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DECISÕES DE INVESTIMENTO DE LONGO PRAZO Tópico 04 3 Sugestão de Leitura • Gitman: – Cap. 8 – Fluxos de Caixa para Orçamento de Capital; – Cap. 9 – Técnicas de Orçamento de Capital; – Cap. 10 – Riscos e Refinanciamentos. • Assaf Neto: – Cap. 16, 17, 18 e 19. Tomada de decisões no processo de orçamento de capital • Orçamento de capital é o processo de avaliação e seleção das oportunidades de investimentos de uma empresa. • Busca identificar investimentos que aumentem a vantagem competitiva de uma empresa e maximizem a riqueza de seus proprietários. • A decisão mais comum de orçamento de capital envolve um grande investimento inicial, seguido de uma série de entradas de caixa menores. • Decisões equivocadas de orçamento de capital podem levar à falência da empresa. Tabela 8.1 Principais motivos para a realização de investimento de capital Terminologia básica: aceitação- rejeição e classificação • O enfoque da aceitação-rejeição envolve avaliar propostas de investimento de capital para determinar se atendem a um critério mínimo para aprovação. • O enfoque da classificação envolve elencar os projetos de acordo com alguma medida previamente definida, como a taxa de retorno. Terminologia básica: fluxos de caixa convencionais e não convencionais Figura 8.1 Fluxo de caixa convencional Figura 8.2 Fluxo de caixa não convencional Por exemplo, se uma creche decide abrir outra unidade, o impacto dos clientes que podem decidir se mudar para a nova instalação deve ser avaliado. Fluxos de caixa relevantes • Fluxos de caixa incrementais: – são fluxos de caixa especificamente associados ao investimento e – seu efeito sobre os demais investimentos da empresa (positivo ou negativo) devem também ser levados em consideração. Fluxos de caixa relevantes: principais componentes do fluxo de caixa Figura 8.3 Componentes do fluxo de caixa Fluxos de caixa relevantes: decisões de expansão e de substituição • Identificar os fluxos de caixa relevantes é relativamente simples no caso de projetos de expansão, o que não ocorre no caso de projetos de substituição. • No caso das decisões de substituição, a empresa precisa identificar as saídas e as entradas de caixa incrementais que resultariam da troca proposta. Figura 8.4 Fluxos de caixa relevantes para decisões de substituição Exemplo: fluxo incremental Situação Original: • Investimento Inicial = 50.000 • Entrada Operacional = 10.000/ano • Final de 10 anos = 1.000 Após 5 anos • Neste momento, o antigo vale = 10.000 Novo Investimento = 40.000 • Entrada Operacional = 30.000/ano • Final de 5 anos = 5.000 Fluxos de caixa relevantes: custos irrecuperáveis e custos de oportunidade • Os desembolsos de caixa já realizados (custos irrecuperáveis) são irrelevantes ao processo de decisão. • Contudo, os custos de oportunidade, que são os fluxos de caixa que poderiam ser realizados por meio do melhor uso alternativo de um ativo pertencente à empresa, são relevantes. Exemplos: A) Comprei um terreno por R$200.000 • Agora estou decidindo se construo uma padaria ou uma academia • Padaria: – Investimento: R$100.000 – Entrada Operacional: R$ 20.000/ano • Academia: – Investimento: R$200.000 – Entrada Operacional: R$30.000/ano • Como tratar o valor do terreno? Exemplos: Ø Tenho R$ 20.000 para investir em A ou em B (mesmo risco) • A paga 10% a.a. • B paga 12% a.a. • Se eu invisto em A estou assumindo um custo de oportunidade de 2% Ø Carreira: • Salário recém formado: R$ 5.000,00 / mês • Marcelo (Real): R$ 2.000.000/mês • Custo de oportunidade do recém formado = R$ 1.995.000 Ø RISCOS DIFERENTES !!! Fluxos de caixa relevantes: processo de orçamento de capital internacional • O processo de orçamento de capital internacional difere da versão nacional porque: – as saídas e as entradas de caixa ocorrem em moeda estrangeira (risco cambial) e – os investimentos externos podem implicar significativo risco político. • Apesar desses riscos, o investimento direto estrangeiro cresceu rapidamente desde o fim da 2a Guerra Mundial. A Bennett Company, uma metalúrgica de médio porte, está analisando dois projetos: o Projeto A exige um investimento inicial de $ 42.000; o Projeto B exige um investimento inicial de $ 45.000. Os fluxos de caixa relevantes projetados de ambos constam da Tabela 9.1 e estão representados nas linhas de tempo da Figura 9.1. Técnicas de orçamento de capital • Problema do capítulo Tabela 9.1 Dados do investimento de capital da Bennett Company Figura 9.1 Projetos A e B da Bennett Company Período de payback • O método de payback simplesmente mede o tempo necessário para que a empresa recupere o investimento inicial em um projeto. • O período máximo aceitável de payback é determinado pela administração da empresa. • Se o período de payback for menor do que o período máximo aceitável de payback, aceitar o projeto. • Se o período de payback for maior do que o período máximo aceitável de payback, rejeitar o projeto. Prós e contras dos períodos de payback • Empresas de grande porte costumam usar o método de payback para avaliar projetos de baixo valor, enquanto as pequenas costumam utilizá-lo para a maioria de seus projetos. • Também considera implicitamente o momento de ocorrência dos fluxos de caixa e é muito usado como complemento a outros métodos como o valor presente líquido e a taxa interna de retorno. • A principal fragilidade do método de payback está no fato de que o período adequado de payback nada mais é que um número determinado de forma subjetiva. • Não pode ser especificado à luz do objetivo de maximização da riqueza, pois não se baseia no desconto de fluxos de caixa para determinar se agregam ao valor da empresa. • Por conseguinte, o payback não avalia integralmente o valor do dinheiro no tempo. Tabela 9.2 Fluxos de caixa relevantes e períodos de payback dos projetos da DeYarman Enterprises Tabela 9.3 Cálculo do período de payback para os dois projetos de investimento alternativos da Rashid Company • O valor presente líquido (VPL) é encontrado subtraindo-se o investimento inicial de um projeto do valor presente de suas entradas de caixa Valor presente líquido (VPL) Critérios de decisão Se VPL > 0, aceitar o projeto Se VPL < 0, rejeitar o projeto Se VPL = 0, tecnicamente indiferente • O valor presente líquido (VPL) é encontrado subtraindo-se o investimento inicial de um projeto do valor presente de suas entradas de caixa Usando os dados da Bennett Company fornecidos na Tabela 9.1., vamos supor que o custo de capital da empresa seja de 10%. Com base nos fluxos de caixa e no custo de capital (retorno requerido) fornecidos, o VPL poderá ser calculado como mostram as linhas de tempo da Figura 9.2. Figura 9.2 Cálculo dos VPLs para as alternativas de investimento de capital da Bennett Company Taxa interna de retorno (TIR) • A taxa interna de retorno (TIR) consiste na taxa de desconto que faz com que o valor presente das saídas de caixa iguale-se ao valor presente das entradas de caixa. • A TIR é a taxa de retorno intrínseca do projeto. Critérios de decisão Se TIR > custo de capital, aceitar o projeto Se TIR < custo de capital, rejeitar o projeto Se TIR = custo de capital, tecnicamente indiferente • A taxa interna de retorno (TIR) consiste na taxa de desconto que faz com que o valorpresente das saídas de caixa iguale-se ao valor presente das entradas de caixa. • A TIR é a taxa de retorno intrínseca do projeto. Figura 9.3 Cálculo das TIRs para as alternativas de investimento de capital da Bennett Company Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 15 – Métodos de Avaliação Econômica de Investimentos 15.3 Taxa Interna de Retorno (IRR) Exemplo ilustrativo ( ) ( ) ( ) ( )432 1 120 1 180 1 150 1 100300 KKKK + + + + + + + = Investimento de $ 300 com benefícios de caixa de $ 100, $ 150, $ 180 e $ 120, respectivamente, nos próximos quatro anos Resolvendo-se com o auxílio de uma calculadora financeira, temos K = 28,04% Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 15 – Métodos de Avaliação Econômica de Investimentos A rentabilidade total do projeto atinge 168,8%, ou seja: [(1,2804)4 – 1] x 100 = 168,8% Relacionando-se esse montante com o investimento inicial, obtém-se a taxa de rentabilidade referente aos quatro anos: Taxa de Retorno = [($ 806,30/$ 300) – 1] x 100 = 168,8% 15.3 Taxa Interna de Retorno (IRR) FV = 100 (1,2804)3 + 150 (1,2804)2 + 180 (1,2804) + 120 FV = $ 806,30 Calculando o valor econômico acumulado pelo projeto ao final do último ano da vida estimada, temos: Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 15 – Métodos de Avaliação Econômica de Investimentos 15.5 Índice de Lucratividade (IL) caixa de sdesembolso dos PV caixa de líquidos benefícios dos PV IL= É determinado por meio da divisão do valor presente dos benefícios líquidos de caixa pelo valor presente dos dispêndios (desembolso de capital): Indica, em termos de valor presente, quanto o projeto oferece de retorno para cada unidade monetária investida Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 15 – Métodos de Avaliação Econômica de Investimentos ( ) ( ) 213,1 00,000.1$ 1.213,00 $IL 1.213,00 $PV 1,20 800,00 1,20 600,00 1,20 400,00 PV 32 == = ++= 1 2 3 (anos) $ 1.000,00 Exemplo ilustrativo: 15.5 Índice de Lucratividade (IL) Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 15 – Métodos de Avaliação Econômica de Investimentos O critério de aceitar-rejeitar uma proposta de investimento com base no índice de lucratividade segue o seguinte esquema: IL > 1: o projeto deve ser aceito (NPV > 0) IL = 1: indica um NPV = 0; em princípio, o projeto é considerado como atraente, pois remunera o investidor em sua taxa requerida de atratividade IL < 1: o projeto apresenta um NPV negativo (destrói valor), devendo, portanto, ser rejeitado 15.5 Índice de Lucratividade (IL) Para elaborar os perfis de valor presente líquido dos dois projetos da Bennett Company, A e B, o primeiro passo é desenvolver diversas coordenadas de taxa de desconto – valor presente líquido – e representá-las graficamente, conforme demonstrado na tabela e na figura a seguir. Perfis de valor presente líquido • Os projetos podem ser comparados graficamente por meio da construção de perfis de valor presente líquido que representem o VPL do projeto a diferentes taxas de desconto. Esses perfis são úteis para avaliar e comparar projetos. Tabela 9.4 Coordenadas de taxa de desconto e VPL para os Projetos A e B Figura 9.4 Perfis de VPL Classificações conflitantes • As classificações conflitantes entre dois ou mais projetos baseadas em VPL e TIR resultam de diferenças de magnitude e momento de ocorrência dos fluxos de caixa. • A causa subjacente das classificações conflitantes está em diferentes premissas implícitas quanto ao reinvestimento das entradas de caixa intermediárias — aquelas recebidas antes do encerramento de um projeto. • O VPL pressupõe que as entradas de caixa intermediárias sejam reinvestidas ao custo de capital, ao passo que a TIR pressupõe que sejam reinvestidas à TIR do projeto. Tabela 9.7 Preferências associadas a taxas de desconto extremas e padrões distintos de entrada de caixa Qual é a melhor abordagem? • Em termos puramente teóricos, o VPL é a melhor abordagem ao orçamento de capital, porque: – Pressupõe que quaisquer entradas de caixa intermediárias sejam reinvestidas ao custo de capital da empresa, enquanto o uso da TIR pressupõe reinvestimento à TIR. – Algumas propriedades matemáticas podem fazer com que um projeto com padrão não convencional de fluxo de caixa apresente TIR nula ou mais do que uma real. • Apesar da superioridade teórica do VPL, os administradores financeiros preferem usar a TIR devido à preferência por taxas de retorno. Tabela 9.8 Resumo das principais fórmulas/definições e dos critérios de tomada de decisão referentes às técnicas de orçamento de capital Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 16 – Dinâmica dos Métodos de Avaliação de Investimentos 16.1 Análise Comparativa dos Métodos para um Único Investimento Proporcionar um IL maior ou igual a 1,0 Possuir uma IRR superior à taxa mínima requerida Apresentar NPV positivo ou, no mínimo, igual a zero Um investimento será economicamente atrativo se: Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 16 – Dinâmica dos Métodos de Avaliação de Investimentos 16.1 Análise Comparativa dos Métodos para um Único Investimento Admitindo o seguinte investimento: PERÍODOS (ANOS) ANO 0 ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ($ 1.200,00) $ 200,00 $ 400,00 $ 400,00 $ 600,00 $ 600,00 Ao definir em 15% a taxa periódica de atratividade para o investimento, temos: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) a.a. 20,2% (r) IRR r1 600,00 r1 600,00 r1 400,00 r1 400,00 r1 200,00 1.200,00 :(r) IRR 180,73 $ 1.200,00 $ - 1.380,73 $ NPV 00,200.1 15,1 00,600 15,1 00,600 15,1 00,400 15,1 00,400 1,15 200,00 NPV 5432 5432 = + + + + + + + + + = == −⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ ++++= anos 4,4 Payback anos 5 1.380,73 $ 1.200,00 $ Payback 15,1 00,200.1 $ 1.380,73 $ IL = ×⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ = == Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 16 – Dinâmica dos Métodos de Avaliação de Investimentos Apresenta um NPV positivo (NPV > 0), indicando retorno em excesso em relação ao ganho exigido A IRR supera a taxa de atratividade definida, revelando rentabilidade acima da mínima requerida para o investimento O IL é maior que 1,0, que representa o ponto de corte entre aceitação e rejeição desse método O período de payback deve ser comparado com o limite-padrão estabelecido pela empresa 16.1 Análise Comparativa dos Métodos para um Único Investimento O projeto é classificado como economicamente atraente, pois: Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 16 – Dinâmica dos Métodos de Avaliação de Investimentos Taxa de desconto (%) IRR 20,2% NPV ($) 1.200,00 Desempenho comparativo: NPV e IRR 16.1 Análise Comparativa dos Métodos para um Único Investimento Introdução ao risco em orçamento de capital • Em nossa análise de orçamento de capital até aqui admitimos que todos os fluxos de caixa relevantes dos projetos têm o mesmo nível de risco. • A aceitação de qualquer um não afetaria o risco global do negócio. • Na verdade, isso raramente acontece — os fluxos de caixa dos projetos costumam apresentar diferentes níveis de risco, e a aceitação de um projeto geralmenteafeta o risco global da empresa. Abordagens comportamentais para lidar com o risco • No orçamento convencional de projetos de capital aqui presumido, o risco decorre quase inteiramente da incerteza sobre as entradas de caixa, uma vez que o investimento inicial costuma ser conhecido com relativa certeza. • Esses riscos resultam de uma variedade de fatores, incluindo a incerteza sobre receitas, despesas e impostos futuros. • Portanto, para avaliar o risco de um projeto em potencial, o analista necessita avaliar o nível de risco das entradas de caixa. Abordagens comportamentais para lidar com o risco: análise de sensibilidade O risco dos investimentos da Treadwell Tire Company pode ser avaliado pela análise de sensibilidade mostrada na Tabela 10.2 a seguir. Para esse exemplo, supomos que seu administrador financeiro tenha criado três cenários de resultados de entrada de caixa para cada projeto: pessimista, mais provável e otimista. Tabela 10.2 Análise de cenários dos projetos A e B da Treadwell
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