria fala e escrita.
Em um sentido mais restrito, no âmbito da escola, usamos as tecnologias tradicionais, entre as quais giz, lousa, livros, cadernos, carteiras, mesas, cadeiras, etc.
Assim como podem ser usadas as tecnologias mais recentes, como vídeos, DVDs, computadores, teleconferência, lousa digital, ensino a distância e outras.
Em suma, boa parte da tecnologia humana pode ser, de uma forma ou outra, aplicada a educação.
A tecnologia em uma perspectiva histórico-cultural.
A relação entre educação e tecnologia não poderia ser mais estreita.
As tecnologias são a síntese produzida pelas relações sociais, sistematizadas em um momento histórico, de acordo com as necessidades humanas para subjugar a natureza.
A humanização só aconteceu a partir do processo educacional, a apropriação de saberes através de diferentes linguagens, formas simbólicas de mediação materializadas nas interações sócio-culturais.
Neste sentido, a tecnologia pode ser entendida como uma das linguagens que o homem utiliza na construção social para transformar as relações sócio-econômicas e culturais, além do próprio acumulo e transmissão do conhecimento, denotando as características típicas de uma civilização.
Segundo Marx, “a tecnologia revela o modo de proceder do homem com a natureza, o processo imediato de produção da sua vida material e assim elucida as condições de sua vida social e as concepções mentais que dela decorrem”.
Tecnologia e sociedade da informação.
Contemporaneamente, a globalização criou um determinismo tecnológico que subordinou às produções histórico-sociais a informação rápida e condensada, cunhando a concepção de sociedade da informação.
Os discursos que acompanham a sociedade da informação elegeram como lei o principio da tabula rasa.
Não há nada mais que seja absoluto, tudo muda rapidamente, por isto não existem respostas únicas.
Ao mesmo tempo, a informação foi coisificada, tornando-se um produto.
Na educação, a transmissão do conhecimento também se tornou uma mercadoria, o aluno se converteu em cliente e o professor em prestador de serviço.
Na realidade um processo que decorre do fordismo, a compartimentação do conhecimento, tal como em uma linha de montagens.
É neste sentido que as Diretrizes Curriculares para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, assim definem as competências que devem ser desenvolvidas nos cursos de licenciatura e de graduação plena:
“(...) com relação ao mundo do trabalho, sabe-se que um dos fatores decisivos passa a ser o conhecimento e o controle do meio técnico-científico informacional”.
O professorfoi transformado em um facilitador, animador, tutor, monitor, etc.
A primeira vista, o professor tornou-se um item dispensável, facilmente substituído pelos recursos tecnológicos.
No entanto, a tecnologia carece de pessoas para gerenciar as informações, de forma que o professor passou a ser parte indispensável do uso da tecnologia em favor da educação.
Acontece que o grande problema é que ainda existe uma grande inadequação do perfil dos profissionais da educação para lidar com as novas tecnologias e alunos diferenciados, uma discussão que passa pela questão da formação docente.
Formação docente.
Com o advento da sociedade da informação, o perfil do educando foi alterado para uma constante insatisfação com o conhecimento transmitido, tido pelos alunos como fora de propósito e sem relação com suas necessidades reais.
A internet e a facilidade de acesso a informação fez o educando passar a exigir visualização do conhecimento, de forma rápida e fácil.
O grande problema é que os cursos de formação de professores não se adequaram a preparação de competências docentes compatíveis com este novo perfil.
Em resumo, a formação docente ensina uma linguagem ao professor e o aluno fala outra.
Neste sentido, seria necessário que a formação docente familiarizasse o futuro professor com a tecnologia, possibilitando maior flexibilidade e rapidez de raciocínio.
Algo previsto nas Diretrizes Curriculares voltadas a formação de professores, mas dificilmente colocado em prática no ensino superior.
O resultado deste despreparo dos docentes é a substituição do professor pela tecnologia, ao invés desta se tornar um instrumento em suas mãos.
A apropriação da tecnologia pela prática pedagógica.
Levando em consideração que o processo de apropriação do conhecimento ocorre ao mesmo tempo em que os sujeitos se desenvolvem culturalmente.
A apropriação da tecnologia na prática pedagógica exterioriza esta potencialidade.
Em outras palavras, simultaneamente, a tecnologia serve a reprodução do sistema capitalista, podendo assumir um papel integrador interdisciplinar, ajudando a contornar o fordismo educacional, reelaborando o contexto cultural para transformar o mundo.
É óbvio que para isto acontecer, tanto professor como aluno, necessitam conhecer as linguagens tecnológicas e tomarem consciência do contexto em que estão envolvidas, estabelecendo criticas e até mesmo questionando esta realidade.
É necessário desconstruir ilusões forjadas por interesses políticos e econômicos.
Devemos ter em mente que a tecnologia pode mediar a aprendizagem, mas o processo educacional necessita da interação entre as pessoas.
Concluindo.
A tecnologia e a educação sempre caminharam juntas, mas, com os avanços técnicos, passou a existir uma falsa imagem que não corresponde a real demanda.
O tecnicismo da década de 1970, no Brasil, criou uma tendência que passou a tentar substituir os professores por vídeos e computadores.
No entanto, a efervescência dos cursos à distância, a partir do inicio do século XXI, tem demonstrado que docentes não são dispensáveis.
Pelo contrário, com a popularização de internet e da banda larga, quanto mais crescem os EAD, maior se torna a necessidade de profissionais capacitados para lidar com as novas tecnologias que, dia-a-dia, evoluem com extrema rapidez.
É verdade que o EAD exige dos alunos maior esforço e dedicação que os cursos presenciais, porém, carecem de suporte de educadores para que a tecnologia possa ser usada em beneficio da construção do conhecimento.
Em resumo, a tecnologia na educação, seja ela de qualquer natureza, deve estar a serviço do professor e do educando, sendo o docente um mediador.
Caso contrário, corremos o risco de desvincular esta importante ferramenta de seu propósito primeiro: servir ao progresso da humanidade.
BARRETO, R. G. “As tecnologias na formação de professores” In: Educação e pesquisa, nº. 30. Jul/dez de 2003, p.271-286.
FREIRE, F. M. P. et. alli. “Implantação da informática no espaço escolar: questões emergentes ao longo do processo” In: Revista Brasileira de Informática na Educação. São Paulo: jul de 2004.
MANASSÉS, B.et. alli. Tecnologia da educação. Rio de Janeiro: Livros técnicos e científicos, 1980.
MORAN, J. M. “Os novos espaços de atuação do professor com as tecnologias” In: RUMANOWSKI et. alli. (org.). Conhecimento local e conhecimento universal. Curitiba: Champagnant, 2004, p.245-254.
Referências:
Autor: Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
Link:http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2011/01/tecnologia-e-educacao.html
Data de consulta: 14/09/2016
Texto 6 (Cristiane Martins)
 Tecnologia Para a Transformação da Educação
Uma das questões educativas de maior interesse que suscitam na América Latina é a do uso da tecnologia. Esse interesse tem um reflexo claro nos investimentos em tecnologia realizados nos últimos anos para equipar as escolas e, em um número importante de países, diretamente cada estudante, com o objetivo de transformar o ensino para sintonizá-lo às crescentes expectativas sociais e econômicas. Trata-se, definitivamente, de criar os alicerces para que os países da América Latina contem com uma base de cidadãos que saibam aproveitar as oportunidades da sociedade do conhecimento e contribuam como trabalhadores ao desenvolvimento econômico de sua comunidade e de seu país. Neste novo contexto globalizado, as competências, começando pelas digitais, constituem uma nova forma de capital dos indivíduos e dos países. Os governantes, mas também um número crescente de famílias, estão totalmente conscientes desses desafios sociais e econômicos e esperam que a modernização da educação escolar contribua para a melhoria das oportunidades das novas gerações, em boa parte graças a um uso apropriado da tecnologia. Ao tempo, o acesso à tecnologia está se universalizando entre os jovens a um ritmo extremamente rápido, e isso também influencia as expectativas deles e de suas famílias acerca da educação que esperam receber. Temos tido, nesse sentido, inúmeros estudos e pesquisas que nos últimos anos analisaram as políticas tecnológicas em educação na América Latina, particularmente sob a perspectiva da equidade (Lugo, 2010; SITEAL, 2014; UNESCO, 2012, 2013; Vacchieri, 2013). Esses trabalhos de análise são e continuarão sendo muito importantes para desenhar melhores políticas que contribuam decisivamente para facilitar as condições de acesso à tecnologia nas escolas, bem como as competências docentes. Porém são muito poucas as tentativas de documentar e analisar as práticas educativas com tecnologias que se traduzam em melhoras significativas dos processos e dos resultados das aprendizagens e, enfim, que contribuam para a transformação da educação. Isso é precisamente o que este documento tenta fazer, seguindo a iniciativa de vários trabalhos prévios igualmente patrocinados pela Fundação Santillana e, em particular, o publicado em 2012 com o título de Tecnologia e escola: o que funciona e por quê (Pedro, 2012b). O objetivo geral deste documento é analisar: as diferentes formas em que a tecnologia está contribuindo para a transformação da educação, com uma ênfase particular na América Latina; os fatores que explicam o sucesso e também os princípios para uma generalização; bem como as recomendações resultantes para políticos, diretivos e docentes. Esta análise se atém ao período do ensino obrigatório e se centra, fundamentalmente, em mostrar por meio de exemplos e experiências do mundo todo, devidamente validadas pela evidência empírica, como a tecnologia permite desenvolver novas formas de ensino e aprendizagem; algo que já vem ocorrendo cada vez com maior intensidade. É de conhecimento de todos que algumas escolas obtêm resultados espetaculares com seus programas de integração da tecnologia, enquanto que outras não experimentam mais que frustração e decepção. Faz-se necessário, portanto, um enfoque centrado na escola com o fim de destacar o papel da direção, dos estudantes e dos professores no sucesso ou fracasso dessas iniciativas,tentar documentar como a tecnologia possibilita mudanças pedagógicas e,
Santillana e, em particular, o publicado em 2012 com o título de Tecnologia e escola: o que funciona e por quê (Pedró, 2012b). O objetivo geral deste documento é analisar: as diferentes formas em que a tecnologia está contribuindo para a transformação da educação, com uma ênfase particular na América Latina; os fatores que explicam o sucesso e também os princípios para uma generalização; bem como as recomendações resultantes para políticos, diretivos e 
finalmente, estabelecer vínculos entre essas mudanças e o rendimento escolar dos estudantes a partir de evidências contrastadas. Este documento se estrutura em quatro partes. Em primeiro lugar, se apresenta uma síntese dos desafios da região em matéria educativa, em cujo marco se reflexiona sobre as necessidades sociais e econômicas, a crescente penetração da tecnologia na vida dos cidadãos e, muito particularmente, dos jovens, bem como sobre os avanços em matéria educativa na região. É aí onde começa a aparecer a necessidade de uma transformação pedagógica da escola na América Latina. A segunda parte se aprofunda mais em como deveria ser tal transformação e que papel a tecnologia poderia ter para criar uma janela de oportunidade que a tornasse possível. A terceira parte apresenta, à luz das descobertas da pesquisa, que forma essa transformação pedagógica está tomando graças à tecnologia, apresentando exemplos referendados por evidências do mundo todo, embora com particular referência à América Latina. Uma última parte resume as ideias fundamentais a título de conclusão e esboça igualmente as possíveis implicações e recomendações para políticos, líderes escolares e professores. Longe de tentar esgotar a questão, este documento de reflexão busca abrir novas perspectivas e informar o debate, sempre a partir da evidência empírica. Como o eixo fundamental do documento relaciona-se a um processo já em andamento, embora em constante evolução, o mais provável é que seja efêmero quanto aos dados, mas é de se esperar que algumas das ideias que contém sejam suficientemente inspiradoras para que outras tentativas futuras melhorem ainda mais nossa compreensão do papel que a tecnologia já está desempenhando na necessária transformação da educação na América Latina e como tirar maior proveito dela.
De que transformações a escola na América Latina precisa? Durante os últimos anos, a maior parte dos países da região experimentou progressos importantes em aspectos chave como o desenvolvimento global, o crescimento econômico e, em menor medida, a redução da pobreza; tudo isso gerou um contexto favorável ao progresso na educação. Outra condição favorável, embora não em todos os países, foi a mudança demográfica que diminuiu a demanda potencial por educação. Entretanto, a persistência de elevados níveis de desigualdade e pobreza e a alta proporção de habitantes morando em zonas rurais ofereceram dificuldades adicionais à expansão de uma educação de qualidade na maior parte da região. Economias em crescimento, desigualdades pendentes Os países de América Latina vêm tendo nos últimos anos um crescimento econômico sustentado que tem também importantes consequências sociais. Pela primeira vez, desde 2011, a porcentagem da população que pertence à classe média é mais alto que o daqueles cuja renda os situa abaixo da linha da pobreza, de onde escaparam mais de 70 milhões de pessoas nos últimos dez anos. Segundo o Banco Mundial, a pobreza extrema na região decresceu de 25% para 13% mas, mesmo assim, na América Latina ainda há 80 milhões de pessoas vivendo na pobreza, metade delas no México e no Brasil. A América Latina continua sendo a região com maior desigualdade do planeta. E a luta contra a desigualdade tem um de seus vértices na equidade no acesso aos serviços públicos, começando pela saúde e pela educação; e outro, talvez mais importante, nas políticas redistribuídas. A educação é particularmente importante ao contribuir para sustentar o desenvolvimento econômico, gerar riqueza e oferecer oportunidades de melhor renda e, ao mesmo tempo, uma melhor qualidade de vida a todos os cidadãos. Para que o crescimento econômico da região e a renda per capita continuem aumentando, bem como a classe média, será necessário um aumento da produtividade que não será possível sem uma melhor educação. De acordo com várias estimativas, a região precisa de um aumento da renda real per capita de 7,5% ao ano para reduzir até 2030 a diferença em relação aos países mais desenvolvidos. Isso é mais do dobro do alcançado entre 2003 e 2011, anos de grande prosperidade econômica. Unicamente com melhor educação e mais competitividade, em termos de melhores políticas públicas, instituições, infraestrutura e uso da tecnologia, se conseguirá um aumento na produtividade per capita. De modo particular, a oferta de boa educação é uma excelente estratégia para gerar igualdade de oportunidades, além de aumentar a produtividade. Existe, nesse sentido, um amplo consenso acerca da importância da educação como motor do desenvolvimento econômico com equidade. Mas se diria que na região avançou mais rapidamente o acesso à tecnologia do que a qualidade da educação. A tecnologia, onipresente Tanto o acesso como o domínio e o uso adequado das tecnologias da informação e da comunicação são fundamentais para o desenvolvimento econômico e social, dado que se trata de ferramentas que, quando usadas corretamente, fomentam o crescimento econômico, possibilitam a inovação e capacitam as pessoas com as competências que o mercado de trabalho demanda. Os jovens, tanto na América Latina como em outros lugares, são usuários privilegiados da tecnologia com infinidade de finalidades mas, ao mesmo tempo, necessitam ser acompanhados para ir além dos usos meramente recreativos e sociais para desenvolver as competências sociais e profissionais que os países da região já estão começando a demandar. Segundo a CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), a América Latina se transformou, durante a última década, em um mercado emergente no uso de programas e aplicativos tecnológicos por parte das empresas, dos governos e dos indivíduos, e o gasto nessa área alcançou 295.000 milhões de dólares em 2011, cerca de 5,2% do PIB. Entretanto, também é característico da região o vínculo que existe entre a apropriação da tecnologia e o estrato socioeconômico: os dados disponíveis indicam que o quintil de maior renda tem um índice de uso que é cinco vezes superior à do quintil de menor renda. Medido em cifras percentuais, dados disponíveis para oito países mostram que o índice de uso da internet no setor de maior renda é de 58%, enquanto que no setor de menor renda é de 11%. Nesse marco, os países com maior índice de uso da internet nos segmentos mais pobres são Uruguai, Chile e Brasil, com um índice médio de 20%. Também são notórias as distâncias entre o uso das TIC em áreas urbanas e rurais, com prejuízo das últimas. No Brasil, o acesso global à internet se situava em 38%, mas era de 43% em áreas urbanas e somente de 10% em áreas rurais; no caso do Peru, chegavam à uma média de 12%, mas eram de l17,9% e de 0,3% em áreas urbanas e rurais, respectivamente (BID, 2012). Neste contexto, um elemento de vital importância relacionado aos fatores do acesso e as habilidades para as TIC é o impacto da telefonia móvel. Os celulares, e especificamente os smartphones ou telefones inteligentes, são atualmente um dos canais preferidos pelos jovens para acessar a internet na região e no mundo inteiro. Entretanto, seu alcance não se restringe ao simples acesso, pois esses dispositivos se tornaram recursos do dia a dia com importantes impactos sobre os comportamentos sociais, o consumo cultural e até na forma como os jovens se relacionam com os conteúdos e as tarefas escolares. Tanto a proliferação dos celulares como, em nível mais geral, dos dispositivos móveis, como os tablets, são indicativos da transformação tecnológica e cultural que alguns vêm chamando de “complexo

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