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DISCIPLINA: Leis Especiais PROFESSOR: Gabriel Habib MATÉRIA: Lei de Organização Criminosa Indicações de bibliográficas: • Lei 12.850/13 Palavras-chave: • Conceito • Elementos TEMA: Lei de Organização Criminosa PROFESSOR: Gabriel Habib Objeto da Lei 1. Conceituação de organização criminosa 2. Dispõe sobre a investigação criminal das organizações criminosas 3. Trata dos meios de obtenção de prova que poderão levar ao conhecimento do judiciário 4. Cria infrações penais correlatas às organizações criminosas 5. Trata do procedimento criminal aplicável É uma lei majoritariamente processual. Conceito de organização criminosa – Considera-se organização criminosa a associação de 4 ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 anos ou que sejam de caráter transnacional. (Art. 1°, § 1°) Elementos: 1. Quatro ou mais pessoas 2. Estruturalmente organizadas Matéria:Leis Especiais – Prof: Gabriel Habib 3. Com especial fim de agir (obter vantagem de qualquer natureza) 4. Mediante a prática de infração penal cujas penas máximas sejam superiores a 4 anos ou que sejam de caráter transnacional Associação Criminosa (Art. 288, CP) Organização Criminosa (Lei 12.850/13) Mínimo de 3 pessoas Mínimo de 4 pessoas Prática de crimes independente da pena cominada Prática de infrações penais com pena máxima superior a 4 anos ou de caráter transnacional Não exige-se divisão de tarefas para configuração Exige-se divisão de tarefas para sua configuração Especial fim de agir de cometer crimes Especial fim de agir de obter vantagem de qualquer natureza Meios de Obtenção de prova (Art. 3°) 1. Colaboração premiada 2. Captação ambiental 3. Ação controlada 4. Infiltração de agentes Poderá ser utilizada em qualquer fase da persecução penal. Colaboração Premiada (Art. 4°) É um acordo feito entre as partes, réu e ministério público ou indiciado e autoridade policial. Segue o modelo de justiça consensual, por isso o juiz não participa do acordo, apenas o homologa, verificando se o ato foi voluntário, regular e legal (Art. 4°, § 6°). Benefícios: 1. Perdão judicial 2. Redução de pena 3. Substituição da PPL por PRD Beneficiário – Um membro integrante da organização criminosa. Está subordinado a requisição das partes (não cabe de ofício pelo juiz). Deve ser efetiva e voluntária. Incomunicabilidade – Só poderá ser aproveitada por quem for parte do acordo. Matéria:Leis Especiais – Prof: Gabriel Habib Não revogou os art. 13 e 14 da Lei 9.807/99. A concessão do perdão judicial pode ser concedido pelo juiz mesmo não havendo previsão expressa na proposta de colaboração, considerando a relevância da colaboração prestada (Art. 4°, § 3°). Possibilidade de não haver denúncia (Art. 4°, § 4°) 1. Se não for o líder da organização 2. Se for o primeiro a prestar efetiva colaboração Os requisitos são cumulativos Traz um 4° benefício da colaboração É uma mitigação do princípio da obrigatoriedade. Colaboração posterior a sentença (Art. 4°, § 5°) Poderá ser reduzida a pena à metade ou ter progressão de regime mesmo sem os requisitos objetivos. Quem aplica a redução: • Com Trânsito em julgado – Juízo da execução • Na fase recursal – O tribunal Havendo conexão entre o conteúdo dos termos da colaboração e o delito investigado, a competência para homologação será do juízo competente para supervisionar a investigação, dá-se por prevenção (Informativo 870 do STF) Quando na colaboração é citada autoridade com foro especial por prerrogativa de função a homologação do acordo deve ser feita pelo juízo de 1ª instância, devendo remeter os autos imediatamente ao foro especial competente pela prerrogativa de função, e este decidirá sobre a existência de conexão ou continência ou desmembramento do processo (Informativo 612, STJ). No caso de órgão colegiado quem homologa a colaboração é o relator (Informativo 870, STF) Obrigatoriedade de renúncia ao direito ao silêncio (Art. 4°, § 14) Matéria:Leis Especiais – Prof: Gabriel Habib Há questionamento quanto a constitucionalidade deste dispositivo. A renúncia deve ser proveniente de um ato de liberalidade e não de uma obrigação imposta pela lei. A colaboração premiada não é meio de prova, é meio de obtenção de prova, por isso não poderá haver sentença condenatória fundamentada apenas na colaboração. Descumprimento da colaboração Não há relação entre o descumprimento e a decretação de prisão (Informativo 862 do STF e 609 do STJ). Sigilo do acordo de colaboração Finalidade – Preservar a intimidade do colaborador e das pessoas por ele mencionadas, além de preservar o sucesso das investigações. Duração – No máximo até a denúncia. Captação Ambiental (Art. 3°, II) Ocorre quando um interlocutor obtém dados de outro interlocutor. A conversa se dá entre ambos, havendo o contato pessoal entre os interlocutores. A gravação é feita pelo próprio interlocutor. Captação Ambiental Interceptação Telefônica Não há prazo determinado de duração Prazo de 15 dias prorrogável por igual período Captação ambiental de sinais eletromagnéticos, óticos ou acústicos Interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática Pode ser feita de forma incondicional Possui natureza de prova subsidiária É possível captação para investigação de qualquer infração penal praticada no âmbito de uma organização criminosa Somente pode ser autorizada para fins de investigação de delito apenado com reclusão. Ação Controlada (Art. 8°) Também conhecida como flagrante retardado, diferido ou postergado. É o permissivo legal para que a autoridade policial deixe de efetuar a intervenção no momento em que o autor do delito já está em flagrante da prática de infração penal para intervir no momento mais eficaz do ponto de vista da formação de provas e fornecimento de informações. Ação controlada Flagrante esperado Matéria:Leis Especiais – Prof: Gabriel Habib O agente está em flagrante da prática de delito O agente não está em flagrante da prática de delito. A autoridade policial fica na expectativa de sua ocorrência para efetivar a prisão. Desnecessária autorização judicial, bastando apenas prévia comunicação ao juízo competente. Ação controlada na lei de drogas – Exige-se autorização judicial (Art. 52, II, Lei 11.343/06). Havendo uma organização criminosa que pratica tráfico de drogas irá ser regulada a ação controlada pelo art. 8° da lei 12.850/13, sem a necessidade de autorização judicial. Infiltração de Agentes (Art. 10) Finalidade – Efetivar a colheita de maior número de elementos e informações possíveis que sirvam de base para investigação e repressão ao crime organizado. Trata-se de uma obrigação assumida em tratado internacional – Convenção das nações unidas contra o crime organizado transnacional (Convenção de Palermo). Quem pode se infiltrar – Agente de polícia de investigação judiciária. Autorização judicial – Deve ser circunstanciada, motivada e sigilosa. Há necessidade de oitiva do Ministério Público. É meio de prova subsidiário. Duração de 6 meses com eventual renovação. Os eventuais crimes praticados pelo agente infiltrado serão tratados como inexigibilidade de conduta diversa (Art. 13). Matéria:Leis Especiais – Prof: Gabriel Habib
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