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APOSTILA DE HISTÓRIA DO DIREITO

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APOSTILA DE 
HISTÓRIA DO DIREITO 
 
 
 
 
PROFESSOR MARIO BUZZULINI 
 
www.professormario.net 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Linha geral da evolução cronológica da história do 
Direito no mundo Ocidental 
 
1. Povos Antigos e Início da Civilização Ocidental 
1.1. Pré-história 
1.2. História 
1.2.1. Estela dos Abutres 
1.2.2. Código de Urukagina ou Uruinimgina 
1.2.3. Código de Ur-Nammu 
1.2.4. Código de Eshnunna 
1.2.5. Código de Lipit-Ishtar 
1.2.6. Código de Hammurabi 
1.3. Egito Antigo 
1.4. Direito Hebreu 
 
2. Mundo Grego 
2.1. Leis de Dracon e Solon. 
2.2. Correntes Filosóficas: 
2.2.1. Sofistas 
2.2.2. Estoica 
2.3. Pensadores Gregos: 
2.3.1. Sócrates 
2.3.1.1. Defesa de Sócrates 
2.3.2. Platão 
2.3.3. Aristóteles 
 
3. Direito Romano 
3.1. A lenda da fundação de Roma 
3.2. A Monarquia Romana 
3.3. A República Romana 
3.3.1. As fontes do direito romano na República 
3.3.1.1. o costume, ou o jus non scriptum 
3.3.1.2. a lei, ou a Lex 3.3.1.2.1. A Lei das XII Tábuas 
3.3.1.3. o plebiscito 
3.3.1.4. a interpretação dos prudentes, ou a jurisprudencia 
3.3.1.5. Os éditos dos magistrados 
3.4. O Império Romano 
3.5. O Império Romano no Oriente: Bizantino 
3.5.1. O Corpus Iuris Civilis de Justiniano 
3.5.1.1. Digesto ou Pandectas 
3.5.1.2. Institutas 
3.5.1.3. Codex 
3.5.1.4. Novelas 
 
4. Idade Média 
4.1. Fim do Império Romano e um novo sistema 
4.2. sistema Feudal 
4.3. O Mundo Religioso 
4.4. Filosofia jurídica da Idade Média 
4.4.1. Santo Agostinho 
4.4.2. São Tomas de Aquino 
4.5. A Santa Inquisição: o direito canonico 
4.6. Início do Direito Comercial 
4.7. Inglaterra de João-sem-Terra: o início do Constitucionalismo 
4.8. Fim da Idade Média 
5. Idade Moderna 
5.1. Fim da Idade Media e o (re)surgimento do Homem 
5.2. As Grandes Descobertas científicas e suas 
consequencias 
5.3. A Construção do Racionalismo 
5.4. A Crise Religiosa: a quebra do monopólio da Igreja 
Católica Apostólica Romana 
5.5. Guerras Religiosas 
5.6. Novos Pensadores que defendiam o Estado Nação 
(Absolutismo) 
5.6.1. Maquiavel 
5.6.2. Jean Bodin 
5.6.3. Hugo Crotius 
5.6.4. Thomas Hobbes 
5.7. Tratado de Westfália: Início dos Estados Modernos 
5.8. Construção dos Estados Absolutistas 
5.9. Crise do Absolutismo 
 
6. Seculo das Luzes: Iluminismo 
6.1. Os Ideais Iluministas e as Revoluções 
6.2. O Império Britânico 
6.3. A Declaração de Direitos – Bill of Rigths de 1689 
6.4. Os Pensadores iluministas 
6.4.1. Montesquieu 
 6.4.2. Rousseau 
6.4.3. Voltaire 
 
7. Modernidade Pós Código Civil de Napoleão 
7.1. A Escola da Exegese. Os Ideais Iluministas e as 
Revoluções 
7.2. A Escola Histórica 
7.2.1. Savigny 
7.3. Pandectas: a codificação alemã 
7.4. Positivismo alemão 
7.4.1. Kelsen 
 
8. Estado Social x Estado Liberal 
8. Socialismo Utópico 
8.1. Platão e Sócrates 
8.2. Thomas More e a utopia 
8.3. Revolução Industrial e suas consequências 
jurídicas-economicas 
8.4. Liberalimo Economico de Adam Smith 
8.5. Problemas sociais e o desenvolvimento dos direitos 
trabalhistas 
8.5.1. Surgimento do sindicalismo 
8.5.2. Encíclica Rerum Novarum: Sobre a Condição 
dos Operários 
 8.6. Socialismo científico: Karl Marx e Engels 
 
 
1) INTRODUÇÃO 
 
 
• Conceito: a história do direito não se reduz a um inventário de fatos e 
estudos de antecedentes. É um conjunto harmonioso de elementos que 
compõem uma ciência, que descreve e revela. Pesquisa e esclarece. 
Norteia a vida jurídica de um ordenamento. 
 
• A história do direito é real e através dela podemos ver a realidade social. 
• Não é a HD um levantamento de leis e legislações que já passaram por 
vigência. É analisar condutas antigas e determinar o grau de 
convergência com a realidade atual. 
 
• O estudo do direito, na sua história é vivo, é aplicável. Não é meros 
dados estáticos para apreciação numérica. A história do direito alcança 
o sentido de ciência histórica, mas também ciência jurídica, pois é com 
esse estudo que os princípios de direito são criados. 
 
 
• A história do direito nos permite conhecer a base fundamental da 
ciência jurídica, que experimenta do movimento social, relação com 
todas as coisas jurídicas ou não. INTERLIGAÇÃO. É o estudo da 
própria humanidade. 
 
 
Objetivos do Estudo da História do Direito 
 
• a)Auxilia na compreensão das conexões que existem entre a sociedade, 
suas características,e o direito que produziu. 
• b)Auxilia a o autoconhecimento não somente pessoal ou social, mas 
também no exercício de tarefas profissionais. 
• c)Ensina não somente o que o Direito tem “feito”, mas o que o 
Direito é. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) AS TAREFAS DA HISTÓRIA DO DIREITO 
 
Pergunta-se: QUAIS AS TAREFAS? 
 
Verificar a História das fontes 
 
a) O que vale mais?O costume ou a lei? 
b) O que realmente está em vigor? 
c) Onde buscar a hierarquia das fontes? 
 
Verificar a história da cultura 
 
• Historia da cultura jurídica é historia do modelo literário, os gêneros, as 
inovações na exposição da matéria. Pergunta-se: 
 
1)Será que todos têm a mesma cultura? 
2)O advogado de pequenas causas lê as mesmas coisas que o estudante 
de uma faculdade inovadora? 
3)O que cada um deles lê? 
 
• Transportemos estas questões para o passado e vemos o quanto de 
campo de pesquisa há de ser ainda levantado. 
 
Verificar a história das instituições 
 
• As instituições são e foram influentes na vida jurídica e pergunta-se: 
 
• 1) Como faziam as partes para apelar das sentenças no Brasil colonial? 
JURÍDICO. 
• 2) Quais as divisões de poderes entre os sistemas formais de controle 
social, e os sistemas informais: vizinhança, igreja, família? Se o juiz não 
chegava em toda a parte, o padre passava com maior freqüência ou não. 
 
Objetivos 
 
Socializar e aprofundar referenciais teóricos, históricos e jurídicos que 
fundamentam o processo de historicidade, problematizando a relação entre 
Direito e Estado. 
 
• Estimular processos de experimentação, sistematização e apropriação 
de conceitos em História do Direito. 
• Despertar o estudo da História do direito e do método histórico-
crítico-dialético. 
• Estudar e refletir em atividade curricular em comunidade (ACC) 
história do direito, meio ambiente e comunidades tradicionais. 
 
 
3) HISTÓRIA DO DIREITO NO MUNDO E BRASIL 
 
• Começou a ser institucionalizada como matéria jurídica à dois séculos. 
Tornou-se a partir daí a ser uma disciplina obrigatória. 
 
• Assim, no século XVIII e o regime vivido em Portugal e 
conseqüentemente em todo mundo e no Brasil era o absolutismo, que 
censura tudo e a todos. Com imposições e censura, houve um período 
em que o pensamento científico e intelectual estava engessado e não 
produzia frutos visto que este era apenas repetido e não realmente 
estudado. 
 
• O método consistia em repetir conceito de juristas que eram 
prestigiados. Eram os tratados, chamados tratadistas. O decreto de 
Graciano, séc. XII e XIII foi considerado o pai do direito canônico 
pois o codificou . Era professor de teologia, monge e jurista. Institutas 
de João Calvino que quer dizer ensino, instrução. Era o ensino da 
religião cristã. Digesto, que era o código de Justiniano. Compilação de 
textos diversos da igreja. Decreto das Clementinas do papa clemente e 
ainda decreto de sexto outro papa. 
 
• Quando o iluminismo apareceu essa forma de ensinar direito 
desapareceu e a lei boa razão de 1769, ainda no absolutismo trouxe 
muitas mudanças políticas e administrativas para a lusa e 
principalmente nas fontes do direito português. Sustentavam na época 
que sem o estudo científico da história do direito romano e a história 
civil o homem que estudava a ciência jurídica era apenasum repetidor, 
um papagaio. A estrutura do ensino em Portugal em 1772 ficou em: 1 – 
direito natural, público e universal e das gentes. 2 – história do povo e 
do direito romano. 3 –história civil de Portugal e as leis portuguesas. 
 
O ENSINO DA HISTÓRIA DO DIREITO NO BRASIL 
 
• Quando os cursos jurídicos foram criados no Brasil em 1827 a história 
do direito não existia como matéria. Existia a história do trono 
português. Em 1853 houve a introdução da história do direito romano 
comparado ao direito civil pátrio. 
 
• O que mais influenciou entretanto os curso de direito no Brasil, ainda 
no império foram os pareceres de Rui Barbosa, que sugeriu a matéria 
história do direito nacional, da obra reforma do ensino secundário e 
superior. 
 
• Em 1885, com a reforma franco de Sá, dividiu o curso de direito em 
dois ramos, criando diversas matérias, entre ela a história do direito. 
Com a proclamação da república, houve a divisão do curso de direito 
em ciências jurídicas e ciências sociais. 
 
• No primeiro apareceu a filosofia e história do direito e também história 
do direito nacional. No segundo apenas filosofia e história do direito. A 
história do direito, o estudo do direito romano por exemplo, foi 
desmembrada da filosofia. Tornou-se com a divisão na proclamação da 
república uma matéria destacada. 
 
• Após essa divisão, a história do direito sempre fez parte da grade 
curricular configurando ora como história do direito, ora direito 
romano e ainda como história do direito brasileiro. 
 
 
BREVE HISTÓRICO MUNDIAL 
 
• Áustria: é incluída a matéria no primeiro ano, ou seja, é uma matéria 
básica fundamental ao lado da introdução ao direito e o direito romano 
e sociologia. 
• França: a história do direito ou a história das instituições são lecionadas 
praticamente em todas as faculdades de direito, também no primeiro 
ciclo. 
• Alemanha: teoria geral do direito que se desdobra em filosofia do 
direito, história legal e constitucional e ainda historia do direito romano. 
• Itália: é obrigatório em todas a faculdades – história do direito italiano, 
da codificação, direito italiano moderno. 
 
 
4) LEI DO TALIÃO 
 
 
• Os primeiros indícios da Lei de talião foram encontrados no Código de 
Hamurabi por volta de 1700 a.C. no reino da Babilônia, MAS VEM 
DE ANTES. 
 
• em do latim talionis que significa como tal, idêntico. Neste sentido, a Lei 
consiste na justa reciprocidade do crime e da pena, sendo 
freqüentemente simbolizada pela expressão “Olho por olho, dente por 
dente”. 
 
• Para muitos a penalidade [espelhada no ato] imposta pela Lei era cruel e 
severa, neste ponto é possível discordar, pois a Lei foi posta para trazer 
ordem e equilíbrio a Sociedade Mesopotâmica. “o mal causado a 
alguém deve ser proporcional ao castigo imposto: para tal crime, 
tal e qual a pena”. A Lei de Talião, embora absurda e abominável aos 
olhos atuais, era uma necessidade preeminente daquela época em que o 
homem era bárbaro, e que só era contido pelo medo dos castigos, tão 
ou mais cruéis do que o próprio ato praticado. 
 
• A Lei de Talião era interpretada não só como um Direito, mas até 
como uma exigência social de vingança em favor da honra pessoal, 
familiar ou tribal. 
 
• A iraniana Ameneh Bahrami, 34, ficou desfigurada depois que um 
colega de faculdade com quem ela não queria se casar atirou ácido em 
seu rosto. Em 2011, ela obteve o direito de aplicar a Lei de Talião, mas, 
na última hora, perdoou o agressor. Residente na Espanha, Ameneh 
voltou ao Irã para lançar sua biografia 
 
 
5) CODIGO DE HAMURABI 
 
• O Código de Hamurabi, representa conjunto de leis escritas, 
 texto oriundo da Mesopotâmia. Acredita-se que foi escrito pelo 
rei Hamurábi, aproximadamente em 1700 a.C.. Buscando garantir o 
exercício de seu poder no rico território mesopotâmico, esse monarca 
decidiu empreender uma reforma jurídica que fixou uma série de 
importantes transformações. 
 
• Até o seu governo, as leis que regulamentavam os direitos e deveres 
dos babilônicos eram transmitidas por meio da oralidade. Ou seja, toda 
a lei que partia da autoridade real ou traçava as tradições jurídicas da 
população era repassada de boca em boca. 
 
A sociedade era dividida em três classes, que também pesavam na 
aplicação do código: 
 
• Awilum: Homens livres, proprietários de terras, que não dependiam do 
palácio e do templo; 
• Muskênum: Camada intermediária, funcionários públicos, que tinham 
certas regalias no uso de terras. 
• Wardum: Escravos, que podiam ser comprados e vendidos até que 
conseguissem comprar sua liberdade. 
 
• Muitas vezes, esse tipo de costume abria espaço para diversas 
contendas e modificações que poderiam ameaçar a estabilidade 
necessária a um regime controlado por um único indivíduo. Por isso, o 
rei Hamurábi ordenou a criação de um código de leis composto por 
aproximadamente 280 artigos devidamente registrados em um imenso 
monólito, que levava em seu topo um relevo com a imagem do próprio 
rei. 
 
Dessa forma, nascia um dos mais antigos códices de leis escrito em 
toda história humana: 
 
• 196º – Se alguém arranca o olho a um outro, se lhe deverá arrancar o 
olho. 
• 197º – Se ele quebra o osso a um outro, se lhe deverá quebrar o osso. 
• 200º – Se alguém parte os dentes de um outro, de igual condição, 
deverá ter partidos os seus dentes. 
• 202º – Se alguém espancar outro mais elevado que ele, deverá ser 
espancado em público sessenta vezes, com o chicote de couro de boi. 
• 206º – Se alguém golpeia outro em uma rixa e lhe faz uma ferida, ele 
deverá jurar: “Eu não o golpeei de propósito”, e pagar o médico. 
• 209º – Se alguém atinge uma mulher livre e a faz abortar, deverá pagar 
dez Ciclos pelo feto. 
• 210º – Se essa mulher morre, se deverá matar o filho dele. 
 
• NO BRASIL, É um crime previsto no CP a conduta do agente que “faz 
justiça com as próprias mãos”. – Art. 345 CP; 
 
• Defesa do consumidor 
 Na Babilônia haviam leis que protegiam cidadãos dos maus 
prestadores de serviços.- Art. 233 – CH –
“Se um pedreiro construir uma casa para um Awilum e não executouad
equadamente e o muro ameaça cair, esse pedreiro deverá reforçar o 
muro as suas custas”. 
 
• NO BRASIL – Art. 20 do CC – Segundo CDC assim abre-se para o 
consumidor três hipóteses deforma alternada: 1) Refazer o serviço; 
2) Ressarcimento; 3) Desconto no preço.Para acidente de consumo – 
Art. 14 do CDC. 
 
 
6) CÓDIGO DE MANU 
 
 
Introdução 
 
• A Índia era uma região isolada entre o Himalaia (a mais alta cadeia de 
montanhas do mundo) e O Oceano Índico ao sul, o que dificultava 
a comunicação com outros povos , isto é, sem influência externa. 
 
A Sociedade Hindu 
 
• A sociedade Hindu era dividida em castas e as regiões onde o 
hinduísmo permanece está inalterado até hoje. O sistema de castas não 
admite mudanças(ao menos em vida), portanto, nascer numa casta 
significa crescer nela,casar, ter filhos e morrer nela. A mistura de castas 
é considerado algo repulsivo, horroroso, hediondo, pois esta divisão foi 
feita na criação do mundo pelo deus BRAHMA. 
 
• O Código de Manu se refere as castas superior dos BRAHMANES 
Brâmanes – era a casta superior, considerada a mais pura fisicamente e 
principalmente espiritualmente. 
Na criação do mundo é representada pela cabeça do deus Brahma. 
• Ex de Brâmanes: médicos, líderes espirituais e administradores;Ksatryas 
 – era a casta dos guerreiros, na criação do mundo era representada 
pelo braço do deus Brahma,representavam a força,os reis saíram desta 
casta. 
 
• Varsyas ou Vaixás – era a casta dos comerciantes, muito ricos e 
poderosos como os brâmanes, na criação do mundo saíram da perna 
do deus Brahma. 
 
• Sudras – era a casta inferior, sendo considerados uma praga, nacriação 
do mundo saíram do pé do deus Brahma, quem eram: os pedreiros, os 
agricultores, cozinheiros, aqueles que trabalhavam para os outros. 
 
• Fora da Pirâmide – Fora das castas nós temos as pessoas consideradas 
o RESTO, nada, que eram os parias, não eram considerados casta, ex . 
sapateiros, coveiro, limpa-fossa e os curtidores. Na criação do mundo 
eram representados pela poeira debaixo do pé do deus Brahma. Dalits. 
 
• Em 1950 baniu o sistema de castas, que dificilmente corroborou para 
esquecer. 
 
7) A GRÉCIA ANTIGA 
 
a) Localização da Grécia Antiga 
 
Bacia do mar Egeu, abrangendo o território europeu ao sul da 
península balcânica, as ilhas dos mares Egeu e Jônio e acosta ocidental 
da Ásia menor. 
 
Daí se espalhou pelas costas dos mares negro e mediterrâneo, atingindo 
o sul da Itália e da França e a costa da Líbia no norte da áfrica, sendo o 
mar mediterrâneo sua principal via de comunicação. 
 
A civilização grega ou helênica começou a existir por volta de 1200 a 
1100 a.C., com a chegada dos dórios ao sul da península balcânica, 
conquistando os aqueus que aí habitavam. 
 
b) Povos que formaram a Civilização Grega: 
 
•Aqueus, Eólios, Jônios e Dórios(violência); 
•1ª Diáspora (Ilhas do Mar Egeu e Ásia Menor) formação de colônias 
 
Pater = líder; 
-Hierarquia = parentesco com Pater; 
-Propriedade coletiva; 
•Aumento da população dos genos e do consumo = em guerras; 
•União de GENOS = FRÁTRIAS; 
•União de FRÁTRIAS = TRIBOS; 
•União de TRIBOS = DEMOS (povo) – baseda PÓLIS grega; 
-Líder: Basileu (rei). 
 
c) Características Gerais da Grécia Antiga: 
 
•Território acidentado: 
•Desenvolvimento do comércio e navegação; 
•Descentralização política (Cidade-Estado); 
•Modo de produção escravista; 
•Contribuições nas artes, ciências e filosofia (formadores da cultura 
ocidental). 
•Grande desenvolvimento urbano nos séculos VIII e VII a.C.; 
•Desigual entre as cidades, devido ao grande crescimento populacional 
do período somado a uma retomada do progresso tecnológico, 
artesanal e comercial. 
•Este progresso gerou a queda da monarquia e o início de turbulências 
sociais, que produziram legislações e famosos legisladores. 
d) Divisão da história da Grécia Antiga 
 
•Período Pré-Homérico e Homérico (2800 –800 a. C.): 
povoamento da Grécia. 
•Período Arcaico (800–500 a.C): Formação da polis (cidade - 
Estado)–Período de grandes transformações. 
•Período Clássico (500–336 a.C): auge da polis –"Período das 
Hegemonias", destaque das cidades de Atenas e Esparta. 
•Período Helenístico (336–146 a.C): de Alexandre Magno à 
conquista romana do Mediterrâneo oriental). Longas e prolongadas 
guerras. 
 
Período Pré-Homérico e Homérico (2800 –800 a. C.) 
 
Civilização Creto-Micênica (cretenses+aqueus): 
Cretenses: comércio marítimo, talassocracia (poder nas mãos de elite 
comerciante), escrita silábica(Linear A e Linear B), destaque para as 
mulheres; 
Micênicos: Grécia Continental –aqueus. Conquistaram os cretenses, 
porém assimilaram alguns de seus valores culturais. 
 
 
Período Arcaico (800–500 a.C) 
 
Consolidação das Cidades-Estado (Pólis); 
•Principais: Esparta e Atenas (disputas); 
•Evolução geral das pólis: 
-Monarquia 
-Aristocracia 
-Democracia. 
Grandes transformações: A colonização, que estimulou o comércio, a 
indústria, o aparecimento da moeda, que propiciou a acumulação de 
riqueza e ao surgimento de nova classe social (plutocratas), a escrita e 
a obra dos legisladores. 
 
 
 
 
 
Período Clássico (500–336 a.C) 
 
-Guerras Médicas (490 –449 a.C); 
-Gregos X Persas (Xerxes); 
-Confederação ou Liga de Delos; 
-Supremacia naval e financeira de Atenas; 
-Batalhas de Maratona e Salamina; 
- 461–429 a.C – Auge de Atenas; 
-Século de Péricles (Idade de Ouro); 
-Soldo (Misthoy) para exército; Cargos públicos remunerados; 
-Imperialismo com cidades da Liga de Delos; 
-Transferência de recursos financeiros de Delos para Atenas; 
- Guerra do Peloponeso (431–404a.C.) 
–ESPARTA X ATENAS; 
-Crise da democracia e das Cidades-Estado gregas; 
-Breves períodos de preponderância de Esparta e posteriormente Tebas 
 
Período Helenístico (336–146 a.C) 
 
Prosperidade do mundo grego 
•Fortalecimento das cidades-Estado; 
•Produção de obras que marcam a cultura e a mentalidade ocidental; 
•Domínio Macedônico na Grécia; 
•Filipe II (359–336a.C.)– domínio da Grécia; 
•Alexandre (336–323a.C.)–conquistas territoriais amplas(Egito, Fenícia, 
Palestina, Mesopotâmia e Pérsia), fundação de cidades(Alexandrias); 
Após a morte de Alexandre (O Grande),Império esfacela-se entre 
disputas de generais; 
 
Helenismo: fusão da cultura grega com oriental; Artes plásticas –
realismo, violência, dor, sensualidade; 
-Ciências – PTOLOMEU (Geocentrismo) e ERASTÓSTENES 
(cálculo da circunferência da Terra); 
- Filosofia – ZENÃO (Estoicismo–aceitação), EPÍCURO 
(Epicurismo–busca do prazer), PIRRO (Ceticismo – não emitir 
julgamentos definitivos. Nada é o que parece). 
 
e) Organização Social de Atenas 
 
A população de Atenas dividia-se em três classes: cidadãos, metecos e 
escravos; 
•A cidadania era um privilégio que se adquiria pelo nascimento; 
 
•Somente filhos de pai e mãe atenienses se reservava o direito de serem 
cidadãos; 
 
•Os estrangeiros e seus descendentes, domiciliados em Atenas, 
formavam a classe dos metecos, excluídos, como os escravos, da vida 
política; 
 
•Diz-se em resumo, que em Atenas, todos cidadãos tinham direitos 
políticos, mas nem todos habitantes eram cidadãos. 
 
 
f) Organização Política de Atenas 
Havia em Atenas a classe dos aristocratas, os eupátridas (bem nascidos); 
Estes, após a morte de Codro, elegeram um magistrado vitalício, com o 
título de Arconde, responsável pelo governo, mas despojado das 
prerrogativas reais. 
•Mas tarde, tornaram o cargo temporário, limitando-o a dez anos de 
mandato; 
•Por fim, o Arcontado foi anual e passou a ser exercido por nove 
arcondes, um dos quais chamado arconde-rei, encarregado das funções 
religiosas; 
•Ao lado do Arcontado, com poderes administrativos militares e 
religiosos, funcionava o Aerópago, assembléia ou conselho formado 
pelos ex-arcondes,com poderes judiciários e também políticos. 
 
g) O DIREITO NA GRÉCIA ANTIGA e 
AS PRIMEIRAS LEIS ESCRITAS 
 
•Somente no meio do século VII a.C., estabeleceram os gregos suas 
primeiras leis codificadas oficiais; 
 
•Os gregos tinham clara a distinção entre lei substantiva (o próprio fim 
que a administração da justiça busca; determina a conduta e as relações 
com respeito aos assuntos litigados) e lei processual (trata dos meios e 
dos instrumentos pelos quais o fim deve ser atingido, regulando a 
conduta e as relações dos tribunais e dos litigantes com respeito à 
litigação em si). 
 
•As fontes das leis escritas são encontradas em inserções em pedra, 
madeiras e bronze, mas não chegaram até nós como os escritos da 
filosofia, literatura e história porque estes foram constantemente 
citados, copiados, o que não ocorreu com as leis gregas; 
 
•Os gregos não elaboram tratados sobre o direito, limitando-se apenas à 
tarefa de legislar como forma de solução de controvérsias; 
 
•Haviam árbitros públicos (visava reduzir a carga dos dikastas: o 
árbitro era designado pelo magistrado e tinha como principal 
característica a emissão de um julgamento correspondente à moderna 
arbitragem, mas que deu origem à jurisdição, tal como em Roma) e; 
 
•Árbitros privados (meio alternativo mais simples e mais rápido, 
realizado fora do tribunal, para se resolver um litígio, em que as 
próprias partes escolhiam árbitros entre pessoas de sua confiança. 
Buscava-se a equidade). 
 
•Não diferenciavam o direito civil do penal ou o direito público do 
privado, havia uma forma de mover uma ação: ação pública(graphé)–por 
cidadãos que se considerassem prejudicados pelo Estado–e açãoprivada(diké)–um debate judiciário entre dois litigantes, reivindicando 
um direito ou apresentando uma defesa, adstrito às partes (exemplos: 
assassinato, propriedade, assalto, violências sexual, roubo,etc.); 
 
•Cabia à pessoa lesada ou a seu representante legal intentar a ação, fazer 
a citação, tomar a palavra na audiência, sem auxílio do advogado; 
 
•Não havia, também juízes e promotores, apenas dois litigantes 
dirigindo-se a centenas de jurados (cidadãos comuns, os heliastas, 
sorteados anualmente), com julgamentos completados em um ou dois 
dias; 
 
•Os juízes dos demos tinham a responsabilidade da investigação 
preliminar, facilitando a vida dos cidadãos no campo. 
 
h) AS INSTITUIÇÕES 
 
Instituições políticas de governo da cidade: 
 
-Assembléia do Povo (ekklêsia): composta por todos os cidadãos 
acima de 20 anos e de posse de seus direitos políticos; se reuniam na 
praça pública (ágora) ou no grande teatro de Dionísio (quarto século), 
que delibera, decide, elege e julga. Constituía-se o órgão de maior 
autoridade; 
 
-Conselho dos Quinhentos (boulê): composto de 500 cidadãos (50 
para cada tribo), comida de acima de 30 anos e escolhidos por sorteio a 
partir de candidatura prévia. Eram submetidos a exame moral prévio 
pelos conselheiros antigos. O papel do Conselho, devido à sua 
dedicação total à atividade pública, era o de auxiliar a Assembléia. 
Assim, examinava, preparava as leis e as controlava; 
 
-Estrategos (501a.C.): em número de 10 eleitos pela Assembléia, eram 
eleitos e reeleitos indefinidamente. Tinham que ser cidadãos natos, 
casados legitimamente (não eram elegíveis os solteiros) e possuir uma 
propriedade financeira na Ática que assegurassem alguma renda. Sua 
atividade principal era administrar a guerra, distribuir os impostos e 
dirigir a polícia de Atenas e a defesa nacional. 
 
-Magistrados: eram sorteados dentre os candidatos eleitos (não 
poderiam ser reeleitos). Havia vários tipos de magistraturas, quase 
sempre agrupadas em colegiado, sendo o grupo mais importante o dos 
arcontes. 
 
-Arconte rei (basileu): tinha funções religiosas e presidia os tribunais 
do Areópago. Seis arcontes, denominados tesmótetas (thesmothétai) eram 
os presidentes de tribunais e, a partir do quarto século a.C., passaram a 
revisar e coordenar anualmente as leis. Resumindo, instruíam 
processos, ocupavam-se dos cultos e exerciam as funções municipais. 
 
Instituições relativas à administração da justiça 
 
Os tribunais de justiça criminal – o Areópago (julgava os homicídios 
dolosos) e os Efetas (julgava os homicídios culposos). 
 
Justiça civil – os árbitros, os heliastas e os juízes dos tribunais 
marítimos. 
 
Areópago 
 
Constituía-se de um conselho de membros da aristocracia ateniense, 
cujas atribuições, enquanto instância dos diferentes tipos de governo 
pelos quais Atenas passou, sofreram alterações ao longo do tempo. 
Entre seus membros, invariavelmente, eram escolhidos alguns que 
receberiam o título de arconte (uma espécie de "rei" ou "governante"), 
cada um responsável por um aspecto diferente do governo de Atenas. 
 
O nome "areópago" é a adaptação de areopagus (ou Areios Pagos, de 
"Ἄρειος πάγος"), que significa algo como "Colina de Ares", em 
referência ao deus da guerra grego. Tal referência se deve ao fato de os 
membros do Areópagos, por serem aristocratas, cumprirem em geral a 
função de guerreiros de elite em tempos bélicos, responsáveis pela 
proteção da cidade. 
 
Éfetas 
 
É um tribunal também muito antigo. Na época clássica, os cinquenta e 
um Éfetas julgavam certos crimes, em quatro tribunais especiais. No 
Pritaneu, julgavam o autor desconhecido de um crime de morte e os 
animais ou objectos que tinham causado a morte de um ser humano. 
No Paládio, julgavam os homicídios involuntários. No Delfínio, eram 
julgados os homicídios com justificativa legal (legítima defesa). Em 
Freátis (pequeno golfo perto do Pireu), eram julgados os cidadãos que 
tivessem sido banidos e que, após o exílio, tivessem praticado um 
homicídio em terra estrangeira. Tal como aconteceu com o Areópago, 
as suas atribuições foram sendo progressivamente diminuídas e 
transferidas para a heliastas. 
 
Heliastas 
 
É neste tribunal que eram julgados a maioria dos processos. E, tal 
como nos assuntos políticos, o povo ateniense era soberano em matéria 
judiciária. Assim, anualmente, os arcontes sorteavam seis mil jurados de 
entre todos os cidadãos com mais de 30 anos. Depois escolhidos, os 
heliastas (nome que tinham os membros da Heliéia), prestavam 
juramento. Após este juramento, os seis mil jurados eram divididos em 
dez secções de quinhentos membros cada, ficando os restantes mil 
como suplentes. O número de heliastas convocado para cada 
julgamento era determinado pelo magistrado que efetuava a instrução 
do processo e escolhido mediante a importância da causa em 
julgamento. Aos heliastas era-lhes paga uma indenização diária, 
relativamente elevada, o que levava a que a função de jurado se tenha 
tornado um meio de vida para os Atenienses pobres. 
 
 
LEGISLADORES FAMOSOS 
 
Zaleuco de Locros (650a.C) 
 
- o primeiro código escrito de leis; 
-Primeiro legislador a fixar penas determinadas para cada tipo de crime. 
 
 
 
 
Drácon (620a.C) 
 
-Dracon era um eupátrida; 
-Ficou conhecido por sua severidade; 
-Fornece a Atenas seu primeiro código de leis; 
-Responsável pela introdução do princípio do direito penal: a distinção 
entre os diversos tipos de homicídio: 
a)Voluntário: julgados pelo Areópago; 
b)homicídio involuntário e em legítima defesa: julgados pelo Tribunal 
dos Éfetas – composto de 51 pessoas com mais de 50 anos e designadas 
por sorteio. 
•O Areópago enviava a esses tribunais os casos de homicídio 
involuntário ou desculpável. 
Reproduziu o direito antigo, ditado por uma religião implacável que via 
em todo erro uma ofensa às divindades e em toda ofensa às divindades 
um crime odioso; 
•Quase todos os crimes eram passíveis de pena de morte (O roubo era 
punido com a morte, porque o roubo era um atentado à religião da 
propriedade); 
•Possuía dureza e a rigidez da velha lei não escrita; 
•Estabelecia uma demarcação bem profunda entre as classes; 
•Reconheceu uma existência legal aos cidadãos e indicou o caminho da 
responsabilidade individual. 
 
Sólon(594-593a.C) 
 
•Cria um código de leis (alterando o código de Drácon); 
•Promove uma reforma institucional, econômica (reorganizando a 
agricultura, incentivando a cultura da oliveira e da vinha e exportação 
do azeite) e social (obrigação dos pais a ensinarem um ofício a seus 
filhos, os quais, caso contrário, ficariam desobrigados de ampará-los na 
velhice; 
Eliminação de hipotecas e libertação dos escravos por dívidas; 
•Atrai, também, artífices estrangeiros com a promessa de concessão de 
cidadania; 
Os irmãos repartirão o patrimônio (direito ainda não conferido à 
mulher, mesmo que filha única, a herança fica com o agnado mais 
próximo que detém a sucessão, mas dará filha única o gozo do 
patrimônio forçando o herdeiro a desposá-la); 
•Introduziu o testamento (antes os bens não pertenciam ao indivíduo, 
mas sim à família), o homem passa a poder dispor de sua fortuna e 
escolher seu legatário, mas o filho foi conservado com o herdeiro 
necessário; 
•Proibiu o pai de vender a filha (a religião primitiva o permitia, a não 
ser que ela tivesse cometido um delito grave); 
•Permitir à mulher que retome seu dote; 
•As leis são as mesmas para todos; 
•Garantiu a liberdade individual; 
•O direito de demandar em justiça um crime é concedido a todo 
cidadão, e não mais somente à família da vítima; 
•Estabeleceu um imposto progressivo sobre os rendimentos; 
•Acaba com a divisão da sociedade em classes societárias; 
•Os poderes do governo foram divididos em quatro corpos políticos: o 
Arcontado, o Bulé, a Eclésia e o Aerópago.Para o primeiro, só podiam 
ser eleitos os cidadãos da primeira classe, isto é,os mais ricos; o Bulé, 
era um conselho de 400 cidadãos, eleitos entre os membros das 
primeiras três classes, a Eclésia, ou assembléia do povo, pertenciam 
vinte mil cidadãos, incluindo-se os que nada possuíam. 
•O Aerópago manteve a estrutura anterior. 
 
Clístenes 
 
É eleito por vontade do povo; 
•Considerado o pai da democracia grega. Os gregos chamavam a 
palavra governo de Kratía, e demo–povo, por isso seu governo era 
chamado de democracia (governo do povo); 
•Atuando como legislador, realizou verdadeira reforma instaurando 
nova Constituição. 
 
-Re-divisão social em 10 tribos; 
-Bulé ampliada(500 membros); 
-10 Arcontes – um por tribo; 
-Eclésia: 6mil membros, com mais poder; 
-Ostracismo – afastamento da cidade(10 anos); 
-Estabilidade social e progresso. 
-Mulheres, Metecos (estrangeiros)e escravos: sem direitos; 
-Cidadãos: Homens, adultos, filhos de pai e mãe atenienses, nascidos 
em Atenas. 
 
Pisístrato (546-510a.C) 
 
Déspota esclarecido cujo período coincide com importante fase de 
desenvolvimento econômico de Atenas (são desta fase as famosas 
moedas de prata com a imagem da coruja, símbolo da deusa protetora 
da cidade); 
-Administrou com justiça e acerto, respeitando as leis de Sólon e 
procurando melhorar as condições dos menos favorecidos; 
-A ele se atribuía iniciativa de determinar a compilação das obras de 
Homero; 
 
-Quando morreu, sucederam-lhe os filhos Hiparco e Hípias: aquele foi 
morto numa conjuração e este foi obrigado a fugir, por força de uma 
sublevação de nobres atenienses (510a.C.). 
 
 
8) A HISTÓRIA DE ROMA E DO DIREITO ROMANO 
 
 
Divisão da história em períodos 
 
• ARCAICO (Da fundação até sec II a.C.) direito muito antigo. 
 
• CLÁSSICO ( 150 a.C. a 284 d. C.) direito de uma sociedade evoluída, 
individualista, fixado por juristas. 
 
• PÓS-CLÁSSICO (Época do Baixo Império, nascido a partir do sec III 
a. C.) dominado pela atividade legislativa dos Imperadores. 
 
Os latinos: Os latinos eram um grupo dos indo-europeus que chegou à 
península itálica mais ou menos na mesma época em que chegaram os aqueus 
na península grega, por volta de 2.000 a.C., e se estabeleceu numa pequena 
faixa territorial do que hoje é a Itália. 
 
A lenda e a arqueologia: Foi ali que surgiu Roma, cidade que, segundo a lenda, 
foi construída pelos irmãos gêmeos Rômulo e Remo, descendentes dos 
troianos, no ano de 753 a.C. Porém, a arqueologia afirma que Roma foi 
construída bem antes, e teve sua origem em um forte levantado pelos latinos e 
sabinos para se defenderem de outros povos, principalmente dos etruscos, 
que se estabeleceram ao norte. 
 
 
A) A Monarquia (753 a.C. a 509 a.C.) 
 
• A Monarquia: A primeira fase da história de Roma é a Monarquia. Os 
historiadores, para estabelecer a data da origem da Monarquia, se 
basearam na obra Eneida, de Virgílio, que concorda com a lenda, 
dizendo que Roma foi fundada em 753 a.C. A fase monárquica – ou 
seja, do governo de um só – vai de 753 a.C. a 509 a.C. 
 
• O poder dos reis: Durante esse período, Roma foi governada por reis 
que detinham um poder quase absoluto sobre a cidade. Acredita-se que 
o poder dos reis estava ligado à sua origem nobre – eram descendentes 
dos primeiros fundadores de Roma (os latinos) – e à sua relação com os 
deuses. 
 
A Sociedade Romana 
 
• Patrícios (nobres, aristocratas): descendentes dos fundadores de Roma 
e donos das maiores e melhores propriedades rurais. 
 
• Plebeus: descendentes dos povos autóctones, que já se encontravam 
naquela região antes da chegada dos latinos, que os submeteram, 
tomando deles as terras mais produtivas: eram pequenos comerciantes, 
artesãos e proprietários de terras pouco férteis. 
 
• Em 640 a.C. os etruscos tomaram o poder e impuseram a Roma seus 
reis. O último rei etrusco de Roma foi Tarquínio, o soberbo, que foi 
deposto por um grupo de patrícios romanos em 509 a.C. 
 
 
B) A República Romana (509 a.C. – 27 a.C.) 
 
• República é o governo da res publica (coisa pública). Em Roma, a 
República surgiu em um contexto de diminuição do poder dos 
patrícios, pois o último rei etrusco estava se aproximando muito da 
plebe, comprometendo-se com ela. A República que surgiu, após o 
golpe patrício, foi uma república aristocrática, dominada pelos patrícios. 
Seria uma república democrática se o governo da coisa pública estivesse 
nas mãos do povo. 
 
 
As instituições republicanas 
 
• A Assembléia Centuriata: Era formada por centúrias, grupos de 
soldados em armas (homens romanos de 17 a 46 anos com condições 
de se armarem), organizados de acordo com o tipo de armamento de 
cada membro. Normalmente haviam mais centúrias patrícias que 
plebéias. E o voto era por centúria. 
 
• Funções da Assembléia: Votava as leis e escolhia os cônsules, que 
eram eleitos anualmente, em número de dois, e governavam juntos a 
cidade – mas um podia vetar os atos do outro. Eram auxiliados por 
outros magistrados: os pretores (justiça); os censores, (censo e bons 
costumes); e pelos questores (finanças). 
 
• O Senado: Grande órgão consultivo e administrativo, que já existia 
no tempo dos reis, mas que passou a ter um papel mais importante na 
República. Supervisionava as finanças públicas, garantia o culto 
religioso e conduzia a política externa. Era composto por 300 
senadores, escolhidos pelos cônsules, que ocupavam o cargo de forma 
vitalícia. Formado por patrícios. Atribuições: 
 
- Auctoritas patrum, ratificação de toda decisão de uma assembléia, 
designadamente o voto de uma lei ou a eleição de um magistrado; depois, a 
ratificação transforma-se em autorização prévia. 
 
- Podia formular os princípios de uma nova lei ( senatus-consulto), convidando 
os magistrados a sancioná-la. 
 
- Intervinha na autorização de despesas públicas, no recrutamento das tropas, 
nas relações externas e no controle dos magistrados. 
 
 
Conquistas da Plebe 
 
• Com o tempo, os plebeus conseguiram ampliar sua participação 
política, por meio de revoltas: conseguiram a implantação de uma 
assembléia mais democrática, com maior participação de plebeus; 
conseguiram que um dos dois cônsules fosse sempre plebeu e que as 
leis de Roma fossem escritas, para que todos pudessem conhecê-las. 
 
C) Império (27 a.C. a 476 d.C.) 
 
• Em 27 a.C. tem início o Império, a última fase da história de Roma. 
Surge uma nova forma de governo, exercido pelo comandante do 
exército, o imperator. Otávio, general romano sagaz, recebeu em 27 a.C., 
do Senado, o título de Augusto, até então atribuído exclusivamente aos 
deuses. Esse título inaugurou também o culto ao imperador, dando a 
ele poderes quase absolutos. Os futuros imperadores de Roma 
passaram a ser escolhidos, de tempos em tempos, pelo imperador em 
exercício ou pelo exército, que simplesmente impunha um outro 
general como imperador. A República não tinha condições de 
administrar um território de vastas proporções. 
 
Administração do Império 
 
• Por volta de 117 d.C., o Império tinha cerca de 6,5 milhões de 
quilômetros quadrados: dele faziam parte um bom pedaço da Europa, 
grande parte do Oriente Médio e quase todo o litoral norte da África. 
Para administrar esse vasto império, os romanos criaram províncias, 
unidades político-administrativas para onde o imperador mandava 
funcionários para administrá-las em seu nome; construíram uma 
complexa rede de estradas, por onde circulavam as carruagens e cavalos 
dos romanos e os comboios de mercadorias que cortavam todo o 
Império. 
 
A Crise do Império (séc. III,IV e V) 
 
• A partir do século III d.C., o Império parou de expandir, e isso levou 
a uma crise do sistema escravista, pois com o término das conquistas, 
perdeu-se a principal fonte de mão-de-obra: os prisioneiros 
escravizados. Sem novos contingentes de escravos paraproduzir 
riqueza, os romanos passaram a ter sérias dificuldades para proteger e 
defender suas fronteiras. 
 
• Para complicar ainda mais, no Norte da Europa – região não ocupada 
por eles – viviam os “bárbaros”, que percebendo a fraqueza dos 
romanos, invadiram o império. 
 
 
O ANTIGO DIREITO ROMANO 
 
• Roma é dominada pela organização clânica das grandes famílias, as 
gentes. 
• Autoridade do chefe: quase ilimitada; terra é inalienável 
 
Pretor (em latim Pretor) 
 
Era um cargo associado ao cursus honorum (carreira política em Roma Antiga), 
ou seja, exerciam funções judiciárias. O primeiro pretor foi eleito em 356 
a.C. pela assembleia das centúrias. Ao longo do tempo, o número foi 
aumentando devido às crescentes necessidades administrativas da República 
Romana. Havia vários tipos de pretores, entre eles o "pretor urbano", que 
cuidava da cidade de Roma, e o "'pretor peregrino", que cuidava da zona 
rural e da relação com os peregrini (as comunidades sem cidadania romana). 
 
O Pretor era um magistrado romano investido de poderes extraordinários. 
Era hierarquicamente subordinado ao cônsul, e equivalia modernamente 
ao juiz ordinário ou de primeira instância. 
 
Tinha por função administrar a justiça e era posto privativo das 
famílias patrícias, até 337 a.C., quando os plebeus puderam ascender ao 
cargo. Os pretores, cujo cargo era vitalício, estabeleciam as audiências do 
fórum, cujo processo inspirou o direito processual, especialmente da área 
cível, no Ocidente atual. 
 
O processo formular 
 
O pretor, como magistrado, tinha amplo poder de mando, denominado 
imperium. Utilizou dele, de forma mais ampla, a partir da Lei Aebutia, no 
século II a.C., que, modificando o processo, permitiu que atuasse com mais 
arbítrio. A partir dessa lei, o pretor, ao fixar os limites da demanda, podia dar 
instruções ao juiz sobre como ele deveria apreciar as questões de direito. 
Fazia isto por escrito, pela fórmula. Podia deixar de admitir ações perante ele 
propostas ou, também, admitir novas ações até então desconhecidas no 
direito antigo romano. Essas reformas completavam, supriam e corrigiam as 
regras antigas, adaptando-as às novas realidades sociais. As fórmulas eram 
utilizadas na primeira fase do processo, denominada in iure, que ocorria 
perante o pretor. Sua função era organizar a controvérsia, transformando o 
conflito real num conflito judicial. A segunda fase, a in iudicium, era o 
momento em que a controvérsia desenvolvia-se perante um juiz ou árbitro 
(cidadão particular), com base nas fórmulas apresentadas na in iure. As 
fórmulas que o pretor ia seguir eram publicadas por meio de Editos, 
veiculados antes de sua posse. Como o cargo de pretor tinha mandato de um 
ano, os editos se sucediam, normalmente aproveitando-se dos anteriormente 
publicados, mas sempre com uma nota de originalidade, buscando adaptar o 
direito civil às mudanças nas condições de vida da cidade. 
 
A fórmula foi uma criação espetacular. Era uma espécie de decreto 
pretoriano, em forma de carta dirigida ao juiz, resumindo a causa, 
estabelecendo os limites subjetivos e objetivos da lide processual, indicando 
as provas a serem produzidas. Ao gerar uma decisão revestida da coisa 
julgada material, sem decisão de mérito, funcionava como um relatório 
definitivo. Quem julgava a causa era o juiz ou o árbitro, resolvendo-se a 
fórmula. Com o processo formular o pretor passa a se impor para resolver 
com eqüidade os casos concretos, antes submetidos ao rigorismo das 
formalidades. É um processo mais rápido, menos formalista e escrito. 
 
É a partir do processo formular que se dá a flexibilização do direito civil 
romano. As fórmulas resumem em termos jurídicos os detalhes da lide. O 
processo formular tem a vantagem de acompanhar a evolução social. 
 
1. Nomeação do juiz: "Tício seja juiz". 
2. Demonstração: "Desde que Aulo Agério vendeu um cavalo a Numério Negídio" 
3. Pretensão: "Provar que Numério Negídio deve dar a Aulo Agério dez mil sestércios." 
4. Condenação: "O juiz condenará Numério Negídio a pagar a Aulo Agério dez mil 
sestércios; se não provar, absolverá Numério Negídio." 
 
Fontes do Direito na Monarquia 
 
As fontes do direito na fase da realeza são apenas duas: o costume (fonte 
principal) e a lei (secundária). E, tendo em vista o amplo domínio dos deuses 
sobre o homem, essas fontes são extremamente influenciadas pela religião. 
Costume pode ser entendido como o “uso repetido e prolongado de norma 
jurídica tradicional, jamais proclamada solenemente pelo Poder Legislativo”. 
Sua autoridade resulta de um acordo tácito entre todos os componentes da 
cidade. 
 
Já a lei decorre de uma iniciativa do rei, tendo em vista um caso concreto em 
que alguém deseja agir contrariando algum costume. Essa proposta do rei 
pode ou não ser aceita pelo povo. Se for aceita, a lex é analisada pelo senado. 
Caso ratificada torna-se obrigatória perante todos. 
 
Aqui, a autoridade da lei resulta, ao contrário do costume, de um acordo 
formal entre todos os cidadãos. Então, o Direito na realeza é: 
 
- Casuístico, porque era criado para cada caso concreto. 
- Empírico, porque se baseava na observação prática, nada possuindo de 
científico. 
- A posteriori, porque nascia depois do fato concreto. 
- Concreto, uma vez que nada tinha de abstrato, vinculando-se exclusivamente 
ao caso concreto”. 
 
Então, a lei na fase da realeza teria surgido de forma gradativa e “como parte 
da religião. As normas sobre direito de propriedade e de sucessão estavam 
dispersas entre as regras relativas aos sacrifícios, à sepultura e ao culto dos 
antepassados” 
 
Fontes do Direito na República 
 
As fontes do direito na fase da República são cinco: os costumes, as leis 
escritas, o senatusconsultos, a jurisprudência e os editos dos magistrados. 
 
Em se tratando de um povo conservador, os costumes continuam 
desempenhando um papel importante como fonte do direito em Roma. Para 
César Fiúza, “um costume só será fonte de Direito, só será verdadeiramente 
costume se nele estiverem presentes o uso (repetição constante de uma 
prática) e a opinio necessitatis (convicção de que aquele uso tem força de norma 
jurídica).” 
 
Para José Cretella Júnior, a autoridade de um costume resulta de um acordo 
tácito entre os componentes da cidade. Para esse autor, costume pode ser 
entendido como o “uso repetido e prolongado de norma jurídica tradicional, 
jamais proclamada solenemente pelo Poder Legislativo” 
 
Pela incerteza oriunda de um ordenamento baseado em costumes, a plebe luta 
por uma lei escrita, pública, conhecida e que possa ser invocada contra 
qualquer um. Havia duas espécies de leis escritas, as leges rogataee as leges datae. 
As primeiras eram propostas por iniciativa de um magistrado, votadas pelo 
povo e homologadas pelo Senado. Já as leges datae eram medidas unilaterais 
tomadas diretamente pelos cônsules, em nome do povo, sem votação e nem 
homologação do Senado. 
 
Das leis escritas, fundamental mencionar sobre a Lei das XII Tábuas, 
considerada até mesmo como sendo fonte de todo o direito privado. Elas 
“foram escritas em meio a uma evolução social; foram os patrícios que as 
fizeram, mas a pedido e para uso da plebe”. Esse pedido foi feito através de 
protestos e revoltas populares. 
 
Diante do caráter tipicamente romano da Lei das XII Tábuas, ocorreu 
imediata aceitação e, assim que publicadas, passaram a regular as relações do 
povo de Roma.Há autores que afirmam de modo diferente, que essa Lei teria 
sido fruto de compilação dos costumes da época. 
 
O senatusconsultos era a consulta que o Senado fazia após convocação por um 
magistrado. Era “uma espécie de parecer senatorial”. Não tinha força de lei. 
 
A jurisprudência, que também pode ser chamada de interpretação dos 
prudentes, seria como se fosse nossa atualdoutrina jurídica, contendo 
interpretações e adaptações à lei. 
 
Como a lei na época tinha muitas lacunas, de extrema importância o trabalho 
dos jurisprudentes, que eram “jurisconsultos encarregados de preencher as 
lacunas deixadas pelas leis”. 
 
Os editos dos magistrados tinham grande relevância na fase da república. 
Eram um conjunto de cláusulas, que funcionavam como normas, expondo a 
plataforma que seria aplicada para os casos que fossem apresentados. Eram 
divulgados assim que os magistrados assumiam o cargo. 
 
Fontes do Direito no Alto Império 
 
As fontes do direito na fase do alto império são seis, conforme ensina José 
Cretella Júnior: costume, lei, senatusconsultos, editos dos magistrados, 
constituições imperiais e a jurisprudência. 
Os costumes continuam desempenhando um papel importante como fonte do 
direito. Isso eis que o povo romano é extremamente conservador. 
 
Das leis escritas, ainda havia duas espécies: as leges rogatae, que assumem grande 
importância, e as leges datae, que perdem relevância nessa época. 
 
O senatusconsultos, espécie de consultoria senatorial, era feito através de um 
parecer, a pedido do príncipe. Passam, na fase do Alto Império, a ter força de 
lei. 
 
Os editos dos magistrados, nesta fase, perdem importância, eis que os 
magistrados foram perdendo o direito de editar editos de seus antecessores. 
Então, os pretores passaram a apenas reproduzir os editos passados. Isso 
ocorreu até que “Adriano (117 a 138), finalmente, encarregou o jurisconsulto 
Sálvio Juliano de fixar e sistematizar em um único texto os editos pretorianos. 
A obra denominou-se Edito Perpétuo, por ser imutável. A partir daí, os 
pretores só podiam inovar por solicitação do Imperador ou do Senado.” 
 
Para José Cretella Júnior, as constituições imperiais podiam ser de quatro 
tipos: 
 
- Edicta são proclamações feitas pelo imperador, ao ser consagrado, do 
mesmo modo que os pretores quando assumiam as preturas. 
 
- Mandata são instruções que o príncipe envia aos funcionários da 
administração, principalmente aos governadores imperiais das províncias, 
indicando-lhes um plano a seguir no exercício de suas magistraturas. 
 
- Decreta são decisões que o imperador toma, como juiz, nos processos que 
lhe são submetidos pelos particulares em litígio. São sentenças emanadas extra 
ordinem, fugindo, pois, aos princípios da ordo judiciorum. Tomadas com 
relação a um caso particular, passam, como os atuais acórdãos, a ser invocados 
para situações iguais ou semelhantes, até que Justiniano, mais tarde, lhes dá 
força de lei. 
 
 - Rescripta são respostas dadas pelo imperador a consultas jurídicas que lhe 
são feitas ou por particulares (subscriptio) ou por magistrados (epístula).” 
 
Por fim, a jurisprudência, considerada fonte eis que vinculava as decisões 
judiciais, “equivalia a nossa doutrina. Diga-se que o imperador podia atribuir a 
certos juristas o chamado ius respondendi, que conferia a seus pareceres maior 
força que aos dos demais”. 
 
 
Fontes do Direito no Baixo Império 
 
 
O imperador, conforme já mencionado, concentrava em si todos os poderes 
nesse período. Detinha o poder absoluto. E, além disso, o monarca invocava 
“a vontade divina como fonte de inspiração de sua autoridade: o que agradou ao 
príncipe tem força de lei (“quod principi placuit, legis habet vigorem”). É 
a monarquia absoluta.” 
 
Diante dessa centralização de poderes, desaparecem as antigas fontes, 
restando as constituições imperiais como única fonte de direito no período do 
baixo império, conforme José Cretella Júnior. Eram chamadas de leges. Já 
César Fiúza considera como fontes desse período, além das constituições 
imperiais, “basicamente os costumes, a lei escrita e a jurisprudência 
(doutrina).” 
 
Nesse período, ocorreram várias compilações particulares (elaboradas ou 
editadas por iniciativa privada) e oficiais (criadas por iniciativa de um 
Imperador). Apesar de todas essas codificações, o Imperador Justiniano ainda 
elaborou novas Constituições. Mas, “foi no século XVI que o jurisconsulto 
francês Denis Godefroy reuniu todas essas compilações em um só volume, 
dando-lhe o nome de Corpus Iuris Civilis. A primeira edição é de 1583; a 
segunda, de 1604.” 
 
O Corpus Iuris Civilis, por reunir em um só volume várias compilações de leis 
de sua época e de épocas anteriores, é considerado uma dos maiores heranças 
deixadas pela civilização de Roma. Vale mencionar que essa foi a procedência 
de muitos institutos jurídicos do nosso tempo. 
 
 
 
 
LEI DAS XII TÁBUAS 
 
• Revela um estágio da evolução do direito público e privado comparável 
ao que é conhecido em Atenas pelas leis de Drácon e Sólon. 
 
• Abole a solidariedade familiar, mas mantém a autoridade quase 
ilimitada do chefe de família; reconhece a igualdade jurídica; proíbe as 
guerras privadas; institui um processo penal; as terras se tornam 
alienáveis; direito de testar. 
 
TÁBUA PRIMEIRA 
Do chamamento a Juízo 
1. Se alguém for chamado a Juízo, compareça. 
2. Se não comparecer, aquele que o citou tome testemunhas e o prenda. 
3. Se procurar enganar ou fugir, o que o citou poderá lançar mão sobre 
(segurar) o citado. 
4. Se uma doença ou a velhice o impedir de andar, o que o citou lhe forneça 
um cavalo. 
5. Se não aceitá-lo, que forneça um carro, sem a obrigação de dá-lo coberto. 
6. Se se apresentar alguém para defender o citado, que este seja solto. 
7. O rico será fiador do rico; para o pobre qualquer um poderá servir de 
fiador. 
8. Se as partes entrarem em acordo em caminho, a causa estará encerrada. 
9. Se não entrarem em acordo, que o pretor as ouça no comitium ou no forum e 
conheça da causa antes do meio-dia, ambas as partes presentes. 
10. Depois do meio-dia, se apenas uma parte comparecer, o pretor decida a 
favor da que está presente. 
11. O pôr-do-sol será o termo final da audiência. 
TÁBUA SEGUNDA 
Dos julgamentos e dos furtos 
1. … cauções … subcauções … a não ser que uma doença grave…, um voto 
…, uma ausência a serviço da república, ou uma citação por parte de 
estrangeiro, dêem margem ao impedimento; pois se o citado, o juiz ou o 
arbitro, sofrer qualquer desses impedimentos, que seja adiado o julgamento. 
2. Aquele que não tiver testemunhas irá, por três dias de feira, para a porta da 
casa da parte contrária, anunciar a sua causa em altas vozes injuriosas, para 
que ela se defenda. 
3. Se alguém cometer furto à noite e for morto cm flagrante, o que; matou não 
será punido. 
4. Se o furto ocorrer durante o dia e o ladrão for flagrado, que seja fustigado e 
entregue como escravo à vítima. Se for escravo, que seja fustigado e 
precipitado do alto da rocha Tarpéia. 
5. Se ainda não atingiu a puberdade, que seja fustigado com varas a critério do 
pretor, e que indenize o dano. 
6. Se o ladrão durante o dia defender-se com arma, que a vítima peça socorro 
cm altas vozes e se, depois disso, matar o ladrão, que fique impune. 
7. Se, pela procura cum lance licioque, a coisa furtada for encontrada na casa de 
alguém, que seja punido como se fora um furto manifesto. 
8. Se alguém intentar ação por furto não manifesto, que o ladrão seja 
condenado no dobro. 
9. Se alguém, sem razão, cortar árvores de outrem, que seja condenado a 
indenizar à razão de 25 asses por árvore cortada. 
10. Se alguém se conformar (ou se acomodar, transigir) com um furto, que a 
ação seja considerada extinta. 
11. A coisa furtada nunca poderá ser adquirida por usucapião. 
TÁBUA TERCEIRA 
Dos direitos de crédito 
1. Se o depositário, de má fé, praticar alguma falta com relação ao depósito, 
que seja condenado em dobro. 
2. Se alguém colocar o seu dinheiro a juros superiores a um por cento ao ano, 
que seja condenado a devolver o quádruplo. 
3. O estrangeiro jamais poderá adquirir bem algum por usucapião. 
4. Aquele que confessar dívida perante o magistrado, oufor condenado, terá 
30 dias para pagar. 
5. Esgotados os 30 dias e não tendo pago, que seja agarrado e levado à 
presença do magistrado. 
6. Se não pagar e ninguém se apresentar como fiador, que o devedor seja 
levado pelo seu credor e amarrado pelo pescoço e pés com cadeias com peso 
máximo de 15 libras; ou menos, se assim o quiser o credor. 
7. O devedor preso viverá à sua custa, se quiser; se não quiser, o credor que o 
mantém preso dar-Ihe-á por dia uma libra de pão ou mais, a seu critério. 
8. Se não houver conciliação, que o devedor fique preso por 60 dias, durante 
os quais será conduzido em três dias de feira ao comitium, onde se proclamará, 
em altas vozes, o valor da dívida. 
9. Se não muitos os credores, será permitido, depois do terceiro dia de feira, 
dividir o corpo do devedor em tantos pedaços quantos sejam os credores, não 
importando cortar mais ou menos; se os credores preferirem poderão vender 
o devedor a um estrangeiro, além do Tibre. 
TÁBUA QUARTA 
Do pátrio poder e do casamento 
1. É permitido ao pai matar o filho que nasceu disforme, mediante o 
julgamento de cinco vizinhos. 
2. O pai terá sobre os filhos nascidos de casamento legítimo o direito de vida 
e de morte e o poder de vendê-los. 
3. Se o pai vender o filho três vezes, que esse filho não recaia mais sob o 
poder paterno. 
4. Se um filho póstumo nascer até o décimo mês após a dissolução do 
matrimônio, que esse filho seja reputado legítimo. 
 
TÁBUA QUINTA 
Das heranças e tutelas 
1. As disposições testamentárias de um pai de família sobre os seus bens, ou a 
tutela dos filhos, terão a força de lei. 
2. Se o pai de família morrer intestado, não deixando herdeiro seu 
(necessário), que o agnado mais próximo seja o herdeiro. 
3. Se não houver agnados, que a herança seja entregue aos gentis. 
4. Se um liberto morrer intestado, sem deixar herdeiros seus, mas o patrono 
ou os filhos do patrono a ele sobreviverem, que a sucessão desse liberto se 
transfira ao parente mais próximo da família do patrono. 
5. Que as dívidas ativas e passivas sejam divididas entre os herdeiros, segundo 
o quinhão de cada um. 
6. Quanto aos demais bens da sucessão indivisa, os herdeiros poderão 
partilhá-los, se assim o desejarem; para esse: fim o pretor poderá indicar três 
árbitros. 
7. Se o pai de família morrer sem deixar testamento, indicando um herdeiro 
seu impúbere, que o agnado mais próximo seja o seu tutor. 
8. Se alguém tornar-se louco ou pródigo e não tiver tutor, que a sua pessoa e 
seus bens sejam confiados à curatela dos agnados e, se não houver agnados, à 
dos gentis. 
TÁBUA SEXTA 
Do direito de propriedade e da posse 
1. Se alguém empenhar a sua coisa ou vender em presença de testemunhas, o 
que prometeu terá força de lei. 
2. Se não cumprir o que prometeu, que seja condenado em dobro. 
3. O escravo a quem for concedida a liberdade por testamento, sob a condição 
de pagar uma certa quantia, e que for vendido em seguida, tornar-se-á livre, se 
pagar a mesma quantia ao comprador. 
4. A coisa vendida, embora entregue, só será adquirida pelo comprador depois 
de pago o preço. 
5. As terras serão adquiridas por usucapião depois de dois anos de posse, as 
coisas móveis depois de um ano. 
6. A mulher que residir durante um ano em casa de um homem, como se fora 
sua esposa, será adquirida por esse homem e cairá sob o seu poder, salvo se se 
ausentar da casa por três noites. 
7. Se uma coisa for litigiosa, que o pretor a entregue provisoriamente àquele 
que detiver a posse; mas se se tratar da liberdade de um homem que está em 
escravidão, que o pretor lhe conceda a liberdade provisória. 
8. Que a madeira utilizada para a construção de uma casa, ou para amparar a 
videira, não seja retirada só porque o proprietário reivindicar; mas aquele que 
utilizou a madeira que não lhe pertencia seja condenado a 
pagar o dobro do valor; e se a madeira for destacada da construção ou do 
vinhedo, que seja permitido ao proprietário reivindicá-la. 
9. Se alguém quer repudiar a sua mulher, que apresente as razões desse 
repúdio. 
TÁBUA SÉTIMA 
Dos delitos 
l. Se um quadrúpede causar qualquer dano, que o seu proprietário indenize o 
valor desse dano ou abandone o animal ao prejudicado. 
2. Se alguém causar um dano premeditadamente, que o repare. 
3. Aquele que fizer encantamentos contra a colheita de outrem; ou a colher 
furtivamente à noite antes de amadurecer ou a cortar depois de madura, será 
sacrificado a Ceres. 
4. …. 
5. Se o autor do dano for impúbere, que seja fustigado a critério do pretor e 
indenize o prejuízo em dobro. 
6. Aquele que fizer pastar o seu rebanho em terreno alheio, 
7. e o que intencionalmente incendiar uma casa ou um monte de trigo perto 
de uma casa, seja fustigado com varas e em seguida lançado ao fogo. 
8. mas se assim agir por imprudência, que repare o dano; se não tiver 
recursos para isso, que seja punido menos severamente do que se tivesse agido 
intencionalmente. 
9. Aquele que causar dano leve indenizará 25 asses. 
10. Se alguém difamar outrem com palavras ou cânticos, que seja fustigado. 
11. Se alguém ferir a outrem, que sofra a pena de Talião, salvo se houver 
acordo. 
12. Aquele que arrancar ou quebrar um osso a outrem deverá ser condenado a 
uma multa de 300 asses, se o ofendido for um homem livre; e de 150 asses, se o 
ofendido for um escravo. 
13. Se o tutor administrar com dolo, que seja destituído como suspeito e com 
infâmia; se tiver causado algum prejuízo ao tutelado, que seja condenado a 
pagar o dobro ao fim da gestão. 
14. Se um patrono causar dano a seu cliente, que seja declarado sacer (podendo 
ser morto como vítima devotada aos deuses). 
15. Se alguém participar de um ato como testemunha ou desempenhar nesse 
ato as funções de libripende, e recusar dar o seu testemunho, que recaia sobre 
ele a infâmia e ninguém lhe sirva de testemunha. 
16. Se alguém proferir um falso testemunho, que seja precipitado da rocha 
Tarpéia. 
17. Se alguém matar um homem livre e; empregar feitiçaria e veneno, que seja 
sacrificado com o último suplício. 
18. Se alguém matar o pai ou a mãe, que se lhe envolva a cabeça e seja 
colocado em um saco costurado e lançado ao rio. 
TÁBUA OITAVA 
Dos direitos prediais 
1. A distância entre as construções vizinhas deverá ser de dois pés e meio. 
2. Que os soldados (sócios) façam para si os regulamentos que entenderem, 
contanto que não prejudiquem o público. 
3. A área de cinco pés deixada livre entre os campos limítrofes não poderá ser 
adquirida por usucapião. 
4. Se surgirem divergências entre possuidores de campos vizinhos, que o 
pretor nomeie três árbitros para estabelecer os limites respectivos. 
5. Lei incerta sobre limites 
6. … Jardim … … … 
7. … herdade … … 
8. … choupana … … 
9. Se uma árvore se inclinar sobre o terreno alheio, que os seus galhos sejam 
podados à altura de mais de 15 pés. 
10. Se caírem frutos sobre o terreno vizinho, o proprietário da árvore terá o 
direito de colher esses Frutos. 
11. Se a água da chuva retida ou dirigida por trabalho humano causar prejuízo 
ao vizinho, que o pretor nomeie cinco árbitros, e que estes exijam do dono da 
obra garantias contra o dano iminente. 
12. Que o caminho em reta tenha oito pés de largura e o em curva tenha 
dezesseis. 
13. Se aqueles que possuírem terrenos vizinhos a estradas não os cercarem, 
que seja permitido deixar pastar o rebanho à vontade. (Nesses terrenos). 
TÁBUA NONA 
Do direito público 
1. Que não se estabeleçam privilégios em lei. (Ou que não se façam leis contra 
indivíduos). 
2. Aqueles que forem presos por dívidas e as pagarem, gozarão dos mesmos 
direitos como se não tivessem sido presos; os povos que forem sempre fiéis e 
aqueles cuja defecção for apenas momentânea gozarão de igual direito. 
3. Se um juiz ou um arbitro indicado pelo magistrado receber dinheiro para 
julgar a favor de uma das partes em prejuízo deoutrem, que seja morto. 
4. Que os comícios por centúrias sejam os únicos a decidir sobre o estado de 
uma cidade (vida, liberdade, cidadania, família). 
5. Os questores de homicídio… 
6. Se alguém promover em Roma assembléias noturnas, que seja morto. 
7. Se alguém insuflar o inimigo contra a sua Pátria ou entregar um concidadão 
ao inimigo, que seja morto 
TÁBUA DÉClMA 
Do direito sacro 
1. ….. do juramento. 
2. Não é permitido sepultar nem incinerar um homem morto na cidade. 
3. Moderai as despesas com os funerais. 
4. Fazei apenas o que é permitido. 
5. Não deveis polir a madeira que vai servir à incineração. 
6. Que o cadáver seja vestido com três roupas e o enterro se faça acompanhar 
de dez tocadores de instrumentos. 
7. Que as mulheres não arranhem as faces nem soltem gritos imoderados. 
8. Não retireis da pira os restos dos ossos de um morto, para lhe dar segundos 
funerais, a menos que tenha morrido na guerra ou em país estrangeiro. 
9. Que os corpos dos escravos não sejam embalsamados e que seja abolido 
dos seus funerais o uso da bebida em torno do cadáver. 
10. Que não se lancem licores sobre a pia de incineração nem sobre as cinzas 
do morto. 
11. Que não se usem longas coroas nem turíbulos nos funerais. 
12. Que aquele que mereceu uma coroa pelo próprio esforço ou a quem seus 
escravos ou seus cavalos fizeram sobressair nos jogos, traga a coroa como 
prova do seu valor, assim com os seus parentes, enquanto o cadáver está em 
casa e durante o cortejo. 
13. Não é permitido fazer muitas exéquias nem muitos leitos fúnebres para o 
mesmo morto. 
14. Não é permitido enterrar ouro com o cadáver; mas se seus dentes são 
presos com ouro, pode-se enterrar ou incinerar com esse ouro. 
15. Não é permitido, sem o consentimento do proprietário, levantar uma pira 
ou cavar novo sepulcro, a menos de sessenta pés de distância da casa. 
16. Que o vestíbulo de um túmulo jamais possa ser adquirido porusucapião, 
assim como o próprio túmulo. 
TÁBUA DÉCIMA PRIMEIRA 
1. Que a última vontade do povo tenha força de lei. 
2. Não é permitido o casamento entre patrícios e plebeus. 
3. … Da declaração pública de novas consecrações. 
TÁBUA DÉCIMA SEGUNDA 
1. …… do penhor …… 
2. Se alguém fizer consagrar uma coisa litigiosa, que pague o dobro do valor 
da coisa consagrada. 
3. Se alguém obtiver de má fé a posse provisória de uma coisa, que o pretor, 
para pôr fim ao litígio, nomeie três árbitros, que estes condenem o possuidor 
de má fé a restituir o dobro dos frutos. 
4. Se um escravo cometer um furto, ou causar algum dano, sabendo-o 
patrono, que seja obrigado esse patrono a entregar o escravo, como 
indenização, ao prejudicado. 
Os Direitos germanicos: 
 
do Direito consuetudinario as leis escritas segundo o estilo romano 
 
Os povos de origem germanica viveram espalhados por diversos territorios da 
Europa Central e Escandinavia. Apesar de serem velhos conhecidos dos 
romanos, foi somente no seculo V da Era Crista que causaram maior 
turbulencia as fronteiras do Imperio, o que se tornou um dos motivos centrais 
a contribuir para a definitiva decadencia dos senhores do Lacio. 
 
Sabe‐se que essas gentes de linhagem teutonica atendiam pelos mais variados 
nomes: visigodos (godos do Ocidente), ostrogodos (godos do leste), suevos, 
alamanos, vandalos, francos, anglos, saxoes, burgundios, lombardos, salios, 
entre outros tantos que poderiam ser enumerados. 
 
Eram chamados de “barbaros” porque sua fala, no jo‐coso comentario 
romano, assemelhava‐se ao “balbuciar das criancas”. 
 
Os germanos organizavam‐se sob clas e eram eximios guerreiros. O 
desenvolvimento de estrategias militares tornou‐se o fio condutor de uma 
cultura que considerava a beligerancia uma “arte”. Tambem criavam gado de 
forma extensiva e se dedicavam ao pastoreio. 
 
A mitologia nordica era a antiga religiao dos antepassados, sendo composta 
por um panteao de divindades ligadas as forcas da natureza, como o raio, o 
trovao e a tempestade. Essas crencas primeiras foram posteriormente 
suplantadas pelo “arianismo”, uma especie de seita crista considerada heretica 
pela Igreja Catolica. 
 
A desintegracao do Imperio Romano deixaria muitas marcas na cultura 
germanica. O direito outrora consuetudinario comecou a receber as formas e 
os metodos de sistematizacao proprios de seus antigos dominadores. As leis 
germanicas costumeiras foram, pouco a pouco, redigidas em latim. Logo foi 
percebida a utilidade da lei escrita para a manutencao da estabilidade do grupo 
social, e os mores se acomodaram a essa nova e insurgente realidade. 
 
A profunda simbiose entre os Direitos costumeiros trazidos por esses povos 
de indole belicosa, que na epoca da conquista ainda viviam em tribos, acabou 
cedendo lugar ao inevitavel amalgama da latinizacao dos habitos e das ordens 
sociais erigidas segundo os moldes do cosmopolitismo romano. Iniciava‐se 
assim a construcao do Sistema Romano‐Germanico de Direito – a Civil Law. 
As Leges Barbarorum sao um conjunto de leis e costumes germanicos 
reduzidos a forma escrita durante a Idade Media. As principais sao a Lex 
Burgundionum e a Lex Romana Burgundionum, atribuidas ao rei Gundbald 
(500‐516) e a seu filho Sigsmund (516‐524). 
 
Os borgundios eram germanos provenientes da Escandinavia que viviam 
entre os atuais territorios da Franca e da Alemanha. Ha tambem as Leges 
Langobardorum, editadas em 643 por um rei lombardo cognominado Rothari. 
 
Os lombardos, igualmente, vinham das mesmas terras frias do norte donde os 
borgundios procediam. Estacionaram suas tropas na Suica e na Italia. Os 
alamanos, por sua vez, tinham na Alemanha, Austria e Suica sua base mais 
importante. Deixaram para a posteridade a chamada Lex Alamannorum, que 
pode ser credenciada ao seculo VII. 
 
As leis dos bavaros – Lex Baiuvariorum – foram produzidas entre os seculos 
VI e VIII por tribos germanicas da Alemanha. Outra fonte de extrema 
relevancia para o conhecimento do Direito germanico arcaico e da propria 
historia da ocupacao da Peninsula Iberica sao, respectivamente, o Codigo de 
Ulrich ou “Eurico” (476) e o “Breviario de Alarico” (506) ou Lex Romana 
Wisigothorum, que procurava dimensionar as tempestuosas relacoes entre 
latinos e germanos. Decorridos um seculo e meio, o rei Rescesvindo (653‐672) 
finalmente aprovou o Codigo Visigotico (Lex Wisigothorum), depois 
conhecido pela expressao espanhola Fuero Juzgo. 
 
Ocorre que todas as legislacoes acima destacadas refletiam, alem da invariavel 
influencia romana, tambem o adiantado processo de cristianizacao do mundo 
germanico. No contexto em questao, interessante consulta deve ser feita as 
fontes dos antigos Direitos nordicos, pois os vikings somente iniciaram seu 
processo de conversao ao Catolicismo a partir do seculo X. Esses valiosos 
documentos, pois, apresentam os Direitos germanicos ainda na sua essencia 
original, puros, desprendidos de interferencias externas. 
 
As mais antigas foram mencionadas por Gilissen. Sao elas: 
a) as leis suecas conhecidas por Vestrogotica e de Uppland; 
b) as leis norueguesas de Gulathing e Frostathing (sec. XII); 
c) a principal lei islandesa, o Codigo de Haflidi (1117); 
d) a lei dinamarquesa da Jutlandia (1241). 
 
As leis germanicas trazem memoria de costumes antiquissimos, revelando os 
valores das sociedades tribais arianas. Nesse itinerario, duas virtudes cardeais 
sobressaem com muita evidencia: a coragem e a hospitalidade. Pode‐se 
percebe‐los facilmente tomando como base a leitura dos proverbios populares 
nordicos que seguem abaixo transcritos: 
 
- Um homem deve ser reticente, refletido e intrepido em batalha; alegre e 
ativo ate a morte. 
- Um homem nao deve se afastar uma polegada de suas armas quando nos 
campos, pois ele nunca sabe quando precisarade sua lanca. 
- Um covarde pensa que vivera para sempre se evitar seus inimigos, mas da 
velhice ninguem escapa, mesmo se tenha sobrevivido as lancas. 
- Quando um visitante chega gelado ate os ossos, de sua viagem atraves das 
montanhas, ele necessita de fogo, roupa e comidas frescas. 
 
Ora, e conhecido o fato de que as sociedades germanicas eram absolutamente 
destemidas em batalha. A covardia era punida com a morte, em geral por 
decapitacao ou enforcamento. Nao se admitia, de forma alguma, a desercao 
em combate. 
 
Ja a tradicional hospitalidade nordica se explica pelas agruras climaticas e o 
frio intenso que acomete a Escandinavia em boa parte do ano. E natural que 
os povos submetidos a tao grandes intemperies tornem‐se hospitaleiros. Era o 
que se observava entre os vikings e as tribos dos desertos da Arabia. 
 
O wergeld e uma instituicao tradicionalissima dos Direitos germanicos que 
visa substituir a vinganca. Trata‐se uma prestacao pecuniaria paga a familia da 
vitima de homicidio. O assassino, assim, nao poderia ser alvo da vinganca por 
qualquer dos parentes do morto. Se o valor do wergeld estipulado pela familia 
fosse considerado demasiado alto, era licito ao causador do obito recorrer a 
Thing – uma especie de assembleia composta pelos homens mais respeitados 
da aldeia. Seu parecer acerca do caso seria definitivo. 
 
Sistema Common Law 
 
Sistema de Direito elaborado na Inglaterra, principalmente pela ação dos 
TRIBUNAIS REAIS DE JUSTIÇA, depois da conquista normanda (1066). 
 
As ilhas britânicas sofreram pouca influência romana – surge um 
ordenamento bárbaro na Europa em substituição ao Direito Romano (As leis 
bárbaras redigidas na Inglaterra são feitas em língua anglo-saxônica, enquanto 
no continente, tal redação era feita em latim. ) 
 
O estudo da common law exige começar pelo estudo do Direito Inglês (a história da common 
law até o século XVIII é a história do Direito Inglês) 
 
O Direito Inglês 
 
Divide-se em quatro períodos históricos bem característicos: 
1) período anglo-saxônico (séc. V - 1066) 
2) período de criação e desenvolvimento do Common Law 
(1066-1485) 
3) período de coexistência dualista entre Equity e Common 
Law (1485 – 1832) 
4) período de ascensão do statute (1832 – hoje) 
 
Fraqueza do Common Law e surgimento da Equity 
 
O formalismo rigoroso e o conteúdo puramente processual do Direito inglês 
faz surgir a EQUITY, com o objetivo de corrigir eventuais falhas existentes 
nos julgamentos dos juízes dos Tribunais Reais (séc. XV) 
 
Equity – sistema jurídico paralelo que visava, através de Tribunal da 
Chacelaria, o julgamento do caso com base no processo de Direito Canônico 
e na capacidade supletiva do Direito Romano 
 
Vigente no Reino Unido, nos EUA, Nova Zelândia, Austrália, Canadá... 
 
 Menor importância do Direito legislado (lei) em face da jurisprudência 
 Força do precedente – decisão dos tribunais 
 Formada pelos Juízes 
 Visa a dar solução a um caso e não formular uma regra geral de 
conduta para o futuro 
 
Modernização da Common Law 
 
O papel da lei cresce gradativamente 
 
Judicature Acts do século XIX (fusão entre common law e equity) – jurisdição 
única = Suprema Corte de Justiça 
 
Na Common Law, os casos de direito (case law) são as principais fontes do 
Direito, ou seja, a base da criação das regras de conduta. Ao contrário do 
Direito Romano, o direito norte-americano fundamenta-se mais nos usos e 
costumes do que no trabalho dos legisladores. Contudo, a diferença entre civil 
law e common law não é o mero fato da codificação, e sim a abordagem 
metodológica aplicada aos códigos e leis. 
 
 
DIREITO MEDIEVAL 
 
A intenção desse artigo é dar aos alunos de História do Direito algum subsídio 
de leitura aos seus estudos de direito medieval. Não se busca aqui, com essas 
poucas páginas, dirimir e exaurir a problemática. Também não se pretende dar 
lições de história geral; a pequena conexão com fases históricas dá-se no 
sentido de uma maior compreensão do fenômeno jurídico. A justificativa para 
tanto está calcada no pressuposto de que um bom aluno de Direito deva ter 
uma boa compreensão dos acontecimentos históricos. 
 
Assim, o leitor deve utilizar tal texto como um roteiro, uma indicação de 
leitura, quiçá espera-se que tal material sirva para despertar o interesse em 
aprofundar a temática, a partir de leituras mais especializadas e aprofundadas. 
 
Dentre as diferentes fases históricas da humanidade, aquela que talvez mais 
dúvidas suscite, é o período medieval. Falar em medievo remete-nos sempre a 
um período de obscuridade, sendo tratado como “idade de trevas”. Não 
obstante, a era medieval pode ser considerada imprescindível para 
compreendermos o significado da formação do direito moderno, do Estado 
moderno, e de toda a organização social e política a que chamaremos 
modernidade, bem como seus desmembramentos posteriores: 
contemporaneidade, modernidade tardia, modernidade reflexiva, pós-
modernidade. 
 
No que se refere ao direito nesse período, temos que entendê-lo a partir da 
constatação de Grossi, como uma fase de vigência de inúmeros ordenamentos 
jurídicos. 
 
Assim, o direito medieval é calcado num processo de descentralização política, 
relativismo, sobreposição e disputa de poder entre grupos variados. A Idade 
Média é constituída por dois grandes períodos: a alta idade média, que se 
estende dos séculos V a IX§, é marcada pelos direito romano e germânico, 
bem como pela formação e desenvolvimento do direito canônico; e a baixa, 
dos séculos IX a XV, pelo direito feudal e pelo renascimento do direito 
romano nas universidades. Podemos, pois, vislumbrar esse momento histórico 
embasado na vigência de quatro grandes ordenamentos jurídicos: um direito 
de povos germânicos; o direito oriundo da organização eclesiástica, chamado 
de direito canônico; o direito feudal; e um processo de sobrevivência e 
renascimento do direito romano. 
Tendo em conta essa pequena introdução, organizaremos este texto em seis 
itens: a organização jurídica dos povos germânicos; o direito canônico e as 
formações jurídicas eclesiásticas; o direito feudal; o renascimento do direito 
romano e a formação das universidades e da cultura do ensino jurídico; os 
significados do medievo para a construção da modernidade; e, por fim, as 
conexões e genealogias da idade média na formação do direito penal 
moderno, a partir de uma contribuição de Michel Foucault. 
 
 A organização jurídica dos povos germânicos 
 
Fruto de um processo de descentralização política, a Europa medieval e a 
antiga organização política romana tiveram seus territórios invadidos** por 
uma multiplicidade de povos, a quem os romanos designaram bárbaros. Tais 
povos, mais conhecidos e melhor designados por germânicos caracterizavam-
se por se encontrar em um período anterior de desenvolvimento sócio-
econômicocultural Eram povos ligados a terra, não tinham desenvolvido a 
escrita, não tinham organizações territoriais ou políticas. Seu principal 
elemento de organização social eram as famílias, baseadas na autoridade do 
pai. 
 
Quanto ao seu direito, devido à pequena centralização e uniformidade, tinham 
formações jurídicas calcadas na oralidade e no costume, com cada tribo 
dispondo de uma tradição própria, tal é a característica de direito 
consuetudinário. No entanto, tais povos dominantes nos primeiros momentos 
do período medieval, mantiveram um princípio de pessoalidade das leis, não 
impondo seu direito sobre os diferentes povos, que mantiveram o estatuto de 
suas tribos de origem, o que também permitiu, como se verá mais adiante, 
uma sobrevivência do direito romano. 
 
O direito canônico e as formações jurídicas eclesiásticas 
 
Podemos salientar a importância da Igreja ocidental na Idade Média, tendo 
assumido muitas das tarefas públicas, sociais

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