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Sua Petição - Seção 03 - Contitucional

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SEÇÃO 3
SUA PETIÇÃO
Direito Constitucional
Sua causa!
Seção 3
Direito Constitucional
Olá, aluno! Seja muito bem-vindo a mais uma Seção do nosso 
Núcleo de Prática Jurídica com Suporte em AVA de Direito 
Constitucional. Vamos dar continuidade aos nossos estudos?
Muito bem. Temos acompanhado desde o início a história de 
Magnólia, uma jovem moça humilde, com um sério problema 
de saúde que tem se socorrido da assistência jurídica da 
Defensoria Pública do Estado do Ceará para garantir a proteção 
ao seu direito Saúde. Na Seção passada, você viu que foi preciso 
elaborar um mandado de segurança contra a Secretaria de 
Saúde do Estado que, na pessoa do Secretário de Saúde, negou à 
Magnólia o fornecimento do medicamento receitado para o seu 
tratamento de saúde. Ocorre que, apesar de todo o esforço e da 
tese elaborada pela Defensoria Pública, a segurança pleiteada foi 
denegada em decisão colegiada proferida pela E. Câmara Cível 
do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, a qual alegou no 
acórdão proferido que o Estado possui o poder discricionário de 
decidir sobre o fornecimento de medicamentos, de acordo com 
a sua conveniência e disponibilidade fi nanceira, não podendo 
o Poder Judiciário obrigá-lo. A Defensoria Pública tomou 
conhecimento da referida decisão em 20/12/2017 através de 
intimação pessoal, quando então comunicou a Magnólia o teor 
da decisão.
E agora, aluno? Qual será o próximo passo a ser dado na busca 
pela proteção ao direito à saúde de Magnólia? Qual o recurso 
2
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
 DIREITO CONSTITUCIONAL - SUA PETIÇÃO - SEÇÃO 3
cabível contra a decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do 
Estado do Ceará? Se imagine no papel de advogado tendo que 
resolver tal situação!
Agora é com você, advogado! Elabore o único recurso 
constitucional cabível na situação narrada, visando a 
reforma do acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do 
Ceará que denegou a segurança pleiteada por Magnólia. 
Lembre-se que a Defensoria Pública tomou conhecimento 
da decisão em 20/11/2017, data que foi intimada. No 
entanto, você aluno está no papel de advogado, devendo 
observar os prazos simples do CPC, e não o prazo em 
dobro que a Defensoria Pública possui, ok?
Fundamentando!
RECURSOS CABÍVEIS NO PROCESSO DE MANDADO DE 
SEGURANÇA
A Lei 12.016/09 ao tratar do procedimento especial para o 
mandado de segurança dispõe sobre os recursos cabíveis contra 
às decisões proferidos em seu âmbito. O tramite processual do 
mandado de segurança possui, portanto, algumas peculiaridades, 
regras específi cas, aplicando-se subsidiariamente os dispositivos 
do Código de Processo Civil, naquilo que não forem contrários 
à legislação específi ca. 
Vamos então conhecer como se dá a impugnação das decisões 
proferidas em sede deste remédio constitucional em estudo?
33
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 3NPJ 
RECURSO DE APELAÇÃO 
Contra sentença proferida em sede de mandado de segurança, 
cabe o recurso de apelação, conforme dispõe o art.14 da Lei 
12.016/09, nos seguintes termos: 
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, 
cabe apelação. 
A sentença a que a lei se refere é tanto a sentença de mérito, 
aquela que concede ou denega a segurança; ou a sentença 
terminativa, aquela que põe fim ao feito por questões processuais, 
como. porexemplo, por inépcia da petição inicial (art.10,§1º da 
Lei 12.016/09). Para insurgir-se contra qualquer uma delas, o 
recurso a ser manejado pela parte será o de apelação. 
 Possui legitimidade para interposição da apelação qualquer das 
partes processuais, o impetrante e a pessoa jurídica impetrada, 
além do Ministério Público interessado e da autoridade coatora. A 
legitimidade da autoridade coatora está expressamente prevista 
no art.14. §2º da Lei. 
Sobre os efeitos da apelação é importante observar que além 
do efeito devolutivo (devolver a matéria para análise) que lhe é 
inerente, de acordo com o art. 1.012 do CPC a mesma possui 
efeito suspensivo. Entretanto, o art. 14, §3º da Lei do mandado 
de segurança traz previsão expressa de hipótese em que não 
será atribuído efeito suspensivo ao recurso, vejamos: 
§ 3o - A sentença que conceder o mandado de segurança 
pode ser executada provisoriamente, salvo nos casos em que 
for vedada a concessão da medida liminar. 
Ao prever a possibilidade de execução provisória da sentença que 
concede o mandado de segurança, determina a Lei que neste 
caso a apelação não terá efeito suspensivo. Não necessitará 
o impetrante esperar o julgamento da apelação para exigir o 
cumprimento da sentença que lhe foi favorável, podendo a 
mesma, ainda que pendente o julgamento do recurso, já ser 
executada. Porém, em todos os outros casos, como ausente 
previsão legal, seguirá a regra do CPC, sendo atribuído efeito 
suspensivo ao recurso de apelação. 
44
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 3NPJ 
O prazo para interposição do recurso de apelação é de 15 dias 
(art. 1003, §5º CPC), observadas às regras do art. 180 e 183 do 
CPC que concede prazo em dobro para o Ministério Público, 
Defensoria Pública e para as pessoas jurídicas de direito público. 
Quanto aos requisitos formas a serem observados, seguem-se 
as regras do CPC: 
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de 
primeiro grau, conterá:
I - os nomes e a qualificação das partes;
II - a exposição do fato e do direito;
III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de 
nulidade;
IV - o pedido de nova decisão.
ATENÇÃO! Aluno, toda sentença que concede a segurança, ou 
seja, quando o mandado de segurança é julgado procedente, 
está sujeita ao duplo grau de jurisdição nos termos do art.14,§1º 
da Lei 12.01609, que determina:
Art.14, § 1o - concedida a segurança, a sentença estará sujeita 
obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição.
Logo, mesmo que não haja a interposição do recurso de 
apelação pela parte vencida, no caso pela pessoa jurídica de 
direito público impetrada, a decisão será levado ao reexame 
necessário pelo Tribunal.
DO PEDIDO DE SUSPENSÃO DA LIMINAR
A Lei 12.016/09 prevê a possibilidade de a pessoa jurídica de direito 
público interessada ou o Ministério Público realizarem pedido 
de suspensão da execução da liminar e da sentença, dirigido 
ao presidente do Tribunal ao qual couber o conhecimento do 
respectivo recurso. Tal pedido é possível somente quando houver 
ameaça de grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia 
públicas, conforme determina o art. 15 da Lei (grifo nosso): 
55
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 3NPJ 
Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito 
público interessada ou do Ministério Público e para evitar grave 
lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, 
o presidente do tribunal ao qual couber o conhecimento do 
respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, 
a execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá 
agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que 
será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição. 
O pedido de suspensão não é um recurso em si, pois ele 
não modifica a decisão, apenas tem o efeito de suspender a 
execução da liminar, é, portanto, um incidente processual. Sobre 
o assunto, Humberto Theodoro Júnior ensina que a suspensão 
é cabível a qualquer momento enquanto a decisão não tiver 
sido executada, destacando que “Se, por exemplo, a liminar 
ou a sentença assegurou a participação do impetrante num 
concurso público, ou autorizou a demolição de um edifício, 
ou garantiu uma cirurgia de urgência em hospital público, é 
lógico que não se teria como suspender os efeitos da decisão 
da segurança depois que o concurso, a demolição ou a cirurgia 
já se realizaram. Há, porém, casos em que a segurança serefere a fatos continuativos ou de efeitos repetitivos. Quando 
isto ocorrer, a execução produz efeitos imediatos e efeitos 
protelados para o futuro. Em relação aos efeitos já consumados, 
não há como pensar em sua suspensão, não, porém, quanto 
àqueles pendentes. Numa relação tributária continuativa, por 
exemplo, o imposto calculado e recolhido segundo a segurança 
não se suspende, mas os supervenientes podem ser excluídos 
dos benefícios do mandamus, temporariamente, por força do 
incidente autorizado pelo art. 15 da Lei nº 12.016.”
AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA DECISÃO QUE CONCEDE 
OU NEGA PEDIDO LIMINAR
Como você sabe, aluno, pelas regras do Código de Processo Civil 
o Agravo de Instrumento é o recurso cabível contra as decisões 
interlocutórias, ou seja, contra aquelas decisões que não julgam 
o mérito da lide. Nesse sentido, o art. 1.015 do CPC dispõe: 
66
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 3NPJ 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões 
interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento 
do pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo 
aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei 
(BRASIL, 2015).
A Lei do mandado de segurança, por sua vez, previu no art. 14, 
§1º expressamente apenas a hipótese de cabimento de agravo 
de instrumento contra decisão de juiz de primeiro grau que 
conceder ou denegar a liminar. Entretanto, a doutrina aponta que 
mesmo sendo apenas esta a única previsão expressa acerca do 
cabimento do agravo de instrumento no processo de mandado 
de segurança, aplicam-se as demais previstas no CPC, eis que 
não conflitantes com a lei específica. 
O STJ também já firmou entendimento nesse sentido, vejamos:
“Recurso especial. Processual civil. Mandado de segurança. Decisão 
interlocutória. Agravo de instrumento. Cabimento. Recurso 
77
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 3NPJ 
provido. Retorno dos autos ao tribunal de origem. 1) Este Superior 
Tribunal de Justiça pacificou entendimento no sentido de se 
admitir a interposição de agravo de instrumento contra decisões 
interlocutórias proferidas em sede de mandado de segurança, tendo 
em vista a sistemática processual prevista na Lei 9.139/95, que 
instituiu o regime de interposição direta do agravo de instrumento 
ao Tribunal, com processamento em autos apartados, de maneira 
a não ocasionar nenhum tumulto ou atraso no andamento do 
mandamus (EREsp 471.513/MG, Corte Especial, Rel. Min. Fernando 
Gonçalves, Rel. p/ acórdão Min. Gilson Dipp, DJ de 7.8.2006). 2) 
Salvo quando existir preceito específico em sentido contrário, as 
normas do Código de Processo Civil aplicam-se subsidiariamente 
às ações de rito especial, incluindo-se aí o mandado de segurança. 
3. Recurso especial provido, determinando-se o retorno dos autos 
ao Tribunal de origem, a fim de que seja analisado o mérito do 
agravo de instrumento. (REsp 687457/SP, rel. Min, Denise Arruda, T1 
Primeira Turma, j. em 17.5.2007, DJ 14/06/2007 p. 255) .
AGRAVO INTERNO
Está previsto no CPC nos seguintes moldes: 
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo 
interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto 
ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.
§ 1o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará 
especificadamente os fundamentos da decisão agravada.
§ 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado 
para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, 
ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a 
julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.
§ 3o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos 
da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno.
§ 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente 
inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão 
colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a 
88
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 3NPJ 
pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do 
valor atualizado da causa.
 § 5o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada 
ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 4o, à exceção 
da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, 
que farão o pagamento ao final. (BRASIL, 2015).
A lei 12.016/09 prevê a sua interposição em algumas hipóteses 
específicas, são elas (grifo nosso): 
• Art. 10, § 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de 
primeiro grau caberá apelação e, quando a competência 
para o julgamento do mandado de segurança couber 
originariamente a um dos tribunais, do ato do relator caberá 
agravo para o órgão competente do tribunal que integre. 
• Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito 
público interessada ou do Ministério Público e para evitar grave 
lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, 
o presidente do tribunal ao qual couber o conhecimento do 
respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, 
a execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá 
agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, 
que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua 
interposição. 
• Art. 15. parágrafo único. Da decisão do relator que conceder 
ou denegar a medida liminar caberá agravo ao órgão 
competente do tribunal que integre.
Percebe-se que a Lei do mandado de segurança determina o 
cabimento do agravo interno tanto contra decisões proferidas 
pelo relator, como pelo Presidente do tribunal. Todas as 
decisões passíveis da interposição do referido agravo são 
decisões monocráticas de Tribunal, não sendo cabível agravo 
interno contra decisão de órgão colegiado. Da mesma forma, 
não é cabível o agravo interno quando a decisão monocrática 
proferida não for em sede de competência originária do Tribunal. 
99
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 3NPJ 
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
O recurso ordinário possui previsão constitucional, estando 
disciplinado pelos arts. 102, II e 105. II da CF/88. Pode ser de 
competência do Supremo tribunal Federal ou do Superior Tribunal 
de Justiça. Veja a tabela abaixo que sintetiza a competência para 
o julgamento do Recurso Ordinário Constitucional.
Compete ao STF julgar em 
Recurso Ordinário
Compete ao STJ jugar em 
Recurso Ordinário
O habeas corpus, o mandado 
de segurança, o habeas data 
e o mandado de injunção 
decididos em única instância 
pelos Tribunais Superiores, se 
denegatória.
Os habeas corpus decididos 
em única ou última instância 
pelos Tribunais Regionais 
Federais ou pelos tribunais 
dos Estados, do Distrito 
Federal e Territórios, quando a 
decisão for denegatória.
O crime político.
Os mandados de segurança 
decididos em única instância 
pelos Tribunais Regionais 
Federais ou pelos tribunais 
dos Estados, do Distrito 
Federal e Territórios, quando 
denegatória a decisão.
As causas em que forem 
partes Estado estrangeiro 
ou organismo internacional, 
de um lado, e, do outro, 
Município ou pessoa residente 
ou domiciliada no País.
Fonte: elaborado pela autora com base no art. 102 e 105 da 
Constituição brasileira.
1010
 Direito Constitucional- Sua Petição - Seção 3NPJ 
O Código de Processo Civil, por sua vez, também trata do Recurso 
Ordinário, repetindo a previsão constitucional e acrescentando 
outras disposições acerca do seu trâmite, vejamos:
Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário:
I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, 
os habeas, data e os mandados de injunção decididos em 
única instância pelos tribunais superiores, quando denegatória 
a decisão;
II - pelo Superior Tribunal de Justiça:
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos 
tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos 
Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória 
a decisão;
b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro 
ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa 
residente ou domiciliada no País.
§ 1o Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as 
decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento dirigido ao 
Superior Tribunal de Justiça, nas hipóteses do art. 1.015.
§ 2o Aplica-se ao recurso ordinário o disposto nos arts. 1.013, § 3o, 
e 1.029, § 5o.
Art. 1.028. Ao recurso mencionado no art. 1.027, inciso II, alínea 
“b”, aplicam-se, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao 
procedimento, as disposições relativas à apelação e o Regimento 
Interno do Superior Tribunal de Justiça.
§ 1o Na hipótese do art. 1.027, § 1o, aplicam-se as disposições 
relativas ao agravo de instrumento e o Regimento Interno do 
Superior Tribunal de Justiça.
§ 2o O recurso previsto no art. 1.027, incisos I e II, alínea “a”, deve 
ser interposto perante o tribunal de origem, cabendo ao seu 
presidente ou vice-presidente determinar a intimação do recorrido 
para, em 15 (quinze) dias, apresentar as contrarrazões.
1111
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 3NPJ 
§ 3o Findo o prazo referido no § 2o, os autos serão remetidos 
ao respectivo tribunal superior, independentemente de juízo de 
admissibilidade (BRASIL, 2015 – grifos nossos).
A Lei do mandado de segurança traz previsão expressa sobre 
o cabimento do recurso ordinário, conforme em seu dispõe o 
art.18 (grifo nosso):
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas 
em única instância pelos tribunais cabe recurso especial 
e extraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso 
ordinário, quando a ordem for denegada (BRASIL, 2009).
Alguns pontos sobre o Recurso Ordinário Constitucional no 
processo de mandado de segurança merecem especial destaque. 
Com relação a legitimidade ativa para a sua interposição no 
processo de mandado de segurança, destaca-se que somente 
o impetrante a possui, eis que tal recurso somente pode ser 
manejado contra decisão denegatória de segurança, ou seja, 
contra decisão que tenha sido desfavorável ao autor da ação, ao 
impetrante. Outro ponto importante é que o recurso ordinário 
constitucional somente pode ser oposto contra decisão 
colegiada de Tribunal quando estiverem no exercício de sua 
competência originária e, quando for de Tribunal Superior 
(TST, STJ, TSE), será de competência do STF, devendo para ele 
ser encaminhado. Portanto, o recurso ordinário não é cabível 
contra qualquer acórdão, quando se tratar de decisão colegiada 
de Tribunal em grau recursal, o recurso a ser manejado não será 
o Recurso Ordinário. 
O Recurso Ordinário é composto por duas petições, uma que 
será dirigida ao Tribunal de origem, ao seu respectivo Presidente 
ao qual cabe determinar a intimação da parte contrário para 
manifestação e, após, determinar a remessa ao Tribunal Superior 
para julgamento. E, a petição contendo as razões recursais, a 
qual será apreciada pelo Tribunal que irá julgar o mérito e a 
admissibilidade do recurso.
O prazo legal para a interposição do recurso ordinário no 
processo de mandado de segurança é de 15 dias, conforme 
determina a Lei 8.038/90, que dispõe:
1212
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 3NPJ 
Art. 33 - O recurso ordinário para o Superior Tribunal de Justiça, das 
decisões denegatórias de mandado de segurança, proferidas em 
única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais 
de Estados e do Distrito Federal, será interposto no prazo de quinze 
dias, com as razões do pedido de reforma.
Art. 34 - Serão aplicadas, quanto aos requisitos de admissibilidade 
e ao procedimento no Tribunal recorrido, as regras do Código de 
Processo Civil relativas à apelação.
Art. 35 - Distribuído o recurso, a Secretaria, imediatamente, fará os 
autos com vista ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias.
Parágrafo único - Conclusos os autos ao relator, este pedirá dia para 
julgamento (BRASIL, 1990).
CABIMENTO DE RECURSOS EXCEPCIONAIS (RECURSO 
ESPECIAL E RECURSO EXTRAORDINÁRIO)
O art. 18 da Lei 12.016/09 que vimos acima trata do cabimento 
do recurso ordinário e dos recursos extraordinário e especial, 
aduzindo que contra as decisões proferidas em única instância 
pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário, e quando a 
decisão for denegatória cabe recurso ordinário. Logo, a primeira 
conclusão que se tira é que os recursos extraordinário e especial 
são os meios recursais utilizados no processo de mandado de 
segurança contra decisões que concedem a segurança, ou 
seja, serão recursos a serem manejados pela pessoa jurídica de 
direito público interessada, e não pelo impetrante no caso de 
competência originária dos Tribunais. 
Entretanto, também poderão ser manejados pelo impetrante 
quando se tratar de decisão do Tribunal em sede recursal, 
desde que preenchidos os requisitos necessários para a sua 
interposição. Por exemplo: imagine que um mandado de 
segurança é impetrado perante o juízo de primeiro grau por 
não ser hipótese de competência originário do Tribunal, e a 
segurança é negada. O impetrante inconformado recorre, o 
recurso é julgado improcedente pelo Tribunal. Contra o acórdão 
do Tribunal, mesmo que seja uma decisão denegatória, não será 
1313
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 3NPJ 
cabível recurso ordinário, pois este recurso só se opõe contra 
decisões em que o Tribunal atua em competência originária. O 
meio processual correto para impugnar o acórdão será então 
ou o Recurso Especial ou o Recurso Extraordinário, analisado o 
caso concreto e preenchidos os requisitos legais. 
Tanto o Recurso Especial quanto o Recurso Extraordinário possuem 
previsão constitucional nos arts. 105, III e 102, III, respectivamente. 
A tabela abaixo resume a competência para julgamento e as 
hipóteses de cabimento de ambos os recursos, veja:
COMPETÊNCIA HIPÓTESES DE CABIMENTO
RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO 
(RE)
STF
Causas decididas em única ou última 
instância, quando a decisão recorrida: 
contrariar dispositivo constitucional; 
declarar a inconstitucionalidade de 
tratado ou lei federal; julgar válida lei 
ou ato de governo local contestado 
em face da Constituição; julgar 
válida lei local contestada em face de 
lei federal.
RECURSO 
ESPECIAL 
(Resp)
STJ
As causas decididas, em única ou 
última instância, pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais 
dos Estados, do Distrito Federal e 
Territórios, quando a decisão recorrida: 
contrariar tratado ou lei federal, ou 
negar-lhes vigência; julgar válido 
ato de governo local contestado em 
face de lei federal; der a lei federal 
interpretação divergente da que lhe 
haja atribuído outro tribunal.
O processamento e requisitos formais tanto do Recurso 
Ordinário como do Recurso Especial são regulados pelo CPC, 
nos arts. 1029 a 1035. Merecem destaque os seguintes pontos: 
1414
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 3NPJ 
• Devem ser interpostos em duas petições diferentes, umade 
interposição dirigida ao presidente do Tribunal recorrido e 
outra com as razões recursais propriamente ditas, dirigida 
ao Tribunal competente para o julgamento;
• O STF e o STJ, a depender do recurso em causa, poderá 
desconsiderar o vício formal do recurso e determinar a 
sua correção, desde que o mesmo não seja grave;
• Em regra, não possuem efeito suspensivo, mas o mesmo 
pode ser requerido pelas partes;
• Na hipótese de interposição conjunto de Recurso Especial 
e Recurso Extraordinário, primeiramente, será julgado o 
Recurso Especial e, após o julgamento deste, os autos 
serão remetidos ao STF para o julgamento do Recurso 
Extraordinário, quando o mesmo não restar prejudicado.
• Se o STJ no julgamento de um Recurso Especial considerar 
que o recurso trata de violação constitucional, poderá 
conceder prazo para que o recorrente demonstre a 
existência de repercussão geral e se manifeste sobre a 
questão constitucional, e, após remeterá o recurso para 
análise do STF;
• Quando o STF no julgamento de um Recurso Extraordinário 
verificar que o mesmo trata de violação reflexa à Constituição 
e direta de lei federal, deverá remeter o recurso ao STJ 
para que seja julgado como Recurso Especial.
Desta feita, quando não for o caso de recurso ordinário, tanto 
o recurso especial quanto o recurso ordinário são cabíveis 
no processo de mandado de segurança nos termos da lei, 
devendo seguir o seu prosseguimento estipulado pelo CPC e 
observar os requisitos constitucionais para a sua interposição. 
PRIMEIRA FASE! 
QUESTÃO 01 
A lei 12.016/90 ao regulamentar o procedimento especial do 
mandado de segurança trata dos diversos recursos cabíveis 
1515
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 3NPJ 
contra as decisões proferidas durante o processamento da ação. 
Sobre o cabimento dos recursos no processo do mandado de 
segurança, leia as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta:
a) Contra as decisões monocráticas que indeferem liminar, cabe 
agravo interno.
b) Contra as decisões de mérito proferidas por juiz de primeiro 
grau, cabe recurso especial.
c) Contra as decisões interlocutórias, cabe agravo interno.
d) Contra as decisões interlocutórias, cabe apelação.
e) Contra as decisões colegiadas dos tribunais, cabe agravo interno. 
ALTERNATIVA CORRETA: A 
RESPOSTA COMENTADA: A lei 12.016/09 prevê a interposição 
de agravo interno em diversas hipóteses, no parágrafo único do 
art. 15 determina que “Da decisão do relator que conceder ou 
denegar a medida liminar caberá agravo ao órgão competente 
do tribunal que integre”.
QUESTÃO 02
O Recurso ordinário constitucional está previsto no art. 102, II, 
‘a’ e art. 105, II, ‘b’ da Constituição Federal. Além da previsão 
constitucional, encontra seu processamento regulamentado 
pelo Código de Processo Civil, que estipula suas regras gerais. A 
lei 12.016/ trata especificamente do seu cabimento em sede de 
mandado de segurança. 
Sobre o cabimento de recurso ordinário no processo de mandado 
de segurança, leia as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta: 
a) Contra decisão proferida por órgão colegiado que conceder 
a segurança, caberá recurso ordinário.
b) A legitimidade para oposição de recurso ordinário no processo 
de mandado de segurança é da autoridade coatora.
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c) O recurso ordinário em mandado de segurança deve ser 
dirigido ao Supremo Tribunal Federal.
d) O recurso ordinário é cabível contra decisão denegatória 
proferida em única instância pelos tribunais.
e) Contra decisão que julgar o recurso de apelação improcedente, 
cabe recurso ordinário.
ALTERNATIVA CORRETA: D
RESPOSTA COMENTADA: O cabimento do recurso ordinário no 
processo de mandado de segurança está previsto juntamente 
com o cabimento do recurso especial e extraordinário. O art. 
18 da referida lei determina que caberá recurso ordinário contra 
decisão que denegar a segurança proferida em única instância 
pelo tribunal, ou seja, quando o processo for de competência 
originária do mesmo. Quando for decisão de tribunal superior 
o recurso será julgado pelo STF, quando de tribunal regional ou 
estadual, pelo STJ.
Vamos peticionar!
Respire fundo e vamos trabalhar no passo-a-passo da 
elaboração de nossa petição recursal. Pense de forma sucinta 
nos seguintes pontos:
a) Competê ncia do ó rgã o julgador: atente-se ao que prevê 
o conteúdo dos arts. 102 e 105 da CRFB/88;
b) Legitimidade ativa e passiva: Serão ocupadas 
respectivamente pelo Recorrente e Recorrido;
c) Argumentos de mé rito: Dentre eles, destaque o direito 
à saúde e da responsabilidade e dever do estado no 
fornecimento de medicamentos;
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d) Medida liminar: É preciso demonstrar a presença 
dos requisitos da medida de urgência, quais sejam a 
plausabilidade do pedido e a urgência temporal (perigo de 
dano iminente)
e) Observância do procedimento atinente ao 
remédio constitucional.
Ademais, não se esqueça de que sua peça processual deve conter 
breve resumo dos fatos e sua conexão com os dispositivos legais 
e constitucionais que amparam seus pedidos.
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