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Slides - ordenamento jurídico

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Ordenamento Jurídico (conjunto de todas as leis aplicadas no país, possui uma hierarquia)
A ORDEM JURÍDICA
1.1) A ação humana é, via de regra, orientada por normas. 
Quando temos um objetivo a alcançar, seguimos certas prescrições para sermos bem sucedidos; Ex.: normas da ABNT. 
A convivência social também pressupõe uma certa ordem, que entre os humanos pode ter muitas dimensões, como dimensão:
	
	- moral (consciência que regulamenta a conduta humana);
	- social (costumes sociais e etiquetas);
	- religiosa (convicção espiritual);
	- jurídica. 
1.1.1. As normas religiosas dizem respeito, principalmente, à relação do homem para com Deus (ou outra designação que se possa dar a uma entidade espiritualmente superior ao homem).
O dever de amar a Deus sobre todas as coisas; 
 Pode se referir ao compromisso do homem para com o seu semelhante (o dever de amar o próximo como a nós mesmos). 
Além do mais, também diz respeito às relações entre os membros de uma comunidade religiosa ou entre esses membros e a igreja.
1.1.2. Quanto às normas sociais, prescrevem condutas consideradas recomendadas para a boa convivência das pessoas, por alguns também chamadas de regras de etiqueta.
1.1.3. As normas morais, por outro lado, referem-se à conduta do agente, não possuindo, no entanto o atributo da coercibilidade estatal, no que difere das normas jurídicas. 
	Entre os gregos, berço da filosofia, não havia ainda uma distinção entre normas jurídicas e normas morais. 
	A partir de Thomasius (1705), tem-se tentado distinguir com clareza os campos da moral e do direito. Para ele, o Direito visa uma ação externa, relação do homem para com o seu semelhante, enquanto a moral visa a conduta do homem para consigo, com sua consciência.
	Desta forma, enquanto uma conduta humana só atinge a intimidade, não pode ser cerceada pelo Estado. Além do mais o Direito, diferentemente da moral, seria perfeito porque coercível.. 
	Ademais, as normas de Direito são heterônomas (valem independentemente da vontade do indivíduo), enquanto as normas morais são autônomas.
	
	Para Fichte, ao Direito é permitido coisas que para moral seriam absurdas, como por exemplo o credor deixar o devedor em estado de miséria para receber seu crédito.
	Para Reale, a diferença básica entre as regras jurídicas e as morais está no fato de que estas são dotadas de bilateralidade atributiva, i. é, a cada direito de um sujeito há o dever do outro em cumpri-lo. 
	1.2) A ordem jurídica requer e exige regras específicas de conduta e sujeita os atores a uma sanção. 
	 1.2.1. Na nomenclatura clássica, fala-se em ordenamento jurídico tendo em conta uma série de normas legais ou consuetudinárias que possibilitem a convivência das pessoas. 
	
1.2.2. Tem-se tentado identificar o ordenamento jurídico pelo critério da formalidade. Mas ao que parece, o que distingue mesmo o ordenamento jurídico dos demais é a sua tentativa de realização do direito, a coação potencial e a bilateralidade atributiva.
1.2.3. Falar em a ordem jurídica pressupõe a existência de uma pluralidade de normas, reconhecidas a hierarquia, a antinomia e as lacunas. 
1.2.4. À norma jurídica se impõem limites de atuação, com consequência direta em seus efeitos: 
quanto ao tempo, de uma maneira geral regula os fatos posteriores, 
quanto ao espaço, restringe a validade de tais disposições em um território específico, não negada a idêntica possibilidade de conflitos; 
1.2.5. Caracterizadas pela generalidade (destinada a diversas pessoas) e abstração (não se refere a um caso particular, mas descreve uma conduta típica, como por exemplo, o crime de violação de sepultura descrito no art. 210 do CP), as normas jurídicas compõem-se de preceito e de sanção. 
Preceito é o mandamento, positivo ou negativo
Sanção é a retribuição dada àqueles que descumprem ou cumprem o mandamento, 
Uma sanção pode ser:
- repressiva (prisão pelo não pagamento de pensão alimentícia), 
- preventiva (o internamento de pessoa inimputável), 
- executiva (a penhora de bens para pagamento de débitos), 
- restitutiva (o dever de reparar um dano, como previsto no art. 159 do CC),
- rescisória (a ação rescisória prevista no art. 485 do CPC),
- extintiva (perda do prazo para intentar queixa-crime ou representação, prevista no art. 103 do CP).
1.4) Do ponto de vista das leis, numa escala hierárquica descendente, ficam assim classificadas:
a) A Constituição Federal e suas emendas. 
Há normas ali contidas com mais força que as demais, como se vê das chamadas cláusulas pétreas, a teor do art. 60, §4º. Quando uma lei fere a CF, diz-se que a mesma é inconstitucional; 
b) Leis complementares (definidas no próprio texto constitucional);
 
c) Leis ordinárias (elaboradas pelo Legislativo em sua atividade regular, como por exemplo o Código Civil, Lei 9.099/95, Lei dos Crimes Hediondos etc.); 
 Leis delegadas (elaboradas pelo Presidente da República ou comissões do parlamento, por delegação do Congresso Nacional); 
 Medidas provisórias (um atributo do Presidente da República em caso de urgência e relevância, como descrito no art. 62 da CF/88); 
 Decretos legislativos (do Congresso Nacional em matérias de sua competência exclusiva, em face do art. 44 da CF/88); 
 Resoluções (dos órgãos do Poder Legislativo, em matéria exclusiva de sua competência);
d) Decretos regulamentares (para dar cumprimento ou eficácia a uma lei); 
e) Despachos, estatutos, regimentos, portarias; 
f) Sentenças, contratos, testamentos, convenção coletiva de trabalho etc. (em exceção ao caráter geral e abstrato da lei, dirigem a um fato em particular). 
1.4.1. A lei em si pode ter lacuna (deixar de prever alguma coisa), mas o jurista deve preenchê-la usando dos outros elementos, como por exemplo o que dispõe o art. 4º da LICC acerca da obrigatoriedade do juiz de decidir o caso mesmo que haja omissão da lei.

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