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Universidade de Brasília 
 
Instituto de Ciência Política 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MONITORIA DE INTRODUÇÃO À CIÊNCIA POLÍTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE EXERCÍCIOS 
 
UNIDADE III 
ARANTES 
 
1. Rogério Bastos Arantes, em seu texto Judiciário: entre a justiça e a política, traça 
um histórico do desenvolvimento desse Poder no Ocidente. Sobre isso, assinale a 
correta: 
a. O Judiciário é abordado a partir de três experiências nacionais paradigmáticas: a 
estadunidense, a austríaca e a francesa. INCORRETA: embora o modelo 
austríaco seja mencionado no texto, ele só aparece na segunda seção (p. 93) 
como parte do fenômeno de expansão no século XX, e não como um dos 
paradigmas de surgimento desse poder no Ocidente. 
b. A tradição judicial francesa, inspirada pelos ideais de sua Revolução, é de cunho 
mais liberal; enquanto a estadunidense, marcada pela influência dos escritos 
federalistas, é de tradição mais republicana. INCORRETA: os motivos históricos 
apontados podem levar a crer que a afirmativa é verdadeira, mas na 
verdade o modelo francês é republicano por se pautar em uma menor 
liberdade dos juízes, associados à imagem da antiga aristocracia absolutista. 
No caso estadunidense, por sua vez, os juízes têm maior poder e liberdade 
por representarem um freio necessário à maioria representativa voraz dos 
governos diante do indivíduo (p. 82 e 83). 
c. A tradição judicial francesa de limitar o poder dos juízes resvalou no acúmulo 
excessivo de poder por outro dos Poderes de Estado. CORRETA: esse Poder 
foi o Legislativo. A forte aversão ao Antigo Regime e a fascinação pela ideia 
de soberania popular, representado pelo Parlamento, acabaram por tornar 
de certa forma intocáveis as leis emitidas pelo Legislativo, sem qualquer tipo 
de controle. Robespierre chegou a afirmar que era desejável uma separação 
entre direito e política para levar adiante a soberana vontade popular, 
argumento inevitavelmente autoritário (p. 85­86). 
d. Onde o Judiciário não dispõe de prerrogativas de controle sobre atos normativos 
do Legislativo, atua como mero poder político. Do contrário, quando ele 
dispõe dessas prerrogativas, age como um ente mais robusto: é uma função de 
Estado. INCORRETA: os termos estão invertidos! Dispor de prerrogativas de 
controle em pé de igualdade com o Poder Legislativo é agir como poder 
político; ao passo que agir como função de Estado é não dispor 
desses poderes e se aproximar de funções burocráticas e/ou administrativas mais 
ordinárias (p. 84). 
e. O Poder Judiciário se fortaleceu e se especializou ao longo do século XVIII para 
atender sobretudo a interesses da nobreza. INCORRETA: o Judiciário se especializa 
nesse período por conta da expansão do capitalismo e da classe burguesa, que cada 
vez mais reclamava para si garantias oficiais em suas relações comerciais e 
patrimoniais (p. 82). 
2. Ainda sobre o trecho selecionado de Rogério Bastos Arantes, assinale a alternativa 
correta: 
a. A expansão do poder Judiciário no Ocidente ao longo do século XX se deu 
principalmente em dois eixos: ampliação do acesso à Justiça para a 
população comum e controle político sobre normas emitidas pelo Legislativo. 
 CORRETA: é o que Arantes analisa na segunda seção do trecho, 
demonstrando como características do modelo estadunidense de Judiciário com 
investidura política se expandiu pelo Ocidente na Europa e na América Latina, 
ainda que com peculiaridades locais (p. 89). 
b. A Suprema Corte dos Estados Unidos despontava já no início do século XX como 
agente político relevante em nível nacional, sendo marcado por suas decisões 
de cunho liberalizante num primeiro momento e mais conservador a partir das 
décadas de 1950 e 1960. INCORRETA: a ordem dos períodos está incorreta, 
a Corte de 1920 e 1930 era mais conservadora e inclusive representou 
obstáculos às medidas intervencionistas do N ew Deal de Roosevelt. A Corte de 
1950 e 1960, por sua vez, foi marcada por um caráter mais 
liberal­progressista em decisões famosas como a que eliminou a segregação 
socioespacial entre negros e brancos (p. 90). 
c. A expansão do Poder Judiciário brasileiro na Era Vargas, com a criação dos ramos 
especializados trabalhista e eleitoral, serviu para consolidar uma estrutura de 
dominação social e econômica. INCORRETA: ao contrário, a criação desses 
ramos veio justamente reduzir desigualdades por trazer mais garantias à 
massa de trabalhadores que antes não detinham direitos e ficavam submetidos 
ao sistema de voto de cabresto na República Velha (p. 102 e 103). 
d. A reforma do Poder Judiciário no Brasil, instituída em 2004, serviu para conferir 
mais poderes políticos a um segmento do Estado que historicamente era ator 
secundário. INCORRETA: o caráter da reforma de 2004 foi mais republicano 
no sentido de entender que, se o Poder Judiciário é parte do Estado que serve 
ao cidadão, deve também prestar contas a este. Foi essa reforma que criou, 
por exemplo, o Conselho Nacional de Justiça para receber denúncias de mau 
funcionamento do Judiciário em todo o país (p. 110­112). 
e. A Constituição de 1988 consolidou o STF como um órgão de cúpula que atende a 
questões constitucionais mais afeitas à dinâmica interna dos poderes da 
república e afastada de questões judiciais próximas à vida do cidadão 
comum. INCORRETA: a CF de 1988 veio justamente expandir os agentes 
legitimados a entrar com ADI (ação direta de inconstitucionalidade) no 
Supremo e com isso ele passou a ser tanto um tribunal da federação 
(governadores entram com ação) quanto um tribunal de interesses coletivos da 
sociedade civil (organizações sociais e partidos com representação no 
Congresso entram com ação) (p. 97). 
3. Sobre o texto de Arantes, associe corretamente os conceitos: 
I. Modelo concentrado 
II. Modelo difuso 
III. Modelo híbrido 
IV. Juizados especiais 
V. Súmula vinculante 
1. Eixo da eficiência 
2. Tribunal exclusivo para constitucionalidade 
3. Toda instância declara inconstitucionalidade e não é preciso galgar todas 
4. Toda instância declara inconstitucionalidade e é preciso galgar todas. 
5. Eixo da política 
Associações corretas: 
I – 2 – esse modelo de controle de constitucionalidade surgiu na Áustria e tem 
influência da tradição francesa de desconfiança em relação ao Judiciário. Assim, 
cria­se um tribunal separado do restante das instâncias judiciais para que ele, e 
somente ele, tenha poderes políticos (p. 93). 
II – 4 – modelo dos Estados Unidos. Qualquer instância judicial pode dar sua sentença 
justificando­a com base na Constituição, e para chegar à Suprema Corte é necessário 
passar por todas as anteriores (p. 92). 
III – 3 – modelo brasileiro. Assim como nos EUA, qualquer instância judicial pode dar 
sua sentença justificando­a com base na Constituição, mas cumpridos os requisitos de 
legitimidade processual ativa, é possível reclamar inconstitucionalidade diretamente 
no STF por meio da ADI, por exemplo (p. 94 e 95). 
IV – 1 – os juizados especiais foram criados para dar maior agilidade aos processos 
simples na Justiça brasileira e com isso desafogar o sistema, objetivo que não foi 
plenamente atingido (p. 106). 
V – 5 – criada na reforma de 2004, a figura da Súmula vinculante dá ao STF o 
poder de editar e aprovar (mediante procedimento especial) textos com caráter 
obrigatório para todo o território nacional, tomando para si parte do poder político 
de legislar (p. 109). 
a) I–2;II–1;III–3;IV–4;V–5 b) I–2;II–4;III–3;IV–5;V–1 c) I–4;II–2;III–3;IV–1;V–5 d) I–
5;II–3;III–4;IV–1;V–2 e) I–2;II–4;III–3;IV–1;V–5 
 
 
 
 
 
 
CARVALHO 
 
1. Com base na leitura do texto Cidadania no Brasil, de José Murilo de Carvalho, 
assinale a alternativa correta: 
a) J á nos parágrafos introdutórios é possível notar o tom otimista que Carvalho 
assume aofalar do quadro político e social do Brasil quinze anos após o fim da 
Ditadura. A cidadania é percebida como plena em suas dimensões políticas, 
econômicas e sociais. 
INCORRETA. A introdução apresentada pelo autor possui um tom apreensivo quanto 
ao quadro geral do Brasil. Passados 15 anos do início do processo de 
redemocratização, a percepção de uma sociedade desigual, violenta e desgastada 
politicamente o faz repensar o conceito de cidadania. (ver pág 8). 
b) O autor entende a cidadania em sua forma plena. Isso quer dizer que, apesar de 
possuir várias dimensões, a combinação entre liberdade, participação e igualdade já 
é suficiente para atestar sua plenitude. 
INCORRETA. O autor entende a cidadania como um fenômeno complexo e 
historicamente definido. Certos direitos não garantem a existência de outros. O ideal 
de cidadania plena, combinação entre liberdade, participação e igualdade é uma 
compreensão Ocidental e inatingível dos direitos. (ver pág 9). 
b) 
c) O texto discute os desdobramentos da cidadania plena em direitos civis, politicos e 
sociais. Os direitos civis se referem à participação do cidadão no governo da 
sociedade. Já os direitos políticos são aqueles engajados nas garantias fundamentais 
como a vida, a liberdade e a propriedade. Por fim, os direitos sociais são aqueles 
que garantem a participação na riqueza coletiva. 
INCORRETA. A questão se equivoca na definição de direitos c ivis e p olíticos. Direitos 
civis são os que garantem a vida em sociedade. Eles se desdobram nas garantias de 
ir e vir, de escolher o trabalho, de manifestar o pensamento, etc. Os direitos políticos 
são aqueles que garantem a existência e a participação política aos cidadãos. (ver 
pág 10). 
d) É possível existirem direitos políticos sem direitos sociais, bem como é possível 
existirem direitos políticos sem direitos civis. 
INCORRETA. O texto indica que os direitos civis são os primordiais; deles nascem os 
direitos políticos e sociais. Não é possível a garantia desses últimos sem a existência 
do primeiro tipo. (ver pgs 9 e 10) 
e) T.A. Marshall foi o autor responsável pelo desdobramento da cidadania em três 
tipos de direitos. Seu estudo foi baseado no desenvolvimento da cidadania na 
Inglaterra, o que lhe rendeu a percepção de que a ordem ( direitos civis, políticos e 
sociais) não era apenas cronológica, mas também lógica. 
CORRETA. O surgimento sequencial de direitos desenhado por Marshall sugere que a 
cidadania é, sobretudo, um fenômeno histórico. Seu surgimento aponta para o 
advento do Estado­nação, datado da Revolução Francesa. A questão dos direitos 
sempre esteve limitada geograficamente a um vínculo jurídico e político com um 
Estado ou pela identificação com uma nação. (ver pg 10). 
2. Assinale a alternativa INCORRETA: 
a) A cidadania descrita no modelo de Marshall não se aplica ao Brasil, uma vez que 
a lógica da sequência é inversa. Primeiro vieram os direitos sociais, implantados em 
uma época de supressão de direitos políticos e civis. 
CORRETA. A preeminência dos direitos sociais esteve ligada à Era Vargas e suprimiu 
o desenvolvimento de direitos políticos e civis. A maioria da população brasileira 
ainda guarda assimetrias no acesso a direitos, o que faz o autor concluir que a 
pirâmide de direitos no Brasil está de cabeça para baixo. (ver pág. 220). 
b) No contexto inglês, a lógica dos direitos estava fundamentada no exercício da 
liberdade. Vieram então os direitos civis, os direitos políticos, consolidados pelos 
partidos e pelo Legislativo e por fim, os menos óbvios, os sociais. 
CORRETA. Os direitos sociais foram os últimos a serem formados, porque a proteção 
do Estado a certas pessoas parecia uma quebra de igualdade de todos perante a lei. 
A intervenção do Estado era vista como uma restrição à liberdade individual. (ver pg 
220). 
c) A inversão da lógica de direitos no Brasil teve como consequência a excessiva 
valorização do Executivo. Essa valorização decorre de períodos conturbados em que 
o Legislativo estava fechado, de tal forma que o governo aparece como o ramo mais 
importante do poder. 
CORRETA. A fascinação pelo Executivo pôde ser percebida durante o plebiscito 
realizado em 1993, no qual a população preferiu um sistema presidencialista em 
detrimento de um sistema parlamentarista. A supervalorização do Executivo produz 
uma estrutura de negociação direta com o governo, enfraquecendo os mecanismos de 
representação. (ver pág 221). 
d) Carvalho admite que a cultura orientada mais para o Estado do que para a 
representação cria a “estadania”, em contraste com a cidadania. 
CORRETA. A estadania dá preferência ao Executivo na busca por um messias político, 
decorrente de uma experiência democrática curta e conturbada. Os problemas sociais 
no Brasil tendem a agravar esse quadro, além de se constatar a impaciência da 
população frente ao funcionamento democrático, que se apresenta mais lento quanto 
à tomada de decisões.(ver pgs 221 e 222). 
e) Apesar de exceções como Getúlio Vargas, Jânio Quadros e Fernando Collor, a 
configuração política do Brasil não foi marcada por lideranças carismáticas, pois ao 
contrário de outros países, há uma busca por um líder messiânico. 
INCORRETA. A história política do Brasil aponta para uma busca de lideranças 
messiânicas, exemplificadas em Getúlio, Jânio e Collor. Curiosamente, nenhum dos três 
terminou o mandato, boa parte por não se conformarem com as regras do governo. 
(ver pg 222) 
3. Julgue as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta: 
I. Segundo José Murilo de Carvalho, a valorização excessiva do Executivo cria uma 
esquizofrenia política, no sentido de que os eleitores desprezam os partidos, mas 
continuam votando neles na esperança de conseguirem benefícios pessoais. 
CORRETA. Essa situação decorre de uma falta de organização autônoma da 
sociedade. O papel dos legisladores resume­se, ao eleitorado, a um intermediário de 
favores pessoais. (ver pgs 223 e 224). 
II. A inversão dos direitos favoreceu uma visão corporativista dos interesses coletivos. 
CORRETA. Desde a Era Vargas, os benefícios sociais não eram tratados como direitos 
de todos, mas como fruto da negociação de categorias com o governo. (ver pág 223). 
III. As reformas políticas seriam uma alternativa para corrigir a ineficiência da 
representatividade. Contudo, o autor recomenda que essas sejam implementadas o 
mais rápido possível. 
INCORRETA. José Murilo de Carvalho concorda que as reformas políticas, como a 
eleitoral, a partidária, a da forma de governo, podem amenizar as tensões da 
representatividade. No entanto, essas mudanças deveriam ser feitas em longo prazo, 
uma vez que a fragilidade da democracia brasileira faz com que esta necessite 
primeiro sobreviver. (ver pág 224). 
IV. O autor considera irreparável a inversão dos direitos no Brasil, condenando os 
direitos civis a serem restritos apenas a uma parcela da população. 
INCORRETA. Apesar das desvantagens trazidas pela inversão de direitos, Carvalho é 
otimista quanto à função da democracia em ampliar o gozo dos direitos civis, o que 
poderia também fortalecer os direitos políticos e assim criar um círculo virtuoso que 
modificaria a cultura política. (ver pág 226). 
V. Uma importante mudança sugere que a sociedade civil reforce sua organização 
para democratizar o poder. Tal organização não deve ser feita contra o Estado em 
si. Mas sim, contra o Estado clientelista, corporativo, colonizado. 
CORRETA. O autor aponta a maior organização da sociedade civil para contrapor a 
supremacia do Estado gerada pela inversão dos direitos. Um exemplo notável tem 
sido o papel das ONG’s, que sem serem parte do governo, desenvolvem atividades 
de interesse público.(ver pág 227). 
a) I e IV estão corretas. 
b) I ,III, IV e V estão corretas. 
c) I I E IV estão incorretas. 
d) I , II e V estão corretas.e) I II e V estão incorretas. 
Resposta: alternativa D. 
CUNHA 
 
 
 
1 Com base na leitura do texto de Eleonora Cunha, leia e julgue os itens a seguir 
e assinale a alternativa correspondente à verdade. 
 
I) Na visão da autora, há no Brasil uma formação histórica do Estado que estabelece 
a proximidade com o centro de poder como caráter principal na constituição do status 
político. Em palavras do protagonista de House of Cards, Francis Underwood: “o 
poder é muito parecido com o mercado imobiliário. Tudo é a respeito de localização, 
localização, localização. Quanto mais perto da fonte de poder mais bem avaliado 
seu lugar será”. 
 
CORRETO. A autora inicia seu texto afirmando a importância da localização em torno 
do Estado como fundamental para a política brasileira. 
 
II) Outra herança histórica dissecada por Eleonora Cunha é um modelo centrífugo e 
democrático de Estado. 
 
INCORRETO. Na leitura de Cunha, o caráter do Estado brasileiro herdado é 
centrípeto – o inverso de centrífugo – e autoritário. 
 
III) A autora compreende que a formação de uma grande burocracia, uma herança 
portuguesa, e a precedência do Estado sobre a sociedade civil fez com que o 
governo se tornasse regulador das relações sociais. Isto é uma das causas principais 
do baixo envolvimento popular com a política. 
 
CORRETO. A autora compreende que os setores populares têm historicamente pouco 
envolvimento com a política devido às características de formação do Estado 
brasileiro. 
 
IV) Outros dois motivos da baixa participação da sociedade civil no processo histórico 
de formação política nacional são a dispersão territorial da população e a 
concentração de poder nas mãos dos proprietários de terras. 
CORRETO. 
 
V) Após analisar brevemente a formação histórica do Estado brasileiro, Eleonora 
Cunha conclui que os processos políticos em nosso país costumam resumir-se a meros 
arranjos entre as elites do poder. 
 
CORRETO. A autora exprime esta conclusão ao analisar a história política brasileira. 
 
a) Todos os itens estão corretos. 
b) Apenas o item II está incorreto. 
c) Os itens II e III estão incorretos. 
d) Os itens I e II estão incorretos. 
e) Todos os itens estão incorretos. 
 
Resposta: Alternativa B 
 
 
 
2 Admitindo os conceitos apresentados pela autora em seu texto, analise os itens 
a seguir e assinale a alternativa correta. 
 
I) Apesar do advento da República ter ampliado o sufrágio no Brasil, é correto inferir, 
na visão de Cunha, que a mudança de regime de governo não produziu resultados 
expressivos e significantes na participação política nacional. 
 
CORRETO. A autora cita a presença da regionalização de partidos políticos e da 
defesa de oligarquias no cenário republicano nascente. 
 
II) A autora enfatiza a presença histórica de corrupções políticas no caso brasileiro. 
 
CORRETO. Eleonora Cunha cita a extensa ocorrência de compras de votos, 
distribuição de favores e fraudes eleitorais na história do Brasil. 
 
III) Ao discorrer sobre o Estado Novo de Getúlio Vargas, Eleonora Cunha salienta a 
coexistência de estratégias populistas com um processo de modernização capitalista. 
 
CORRETO. Muito embora a autora aponte este suposto processo de “modernização 
capitalista”, ela observa a vasta intervenção do Estado na economia. Este quadro 
desenvolvimentista viria a fortalecer o Estado em detrimento da sociedade civil. 
 
IV) Nos governos de Juscelino Kubitschek e João Goulart a autora identifica um 
importante suspiro para a participação política e observa que, neste período, 
grandes avanços democráticos foram conquistados. 
 
INCORRETO. A autora aponta para o projeto do chamado nacional-
desenvolvimentismo, reforçando o papel do Estado como produtor de mercadorias e 
serviços e jamais como acolhedor de iniciativas populares. 
 
V) Durante a ditadura militar brasileira não surgiram novos atores sociais, vista as 
onipresentes violência e repressão promovidas pelo regime. 
 
INCORRETO. Apesar de considerar a ditadura militar como um marco do Estado 
burocrático-autoritário e reconhecer os gargalos que a repressão causou ao ambiente 
político nacional, Eleonora Cunha salienta que durante o regime militar houve uma 
reorganização do associativismo de base comunitária e sindical e, portanto, o 
surgimento de novos atores sociais como movimentos por políticas sociais mais 
inclusivas. 
 
a) Todos os itens estão corretos. 
b) Apenas os itens III e IV estão corretos. 
c) Apenas os itens IV e V estão incorretos. 
d) Os itens III, IV e V estão incorretos. 
e) Todos os itens estão incorretos. 
 
Resposta: Alternativa C. 
 
 
 
3 Cada algarismo romano corresponde a uma lacuna. Cruze corretamente as 
informações abaixo dispostas e assinale a alternativa correta. 
 
I) Período da Ditadura Militar 
II) Início do Estado inclusivo 
III) Constituição de 1988 
IV) Gestão democrático-popular 
V) Panorama de conclusões da autora 
 
[ ] Um lampejo de possibilidade de reorganização e estruturação da sociedade civil 
com base no surgimento de novos movimentos sociais autônomos em relação ao 
Estado. 
[ ] Percebido na criação de mecanismos de participação civil como o orçamento 
participativo, comitês de bacias hidrográficas e conselhos de políticas públicas. É o 
que a autora identifica como o início do compartilhamento da autoridade decisória. 
[ ] O Estado democrático deve, afinal, buscar a institucionalização dos conflitos e criar 
canais de participação. Assim, tanto o Estado quanto a sociedade civil têm potencial 
para promover mudanças institucionais e contribuir para um cenário de maior 
flexibilidade do processo decisório, admitindo que as relações entre Estado e 
sociedade devem fortalecer a esfera pública. 
[ ] Possibilitou um projeto democrático-participativo mais amplo, prevendo plebiscitos, 
referendos e leis de iniciativa popular. 
[ ] Tem como parâmetros os modelos participativo e deliberativo e vislumbra a 
participação política como o aprofundamento da cidadania. Procura, assim, a 
multiplicação de espaços públicos e a inserção de novos atores na sociedade civil. 
Obedece a três princípios: igualdade deliberativa, pluralidade de interesses e 
publicidade. 
 
a) II, I, III, IV e V 
b) III, II, I, V e IV 
c) IV, V, III, II e I 
d) I, II, III, IV e V 
e) I, II, V, III e IV 
 
Resposta: Alternativa E. 
 
 
 
 
 
 
FIGUEIREDO & 
LIMONGI 
 
1. A partir da leitura do texto Poder de agenda na democracia brasileira, de 
Argelina Figueiredo e Fernando Limongi, assinale a alternativa correta: 
a) A eficiência de um governo se baseia principalmente em dois fatores: a 
legislação eleitoral, que definirá a coesão e o equilíbrio entre os partidos; e o 
sistema de governo, sendo os dois principais monarquia e república. 
 INCORRETA: o segundo fator está explicado de maneira incorreta. Não é a 
forma de sucessão do poder central (monarquia ou república) que influencia a 
eficiência de um governo, mas sim a relação institucional entre os poderes 
Legislativo e Executivo, aparecendo normalmente na forma de 
presidencialismo ou parlamentarismo (p. 249). 
b) O que se verifica na comparação entre os períodos 1946­1964 e pós­1988 é 
um aumento dos poderes de legislar do Executivo. CORRETA: o chefe do 
Executivo (presidente) passou a dispor de um rol maior de iniciativas 
legislativas, podendo inclusive impor restrições orçamentárias de uma maneira 
inexistente no período anterior (p. 253). As demonstrações de que o poder de 
legislar do Executivo aumentou, na verdade, permeiam toda a extensão e tese 
do texto. 
c) Apesar do aumento de poder na figura do presidente após 1988, a constituinte 
daquele ano foi marcada pelo desejo de reduzir a concentração de poder 
que havia se construído ao longo do período autoritário imediatamente 
anterior. INCORRETA: pelo contrário, o aumento de poder do presidentecom 
a Constituição de 1988 foi uma reafirmação dos poderes concentrados que 
este adquirira ao longo dos governos militares (p. 251), corroborado por uma 
mentalidade de que uma pluralidade partidária com grande autonomia 
parlamentar seria ruim para a governabilidade (p. 275). 
d) Um ponto metodológico essencial do texto é a constatação de que os presidentes 
do segundo período analisado (1988) passaram a ter uma relação mais 
estreita com o povo pelo maior acesso aos meios de comunicação, o que 
contribuiu para a propagação de sua imagem pessoal e consequentemente 
aumentou seu poder INCORRETA: os autores fazem questão de destacar a 
pouca importância metodológica da figura pessoal do presidente, tratando­se 
o estudo do texto de uma análise institucional das relações entre presidente 
da república e Congresso Nacional (Câmara dos Deputados) (p. 251­252). 
e) O estudo se concentra na figura do presidente da república para demonstrar a 
maior eficiência da relação Executivo­Legislativo, concluindo que o aumento de sua 
autonomia de legislar traz consequências nocivas à democracia. 
INCORRETA: os autores consideram relevante em sua abordagem não somente o 
aumento de prerrogativas do presidente da república, mas também dos líderes 
partidários na Câmara. Além disso, não concluem que a maior autonomia do 
presidente necessariamente será nociva à democracia (p. 251). 
2. Ainda sobre o texto de Figueiredo e Limongi, assinale a alternativa correta: 
a) Um dos motivos para a maior sintonia entre os poderes Executivo e Legislativo 
no período pós­1988 é a maior composição proporcional, na Câmara dos 
Deputados, do partido a que pertence o presidente da 
 república. INCORRETA: pelo contrário, a maior diversidade de partidos no 
período pós­1988 fez com que proporcionalmente a representação do 
partido do presidente na Câmara se tornasse sempre menor do que nos 
mandatos do período 1946­1964. A sintonia se deve a outros fatores 
analisados pelos autores (p. 270 e tabela da p. 258). 
b) Por haver menos partidos no período 1946­1964, a distribuição da classe 
política por orientação ideológica era mais clara e seguia uma contiguidade 
mais sólida nas votações da Câmara dos Deputados. INCORRETA: apesar da 
viva impressão que muitos brasileiros têm nos dias atuais de uma grande 
indefinição ideológica dos partidos, a votação dos parlamentares se orientou 
de maneira muito mais previsível e coesa segundo seu partido político a partir 
do período pós­1988, o que não ocorreria em 1946­1964, com maior 
infidelidade dos parlamentares a seus partidos nas votações (p. 273 e, 
complementarmente, p. 257 e p. 259). 
c) O presidente da república, por ter um eleitorado nacional, apresenta propostas de 
lei com vigência nacional mais frequentemente; ao passo que os 
parlamentares, por terem eleitorados regionais, apresentam projetos de lei 
com vigência regional mais frequentemente. 
INCORRETA: a análise nacional vs. regional é feita sobre legislação de matéria social, 
e o que se verifica é que no período 1946­1964 todos os agentes políticos 
mencionados propunham mais leis de vigência regional, e após 1988 todos passaram 
a propor mais leis com vigência nacional (p. 266­267). 
d) Embora reconheçam a importância pragmática de processos mais ágeis entre 
Legislativo e Executivo, os autores apontam que o enfraquecimento de 
individualismos parlamentares e a concentração de poder nas mãos dos 
líderes de partidos acabam por comprometer a representatividade do 
Parlamento. CORRETA: a pluralidade de representação é pressuposto de 
qualquer democracia, sobretudo para uma população numerosa, desigual e 
heterogênea como a do Brasil. Enfraquecer individualismos parlamentares, 
embora aumente a eficiência da governabilidade, acaba por enfraquecer a 
representação em um esquema de t rade­off (p. 276). 
e) As chamadas coalizões são uniões de partidos com representação no Legislativo em 
torno de agendas comuns, muitas vezes desejáveis à governabilidade quando 
são numerosas e se alinham ao presidente da república. Com a maior 
concentração de poder nas mãos dos líderes partidários após 1988, o sistema 
de coalização partidária no Legislativo deixou de ser necessário para a 
governabilidade. INCORRETA: a maior concentração de poder institucional nas 
mãos dos líderes partidários é posta não como eliminadora da necessidade de 
coalizão, mas como agilizadora de processos ordinários na Câmara dos 
Deputados – motivo que fez aumentar a governabilidade (p. 270). Em nenhum 
momento os autores defendem que com a redemocratização o Legislativo 
tenha passado a ser um Poder fraco e subserviente ao Executivo, mas sim que 
houve um aumento dos possíveis mecanismo de cooperação entre os dois 
poderes (p. 276). 
3. A Medida Provisória (MP) é espécie de proposição legislativa exclusiva do 
presidente da república e recebe uma atenção destacada no texto de Figueiredo e 
Limongi. Sobre esse instrumento, julgue as assertivas seguintes: 
I. Foi utilizada poucas vezes no período 1946­1964. INCORRETA: o instrumento da 
MP sequer existia no primeiro período democrático, tendo surgido com a Constituição 
de 1988 (p. 254). 
II. O instrumento se coloca para o presidente da república como um atalho eficaz 
diante de um Congresso com maioria opositora. INCORRETA: pelo 
contrário, os estudos apontam que a MP foi muito mais utilizada por FHC – 
presidente com maioria no Congresso – do que por Fernando Collor, 
presidente sem maioria no Congresso (p. 255). 
III. A Medida Provisória serve como atalho para poupar congressistas de votarem 
medidas impopulares. CORRETA: essa é justamente uma das funções 
apontadas que corroboram a inverdade da afirmativa anterior, de que a 
MP seria uma facilidade despótica do presidente. Por ser iniciativa do 
presidente da república, não envolve a imagem dos congressistas e os 
poupa de debates que poderiam ser eleitoralmente desfavoráveis (p. 
255). 
IV. A MP sempre necessitou de manifestação ativa do Congresso para ter sua 
vigência continuada. INCORRETA: na prática, até 2001 o presidente da 
república podia editar uma MP indefinidamente e deixá­la em vigor por 
muito tempo sem que os parlamentares precisassem submetê­la a votação. 
Assim, o que ocorreu com muita frequência especialmente na gestão FHC 
foi uma adesão tácita do Congresso ao conteúdo de suas MPs, já que os 
parlamentares optavam por não deliberar sua derrubada (p. 254). 
V. O presidente também pode propor projetos de lei ordinárias, mas uma MP 
tem mais chances de se manter em vigência. CORRETA: isso ocorre porque 
as MPs entram em vigor imediatamente e independentemente da vontade 
do Congresso Nacional. Assim, é impossível eliminar por completo os 
efeitos de sua vigência, e pode ser que para os parlamentares seja mais 
interessante mantê­la em vigor do que revogá­la, em uma sucessão de 
eventos diversa da que ocorre nos projetos de lei ordinários (p. 254). 
a) Somente V está correta 
b) II e IV estão corretas 
c) III e V estão corretas 
d) Nenhuma está correta 
e) I, III e V estão corretas 
GUIMARÃES 
 
 
01. Tendo por base uma leitura atenta do texto de Antônio Guimarães, “Como 
trabalhar com ‘raça’ em sociologia”, relacione os conceitos abaixo com seus 
respectivos significados. 
 
 
( ) Associação 
( ) Nação 
( ) Comunidade 
( ) Etnia 
( ) Raça 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A sequência correta é: 
a) d; e; c; a; b. 
b) d; c; b; a; e. 
c) e; b; d; c; a. 
d) b; c; d; a; e. 
e) d; e; a; c; b. 
 
Gabarito: letra a. 
(Conceitos distribuídos entre páginas 95 e 98). 
02. Ainda tendo por base o texto “Como trabalhar com ‘raça’ em sociologia”, 
marque a alternativa que reúne os itens INCORRETOS. 
a) Discurso de origem relacionado a lugares 
geográficos. 
b) Segundo seu conceitosociológico, é um 
discurso de origem relacionado à 
passagem de características, como traços 
fisionômicos e qualidades intelectuais, 
através do sangue. 
c) Discurso de origem relacionado ao modo 
de realizar certas atividades. 
d) Reunião de pessoas ligadas por certos 
interesses, os quais podem ser submetidos 
à crítica. 
e) Raças e etnias que reivindicam um destino 
I. A escravidão no Brasil foi primeiramente justificada pelo discurso 
científico. Este advogava que a espécie humana poderia ser divida em 
subespécies, diferenciação associada ao desenvolvimento desigual de 
capacidades morais, psíquicas e intelectuais entre os seres humanos. 
INCORRETA. A escravidão foi inicialmente justificada por um 
argumento teológico. Os negros seriam descendentes de Cam, da tribo 
amaldiçoada de Canaã, de modo que senhores de escravos estariam 
fazendo um trabalho civilizatório, emancipando-os por meio do 
trabalho (p. 99). 
 
II. O Brasil não pode ser considerado, em nenhum momento de sua 
história, uma sociedade racialista, visto que o conceito nativo que 
sempre justificou as posições sociais foi cor, e não raça. 
INCORRETA. A sociedade brasileira era inicialmente muito racialista, 
devido à escravidão. Em um primeiro momento, as raças eram 
importantes nativamente, pois alocavam as pessoas em posições sociais 
distintas. Contudo, com o crescente número de alforrias e o surgimento 
de uma classe de negros libertos, o conceito de raça passa a ser 
substituído pelo de cor (p. 99). 
 
III. David Pierson concebe a sociedade brasileira como uma “sociedade 
multirracial de classes”. Segundo tal concepção, raças seriam grupos 
abertos, não constituindo um grupo classificatório nativo. A sociedade 
seria constituída por classes, de modo que grupos de diferentes cores 
poderiam transitar pelos diversos grupos sociais. Mais tarde, tal 
concepção desembocará no ideal da democracia racial. 
CORRETO. “O modo de classificação por cor não fecha as portas para 
ninguém, não pesa quase nada nas oportunidades sociais, a sociedade 
seria uma sociedade de classes, uma sociedade aberta, em que 
negros, brancos, índicos, mestiços, pessoas de qualquer cor, podem 
transitar pelos diferentes grupos sociais” (GUIMARÃES, 2003, p.101). 
 
IV. A ideia de democracia racial consiste no ideal político de convivência 
igualitária entre brancos e negros. Ela se origina na análise de 
Gilberto Freyre sobre o processo colonial português, que teria se 
distinguido da colonização avançada por outras nações europeias 
durante a conquista do “Novo Mundo”. 
CORRETA. A colonização portuguesa se distinguiu da colonização de 
outras nações europeias na medida em que integrava as populações 
consideradas culturalmente inferiores na sociedade, por meio da 
miscigenação (p. 102). 
 
V. A visão da democracia racial como um mito foi avançada pela “escola 
paulista de sociologia”. De acordo com essa noção, a ideia de 
democracia racial está relacionada a um discurso de dominação, 
utilizado para desmobilizar a comunidade negra. 
CORRETA. O mito da democracia racial esconderia uma realidade de 
preconceito e discriminação sistemática dos negros (p.102). 
 
As alternativas incorretas são: 
a) III, IV e V. 
b) I e II. 
c) I, II e V. 
d) III e IV. 
e) Apenas a II. 
 
Gabarito: I e II. 
 
03. Ainda com base no texto “Como trabalhar com ‘raça’ em sociologia”, 
identifique a alternativa: 
 
a) O Movimento Negro Unificado golpeia o mito da democracia racial, com o 
objetivo de reintroduzir a ideia de raça, reivindicando a origem africana 
como uma forma de empoderamento. 
CORRETA. Além disso, o Movimento procurava dividir a sociedade entre 
brancos e negros. Nas pesquisas estatísticas, a parcela da população que 
se classificava como preta era muito pequena. Em compensação, a grande 
parcela declarada como parda tinha estatísticas de situação de vida muito 
parecidas com a da população identificada como preta. Ambas foram 
agrupadas sob o termo “negros”, pelo movimento (p. 103). 
 
b) No Brasil atual, ainda são grandes as desigualdades sociais entre brancos 
e negros. A visão de Hasenbalg e Valle e Silva a respeito disso é que as 
desigualdades decorrem das diferenças de oportunidades de vida e de 
formas de tratamento peculiares a esses grupos raciais. 
CORRETO. Tais desigualdades não podem ser justificadas puramente no 
legado histórico da escravidão, nem na pertença de negros e brancos a 
classes sociais distintas, mas sim na contínua manutenção das estruturas que 
as geram (p. 103). 
 
c) Guimarães concebe um conceito de raça que não está desvinculado de 
cor. Segundo o autor, a classificação por cor no Brasil está intrinsecamente 
relacionada com a concepção de raça. 
CORRETO. Segundo Guimarães, a classificação por cor é orientada por 
um discurso que relaciona características transmitidas por sangue a uma 
origem ancestral (p. 103). 
 
d) O autor traz como necessário o domínio da linguagem analítica pelo 
pesquisador, de modo que as questões teóricas possam ser entendidas 
pelo público. 
INCORRETA. Há uma troca entre conceitos analíticos e nativos na questão. 
Guimarães caracteriza os conceitos analíticos como aqueles que permitem 
a análise de um conjunto de fenômenos, possuindo sentido apenas dentro 
do corpo teórico. Em contrate, os conceitos nativos são aqueles que 
possuem sentido no mundo prático, e por isso pesquisadores devem saber 
traduzir suas pesquisas em linguagem nativa (p. 95 e 104). 
 
e) Em se tratando da metodologia, no Brasil, pesquisadores têm passado a 
utilizar simultaneamente três formas de classificação: (1) o pesquisador 
classifica sem perguntar ao entrevistado; (2) pergunta-se ao entrevistado, 
dando espaço para uma resposta aberta; e (3) pergunta-se ao 
entrevistado, mas a resposta está fechada em cinco categorias: branco, 
preto, pardo, amarelo e indígena. 
CORRETO. Uma pergunta aberta torna-se necessária devido a falta de 
consenso sobre as categorias usadas nativamente para classificar cor. Por 
exemplo, cotidianamente o termo “moreno” é utilizado com muita mais 
frequência que o termo “pardo” (p. 105). 
 
Gabarito: letra d. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MOTTA 
 
1. Em seu texto sobre a reforma partidária de 1979/80 e o quadro atual, Rodrigo 
Motta apresenta algumas explicações acerca da transição do regime militar para um 
estado democrático. A partir da leitura do texto, assinale a alternativa INCORRETA: 
a) A extinção do bipartidarismo em 1979 foi uma estratégia do governo militar para 
estender sua permanência no poder, enfraquecendo a oposição. 
CORRETA: "A reforma partidária não surgiu da derrocada do regime militar, mas de 
uma tentativa de reciclá­lo e prolongá­lo. Os estrategistas governamentais visavam, 
além de enfraquecer a oposição, diminuir a tensão política com uma concessão de 
natureza democrática." (p. 105) 
b) O Partido Democrático Social, criado a partir do fim do ARENA, não configurou 
grandes mudanças, sendo praticamente uma continuação do antigo partido do 
governo. 
CORRETA: A mudança de nome do partido se deu como tentativa de dar ares novos 
e modernos para o PDS, cortando vínculos com a desgastada ARENA – entretanto, o 
novo partido era composto por políticos "afinados" com o regime militar, não havendo 
nova composição. (p. 105) 
c) Era consenso na oposição que evitar a formação de vários partidos seria o melhor 
caminho para alcançar a democracia. 
INCORRETA: Parte da oposição considerava o pluralismo partidário pré­requisito 
para a conquista de uma democracia efetiva, não considerando tão importante 
manter a frente oposicionistaunida. (p. 106) 
d) O PMDB, criado a partir do MDB, herdou o prestígio de seu antecessor, contando 
com grande força eleitoral e a popularidade da antiga sigla. 
CORRETA: A pesar das regras para criação de organizações partidárias exigirem o 
uso da palavra "partido", tornando impossível a manutenção da sigla MDB, o 
problema foi contornado de maneira que o eleitorado reconheceria facilmente a 
continuidade do partido de oposição. (p. 106) 
e) C om o fim do bipartidarismo, cinco novos partidos passaram a compor o arranjo 
político nacional: PMDB, PDS, PDT, PTB e PT. 
CORRETA: A pós o fim do ARENA e do MDB e o início do pluripartidarismo, os 
partidos que substituíram o arranjo bipartidário foram o Partido do Movimento 
Democrático Brasileiro, Partido Democrático Social, Partido Democrático Trabalhista, 
Partido Trabalhista Brasileiro e Partido dos Trabalhadores. (p. 105) 
Resposta: C 2. Ainda sobre o texto de Rodrigo Motta, assinale a alternativa 
CORRETA: 
a) A "dança das legendas", presente na arena política brasileira, evidencia a falta de 
solidez do sistema político vigente, demonstrando fragilidade no sistema democrático. 
INCORRETA: A multiplicação de siglas partidárias, muitas vezes de vida curta, e da 
frequente mudança de filiação de parlamentares, demonstra que o sistema possui 
alguma solidez. É evidente que o sistema partidário atual tende à estabilização. (p. 
113) 
b) A Carta Constitucional de 1988, apesar de representar um golpe final no 
autoritarismo do regime militar, não trouxe grandes inovações no âmbito eleitoral. 
INCORRETA: "A Carta trouxe duas inovações importantes, que resultaram na 
ampliação do número de eleitores: o voto facultativo para os analfabetos e para os 
jovens entre 16 e 18 anos. [...] Disto resultou uma participação eleitoral com números 
impressionantes: nas eleições de 1989 votaram cerca de 72 milhões de pessoas, de 
um total de 82 milhões de eleitores aptos, respectivamente 49% e 56% do total da 
população" (p. 111) 
c) As mudanças ocorridas pelo processo democratizante estabeleceram leis bastante 
rigorosas para a criação de novos partidos, tornando muito difícil obter registro 
provisório para organizações partidárias no TSE. 
INCORRETA: D o ponto de vista da estruturação partidária, as leis criadas durante o 
processo democratizante eram bastante liberais, tornando fácil a obtenção de 
registro provisório para novos partidos. (p. 111) 
d) A pesar de ter encontrado vários entraves, o governo militar manteve controle 
durante todo o processo de transição para a democracia. 
INCORRETA: "A pressão da sociedade insatisfeita – revelada particularmente 
através da eclosão de uma série de greves – e a erosão de suas bases de apoio 
levaram o governo a perder o controle sobre o processo de transição." (p. 109) 
e) De maneira inédita, a reformulação do sistema partidário em 1979/80 não foi 
resultado de mudanças no ordenamento do Estado, como ocorreu em outras mudanças 
do sistema político brasileiro. 
CORRETA: A reforma partidária de 1980 não surgiu do fim do Estado militar, mas 
sim de uma tentativa de reciclá­lo e prolongá­lo, configurando apenas uma maneira 
de reforçar a permanência do regime. (pp. 104, 105) 
Resposta: E 3. E m relação aos partidos abordados pela obra de Rodrigo Motta, 
relacione corretamente a sigla e a composição do partido: 
I. PT A. Não exatamente oposicionista, era marcado pela ausência de um programa bem definido e voracidade por cargos públicos. 
II. PDT 
B. Foi composto principalmente por forças externas ao universo parlamentar. 
Um dos raros casos de um partido criado fora das elites e do Estado na 
história brasileira. 
III. PDS C. Teve como objetivo manter unida a frente oposicionista. 
IV. PTB D. Ligado ao trabalhismo e às ideias varguistas. Tinha Leonel Brizola como principal líder. 
V. PMDB E. Praticamente uma continuação do governo militar, sendo composto por políticos simpatizantes ao regime. 
a ) I ­ E ; I I ­ C ; I I I ­ A ; I V ­ B ; V ­ D . 
b ) I ­ B ; I I ­ D ; I I I ­ E ; I V ­ A ; V ­ C . 
c ) I ­ D ; I I ­ E ; I I I ­ A ; I V ­ C ; V ­ A . 
d ) I ­ C ; I I ­ A ; I I I ­ D ; I V ­ E ; V ­ B . 
e ) I ­ B ; I I ­ A ; I I I ­ E ; I V ­ D ; V ­ C . 
Resposta: B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NICOLAU 
 
1 – A ssocie os itens da coluna da esquerda com os itens da coluna da direita, 
levando em c o n t a o q u e é a p r e s e n t a d o p o r N i c o l a u e m s e u t e x t o 
O S i s t e m a E l e i t o r a l B r a s i l e i r o . 
I – Sistema eleitoral. 
a – O corria no Brasil até 1880. Nesse sistema os votantes elegiam os 
eleitores (primeiro nível), que, por sua vez, escolhiam os representantes para a 
Câmara dos Deputados (segundo nível). 
II – S istema de 
votação em dois 
níveis. 
b – Modernizou o processo de votação no país – as mulheres passaram a ter 
o direito de voto; foi criada a Justiça Eleitoral; foram tomadas medidas para 
garantir o sigilo do voto. 
III – N ovo código 
eleitoral adotado em 
1932. 
c – S istema que dita que os mais votados de cada lista ocupam as cadeiras. 
I V – L i s t a a b e r t 
a . 
d – S istema proporcional por variante da representação majoritária. 
V – S istema adotado 
no Brasil. 
e – C onjunto de regras que definem como, em uma determinada eleição, os 
eleitores podem fazer as suas escolhas e como os votos são somados para 
serem transformados em mandatos. 
 
a ) I – b ; I I – d ; I I I – c ; I V – e ; V – a . 
b ) I – d ; I I – a ; I I I – c ; I V – b ; V – e . 
c ) I – b ; I I – d ; I I I – c ; I V – a ; V – e . 
d ) I – e ; I I – a ; I I I – b ; I V – c ; V – d . 
e ) I – e ; I I – b ; I I I – a ; I V – c ; V – d . 
Opção correta – d) I – e; II – a; III – b; IV – c; V – d. 
2 – D e acordo com o texto de Jairo Nicolau, leia os enunciados a seguir e em 
seguida assinale a a l t e r n a t i v a I N C O R R E T A . 
a) A s regras para a distribuição das cadeiras envolvem a definição do quociente 
eleitoral. Esse é calculado por meio da divisão do número total de votos válidos pelo 
número de cadeiras em disputa. Feito isso, os votos que cada partido obteve são 
divididos pelo quociente eleitoral. O resultado dessa divisão determina o número de 
cadeiras que cada partido obterá. 
Correta – N icolau usa como exemplo uma eleição onde o número total de votos 
válidos foi 11.906.594. Dado que são 60 cadeiras em disputa, o quociente eleitoral, 
portanto, seria 11.906.594/60 = 198.443. Após isso, o autor divide o número de 
votos conseguidos por um partido (5.274.397) pelo quociente (198.443). Essa divisão 
é igual a 26,578, ou seja, o partido receberá 26 cadeiras – Conferir página 294. 
b) P ode­se afirmar que o quociente eleitoral funciona como uma cláusula de barreira, 
dado que exclui da divisão das cadeiras partidos que não obtiverem o número 
mínimo de votos necessários. Correta – S uponhamos que um partido consiga 130.000 
votos. Sendo o quociente eleitoral 198.443 esse partido não receberia nenhuma 
cadeira, dado que 130.000/198.443 = 0.65509 < 1 – Conferir páginas 294 e 295. 
c) N o período de 1945­1964, o sistema adotado nas eleições para presidente foi o 
de maioria absoluta. O mandato durava cinco anos. As eleições para o cargo de 
vice­presidente continuaram a ser realizadas separadamente da do 
presidente. Incorreta – A questão estaria correta se não dissesse que o sistema 
adotado durante o período era o de maioria absoluta. No período entre 1945­1964, 
usava­se o sistema de maioria simples – Conferir página 299. 
d) D uas emendas à Constituição de 1988 aprovadas na década de 1990 
modificaram as regras do presidencialismo brasileiro. A primeira, sancionada em 
junho de 1994, reduziu o mandato presidencial para quatro anos. Com essa medida, 
procurava­se aumentar a conexão entre a votação obtida pelo partido (ou coligação)do presidente e a representação na Câmara dos Deputados. A segunda, sancionada 
em junho de 1997, permitiu que o chefe do Executivo (presidente, governadores e 
prefeitos) concorresse por mais de um mandato consecutivo. 
Correta – C onferir página 299. e) O s chefes do Executivo no Brasil são eleitos por 
intermédio de duas regras diferentes. 
Correta – O presidente, os governadores e os prefeitos de municípios com mais de 
200 mil eleitores são escolhidos pelo sistema de dois turnos. Os prefeitos dos 
municípios com menos de 200 mil eleitores são eleitos pelo sistema de maioria simples 
– Conferir páginas 297 e 298. 
3 – D e acordo com o texto O Sistema Eleitoral Brasileiro, leia os enunciados a seguir e 
em s e g u i d a a s s i n a l e a a l t e r n a t i v a I N C O R R E T A . 
a) P ara efeitos da distribuição de cadeiras, os votos dos partidos coligados são 
somados e as cadeiras são conquistadas pela coligação como se ela fosse um único 
partido. Correta – Importa, portanto, a cada partido tentar fazer com que os seus 
candidatos ocupem os primeiros lugares da lista. Nicolau também diz que essa 
característica tem produzido algumas distorções na representação dos partidos, dado 
que ela favorece o maior partido no estado – Conferir página 297. 
b) N o Brasil, os 81 senadores (três representantes por Unidade da Federação) têm 
mandatos de oito anos e são eleitos alternativamente: em uma eleição é eleito um 
senador, na seguinte, dois. Correta – Conferir página 300. 
c) U ma das propostas referentes à reforma eleitoral diz respeito à proibição das 
coligações e a determinação de que a distribuição das cadeiras obtidas pela 
coligação seja feita proporcionalmente aos votos de cada partido coligado. Correta – 
D ado os problemas causados pela atual regra de distribuição de cadeiras para 
partidos coligados (distribuição desproporcional, distorção da representação, 
favorecimento de grandes partidos), essa é uma demanda veementemente defendida 
pelos partidários da reforma política – Conferir página 300. 
d) F alando­se da distribuição das cadeiras restantes, essa é feita por meio do 
método de maiores médias: o total de votos de cada partido é dividido pelo número 
de cadeiras obtidos pelo quociente eleitoral na divisão anterior, acrescido de 
um. Correta – C onsidere o caso no qual o número de votos conseguidos por um 
partido (5.274.397) seja dividido pelo quociente eleitoral (198.443). Essa divisão é 
igual a 26,578, ou seja, o partido receberá 26 cadeiras. Caso sobrem cadeiras, a 
próxima distribuição será feita por meio da divisão do número de votos do partido 
(5.274.397) pelo número de 
cadeiras já obtidas acrescido de um (26 + 1 = 27), ou seja 5.274.397/27 = 
195.348. Essa média final (195.348) é comparada à de outros partidos, recebendo a 
cadeira aquele que obtiver a maior média – Conferir páginas 294 e 295. e) E m 
1988, foi adotado um novo código eleitoral que modernizou o processo de votação 
no país: as mulheres passaram a ter o direito de voto, foi criada a Justiça Eleitoral e 
foram tomadas medidas para garantir o sigilo do voto. 
Incorreta – A questão está toda correta, exceto pelo fato de que esse novo código 
eleitoral foi adotado em 1932, e não em 1988 – Conferir página 293. 
 
 
REIS 
 
 
1) Após a leitura do texto “Percepções da Elite sobre pobreza e desigualdade”, 
de Elisa P. Reis, assinale a alternativa correta. 
a. Nos últimos anos, a pobreza e desigualdade se tornaram temas 
centrais na Antropologia, Ciência Política, e Sociologia, com análises 
sistemáticas e consequente formulação de políticas públicas. 
INCORRETA. A centralidade da temática ocorreu na Economia, não nas 
ciências sociais acima citadas. Por esse motivo, não foram formuladas 
políticas públicas acerca dessas análises sistemáticas que não 
ocorreram. (pp. 143 e 144) 
b. De acordo com De Swaan, as elites estão sempre atentas às demandas 
das outras classes, auxiliando-as mesmo quando elas correm risco de 
prejuízo financeiro. 
INCORRETA. As elites só agem reativamente às ações das demais 
classes, assim como só tomam medidas coletivas quando a proteção 
individual não é o suficiente para manter a sua segurança, como no 
caso da vacinação contra a cólera. (p. 144) 
c. As elites do Terceiro Mundo e as elites europeias compartilhavam da 
mesma visão de pobreza no período de implantação das políticas 
nacionais de welfare. 
INCORRETA. As elites de Terceiro Mundo, de acordo com o estudo, 
costumam ser contrárias às políticas de redistribuição de renda, o que 
não é visto nas europeias. (p. 144) 
d. Somente são considerados, pela autora, como elites: políticos, 
burocratas, líderes sindicais e militares. 
INCORRETA. As elites citadas fizeram parte da primeira parte do 
estudo, restrita à elite brasileira. Na segunda parte do estudo 
entraram as elites religiosa, intelectual e outras. (p. 145) 
e. Apesar de não se sentirem responsáveis por sanar as desigualdades e 
a pobreza, as elites brasileiras têm esses dois problemas como algo 
central no desenvolvimento do Brasil. 
CORRETA. As elites brasileiras delegam única e exclusivamente ao 
Estado o papel de acabar ou reduzir as desigualdades sociais, já que 
elas são um risco para o desenvolvimento e estabilidade da nossa tão 
jovem democracia. (p. 145) 
 
2) De acordo com a visão das elites brasileiras quanto à pobreza e 
desigualdades, presente no texto de Reis, julgue os itens a seguir em 
VERDADEIRO ou FALSO e marque a alternativa correta: 
I) Os altos índices de pobreza e desigualdade social são, para as elites, 
o principal obstáculo à Democracia no Brasil, de acordo com 23,4% 
dos entrevistados. 
FALSA. Apesar de a diferença de 0,7%, as elites brasileiras acreditam 
que o baixo nível educacional da população é o maior obstáculo à 
Democracia, com 24,1% das respostas. (p. 146) 
II) A educação é vista como o principal caminho para reduzir as 
desigualdades e aumentar a competitividade entre as pessoas. 
VERDADEIRA. As elites veem a educação como a melhor forma de 
dotar os desprivilegiados de recursos. (p. 146) 
III) Como as elites brasileiras percebem a existência do racismo, elas 
veem as ações afirmativas como a forma mais viável de corrigir as 
desigualdades raciais. 
FALSA. Apesar de concordam com a existência do racismo, elas são 
contra as ações afirmativas, assim como outros grupos contra-elites. (p. 
147) 
IV) Por se sentirem culpadas pelas desigualdades, todas as elites 
entrevistadas demonstraram-se a favor da reforma agrária. 
FALSA. A assertiva está errada em dois pontos. As elites culpam 
exclusivamente o Estado pela manutenção das desigualdades e, 
embora as elites políticas, burocráticas e sindicais sejam a favor da 
reforma agrária, a elite empresarial não se apresenta tão a favor, já 
que seria uma ameaça à propriedade privada. (p. 147) 
V) Quase 50% dos entrevistados apontaram como principais explicações 
para o fracasso de políticas sociais i) o mau planejamento e execução 
das políticas públicas e ii) a falta de vontade política e baixa 
prioridade dos problemas para os políticos. 
VERDADEIRA. Os entrevistados sugerem que as coisas mudariam se 
houvesse vontade política e se o Estado cumprisse o seu papel, 
havendo descrença na capacidade de agência dele. (p. 148⁄9) 
 
A alternativa correta é: 
a. I – V; II – F; III – V; IV – F; V – V. 
b. I – F; II – V; III – F; IV – V; V – F. 
c. I – F; II – V; III – F; IV – F; V – V. 
d. I – V; II – V; III – F; IV – F; V – F. 
e. I – F; II – F; III – V; IV – F; V – V. 
 
 
3) Tendo em vista a perspectiva comparada usada por Reis, relacione as 
características com o(s) seu(s) respectivo(s) país(es): 
a. Veem a pobreza e a desigualdade como resultado de um insuficiente 
crescimento econômico. 
i. África do Sul e Bangladesh 
ii. África do Sul e Brasil 
iii. Bangladesh e Brasil 
Respostacorreta: i – Mesmo com essa visão, em Bangladesh a 
responsabilidade pessoal é acentuada. (p. 149) 
 
b. Essas duas elites acreditam que é papel do Estado reduzir as 
desigualdades, incentivando o setor privado, o que naturalmente 
criaria oportunidades de melhoria para os setores mais pobres da 
população. 
i. África do Sul e Bangladesh 
ii. África do Sul e Brasil 
iii. Bangladesh e Brasil 
Resposta correta: ii – O único problema dessa política pública é que ela não 
traria resultados rápidos, somente em longo prazo. Ao contrário das elites 
citadas, as de Bangladesh acreditam que as ações voluntárias e filantrópicas 
são as mais eficazes e desejáveis. (p. 149⁄50) 
 
c. Insegurança e ameaça de violência são os fatores que mais 
amedrontam as elites X e Y quanto as desigualdades. Já as elites de Z 
acreditam que as pessoas mais pobres são mais integras. 
i. X – África do Sul; Y – Bangladesh; Z – Brasil. 
ii. X – África do Sul; Y – Brasil; Z – Bangladesh 
iii. X – Bangladesh; Y – Brasil; Z – África do Sul 
Resposta correta: ii – As elites de Bangladesh associam a violência aos mais 
ricos – que foram contaminados com os problemas do capitalismo; enquanto as 
outras duas a associam aos mais marginalizados. (p. 150) 
 
d. Vê a educação como instrumento de conscientização, mobilização e 
associativismo. 
i. África do Sul 
ii. Bangladesh 
iii. Brasil 
Resposta correta: ii – As elites de Bangladesh possuem essa visão devido ao 
forte ethos religioso, enquanto as elites brasileira e sul-africana veem a 
educação como instrumento de mobilidade social. (p. 150) 
 
e. As elites desse(s) país(es) não reconhecem a interdependência entre 
elas e as camadas mais pobres. 
i. África do Sul 
ii. Bangladesh 
iii. Brasil 
iv. Todas as elites citadas. 
Resposta correta: iv – As elites comparadas no estudo atribuem ao poder 
público a capacidade de sanar as desigualdades como forma de eximir a sua 
culpa. Além disso, elas buscam soluções individuais para os seus problemas, 
como segurança privada. A autora afirma que é necessário identificar as 
motivações das elites para, enfim, conseguirmos a sua adesão. (p. 151)

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