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Peptídeos e proteínasPeptídeos e proteínas Erika Cristina G. Aguieiras LaBiM (IQ Lab. 549-1) erikaaguieiras@gmail.com PEPTÍDEOS Ligação peptídica Os aminoácidos são ligados covalentemente entre si por desidratação através de um grupo α-COOH de um aminoácido e um grupo α-NH2 do outro → ligação peptídica. Ligação peptídica • Compartilhamento parcial (ressonância) de dois pares de elétrons entre o oxigênio carbonílico e o nitrogênio da amida formação de um DIPOLO ELÉTRICO • A ligação peptídica (C-N) é mais curta que a ligação (C-N) de uma amina simples caráter parcial de ligação dupla Cα – C – N - Cα Ligação peptídica Ângulo de rotação ao redor da ligação C-N é (phi) Ângulo de rotação ao redor da ligação C-C é ψ (psi). As ligações podem sofrer rotação nesses ângulos – mas a rotação não é livre Caráter parcial de ligação dupla da ligação peptídica ligações peptíticas C-N não podem girar livremente 6 átomos do grupo peptídico estão em único plano Ligação peptídica – limitações estruturais Limitações estruturais impostas pelas ligações peptídicas • A rotação livre é impedida pelo tamanho das nuvens eletrônicas dos átomos de oxigênio da carbonila e dos átomos de hidrogênio da amina. Limitações estruturais impostas pelo radical • Volume (impedimento estérico) – dois átomos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço • Repulsões de carga Radical – limitações estruturais Diagrama de Ramachandram Ângulos preferidos Diagrama de Ramachandran - combinações mais estáveis (de energia mais baixa) de pares de ângulos (C-N) e (C-C), dentre todas as teoricamente possíveis. Azul escuro - combinações dos ângulos (C-N) e permitidas (C-C ) – sem impedimento estérico Azul médio - combinações permitidas com leve choque dos átomos Azul claro – conformações permitidas se for possível uma pequena flexibilidade no ângulo da ligação peptídica Peptídeos •2 aminoácidos dipeptídeos •3 aminoácidos tripeptídeos •4 aminoácidos tetrapeptídeos •+ de 10 aminoácidos polipeptídeos Extremidade carboxi terminal(C-terminal) Extremidade amino terminal (N-terminal) Ligação peptídica Esqueleto peptídico Grupamentos laterais (R) – responsáveis pelas propriedades dos peptídeos OBS: As ligações peptídicas são muito estáveis e, sua hidrólise ocorre lentamente por causa da sua alta energia de ativação. Nomenclatura dos peptídeos Alanina ALANIL GLUTAMIL LISINA +H3N - CH - CO - HN - CH - CO - HN - CH – COO-_ CH3 COOH (CH2)2 NH2 (CH2)4 Glutamato Lisina H3N- C - H COO- R O papel que os aminoácidos desempenham nas proteínas está relacionado às propriedades das cadeias laterais. Peptídeos com atividade biológica •Vasopressina Hormônio antidiurético Aumento da pressão sanguínea •Aspartame Cys Cys Phe Arg Cys Cys Ile Leu •Ocitocina Estimula a freqüência e a amplitude das contrações da musculatura uterina no fim da gestação •Desempenha um papel durante a lactação contração das células mioepiteliais da glândula mamária promovendo a saída do leite PROTEÍNAS • Todas as proteínas são polímeros construídos a partir do conjunto de 20 aminoácidos, ligados covalentemente em sequências lineares características. Definição Lipase pancreática humana Hemoglobina Funções Catalisadores enzimas Proteínas regulatórias insulina Transporte hemoglobina Estrutural colágeno, queratina Defesa anticorpos Movimento actina, miosina DNA → mRNA → Proteína Níveis estruturais ESTRUTURA FUNÇÃO A função de uma proteína está intimamente relacionada a sua estrutura. 4 níveis estruturais Estrutura primária Estrutura secundária Estrutura terciária Estrutura quaternária Estrutura primária •É a seqüência linear de aminoácidos com a descrição de todas as ligações covalentes (peptídicas ) da cadeia Estrutura primária Qual a importância de se conhecer a estrutura primária? A sequência de a.a. determina a estrutura tridimensional da proteína função Proteínas semelhantes em estrutura –ancestral comum Alterações na sequência de a.a. – doenças como anemia falciforme Estrutura primária •Anemia falciforme substituição de um resíduo de glutamato por um de valina •Moléculas de hemoglobina agregam-se devido a interações hidrofóbicas radicais apolares de valina. •Precipitado fibroso que distorce as hemácias. Estrutura secundária •É o arranjo espacial, regular e periódico dos aminoácidos adjacentes em um segmento da cadeia polipeptídica principal. •Ligações de hidrogênio ocorrem entre o hidrogênio ligado ao nitrogênio e o oxigênio do grupo C ═ O •α hélices, folha β e loops ou voltas • A -hélice é mantida por ligações de H que se formam entre átomos de duas ligações peptídicas próximas (aprox. 4 a.a). • Estrutura cilíndrica em torno de um eixo imaginário Cada volta de hélice = 3,6 resíduos de aminoácidos = -57° Ψ = -47° Estrutura secundária - α hélices Estrutura secundária - α hélices • É mantida por ligações de H que se dispõem perpendicularmente ao esqueleto peptídico. • As ligações de hidrogênio são formadas entre segmentos adjacentes dentro da folha • Grupos R dos aminoácidos adjacentes se projetam da estrutura em zigue- zague em direções opostas Estrutura secundária - folha β pregueada Estrutura secundária - folha β pregueada Paralela Antiparalela Paralela: Φ = -119º; ψ = 113º Anti-par: Φ = -139º; ψ = 135º Estrutura secundária - folha β pregueada Antiparalela Paralela N-terminal C-terminal C-terminal N-terminal N-terminal C-terminal Estrutura secundária – loops ou voltas • conectam as α- hélices e as folhas β • em geral, estão na superfícies das proteínas •em geral, são flexíveis • voltas β - loops que conectam extremidades de dois segmentos adjacentes de uma fita β antiparalela •Ligações de hidrogênio entre o 1°e 4° resíduos de a.a. N-terminal C-terminal C-terminal N-terminal Estrutura secundária – loops ou voltas Volta β Diagrama de Ramachandram Cada tipo de estrutura pode ser completamente descrita pelos ângulos Φ e ψ associados a cada resíduo Estrutura terciária •Conformação enovelada de uma proteína, formada pela condensação de vários elementos de estrutura secundária, estabilizada por interações fracas Triosefosfato isomerase e dihidrofolato reductase: elementos de estrutura secundária semelhantes, mas estrutura terciária diferente. • Aminoácidos distantes e em diferentes estruturas secundárias podem interagir •Confere a proteína a função biológica específica Estrutura terciária Interações que estabilizam os peptídeos. Estrutura quaternária • Arranjo espacial de duas ou mais subunidades polipeptídicas • Interações mantêm as subunidades juntas • Dímeros a complexos – proteínas oligoméricas homodímero: a2 heterodímero: ab heterotetrâmero: a2b2 heteropentâmero: a2bcd Desoxi-hemoglobina Estrutura quaternária Estrutura quaternária Ex. hemoglobina PROTEÍNAS – Classificação • de acordo com a conformação - globulares - fibrosas • de acordo com os produtos de hidrólise - simples - conjugadas Classificação • de acordo com a conformação - globulares - fibrosas Classificação •Cadeias peptídicas organizadas em filamentos funções estruturais. •Em geral são formadas por um único tipo de estrutura secundária •Insolúveis em água aas hidrofóbicos. •Resistência mecânica, forma e sustentação. α-queratina (hélices-α ligadas por ligações dissulfeto) – pele, unha, cabelo, penas, chifres Fibroínas da seda (conformações β) - seda e teias Colágeno –cartilagem, tendões,matriz ósseas Fibrosas Colágeno Globulares •Cadeias polipeptídicas dobradas em uma forma esférica ou globular •Geralmente contêm diversos tipos de estruturas secundárias •São geralmente solúveis em água • Diversidade estrutural reflete a diversidade funcional - catalisadores (enzimas) - imunoglobulinas (anticorpos) - proteínas de transporte Hemoglobina Motivos • Padrões comuns de enovelamento identificáveis, envolvendo dois ou mais elementos da estrutura secundária e a conexão entre eles; • Um único grande motivo pode abranger toda a proteína Domínios • Parte da cadeia polipeptídica que é independentemente estável e pode movimentar-se como uma entidade isolada em relação ao restante da proteína • Muitas vezes conserva sua estrutura tridimensional nativa quando separado do resto da proteína • Proteínas com diferentes domínios • Domínios diferentes = funções diferentes • Proteínas pequenas um domínio (o domínio é a proteína) Domínios Exemplo Barril Alfa/beta • Formado por repetições do motivo β –α – β • Domínio encontrado em diversas enzimas • Domínios com padrão semelhante de enovelamento são ditos ter o mesmo motivo Classificação estrutural das proteínas Todas as proteínas devem ser classificados para as famílias estruturais para entender suas relações evolutivas Famílias proteicas proteínas com semelhança na estrutura primária e/ou com estrutura terciária e funções semelhantes forte relação evolutiva Superfamílias duas ou mais famílias com pouca similaridade na sequência de a.a. mas que utilizam o mesmo motivo estrutural e apresentam semelhanças funcionais provável relação evolutiva Classificações estruturais auxiliam na investigação da história evolutiva características estruturais conservadas Classificação estrutural das proteínas SCOP – Strucutual classification fo proteins 4 classes de estruturas de proteínas Cada classe com dezenas e centenas de combinações de motivos Classificação estrutural das proteínas - Simples: contem apenas resíduos de aminoácidos - Conjugada: também contem grupos prostéticos (lipídeos, açúcares ou metais específicos) • de acordo com os produtos de hidrólise Classificação Simples - exemplos Albumina sérica • corresponde a 60 % da proteína plasmática • função transportar compostos hidrofóbicos no sangue como ácidos graxos, esteróides Queratinas • Proteínas insolúveis • Principal componente da epiderme, do cabelo e das unhas (α-queratina) Ondulação e alisamento dos cabelos •α-Queratinas Formato do cabelo depende da combinação de diversas forças que atuam na queratina: Ligações dissulfeto entre resíduos de cisteína nas cadeias que estabilizam a estrutura quaternária Ligações de Hidrogênio A possibilidade da Inter conversão entre as formas oxidadas (RSSR) e reduzidas (RSH) da cisteína é que permite ao cabeleireiro "moldar" o cabelo Ondulação e alisamento dos cabelos Ondulação e alisamento dos cabelos Primeira etapa - redução de todos os grupos RSSR Aplicação do ácido tioglicólico (em solução de amônia pH 9) - agente redutor Esta solução reduz os grupos RSSR para RSH Os cabeleireiros chamam esta solução de "relaxante". Ondulação e alisamento dos cabelos Segunda etapa - consiste em imprimir no cabelo a forma desejada: lisa ou ondulada Após se lavar a solução de ácido tioglicólico e se enrolar ou esticar o cabelo, o cabeleireiro, então, oxida os grupos RSH para RSSR, com a aplicação de um agente oxidante, tal como o peróxido de hidrogênio ou borato de sódio Formação de novas pontes dissulfeto – diferentes das anteriores Os cabeleireiros se referem a esta solução como "neutralizante". Ondulação e alisamento dos cabelos Conjugadas Porção protéica APOPROTEÍNA Composto não protéico HOLOPROTEÍNA Grupamento prostéticoGlicoproteínas Fosfoproteínas Lipoproteínas Metaloproteínas Cromoproteínas Glicoproteínas •Possuem como grupo prostético glicídios ligados covalentemente •Cadeias de glicídios lineares ou ramificadas Imunoglobulinas ou anticorpos • produzidas pelos linfócitos B • efetivas contra infecções bacterianas e em algumas fases das infecções virais • 4% de glicídios glicídios Fosfoproteínas •Contém fosfato - fosforilação Resíduo de serina, treonina ou tirosina Lipoproteínas •Grupo prostético lipídico Metaloproteínas •Grupo prostético contém um metal ligado diretamente aos aminoácidos Cromoproteínas •Grupo prostético contém um metal ligado a componentes do grupo prostético •Ex. hemoglobina e mioglobina HEME PROTEÍNAS – Modificações pós- traducionais Alterações moleculares na estrutura das proteínas Redução no tamanho da proteína Alterações por modificação covalente Fosforilação Hidroxilação Glicosilação Modificações pós-traducionais Redução no tamanho da proteína Pró-insulina Insulina Fosforilação • Quinases são enzimas responsáveis pela adição de um grupamento fosfato em resíduos de Serina, treonina e tirosina de proteínas. • Fosfatases são enzimas responsáveis pela remoção do fosfato. Proteína Proteína PO4 -3 PO4 -3 Quinase Fosfatase ATP Modificações pós-traducionais Aminoácido Modificação encontrada Amino-terminal Acetilação, glicosilação Carbóxi-terminal Metilação, ADP-ribosilação Arginina Metilação, ADP-ribosilação Asparagina Glicosilação, metilação, desamidação Aspartato Metilação, hidroxilação Cisteína Glicosilação Glutamato Metilação, carboxilação, ADP-ribosilação Glutamina Desaminação Histidina Metilação, ADP-ribosilação Lisina Acetilação, metilação, hidroxilação Fenilalanina Hidroxilação, glicosilação Prolina Hidroxilação, glicosilação Serina Fosforilação, metilação, hidroxilação Treonina Fosforilação, metilação, hidroxilação Triptofano Hidroxilação Tirosina Fosforilação, iodinação, hidroxilação
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