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Atualidades para Polícia Civil – DF (Escrivão)
Teoria e Questões
Prof. Rodrigo Barreto 
AULA 1
1. Primavera Árabe
1.1. Introdução
Em dezembro de 2010 um jovem tunisiano, desempregado, 
ateou fogo ao próprio corpo como manifestação contra as condições 
de vida no país. Ele não sabia, mas aquele ato desesperado, que 
culminou com a sua própria morte, foi o início do que viria a ser 
chamado mais tarde de Primavera Árabe. Protestos se espalharam 
por toda a Tunísia, o que levou o então presidente Zine el-
AbdineBen Ali a fugir para a Arábia Saudita apenas dez dias depois. 
Ben Ali estava no poder da Tunísia desde novembro de 1987.
Inspirados no aparente sucesso dos protestos na Tunísia, os 
egípcios também foram às ruas. A saída do presidente Hosni 
Mubarak, que estava no poder há 30 anos, demoraria um pouco 
mais. Enfraquecido, ele renunciou dezoito dias depois após o início 
das manifestações populares, concentradas na praça Tahrir (ou 
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SUMÁRIO PÁGINA
1. Primavera Árabe 1 
2. Síria 9
3. Egito 16
4. Líbia 24
5. Palestina 26
6. China 32
7. Questões comentadas 36
8. Lista de Questões 58
9. Gabarito 72
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praça da Libertação, em árabe), no Cairo, capital do Egito. Mais 
tarde, Mubarak seria internado e, mesmo em uma cama hospitalar, 
seria levado a julgamento e condenado. Esta decisão, no entanto, 
no início de 2013, foi anulada pela Corte Suprema do Egito e um 
novo julgamento iniciou-se em maio de 2013, mas ainda não fora 
encerrado – tendo sido novamente adiado em julho de 2013. 
Mubarak segue preso, mas sem sentença definitiva.
Não podemos nos esquecer de que o mundo árabe fora 
historicamente marcado pelo predomínio de regimes autocráticos, 
ou seja, regimes de governo nos quais uma só pessoa ou um só 
partido concentra e detém todo o poder. Dessa forma, praticamente 
não havia espaço para a participação popular na política e a 
contestação/oposição foi, e ainda é, reprimida de maneira coercitiva 
e muito violenta. Quem é que nunca se impressionou com os 
inúmeros casos de violência ocorridos no mundo árabe? A mídia nos 
“bombardeia” diariamente com inúmeros desses casos.
Além de enfrentar os governos ditatoriais, os povos árabes 
sofrem também com altas taxas de desemprego e alto custo de 
vida, que se agravaram desde o início da crise mundial. Mesmo nos 
países cuja economia é mais forte, como a Arábia Saudita, a 
sociedade sofre com o custo altíssimo de vida. Outro problema que 
aumentou os protestos é a falta de liberdade religiosa, sobretudo 
para as minorias como, por exemplo, os cristãos da região. Uma 
observação: embora os cristãos da região sofram enquanto minoria, 
na Síria a situação é um pouco diferente. Nesse país, os cristão 
apoiam o regime de Bashar al Assad, em razão das práticas laicas 
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do governo, bem como por causa da construção histórica do modo 
pelo qual se dá a sustentação política do regime de Bashar al Assad.
O início da chamada Primavera Árabe trouxe, para o mundo árabe, 
momentos de esperança e euforia. A queda de Ben Ali na Tunísia foi 
um marco histórico; pois, pela primeira vez, um ditador na região 
foi retirado do poder pelas forças do povo. Depois a renúncia de 
Mubarak, no Egito, incendiou ainda mais os protestos na região.
Acontece que a Primavera Árabe tomou rumos diferentes em 
cada um dos países – o que torna esse evento muito mais complexo 
de ser compreendido. Os governos aumentaram a repressão aos 
movimentos populares, provocando conflitos armados e mesmo 
intervenções militares externas. Em 2011, as quedas de Muammar 
Kadafi, na Líbia, e de Ali Abdullah Saleh, no Iêmen, se deram em 
um contexto de sangrentos conflitos entre as forças militares do 
governo, e as parcelas governistas da população, contra as forças 
populares de oposição, normalmente identificados pelo nome de 
rebeldes.
O problema atual é que esses conflitos instauraram uma 
enorme instabilidade política na região, demonstrando que a 
simples deposição de velhos governos autocráticos não é suficiente 
para a instauração de novos modelos democráticos, que sejam 
capazes de atender às demandas da população. Ou seja, o processo 
de mudança de um regime ditatorial para um democrático não se dá 
de forma automática. Outro problema comum a esses países é que 
em todos eles há a divisão da sociedade em diversos grupos 
conflitantes. Esses grupos são diferenciados historicamente por 
razões religiosas, políticas, econômicas e étnicas.
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Devemos entender, pessoal, que a Primavera Árabe não se 
trata de um fato isolado no tempo e no espaço. Na realidade, a 
Primavera Árabe se trata de um processo dinâmico que ainda está 
em curso – e que, na verdade, não sabemos onde irá desembocar. 
Esse processo tem dado sinais de ser um tanto que frágil, pois as 
relações entre os Estados árabes e a sociedade civil são bastante 
conflituosas. Apesar disso, em alguns países já começam a surgir 
instituições democráticas.
O pesquisador da Universidade de Stanford, Hicham Ben 
Abdallah Alaoui, especialista no mundo árabe, lembra, em artigo 
publicado na revista Le Monde Diplomatique, de janeiro de 2013, 
que a institucionalização da democracia implica em uma 
convergência da vida política, basicamente, em torno de três 
fatores: Constituição, Parlamento e eleições. Quando esses fatores 
são estáveis e rígidos, os governos geralmente ficam protegidos dos 
grupos mais extremistas e radicais – típicos da região. O eminente 
professor ressalta que instituições democráticas fortalecidas afastam 
ainda os grupos reacionários e o autoritarismo.
Na Tunísia, na Líbia e no Egito o processo de democratização 
está em curso também de forma instável. Nesses países houve 
eleições que, por sua vez, foram marcadas por um pluralismo que 
jamais haveria nos tempos de ditadura. Na Tunísia, país cuja 
população é mais escolarizada do que nos demais países da região, 
a Assembléia Constituinte está a finalizar a elaboração da nova 
Constituição. Segundo Alaoui, nesse país a crise possui duas 
dimensões: a passividade do novo governo diante da violência 
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salafista e a demora na realização de reformas econômicas, 
principalmente nas áreas mais pobres do país. Não nos esqueçamos 
de que boa parte do mundo árabe enfrenta problemas econômicos e 
sociais.
Na Tunísia, os salafistas fundaram o partido da Frente da 
Reforma, em maio de 2012, e lideraram diversos protestos, 
incluindo importantes protestos na cidade de Sidi Bouzid. Os 
salafistas se notabilizaram ainda por ataques repetidos contra 
símbolos da nova liberdade de expressão tunisiana, saqueando 
galerias e impedindo músicos e outros artistas de se apresentarem. 
Vejam a que pontoo radicalismo salafista chegou: proibiram 
músicos e artistas de se apresentarem.
Os salafistas passaram décadas na penumbra, sufocados por 
ditaduras laicas. Assim que caíram os regimes de Egito, Tunísia e 
Líbia, vieram à tona dispostos a recuperar o tempo perdido. Os 
movimentos salafistas são grupos sunitas que pregam uma visão 
purista e populista do Islã. O envolvimento nos ataques contra as 
missões diplomáticas americanas no Cairo e em Benghazi colocou-
os em xeque, transformou-os numa ameaça – também para o 
Ocidente. E expôs contradições: eles participam da vida política, ao 
contrário, por exemplo, da al-Qaeda. Em geral, preferem as urnas e 
não as armas. Mas o ardor com o qual defendem suas visões 
religiosas ultraconservadoras deixa brechas à ação de uma minoria 
que, como Osama bin Laden, acredita que vale tudo para alcançar 
seus objetivos.
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No Egito, os salafistas saíram da obscuridade e criaram 
partidos, conquistando 25% dos assentos no Parlamento - ficando 
em segundo lugar, perdendo apenas para a Irmandade Muçulmana 
(partido do presidente eleito Mursi, que acabou sendo deposto por 
forças militares em junho de 2013). A influência dos salafistas é 
cada vez mais forte na rebelião da Síria. Na Líbia, o desempenho 
salafista nas urnas foi fraco: 17 das 200 cadeiras do Parlamento. 
Mas ataques recentes aos escritórios da Cruz Vermelha e do 
consulado britânico em Benghazi já enviavam um sinal de alerta e 
um desafio ao governo de Trípoli: ali ainda se busca uma verdadeira 
face política ao Islã.
Os salafistas são uma parte do espectro islamista que está 
evoluindo rapidamente. Hoje alguns islâmicos são mais prejudiciais 
para os interesses e valores ocidentais do que outros, de modo que 
os salafistas são os mais avessos aos direitos das mulheres e das 
minorias na região.
Os salafistas são mais rigorosos na restrição da vida pessoal e 
política do indivíduo do que os partidos islâmicos mais modernos 
que conquistaram votos no Egito, Tunísia e Marrocos. Para muitos 
árabes, a palavra de ordem é a justiça, tanto econômica quanto 
política e social. Já para os salafistas, tudo tem a ver com uma 
espécie de virtude religiosa e de comportamento, que seria inflexível 
e imposta. Dessa maneira, podemos dizer que os salafistas fazem 
um fervoroso julgamento de valores a partir de uma ótica radical 
islâmica.
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Os salafistas vêm aprofundando as divisões entre muçulmanos 
xiitas e sunitas e desafiam o "Crescente Xiita", termo cunhado pelo 
rei Abdullah da Jordânia em 2004, durante a guerra no Iraque, para 
definir um arco de influência que vai do Irã dominado pelos xiitas 
aos seus aliados no Iraque, Síria e Líbano.
Dessa maneira, os salafistas têm se apresentando como um 
complexo e crescente problema para o Ocidente. Seus objetivos são 
mais antiocidentais do que qualquer outro partido islâmico. 
Procuram empurrar tanto secularistas como outros islâmicos para 
um passado nem sempre virtuoso. Uma observação: o secularismo, 
pessoal, é um princípio da separação entre instituições 
governamentais e as pessoas que devem representar o Estado a 
partir de instituições religiosas e dignitários religiosos. Em certo 
sentido, o secularismo pode afirmar o direito de ser livre do 
ensinamento religioso, bem como o direito à liberdade da imposição 
governamental de uma religião sobre o povo dentro de um estado 
que é laico. Em outro sentido, refere-se à visão de que as atividades 
humanas e as decisões, especialmente as políticas, devem ser 
imparciais em relação à influência religiosa.
Na Líbia, a ordem política que nasceu nos escombros do 
regime de Muamar Kadafi está fragilizada em razão da existência 
conflituosa entre diversos grupos armados. A deposição de Kadafi 
não foi suficiente para aplacar os ânimos dos diversos grupos rivais. 
No Egito, a eleição presidencial foi ganha pelo candidato da 
Irmandade Muçulmana, Mohamed Morsi. Morsi tentou afirmar o 
poder civil acima dos militares – claro que enfrentando forte 
resistência destes, mas não teve êxito, sendo deposto.
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Outro destaque da Primavera Árabe é que, em boa medida, foi 
a juventude mobilizada, formada majoritariamente por jovens 
urbanos, saídos das classes médias e em grande parte não 
pertencentes a grupos islamitas, que esteve a frente dos protestos e 
do movimento revolucionário, utilizando-se intensamente de redes 
sociais da internet para organizar e divulgar os protestos. 
Entretanto, atualmente, essa juventude tem se encontrado 
marginalizada no processo contínuo da Primavera Árabe. A visão 
mais secular e democrática dos jovens fracassou em construir uma 
frente política coerente quando os regimes autoritários foram 
derrubados. De outra maneira, os islamitas souberam aproveitar o 
vácuo gerado pelo fim desses regimes. Acontece que a juventude 
tem se mostrado relutante em entrar na disputa eleitoral. Percebam 
duas coisas distintas: os jovens foram extremamentes importantes
nos protestos, porém eles não têm se mostrado tão participantes na 
arena “formal” da política (partidos políticos e instituições).
Portanto, pessoal, podemos dizer que a Primavera Árabe, que 
inicialmente teve ressonância apenas local, com manifestações pró-
democracia na Tunísia, transformou-se em um processo de escala 
regional, alatrando-se pelo mundo árabe, e mesmo internacional, 
com a participação de organismos internacionais e países ocidentais, 
levando a um conjunto de exigências e valores para além das 
fronteiras daqueles países. Ampliado pelas redes sociais, e também 
pela mídia tradicional, esse movimento retira parte de sua 
fundamentação do conceito de unidade pan-árabe e de participação 
popular.
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O pan-arabismo é um movimento político tendente a reunir os 
países de língua árabe e de civilização árabe numa grande 
comunidade de interesses. É um movimento para unificação entre 
as populações e nações árabes do Oriente Médio, possuindo estreita 
vinculação com o nacionalismo árabe.
Pessoal, eu sei que esse tema é extremamente complexo e 
confuso – pois possui muitas variáveis. São muitos grupos, etnias e 
países – situações que tornam difícil nosso aprendizado. Por se 
tratar de uma realidade bastante distante de nós, irei colocar agora 
os principais tópicos da Primavera Árabe, em termos de concurso 
público, para que tenhamos um estudo mais completo e mais claro. 
Até aqui dei apenas uma pincelada no panorama geral, destacando 
fatos e o processo. Agora vamos ver situações mais específicas. 
Fiquem atentos, sobretudo, em relação à Síria.
2. Síria
Atualmente, na Síria ocorre o maior conflito no mundo árabe. 
A crise síria é uma importante ameaça ao regime ditatorial dos Al-
Assad (uma família quedetém o poder na Síria desde os anos 70). 
O país é hoje governado por Bashar al-Assad, mas foi seu pai, Hafiz 
al-Assad, quem deu um golpe em 1970, tomando para si o controle 
estatal da Síria. Nesse momento, foi estabelecido um complexo e 
pragmático sistema de alianças com os militares, a fim de garantir a 
manutenção dos Al-Assad no poder. Os Al-Assad são um clã alauíta, 
que representam, aproximadamente, 10% da população síria. Os 
alauítas são, portanto, uma minoria dentro dos xiitas. Complicou? 
Então vamos com calma.
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No mundo árabe destacam-se duas principais correntes dentro 
da religião islâmica: os sunitas e os xiitas – que divergem 
basicamente por possuírem diferentes interpretações sobre a 
sucessão do profeta Maomé. Os xiitas são mais identificados 
politicamente como radicais, enquanto os sunitas são 
reconhecidamente mais moderados. Assim, os xiitas e os sunitas 
são duas correntes da religião islâmica, mas não as únicas, que se 
diferenciam em relação ao entendimento sobre o profeta Maomé e 
sua descendência. Enquanto os sunitas consideram os sucessores 
diretos do profeta Muhammad Maomé, os xiitas não concordam, 
pois, para eles, o sucessor deveria ser Ali, genro do profeta.
Por sua vez, os alauítas formam um ramo minoritário dentro 
dos xiitas e é a esse ramo que pertence o clã Al-Assad. A doutrina 
alauíta - uma variante heterodoxa do xiismo - foi elaborada no 
Iraque no século IX por Mohammad ben Nusseir, discípulo do 10º 
imã Ali Hadi, que entrou em dissidência com os outros grupos.
Assim como os xiitas, que veneram Ali, primo e genro do 
profeta Maomé, os alauítas o idolatram. Para eles, Maomé não é 
mais do que um véu que esconde "a essência" encarnada por Ali. O 
terceiro personagem desta trindade é Salman Pak, um companheiro 
de Maomé considerado a "porta" do conhecimento. Seus seguidores 
acreditam na reencarnação, em geral carecem de mesquitas, 
ignoram o jejum e a peregrinação a Meca, toleram o álcool e suas 
mulheres não utilizam véu. Celebram as festas muçulmanas e 
também as cristãs. A minoria alauíta é considerada herética e 
mesmo como não-muçulmana por diversas correntes sunitas.
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Na década de 1920, a França estabeleceu a Síria como seu 
protetorado - uma espécie de colônia moderna. Na tentativa de 
enfraquecer a unidade árabe no Oriente Médio, tentou instaurar 
microestados na região, que seriam autogovernados por diferentes 
grupos étnicos, inclusive as minorias alauíta, cristã e drusa. A 
preocupação da França era a de evitar o fortalecimento da maioria 
sunita em um país tão diverso em termos étnicos e religiosos. Ainda 
assim, as minorias se mantiveram relativamente sufocadas 
politicamente até a década de 1960, quando dois golpes de estado 
finalmente colocaram os alauítas no poder. Sob o império Otomano, 
os únicos alauítas tolerados nas cidades eram os empregados 
domésticos. Até o início do século, a maior parte deles era de 
montanheses que serviam à burguesia sunita. Só nos anos 1950 é 
que parte deles passou a integrar academias militares e na década 
de 1970, aderindo à ideologia pan-arabista e laica do partido Baath 
- atualmente no poder.
Em 1971, o alauíta Hafiz al-Assad - pai do atual governante, 
Bashar al-Assad - se tornou presidente, permanecendo como tal por 
longos 30 anos. Desde então, os alauítas, que representam apenas 
cerca de 10% dos quase 23 milhões de sírios, passaram a privilegiar 
outras minorias, fortalecendo sua relação com os cristãos ortodoxos 
(10% da população) e os drusos (3%) e ofuscando a importância 
dos sunitas, majoritários (74%) - o que despertou a ira destes. Com 
o passar do tempo, as minorias se tornaram mais ricas, ganharam 
um papel de relevância nas forças armadas e ocuparam postos 
importantes no estado – enfraquecendo a maioria sunita. Aos 
poucos, foi sedimentada uma imensa rede de favorecimentos, que 
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funcionou ao longo das últimas décadas apesar da insatisfação da 
maioria. Até que esse sistema se transformou em uma verdadeira 
ditadura, levando os sunitas ao limite da tolerância.
Temendo uma revolta sunita, os Assad se armaram com um 
sistema "antigolpe de estado", com ênfase no Exército e nos 
serviços secretos. Foi criado um aparato de segurança para 
controlar a população, o Mukhabarat (Agência de Inteligência, em 
árabe). No país, há diferentes agências de inteligência que vigiam 
umas às outras, o que dificulta a formação de um golpe de estado. 
Além disso, os serviços secretos estão sempre de olho em forças de 
oposição, ainda que incipientes. Recentemente, com a repressão 
violenta do regime alauíta contra os opositores, a luta se tornou 
identitária: cada um luta por sua própria preservação e existência.
Para se manter no poder, Assad se apoia em alianças 
internacionais: as potências orientais se negam a condenar o regime 
apesar da crescente pressão internacional. Do ponto de vista 
político, para a Rússia e a China, a Síria é como o último bastião de 
resistência à influência dos Estados Unidos no Oriente Médio. Por 
priorizar o comércio com as potências orientais em detrimento das 
ocidentais, o governo sírio se tornou um contraponto estratégico na 
região. Vejam bem, não estou dizendo que o governo sírio é bom ou 
mau – o que estou colocando é que, como sempre, há sempre 
interesses geopolíticos e econômicos por de trás dos panos.
“Há certo grau de oportunismo político por parte das elites 
políticas dentro da própria Síria e das potências orientais que 
apoiam o país. Se a briga fosse apenas em torno das etnias e 
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religiões, provavelmente a Rússia e a China não iriam vetar as 
punições aprovadas por outros países da comunidade internacional. 
Para eles, a disputa é política: entre ocidentais e orientais”, explica 
Zahreddine – um analista de política internacional. Lembro-lhes de 
que Rússia e China tentam ampliar sua influência política e 
econômica na região. Enquanto isso, aqueles que aprovam uma 
intervenção ocidental têm motivações que não são apenas 
humanitárias, mas estratégicas - como enfraquecer o Irã na região. 
Além disso, Bashar al-Assad tem se utilizado de uma governança 
identificada com o laicismo, o que vem possibilitando o convívio com 
os demais grupos religiosos.
Apesar de disputar com a Síria o posto de grande liderança 
antiamericana e anti-israelense no Oriente Médio, o Irã teme que a 
Turquia participe de uma campanha encabeçada pelos EUA, 
juntamente com a Arábia Saudita, o Catar e outros países, para 
derrubar Assad e isolar ainda mais os iranianos na região. O fim do 
regime de Assad abriria espaço para a ação liderada pelos Estados 
Unidos com o objetivo de diminuir consideravelmentea influência 
geopolítica do Irã. O atual governo de Damasco parece a única 
esperança para os aiatolás iranianos manterem essa influência. 
Além dos iranianos, o Hezbollah libanês também é um aliado local 
da Síria. O grupo recebeu apoio durante sua criação e agora - já 
praticamente independente - serve como apoio terrorista.
Enquanto uma solução política se mostra distante, a União 
Europeia e os Estados Unidos se encontram diante do dilema de 
negociar com uma Síria cada vez mais orientada pela aliança com o 
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Irã (outro país que se mostra radical quanto à influência ocidental, 
sobretudo a norte-americana, na região).
Quando Bashar al Assad assumiu o governo em 2000, havia 
uma grande expectativa de que ocorreria o início de um processo de 
abertura política, já que ele estudou na Inglaterra e teria uma visão 
de mundo mais aberta do que a de seu pai. Contudo, essa 
expectativa não se confirmou. Com as revoluções da Tunísia e do 
Egito, a Síria viu os protestos ganharem as ruas em março de 2011. 
Desde então, Bashar al-Assad envia tropas militares para reprimir 
as manifestações e acusa os manifestantes de terrorismo. Com a 
violenta repressão do governo, parte da população pega em armas 
a fim de derrubar a ditadura dos al-Assad e, nesse movimento, os 
rebeldes sírios têm conseguido o apoio de governos no exterior. 
Com a criação do Exército Livre da Síria (ELS), por um ex-coronel 
desertor do Exército de Bashar al-Assad, no fim de 2011, a rebelião 
armada consolidou-se. Vários soldados do Exército de al-Assad 
também desertaram e, assim como milhares de ativistas, passaram 
a integrar o ELS. É claro que, diante de tais circunstâncias, o 
governo ampliou sua repressão e, inclusive, tornou-a mais violenta.
O governo sírio de Bashar al-Assad forma com o Irã e com o 
grupo radical Hezbollah, do Líbano, o chamado “arco xiita”, que 
possui na forte oposição a Israel e na disputa com os sunitas pela 
hegemonia no Oriente Médio seus principais objetivos. Os Estados 
Unidos e a União Europeia apoiam Israel e as monarquias sunitas, 
enquanto China e, principalmente, Rússia apoiam a Síria. A Rússia 
tenta ampliar sua influência na região e, inclusive, possui uma base 
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naval na região do Mar Mediterrâneo, cultivando fortes laços com o 
governo sírio.
Por sua vez, Estados Unidos, União Europeia e Liga Árabe – 
cujo comando é da Arábia Saudita e do Catar – não chegaram a um 
consenso em relação a realização ou não de uma intervenção militar 
na Síria. Resta, por enquanto, a esses atores políticos o pedido de 
renúncia de Bashar al-Assad e a decretação de sanções econômicas 
à Síria.
No Conselho de Segurança da ONU, os três atores políticos 
supracitados fazem forte pressão para que seja aprovada uma 
resolução de condenação ao regime sírio e o embargo internacional. 
Acontece que o texto foi barrado no Conselho, em razão dos vetos 
da Rússia e da China. Ressalto que a Rússia é o principal vendedor 
de armas para o regime de Bashar al-Assad e os carregamentos 
russos continuam a chegar pelos portos sírios, apesar das críticas 
internacionais. Por outro lado, os rebeldes contam cada vez mais 
com o apoio da Turquia, que oferece apoio e abrigo em seu 
território para o ELS e para os refugiados sírios. Se de um lado a 
Rússia fornece armas para as tropas de al-Assad, de outro a Turquia 
vem fornecendo cada vez maiores quantidade de armas e munições 
para as tropas do ELS. Arábia Saudita e Catar também fornecem 
armas para o ELS.
Essa situação tem agravado a relação da Síria com a Turquia, 
acirrando os ânimos dos países vizinhos desde junho de 2012, 
quando a Síria abateu um caça turco sobre o Mediterrâneo. A 
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Turquia ameaçou mandar forças militares para o Sul de seu 
território para confrontar as tropas sírias.
De outra maneira, as potências ocidentais ainda relutam em 
armar a oposição síria, isso porque ela se encontra extremamente 
fragmentada e sem um comando central. A oposição síria 
basicamente é formada por dois grupos que não atuam em 
coordenação com o movimento armado: o Conselho Nacional Sírio e 
o Conselho da Coordenação Nacional - dois grupos que divergentes 
em diversas questões políticas. Já o braço armado da oposição fica 
mesmo por conta do ELS, formado por desertores do Exército e por 
membros de diversas milícias, sem um comando único.
Um relatório da ONU classificou a guerra civil na Síria de 
“violência interconfessional”, pois essa se dá basicamente entre a 
minoria alauíta e a maioria sunita. Interconfessional significa “aquilo 
que se dá entre duas ou mais seitas religiosas”. Trago esse conceito 
para nossa aula a fim de que não sejamos pegos de surpresa na 
hora prova. Esta dimensão do conflito é hoje evidente no plano 
regional, com o regime xiita iraniano apoiando Damasco, enquanto 
o principal poder sunita da região, a Arábia Saudita, se coloca ao 
lado da oposição – conforme já conversamos.
3. Egito
Com a queda do presidente da Tunísia, Zine El-Abidine Ben Ali 
– o que ocorreu após inflamadas manifestações populares e 
protestos contra o governo ditatorial que já durava 23 anos -, os 
egípcios iniciaram, em de janeiro de 2011, um forte movimento de 
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manifestações e protestos populares contra o presidente ditador 
Mohammed Hosni Mubarak, que já estava há 30 anos no poder do 
Egito.
Vários fatores contribuíram para a insurreição popular no 
Egito, como o reavivamento de conflitos religiosos no país após a 
morte de 21 cristãos na explosão de uma igreja na cidade de 
Alexandria. Os egípcios também reivindicavam o fim da ditadura de 
30 anos e desejavam a transição do governo para a democracia, ou 
seja, a abertura política e a participação popular.
A sociedade egípcia estava subjugada à força política e à 
repressão militar exercida pelo governo Mubarak. Somavam-se a 
isso, como importantes motivos que levaram às manifestações 
populares egípcias, altos índices de desemprego, o autoritarismo do 
regime, os altos índices de corrupção, a violência policial, a falta de 
moradia, a censura à liberdade de expressão, as precárias condições 
de vida e o baixo salário mínimo.
A insurreição visava à derrubada do ditador Hosni Mubarak, 
que era um aliado histórico dos Estados Unidos e de outros países 
ocidentais, como a Inglaterra e a França. Mubarak havia anunciado 
que deixaria o poder somente a partir das eleições para sucessão 
presidencial. Com isso, a população se rebelou e continuou o 
movimento pela deposição do ditador - fato que somente veio a 
acontecer em 11 de fevereiro de 2011.
Antes da renúncia de Mubarak, o então ditador pretendia 
concorrer às eleições presidenciais previstas para setembro de 2011 
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ou colocar seu filho como sucessor. Contudo, essas manifestações 
populares evitaram que os planos de Mubarak fossem colocados em 
prática, já que a principal exigência dos manifestantes era a retirada 
imediata de Mubarak, bem como seus possíveis sucessores, do 
poder.
Ainda em janeiro de 2011, houve uma grande manifestação no 
Egito, chamada de “Dia da revolta”, na qual milhares de pessoas 
foram às ruas reivindicando direitos em diversas cidades do país, 
como Cairo e Alexandria. Os manifestantes tiveram a preocupação 
de articular e organizar as manifestações pela internet, o que aliás é 
uma característica marcante da Primavera Árabe. Com isso houve 
uma grande e veloz difusão das informações propagadas pelos 
manifestantes. Após quatro dias de conflitos, nos quais o governo 
usou de violenta repressão, os serviços de internet e celular do país 
foram cortados a fim de que se evitasse a comunicação entre os 
manifestantes; além disso, o governo tentava impedir a veiculação 
de notícias sobre mortes de civis.
As nações ocidentais que viam no Egito um aliado na 
conflituosa região tentaram intervir no conflito. Os Estados Unidos 
solicitaram ao Egito uma ‘transição democrática’; da mesma forma 
Inglaterra e França queriam que o governo egípcio atendesse às 
reivindicações populares.
Após duas semanas de conflito, o presidente Hosni Maburak 
renunciou ao governo, deixando um saldo de mais de 42 pessoas 
mortas e cerca de 3000 feridos. Os militares assumiram o poder, 
anunciando a instalação de uma junta militar provisória no governo 
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egípcio até as eleições para presidente do país, o que deveria se dar 
em setembro de 2011. Posteriormente, Mubarak foi julgado e 
condenado. Acontece que no início de 2013, a justiça egípcia definiu 
que o ex-presidente Hosni Mubarak deve ser julgado novamente, 
em decisão que possivelmente reabrirá as feridas recentes do país e 
aumenta a volatilidade social e política. O juiz Ahmed Ali Abdel 
Rahman anunciou que "a corte aceitou o recurso dos réus e 
determina um novo julgamento". Simpatizantes de Mubarak logo 
comemoraram a decisão, mas seu desfecho é incerto até mesmo 
para o ex-presidente; isso porque, com o julgamento voltando ao 
início, Mubarak voltará a ser julgado por acusações mais sérias 
envolvendo seu regime, além de acusações de corrupção, pelas 
quais foi absolvido em junho de 2012. À época de sua condenação, 
muitos críticos do regime consideraram sua pena muito branda, 
fazendo com que até o novo presidente egípcio, o islâmico 
Mohammed Morsi, levantasse a bandeira de um novo julgamento. 
Além disso, o novo julgamento de Mubarak pode influenciar as 
campanhas para as eleições parlamentares egípcias de abril de 
2013. Na análise do New York Times, isso pode fortalecer 
candidatos islâmicos, que tentarão capitalizar sobre a "punição 
branda" dada ao ex-presidente na sentença inicial. 
No dia 28 de novembro do mesmo ano foi realizada a 1ª etapa 
das eleições parlamentares. Milhões de pessoas foram às urnas, a 
grande maioria votando pela primeira vez na vida. Os resultados 
finais se efetivaram somente no mês de janeiro de 2012, depois de 
realizadas outras etapas do processo eleitoral. Lembro que, durante 
esse processo, coube à junta militar governar o país.
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O primeiro presidente eleito democraticamente na história do 
Egito, Mohamed Morsi, assumiu o governo do país em 30 de junho 
de 2012. Dessa maneira, ele substituiu Hosni Mubarak, deposto em 
2011 – como vimos. Morsi inicialmente prometeu um "novo Egito" 
e, para isso, prometeu fazer a economia do país deslanchar e Morsi 
foi candidato pelo partido Irmandade Muçulmana. Ele estava sendo 
observado de perto pelos militares que governaram o Egito desde a 
queda de Mubarak. 
Contudo, a expectativa de que a eleição de Morsi daria 
continuidade à Primavera Árabe e ampliaria a democracia no país 
não se confirmou totalmente. A decisão do presidente do Egito, 
Mohammed Morsi, em novembro de 2012, de aprovar um decreto 
que ampliava seus poderes levou muitos analistas a criticarem o 
mandatário egípcio e o acusarem de "matar" a revolução que estava 
em curso no país. De acordo com especialistas, ao aprovar a medida 
que impedia que qualquer pessoa desafiasse seus decretos, leis e 
decisões, o presidente Morsi "traiu os ideais da Primavera Árabe" e 
poderia se transformar em um novo ditador, como o era Mubarak.
A medida de Morsi gerou um conflito entre os poderes 
Executivo e Judiciário no país. Juízes do Conselho Superior de 
Magistratura do Egito acusaram o presidente de praticar um "ataque 
sem precedentes" contra o Poder Judiciário. Foi quando diversas 
manifestações tomaram conta das ruas das principais cidades do 
país, incluindo a capital, Cairo. Em um só fim de semana após o 
decreto, confrontos entre opositores e simpatizantes de Morsi 
provocaram a morte de uma pessoa e deixaram cerca de 60 feridas.
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Segundo o cientista político Hassan Nihan, em entrevista ao site 
Terra, em ocasião da aprovação do referido decreto, "foi difícil para 
alguém imaginar o presidente Morsi fazer o que ele fez. Mas a 
realidade é que agora o presidente está acima de todas as 
autoridades. E todas as leis, decretos e declarações não podem ser 
canceladas por qualquer corpo governamental ou político".
Porém, segundo Morsi, seus poderes presidenciais seriam 
limitados a "assuntos soberanos" e de proteção das instituições 
egípcias. Ele disse também que o decreto seria mantido para 
"proteger a revolução", apesar de várias lideranças da oposição, 
entre eles o Nobel da Paz, Mohamed El Baradei, organizações de 
ativistas de direitos humanos e democracia terem protestado para 
que o decreto fosse cancelado.
Imediatamente manifestações anti-Morsi aconteceram no 
Cairo, Alexandria, Suez, Minya e outroas cidades ao longo do delta 
do Nilo. Na praça Tahrir, berço da revolução e protestos contra 
Mubarak, comícios contra o presidente continuaram. A Irmandade 
Muçulmana, partido de Morsi, por sua vez, organizou manifestações 
em apoio ao presidente.
Em julho de 2013, o Exército do Egito depôs o presidente 
democraticamente eleito do país, Mohammed Morsi. A Constituição foi 
suspensa e o chefe da Suprema Corte de Justiça do Egito, Adli 
Mahmud Mansour, tomou posse nesta quinta-feira como presidente 
interino do país. O comandante-geral das Forças Armadas do Egito, o 
general Abdul Fattah al-Sisi, declarou em um anúncio transmitido pela 
TV que a Constituição havia sido suspensa e que o presidente da 
Suprema Corte Constitucional assumirá poderes presidenciais, na 
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prática derrubando o presidente Mohammed Morsi. De acordo com o 
general Sisi, o líder da Suprema Corte, Adli Mansour, irá comandar um 
governo interino formado por tecnocratas até que eleições 
presidenciais e parlamentares sejam convocadas. A mais alta 
autoridade islâmica do país, o grã-xeque de Al-Azhar, o líder da Igreja 
Copta, bem como o principal nome da oposição, Mohammed ElBaradei, 
se pronunciaram todos após o general, dando seu aval para a 
deposição. 
A oposição pública a Morsi vinha crescendo desde novembro de 
2012, conforme vimos. A fim de garantir que a Assembleia 
Constituinte, dominada por seus aliados muçulmanos da Irmandade 
Muçulmana, poderia concluir a elaboração da nova Constituição do 
país, ele expediu um decreto concedendo a si mesmo amplos poderes. 
Após dias de protestos da oposição, ele concordou em limitar o alcance 
dos poderes que havia se concedido. Mas houve novos protestos ao 
final do mês quando a Assembleia Constituinte aprovou às pressas 
uma versão da Constituição - a despeito de um boicote por parte de 
liberais, secularistas e da Igreja Copta. 
No final de abril, ativistas de oposição montaram o movimento de 
protesto Tamarod (Rebelde). Seu objetivo central era coletar 
assinaturas para uma petição que se queixava do fracasso de Morsi em 
restaurar a segurança no país, bem como sua capacidade de restaurar 
a economia. E pedia a realização de novas eleições. O grupo também 
organizou grandes protestos de massa para a data de um ano da 
posse de Morsi. No dia 30 de junho de 2013, milhões de pessoas 
tomaram as ruas de diversas cidades no Egito. Os protestos levaram 
os militares a advertir o presidente Morsi no dia 1º de julho que iriam 
intervir e impor o seu próprio caminho, caso ele não atendesse às 
demandas populares dentro de 48 horas e pusesse fim à crise política.
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Com a aproximação do ultimato, Morsi insistiu que ele era o líder 
legítimo do Egito. Ele avisou que qualquer iniciativa para depô-lo à 
força poderia lançar o país no caos. "O povo me deu poder, o povo me 
escolheu por meio de uma eleição livre e justa", afirmou. "Legitimidade 
é a única maneira de proteger nosso país e de prevenir um banho de 
sangue, de passar para uma nova fase". 
O general Sisi afirmou que Constituição de 2012, foi alvo de 
fortes críticas, havia sido "temporariamente suspensa" e que um painel 
de especialistas e representantes de todos os movimentos iria 
considerar fazer emendas à Constituição. Mas não especificou se um 
referendo seria realizado para ratificar as mudanças. O presidente da 
Suprema Corte Constitucional, o juiz Adli Mansour, tomaria posse "por 
um período transitório até que um novo presidente seja eleito". Seria 
formado, ainda, um governo tecnocrático com plenos poderes para 
administrar a transição.
O general não especificou quanto tempo duraria o período 
transitório e o papel que será exercido pelos militares ou mesmo se 
eles terão um papel específico. Ele também prometeu "não excluir 
ninguém ou nenhum movimento" e pediu medidas para "dar poder aos 
jovens e integrá-los às instituições do estado". Ele conclamou a 
Suprema Corte Constitucional a rapidamente ratificar a lei permitindo 
eleições para a Câmara Baixa do Parlamento, que está dissolvida, e 
para a Assembleia Popular. E afirmou que um novo código de ética 
será expedido.
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4. Líbia
A primeira eleição na Líbia, que aconteceu em julho de 2012, 
após mais de quarenta anos de ditadura do Muamar Kadafi, foi 
marcada por protestos envolvendo homens armados, incêndios em 
postos de votação e até o cancelamento do pleito em duas cidades 
do leste do país, região que concentra grupos separatistas 
interessados na independência da região. As autoridades 
consideraram, apesar dos problemas, que a adesão dos eleitores foi 
razoável.
A votação, que estava prevista inicialmente para 19 de junho 
de 2012, foi adiada por diversas razões técnicas e logísticas, 
segundo a comissão eleitoral líbia. Dos seis milhões de habitantes, 
2,7 milhões estavam inscritos para votar. Muitos fizeram isso pela 
primeira vez. A última ocasião em que os líbios haviam ido às urnas 
em uma eleição nacional foi em 1965 – e ainda assim, partidos 
políticos não eram permitidos. Lembro que Kadafi entrou no poder 
em 1969.
A revolta que retirou Kadafi – o mais antigo ditador do mundo 
árabe - do poder foi um dos momentos de maior destaque da 
Primavera Árabe. Durante vários meses, as forças de Kadafi 
resistiram aos avanços dos rebeldes e aos bombardeios da OTAN. A 
declaração de libertação líbia só viria a ocorrer em agosto de 2011, 
quando o ditador foi morto pelas forças rebeldes. O Conselho 
Nacional de Transição (CNT), que liderava a oposição, assumiu o 
governo em seguida, até que um novo governo fosse eleito. Em 
agosto, o CNT entregou o poder à Assembleia eleita. Com a eleição, 
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a Assembleia passou a ser integrada principalmente pela Aliança das 
Forças Nacionais (AFN), coalizão de mais de 40 pequenos partidos 
liberais liderada pelos artífices da revolta contra Kadafi, com 39 
cadeiras, e pelo Partido da Justiça e Construção (PJC), derivado dos 
Irmãos Muçulmanos, com 17 cadeiras.
Com 6,5 milhões de habitantes, a Líbia se divide em três 
grandes regiões, controladas por clãs familiares que estabelecem 
núcleos próprios de poder, assim como culturas e reivindicações 
distintas. Para as autoridades líbias, um dos principais desafios é 
obter o consenso unificando os desejos e as demandas desses clãs.
A Líbia é um país multicultural, criado a partir das colonizações 
grega, romana e egípcia. O país mescla ainda a cultura dos povos 
nômades que lá estavam quando chegaram os estrangeiros. Até os 
dias atuais os resquícios dos séculos anteriores estão presentes no 
cotidiano dos líbios, que oficialmente falam árabe, mas mantêm 
numerosos dialetos.
A Líbia é dona da 9ª maior reserva de petróleo do mundo e da 
25ª reserva de gás natural. O país também registra um Produto 
Interno Bruto (PIB) de cerca de US$ 100 bilhões (dados de 2008 a 
2010). Só com o Brasil há uma carteira de projetos e negócios 
estimada em US$ 5,8 bilhões. Porém, em meio a dados positivos da 
economia, os líbios vivem dificuldades concretas no seu dia a dia. 
Dependentes de comércio exterior para alimentos e produtos 
básicos de subsistência, eles sofrem também com as limitações 
causadas por anos de isolamento e conflitos.
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5. Palestina e Israel
O conflito entre palestinos e israelenses dura mais de seis 
décadas e se agravou de tal forma que, atualmente, os dois lados 
não concordamsequer em se reunir para discutir um acordo. Em 
abril de 2012, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), 
Mahmoud Abbas, enviou uma carta ao primeiro-ministro israelense, 
reiterando as condições para que os palestinos retomassem as 
negociações sobre a paz. Entre essas condições está a interrupção 
de construções nos assentamentos judaicos erguidos na Cisjordânia 
e na parte oriental de Jerusalém – territórios palestinos ocupados 
por Israel desde 1967. Em resposta, o primeiro-ministro israelense, 
Benyamin Netanyahu, afirmou que não aceitaria nenhuma condição 
prévia para negociação – prolongando os impasses. Ainda em abril 
de 2012, Netanyahu autorizou, pela primeira vez em vinte anos, o 
início da construção de outros assentamentos na Cisjordânia. 
Mesmo o presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou que a 
construção desses assentamentos não é boa para a paz.
O atual conflito entre palestinos e israelenses foi deflagrado 
pela proposta da ONU em 1947 de criar dois Estados na região da 
Palestina. A partir de então, o mapa da região foi redesenhado 
várias vezes por uma sucessão de guerras. No dia seguinte à 
fundação do Estado de Israel, em maio de 1948, eclodiu a primeira 
guerra entre árabes e judeus. Com a vitória israelense no ano 
seguinte, o território previsto pelo plano de partilha da ONU para 
formar o Estado Árabe da Palestina foi retalhado: diversas áreas 
foram anexadas por Israel, a Cisjordânia foi incorporada à Jordânia 
e a Faixa de Gaza ficou sob responsabilidade do Egito. A guerra 
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deixou um saldo de cerca de 700 mil palestinos refugiados e 
representou uma grande derrota para os países árabes da região.
A crescente tensão nas fronteiras entre Israel, Síria, Egito e 
Jordânia a partir dos anos 60, culminou na Guerra dos Seis Dias. 
Em junho de 1967, Israel triplicou seu território em menos de uma 
semana. Ocupou os territórios árabes da Palestina, além da 
Península do Sinai, até então área pertencente ao Egito, e as 
Colinas de Golã, fronteira com a Síria. Em 1978, os israelenses se 
retiraram da Península do Sinai, mas até hoje continuam ocupando 
as demais regiões anexadas em 1967.
Em 1993, o primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, e o 
líder da Organização para a Libertação da Palestina, Yasser Arafat, 
assinaram um acordo de paz em Oslo, segundo o qual Israel 
passava a reconhecer a soberania da Autoridade Palestina sobre 
alguns territórios autônomos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. O 
processo de paz, contudo, sofreu um forte retrocesso com o 
assassinato de Rabin em 1995 e foi definitivamente abandonado em 
2000, quando palestinos e israelenses retomaram os conflitos mais 
hostis.
Com o estancamento do processo de paz, em 2000, num 
momento em que os países estavam discutindo o futuro do Estado 
Palestino, os conflitos se tornaram mais gravosos. O processo já 
tratava de questões complexas como a devolução aos palestinos da 
Cisjordânia, a situação de Jerusalém e a questão dos refugiados. O 
impasse nas negociações levou a um levante palestino, conhecido 
com a “segunda intifada”.
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O primeiro-ministro israelense Ariel Sharon (2001-2006) 
esfriou ainda mais as negociações de paz, consolidando o domínio 
israelense sobre a Cisjordânia. Após lançar uma violenta ofensiva 
militar contra os palestinos em 2002, Sharon determinou a 
construção de muros de concreto e de cercas na Cisjordânia, a fim 
de separar a população israelense da árabe. O muro aumentou a 
segregação entre palestinos e israelenses, limitando a circulação de 
pessoas e mercadorias na região. Além disso, essas construções 
permitiram que Israel controlasse áreas que, conforme o acordo de 
Oslo, deveriam ser entregues aos palestinos.
Em 2005, Ariel Sharon executou um plano de retirada de todos 
os oito mil colonos israelenses da Faixa de Gaza, bem como as 
tropas que os protegiam. O plano também previa que Israel 
continuaria a controlar o espaço aéreo de Gaza, seu mar territorial e 
todas as passagens de fronteira – o que acabou isolando a região. A 
situação na Faixa de Gaza começou a se deteriorar depois que o 
Hamas venceu as eleições legislativas palestinas, obtendo 76 das 
132 cadeiras do Parlamento Palestino, em janeiro de 2006. No 
entanto, as profundas divergências políticas entre o presidente 
Mahmoud Abbas da Autoridade Nacional Palestina, pertencente ao 
Fatah, e o primeiro-ministro, Ismail Haniyeh, do Hamas, resultaram 
em violentos confrontos entre militantes das duas facções rivais na 
Faixa de Gaza, em 2006 e no início de 2007, com um grande 
número de mortos e feridos.
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Dois eventos na política internacional impactaram a relação 
entre Palestina e Israel: a eleição do presidente norte-americano 
Barack Obama e a Primavera Árabe.
Em maio de 2011, Obama fez um pronunciamento histórico no 
qual defendeu um Estado palestino desmilitarizado ao lado de 
Israel, com base nas fronteiras definidas em 1967. Obama ressaltou 
que qualquer mudança deveria ser acordada entre os dois lados e 
que poderia haver uma troca de territórios baseando-se nas 
fronteiras de 1967. Contudo, o primeiro-ministro israelense logo 
rejeitou a ideia do presidente norte-americano. Segundo Netanyahu, 
considerar as fronteiras de 1967 é uma ideia indefensável, por 
deixar fora de Israel mais de 120 assentamentos na Cisjordânia, 
onde moram mais de 330 mil judeus.
Com o impasse gerado, o palestino Abbas solicitou em 
setembro de 2011 a entrada da Palestina como membro observador 
(sem direito a voto) da Organização das Nações Unidas. O gesto foi 
condenado pelos Estados Unidos e por Israel. Apesar disso, a ONU 
atendeu à solicitação palestina. A Palestina ainda conseguiu aderir à 
UNESCO, que passou, assim, a ser a primeira agência da ONU 
integrada pela Palestina.
No início de 2013, milhares de palestinos participaram de uma 
rara manifestação em Gaza do movimento Fatah, do presidente 
palestino, Mahmoud Abbas, à medida que diminuem as tensões com 
os rivais do Hamas, que governam o enclave desde 2007. "Logo nós 
iremos recuperar nossa unidade", disse Abbas em um discurso 
televisionado para os milhares de manifestantes que marcharam em 
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Gaza. Assim, a tendência é que a cisão entre os grupos Fatah e 
Hamas diminua nos próximos meses.
Um longo hiato nas negociações de paz entre o governo 
palestino de Abbas e Israel aproximaram as diferenças ideológicas 
entre as duas principais facções palestinas. A solidariedade 
aumentou desde o ataque de Israel a Gaza em novembro de 2012, 
na qual o Hamas, apesar de agredido, declarou vitória contra o 
Estado judaico.
A manifestação marcou os 48 anos desde a fundaçãodo Fatah 
para comandar os palestinos na luta contra Israel. Seu antigo líder, 
Yasser Arafat, assinou um acordo de paz provisório em 1993, que 
ganhou para os palestinos uma determinação para se 
autogovernarem. O movimento radical Hamas, que não reconhece o 
direito de existência de Israel, rejeitou o acordo e venceu a eleição 
parlamentar palestina de 2006. O Hamas formou uma turbulenta 
coalizão com o Fatah, até sua separação violenta um ano mais 
tarde. Embora afastado do Ocidente, o Hamas se sente amparado 
pelos ganhos eleitorais de movimentos políticos islâmicos no vizinho 
Egito e em outros países da região - confiança que pode ser vista 
pelo fato de a manifestação do Fatah ter sido autorizada pelo 
Hamas.
O Egito já tentava há muito tempo negociar a reconciliação 
entre Hamas e Fatah, mas os esforços anteriores fracassaram por 
questões de partilha de poder, controle de armas e até que ponto 
Israel e outras potências aceitariam uma administração palestina 
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incluindo o Hamas. Porém, os dois grupos parecem estar 
caminhando gradativamente para uma unidade nacional.
No fim de 2012 e início de 2013, os conflitos entre palestinos e 
israelenses se intensificaram na região da Cisjordânia. Israel chegou 
a aumentar as detenções de suspeitos palestinos para tentar evitar 
que estes confrontos localizados se tornem uma terceira Intifada. 
Enquanto isso, Israel segue construindo novos assentamentos – o 
que vem sendo condenado pela comunidade internacional.
A partir de 2013, Obama passou a demonstrar mais 
claramente sua posição em relação ao conflito, inclusive visitando a 
região e reunindo-se com os líderes palestino e israelense. A visita à 
região é uma tentativa de fortalecimento dos laços entre Estados 
Unidos e Israel, além de uma tentativa de abrandar as tensões na 
região.
Acontece que tanto Abbas quanto Netanyahu impõem 
condições para retomar as negociações. Abbas exige o 
congelamento dos assentamentos israelenses no território palestino 
e Israel quer manter a política de expansão das colônias. Para 
Obama, "nem a ocupação nem a expulsão são a resposta".
Em Ramallah, ao lado do líder palestino, o americano criticou 
os assentamentos judaicos e disse que as colônias representavam 
um impasse na causa da paz. Mas também criticou a política de 
Abbas. Segundo Obama, a expansão das ocupações não deveria 
impedir as negociações. Posteriormente, em uma entrevista 
coletiva, Obama disse não estar em posição de pedir o 
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congelamento da expansão dos assentamentos israelenses dentro 
de território palestino.
6. China
Após a enorme expansão econômica que a China obteve nos 
últimos trinta anos, quando o PIB chinês cresceu em média 10% ao 
ano, o ano de 2012 decepcionou e 2013 deverá repetir a decepção 
do ano anterior. Maior exportadora do mundo, a economia chinesa 
mostrou significativa queda nas vendas externas e redução na 
atividade industrial, refletindo o momento de dificuldades 
econômicas da União Europeia e dos Estados Unidos.
Nos últimos 30 anos, a economia chinesa passou de um 
sistema de planejamento centralizado e, em grande parte, fechado 
ao comércio internacional, para uma economia mais orientada ao 
mercado, com um setor privado em acelerado crescimento. A renda 
per capita da China tem crescido cerca de 8% ao ano em média nos 
últimos 30 anos. Porém, este rápido crescimento econômico trouxe 
grandes desigualdades na distribuição de renda. A renda per capita 
do país está classificada como mediana a baixa, se comparada com 
os padrões mundiais.
Apesar da diminuição no ritmo de crescimento chinês, essa 
situação não chega a ameaçar contundentemente o país. O maior 
problema, na verdade, está relacionado com o tamanho alcançado 
pela economia do país e a sua integração às demais economias do 
planeta. Atualmente, os chineses correspondem a aproximadamente
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10% do PIB mundial e a diminuição do crescimento de sua 
economia importa o desaquecimento do mercado mundial. Em 
2011, a China ultrapassou o Japão e se tornou a segunda maior 
economia do mundo. Assim, como segunda maior economia do 
mundo, a desaceleração de sua economia consequentemente 
enfraquece a economia dos demais países.
Nos últimos 30 anos, a China deixou de ser um país periférico 
para se tornar protagonista na economia mundial. Ao se tornar 
protagonista durante o século XXI, a China retomou um papel que 
já fora seu, em uma longa história, iniciada há quase quatro mil 
anos. O contato com o Ocidente começou com o fim da Idade 
Média. A partir dos anos XIX, os europeus, buscando ampliar seus 
mercados, aumentaram seu contato com os chineses – que 
tentavam resistir por meio de um forte e centralizador governo. 
Essa situação gerou duas guerras entre chineses e europeus: a 
Guerra do Ópio (1839-1842) e Guerra dos Boxers (1898-1900). 
Nesses dois eventos, os chineses acabaram derrotados e essa 
situação levou à necessidade de fazer concessões econômicas aos 
europeus.
Assim, o fracassado contato com o Ocidente levou à queda da 
dinastia Qing, em 1912, e à divisão da república em dois grupos 
principais: o Partido Nacionalista e o Partido Comunista Chinês. 
Esses partidos tinham uma posição comum no que se refere à 
situação de dominação externa, mas eram conflitantes sobre os 
assuntos internos.
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Mesmo com o enfraquecimento dos países imperialistas ao fim 
da Primeira Guerra Mundial, a China não resistiria aos interesses 
econômicos estrangeiros, principalmente dos japoneses e britânicos. 
Com isso, os membros do Partido Nacionalista (Kuomintang) 
enfrentaram o descontentamento dos militares e do Partido 
Comunista Chinês, que fora criado com nítida influência da 
Revolução Russa.
Em 1925, o governo chinês foi assumido por Chiang Kai-shek, 
iniciando um intenso movimento contra os líderes comunistas. 
Nesse momento, os comunistas foram obrigados a recuar 
politicamente e, a partir daí, estabeleceram um projeto 
revolucionário que pudesse transformar a China. Em 1934, sob a 
liderança de Mao Tsé-tung, os camponeses foram mobilizados para 
realizarem a chamada “Longa Marcha”, que pretendia impor a 
distribuição de terras e a luta às forças imperialistas.
Após a Segunda Guerra Mundial e a derrota dos japoneses, o 
governo de Chiang Kai-shek tentou novamente realizar uma 
perseguição aos comunistas. Entretanto, por ter sido considerado 
aliado do imperialismo estrangeiro, o governo chinês foi sendo 
gradativamente derrotado pelos exércitos do Partido Comunista 
Chinês. Invadindo a cidade de Pequim em janeiro de 1949, o 
exército revolucionário impôs a criaçãoda República Popular da 
China.
Sob a liderança de Mao Tsé-tung, os chineses reorganizaram o 
país sob a orientação das ideias comunistas. O novo governo traçou 
um plano econômico cuja pretensão era impulsionar a agricultura e
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a indústria. Ao mesmo tempo as tropas comunistas impuseram uma 
violenta perseguição contra todos aqueles que não aderiram às 
políticas revolucionárias. No plano político internacional, os chineses 
optaram pela formação de um Estado socialista independente da 
orientação soviética.
Com a morte de Mao, em 1976, o caminho para o processo de 
abertura econômica do país, estava aberto. Foi então que o governo 
chinês criou as chamadas Zonas Econômicas Especiais, que 
permitiram a entrada de empresas multinacionais e a produção de 
produtos direcionados ao mercado externo. As empresas 
internacionais eram atraídas por incentivos fiscais e por uma mão 
de obra extremamente abundante, disciplinada e barata.
Tal modelo de desenvolvimento é conhecido como socialismo 
de mercado, pois combina características do comunismo, como o 
controle de setores considerados estratégicos pelo governo, com 
características do capitalismo, como a abertura às empresas 
estrangeiras e a possibilidade de propriedade privada em alguns 
casos.
Com a entrada do país na economia de mercado e o 
vertiginoso aumento nas exportações, o país viu sua economia ser 
fortemente impulsionada, levando ao mundo inteiro os produtos 
“made in China”. Assim, a China acumulou consideráveis reservas 
financeiras, que em 2012 chegaram ao patamar de 3 trilhões de 
dólares. Essa situação possibilitou que a China mantivesse sua 
moeda desvalorizada em relação ao dólar, fazendo com que os 
produtos chineses permanecessem muito baratos para exportação e 
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tornassem o país extremamente competitivo frente aos demais 
países.
7. Questões comentadas
1) (CESPE - 2012 - IBAMA - Técnico Administrativo) O 
conflito na Síria inaugurou o processo histórico conhecido 
como Primavera Árabe. 
Na verdade, a Primavera Árabe iniciou-se na Tunísia, quando 
um jovem desempregado ateou fogo ao seu próprio corpo, dando 
início a uma onda de protestos. Questão errada.
2) (CESPE - 2012 - IBAMA - Técnico Administrativo) Kofi 
Annan, ex-secretário geral da ONU, é o atual mediador da 
Liga Árabe e também da ONU para os conflitos na Síria, entre 
o regime do presidente Bashar al-Assad e os rebeldes que 
querem destituí-lo do poder.
Essa questão é bastante difícil pela especificidade e difícil de 
um professor prever que tal abordagem cairia. De qualquer forma, a 
questão está errada; pois, quando a questão caiu Kofi Annan já 
havia deixado a mediação da Liga Árabe. Ele deixou a mediação em 
agosto de 2012. Annan, que ocupava o cargo especial desde 23 de 
fevereiro, havia proposto um cessar-fogo entre o regime do 
presidente Bashar al Assad e rebeldes que tentam derrubar o 
governo, mas os atos de violência, de lado a lado, continuaram 
apesar de seus esforços. Annan afirmou que apresentou sua 
renúncia porque não recebeu todo o apoio que a causa merecia.
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Questão errada.
3) (CESPE - 2012 - MPE-PI - Cargos de Nível Médio - 
Conhecimentos básicos para o cargo 11) Na Tunísia, país 
onde se iniciaram as revoltas, o partido islâmico foi o 
vencedor das primeiras eleições realizadas no país, 
alcançando a maioria absoluta dos votos, controlando, assim, 
sozinho, o parlamento e o governo nacional.
Pessoal, mesmo que vocês não soubessem exatamente a 
resposta, me respondam uma coisa: vocês acham que um partido 
ganharia sozinho o controle do parlamento? Não, em regra não 
ocorre isso. Essa já seria uma tendência na resposta de vocês. Mas 
sejamos mais precisos. O partido islâmico moderado Ennahda 
venceu as primeiras eleições democráticas da Tunísia após os 
protestos da Primavera Árabe. Os resultados finais da eleição 
confirmaram que o partido conseguiu mais de 41% dos votos (não é 
maioria absoluta, portanto) e assegurou pelo menos 90 cadeiras no 
parlamento, que tem 217 membros (não estando sozinho). Questão 
errada.
4) (CESPE - 2012 - MPE-PI - Cargos de Nível Médio - 
Conhecimentos básicos para o cargo 11) A queda da ditadura 
de Hosni Mubarak no Egito não significou o fim de conflitos 
entre muçulmanos e cristãos coptas, minoria religiosa que 
sofre frequentes ataques.
O fim dos governos na região árabe não tem colocado, de 
maneira geral, fim aos conflitos. No Egito, os cristãos coptas (copta 
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significa egípcio) vem realmente sofrendo com os ataques de 
radicais muçulmanos. Esses ataques fazem parte de um contexto 
mais amplo de perseguição milenar sofrida por essa minoria na 
região. Embora, em um momento de protestos contra Mubarak, 
tenha havido uma trégua e mesmo uma certa união entre esses dois 
grupos, após a queda do ditador os conflitos se intensificaram. 
Questão correta.
5) (CESPE - 2012 - MPE-PI - Cargos de Nível Médio - 
Conhecimentos básicos para o cargo 11) Há fortes indícios de 
que o antigo líder líbio, Muhammar Kadhafi, tenha sido 
executado sumariamente pelos rebeldes pouco após a sua 
captura.
Vejam a notícia do site Brasil de Fato no fim de 2011: “O 
Conselho Nacional de Transição (CNT) informou que Muamar Kadafi, 
ao ser capturado, foi assassinado durante a tomada de sua cidade 
natal, Sirte, no norte da Líbia. Os oposicionistas iniciaram uma 
ofensiva contra a cidade na manhã desta quinta-feira. Sirte era o 
último foco de resistência das forças aliadas a Kadafi. As primeiras 
informações davam conta que de que o presidente deposto havia 
sido baleado nas pernas enquanto tentava fugir. Mas depois houve a 
confirmação de sua morte”. Questão correta.
6) (CESPE - 2012 - MPE-PI - Cargos de Nível Médio - 
Conhecimentos básicos para o cargo 11) No Egito, o antigo 
presidente Hosni Mubarak, após deixar o poder, foi levado a 
julgamento, sob a acusação de ser responsável pela morte de 
ativistas que protestaram contra seu regime.
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Mubarak foi levado ao julgamento assim que deixou o poder. 
Ele foi acusado de corrupção e conspiração para assassinar 
manifestantes antes e durante a revolução que culminou com o fim 
do seu regime de 30 anos em fevereiro deste ano. Além de 
Mubarak, o ex-ministro do Interior Habib el-Adly e outros seis 
oficiais da polícia também serão acusados de assassinato e tentativa 
de assassinato relacionados aos 850 manifestantesmortos durante 
a onda de protestos contra o regime, segundo informou a 
promotoria. Ao fim do julgamento, o Tribunal Penal do Cairo 
considerou o ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak, culpado de 
implicação no massacre de manifestantes durante a revolta de 
janeiro de 2011, que terminou na sua renúncia, e o condenou à 
prisão perpétua. Questão certa.
7) (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário - Área 
Administrativa) O governo de Bashar Assad, como o de seu 
pai, legitimava-se politicamente em uma ideologia de 
nacionalismo pan-árabe e de oposição a Israel.
Apesar do verbo no passado transmitir a sensação de que o 
governo de Bashar Assad não se legitima mais por essas razões, a 
questão foi dada como correta. De fato, os Assad se identificam com 
o pan-arabismo e com a ferrenha oposição a Israel e às potências 
ocidentais. Questão certa.
8) (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário - Área 
Administrativa) Um dos aliados do governo sírio é a Rússia, 
grande fornecedora de armas para esse governo.
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Exatamente. Vimos que a Rússia é a principal fornecedora de armas 
à Síria. Questão certa.
9) (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário - Operação de 
Computador) Ao contrário de outros países da região, a Síria 
é uma ditadura militar cujo governante-mor, Bashar Assad, 
foi o responsável pela introdução da sharia, a lei islâmica, 
razão pela qual foi instaurada a revolta das minorias 
religiosas do país.
Lembram que eu disse que o governo Sírio tem se utilizado do 
laicismo? Então, ele o faz para evitar um conflito entre os diversos 
grupos religiosos. Na verdade, é a oposição islamita que pretende 
implantar a Sharia na Síria. Outro fato, nesse contexto, é o 
crescente deslocamento de membro da Al Qaeda para esse país a 
fim de implementarem a Sharia.
Observação: a Sharia é uma espécie de sistema legal, na qual os 
mandamentos islâmicos se sobrepõem ao direito, não havendo 
separação entre as leis de Deus e as leis dos homens. Questão 
errada.
10) (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário - Operação 
de Computador) A crise política da Síria é movida 
basicamente por questões religiosas, muito em virtude de a 
Síria ser o único país árabe cuja maioria da população é 
cristã.
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Na verdade, os cristãos não são uma minoria na Síria – país 
predominantemente islâmico. Questão errada.
11) (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judiciário - Área Judiciária 
- Conhecimentos Básicos) Devido à participação da China na 
economia mundial e ao fato de esse país ser o principal 
parceiro comercial do Brasil na atualidade, uma redução do 
crescimento chinês tende a significar menor potencial de 
expansão da economia brasileira.
Exatamente. Com uma economia mundial extremamente 
integrada, a queda no crescimento de uma potência diminui 
significamente a possibilidade de expansão dos países parceiros. 
Não se esqueçam de que a China é hoje a principal parceira 
comercial do Brasil. Questão certa.
12) (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judiciário - Área Judiciária 
- Conhecimentos Básicos) A reação do mercado financeiro 
mundial ao anúncio chinês, mencionada no texto, evidencia 
uma das principais características da economia globalizada 
dos dias de hoje, a interdependência e conexão imediata 
entre os fatos econômico-financeiros e os diversos agentes 
que atuam nesse âmbito, mundialmente.
Certamente, não é?! A interdependência e a citada conexão 
são características da globalização. Questão certa.
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13) (CEFET-BA - 2010 - EBAL - Bibliotecário Documentalista) 
O nome BRIC foi criado pelo economista americano Jim 
O’Neill, do grupo Goldman Sachs, para designar
a) os países mais ricos do mundo e a Federação Russa, 
embora esta tenha perdido relevância no momento atual.
b) os quatro principais países emergentes do mundo, cuja 
estimativa é que se tornem a maior força econômica do 
planeta.
c) os países membros da OMC que fizeram parte ativamente 
as decisões da Rodada de Doha.
d) as nações que formam o G-4 cujas alianças são sempre 
focadas em interesses comuns.
e) os países membros do G-20 que, juntos, respondem por 
cerca de 90% do PIB mundial.
Questão para revisar a aula anterior. Como vimos, o BRIC é 
usado para designar as 4 principais forças emergentes do planeta. 
Letra “b”, portanto.
14) (CESPE - 2012 - TJ-AL - Auxiliar Judiciário - 
Conhecimentos Básicos) A Primavera Árabe caracterizou-se 
por uma série de manifestações e revoltas populares contra 
os regimes políticos ditatoriais de países do norte da África e 
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do Oriente Médio. Acerca desse processo político e de suas 
consequências, assinale a opção correta.
a) Na Tunísia, os protestos se transformaram em uma guerra 
civil não declarada que já causou a morte de milhares de 
pessoas.
b) Em Israel, a maioria da população árabe busca, por meio 
de uma nova Intifada, ou revolta popular, igualdade de 
direitos.
c) Na Líbia, deflagrou-se uma guerra civil que se encerrou 
com a destituição do general Muammar Kaddafi do poder e a 
divisão do território do país entre os diversos grupos 
rebeldes.
d) Na Síria, as manifestações populares resultaram na 
convocação de eleições livres e democráticas no 1.º semestre 
de 2012.
e) No Egito, as eleições populares foram vencidas pelo 
candidato da Irmandade Muçulmana, uma organização 
política de inspiração religiosa.
Pessoal, conforme conversamos, houve eleições, no Egito, que 
foram vencidas por Morsi, candidato da Irmandade Muçulmana. 
Essa assertiva está realmente certa. Sobre a letra “c”, houve, na 
Líbia, uma guerra civil, que inclusive levou a mais de 50 mil mortos 
e o território foi realmente dividido entre grupos rebeldes. Qual é o 
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erro então? O erro está em dizer que a guerra civil se encerrou com 
a deposição de Kadafi, pois, na verdade, a guerra continua entre os 
diversos grupos rebeldes que disputam o poder. Resposta: letra “e”.
15) (CESPE - 2011 - CBM-DF - Todos os Cargos - 
Conhecimentos Básicos - adaptada) O governo chinês vem 
ampliando o processo de distensão política iniciado após a 
morte de Mao Zedong, algo que já se manifesta com a 
redução dos espaços de atuação do partido comunista 
chinês.
Pessoal, na verdade não há um processo de “distensão” 
política na China, nem mesmo redução dos espaços de atuação do 
partido comunista. Questão errada.
16) (CESPE - 2011 - CBM-DF - Todos os Cargos - 
Conhecimentos Básicos) Ao longo das duas últimas

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