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PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 1 FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA ROTEIRO DOS PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS PROF: LUAN SIMÕES INTRODUÇÃO A Fisioterapia Respiratória envolve um conjunto de técnicas baseadas na aplicação terapêutica de intervenções mecânicas. Deve ser adaptada a cada paciente, constituindo um processo dinâmico que varia continuamente de acordo com o acometimento pulmonar, doenças associadas, condições clínicas, evolução do quadro, idade e fatores anatomofisiológicos relativos, bem como com capacidade de cooperação e adesão ao tratamento. Seus objetivos consistem em: Manter a permeabilidade das vias aéreas Otimizar a função respiratória e as trocas gasosas Minimizar alterações da relação ventilação-perfusão Prevenir ou reduzir as consequências da obstrução por secreção Adequar o suporte ventilatório Realizar o desmame da ventilação mecânica e da oxigenoterapia A terapia deverá ser baseada na avaliação específica do fisioterapeuta para a identificação do tipo de distúrbio ventilatório, o que possibilita a escolha de uma técnica ou da combinação de técnicas adequadas para cada caso. PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 2 PROCEDIMENTOS DESOBSTRUTIVOS 1. DRENAGEM POSTURAL Envolve o uso da gravidade e da energia mecânica para auxiliar a mobilizar/conduzi as secreções de um segmento ou lobo pulmonar para as vias aéreas centrais (até a carina), onde elas podem ser removidas através da tosse ou da aspiração. Contraindicações: Posição de Trendelenburg: PIC > 20 mmHg HAS não controlada Hemoptise maciça Após cirurgia de carcinoma pulmonar Radioterapia Lactentes e idosos com RGE NÃO devem ser posicionados em Trendelenburg PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 3 2. PERCUSSÕES TORÁCICAS MANUAIS (PTM) OU TAPOTAGEM Consiste em percutir com as mãos em concha ou em ventosa, as regiões torácicas e com isso, produzir uma onda de energia que é transmitida através dessa parede para as vias aéreas, especificamente na zona a ser tratada. Contraindicações: Aplicação direta a pele Ruídos sibilares exacerbados Dispneia Crise asmática/hiper-reatividade brônquica Edema agudo do pulmão Pós-cirúrgicos* Menos de 1h de refeição Fragilidades ósseas Cardiopatas graves Hemoptise Hipertensão intracraniana Técnica: Mãos em concha Tórax envolto por toalha Inspiração pelo nariz e expiração pela boca Evitar estruturas ósseas proeminentes e mamas nas mulheres Tanto na inspiração quanto na expiração Ritmo de 240 a 260 percussões por minuto A percussão torácica é aplicada em sessões de tratamento de 10 a 20 minutos, sempre que a ausculta evidenciar secreções localizadas em brônquios de maior calibre ou traqueia. 3. VIBROCOMPRESSÃO São contrações isométricas (tetanização dos agonistas e antagonistas) repetidas do antebraço realizada sobre a parede do tórax durante a fase expiratória associada à compressão usando uma frequência de 12 a 16 Hz. PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 4 Técnica: Fase expiratória (após inspiração máxima) Mãos espalmadas na região específica (ausculta) Punho e o cotovelo (permanecer imóveis impulsionando os movimentos vibratórios) Pressão no tórax Acompanha o movimento do gradil costal OBS: Efetiva -> mais de 1 hora de aplicação As vibrações têm o objetivo de melhorar a depuração das secreções brônquicas, agindo potencialmente nas interações cílios-muco, uma vez que agem nas propriedades reológicas (viscoelasticidade, filância, propriedades de superfície e tixotropia) ou nos batimentos ciliares (por efeito da ressonância), pela estimulação ciliar induzida por liberação de mediadores químicos na luz brônquica. 4. PRESSÃO EXPIRATÓRIA Técnica: Pressão durante a expiração (acompanhar o movimento da caixa torácica) Facilitar a desinsuflação sem causar opressão ao movimento torácico (sincronia) Decúbito dorsal, fowler (45º) e em DL. Lábios e dentes semi-abertos (freno-labial) PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 5 Contraindicações: Tórax senil e raquítico (pode provocar fraturas ou luxações torácicas) Evitar em paciente com histórico de pneumotórax espontâneos e derrames pleurais, no edema agudo de pulmão e em fraturas de costelas. 5. TOSSE Indicações: Alterações na constituição do muco, no sistema mucociliar ou mecânica da tosse. Tipos: ESTIMULAÇÃO MECÂNICA DA TOSSE É uma tosse reflexa provocada no paciente incapaz de cooperar, por meio da estimulação dos receptores mecânicos, situados na parede da traqueia extratorácica. Massagem na fúrcula esternal Lateralização da traqueia Introdução de sonda de aspiração Está indicada quando as secreções estão localizadas em vias aéreas proximais ou na traqueia, em pacientes não colaborativos. Está contraindicada nas afecções laríngeas ou de traqueia extratorácica e na prematuridade (não tem o reflexo de tosse e risco de colabamento da traqueia). PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 6 TOSSE ASSISTIDA Aumentar a contenção da parede torácica ou abdominal para potencializar a tosse caso o paciente apresente alguma dificuldade de realizá-la. Manobra sobre o tórax superior: Paciente em decúbito dorsal Mãos do terapeuta sobre o esterno Seguir vários movimentos respiratórios profundos Subitamente -> compressão brusca -> final da inspiração -> sentido podálico. Manobra sobre o tórax inferior: Paciente em decúbito dorsal Mãos do terapeuta contornando as costelas inferiores Seguir vários movimentos respiratórios profundos Subitamente -> compressão brusca -> final da inspiração -> sentido do mediastino. Manobra abdominal: Paciente em decúbito dorsal Mãos do terapeuta sobre parte alta do abdome em direção cefálica Seguir movimentos respiratórios profundos Subitamente -> compressão brusca -> final da inspiração -> sentido cefálico. Manobra combinada: Paciente em decúbito dorsal Uma mão do terapeuta no esterno e a outra no abdome alto Seguir movimentos respiratórios profundos Subitamente -> compressão brusca e simultânea -> final da inspiração -> mãos do esterno no sentido podálico -> mão do abdome sentido cefálico (unindo as mãos). TOSSE POR AUMENTO DO VOLUME INSPIRADO: Quanto maior o volume pulmonar -> maior a força elástica e retrátil dos alvéolos -> aumenta a eficácia da bomba explosiva (pico de fluxo expiratório). Incentivadores respiratórios (Respiron, Triflo, Voldyne) Breath stacking Padrões respiratórios Pressão positiva inspiratória (CPAP, RPPI) Hiperinsuflação manual (uso do ambú) PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 7 6. TÉCNICA DE EXPIRAÇÃO FORÇADA (TEF) Auxiliar na remoção do acúmulo de secreção brônquica e minimizar a compressão dinâmica e colapso das vias aéreas decorrentes da expulsão brusca e forçada do ar (doentes respiratórioscrônicos). Técnica: Inspiração diafragmática (médios volumes) Relaxamento da cintura escápulo-umeral e com a boca e glote abertas (bucal*) Médio volume acima da CRF -> ponto de igual pressão nos brônquios lobares e segmentares Ar comprimido usando força de abdominais Expiração brusca e longa HUFF (HUFFING) Manobra expiratória submáxima semelhante à tosse -> sem compressão excessiva das vias aéreas periféricas -> glote aberta -> elimina secreção sem grande esforço. Variação do volume mobilizado: Huff médio para baixo: Eliminação de secreção localizada em regiões mais distais Huff alto: Mobiliza secreções situadas nas vias aéreas mais próximas à traqueia 7. ACELERAÇÃO DO FLUXO EXPIRATÓRIO (AFE) Expiração ativa ou passiva associada a um movimento toracoabdominal sincronizado gerado pela compressão manual do fisioterapeuta com o objetivo de mobilizar, carrear e eliminar as secreções traqueobrônquicas. Técnica passiva: Paciente não cooperante. Técnica ativa-assistida: Paciente realiza a expiração com a glote aberta e o fisioterapeuta realiza a pressão manual Técnica ativa: Participação plena do paciente PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 8 Técnica de referência (passiva): Fisioterapeuta de pé, lateralmente ao paciente, com os cotovelos semifletidos. Paciente em decúbito dorsal ou elevado à 30º. Mão torácica entre a fúrcula esternal e a linha intermamária A mão abdominal posiciona-se sobre o umbigo e as últimas costelas Durante expiração Compressão manual do fisioterapeuta -> uma mão na região torácica (movimento de cima para baixo) e outra na região abdominal (movimento de baixo para cima) 8. EXPIRAÇÃO LENTA TOTAL COM A GLOTE ABERTA INFRALATERAL – ELTGOL Expiração lenta com a glote aberta, estando o paciente com a região a ser desobstruída em decúbito homolateral. Técnica: Decúbito homolateral ao lado que deseja remover a secreção Realizar expiração lenta e progressiva com a glote aberta (bucal) Fisioterapeuta exerce pressão abdominal em direção obliqua à parede costal supralateral durante a expiração Após várias repetições -> realizar a tosse Contraindicação para DL -> ELTGO PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 9 9. DRENAGEM AUTÓGENA É uma técnica criada com o objetivo de proporcionar independência na higiene brônquica, na qual o paciente aprende a identificar o ruído da secreção e, então, utilizando inspirações e expirações lentas, ativas e controladas, iniciando no volume de reserva expiratória (VRE) até o volume de reserva inspiratório (VRI), arrasta a secreção até que ela sela eliminada pela tosse. Técnica: DESLOCAMENTO: Expiração oral lenta e forçada -> Volume de reserva expiratório (VRE) Inspiração a baixo volume -> Volume corrente (VC) Pausa pós-inspiratória de 2 a 3 segundos Expiração oral lenta -> VRE COLETA: Inspiração nasal a médio volume -> maior que VC Pausa pós-inspiratória de 2 a 3 segundos Expiração oral lenta -> VRE ELIMINAÇÃO: Inspiração nasal a alto volume -> VC + Volume de reserva inspiratória (VRI) Pausa pós-inspiratória de 2 a 3 segundos Expiração oral em nível de VC TEF altos volumes (huff) Qualidade na realização da técnica: Utilização do bocal -> reflexo bucofaríngeo mantém a glote aberta Fase de eliminação com inspiração lenta e profunda Em todas as fases -> velocidade do fluxo expiratório controlado -> pico de fluxo -> fechamento precoce das VA Tosse reprimida durante as fases Após o processo -> secreções nas VA proximais -> incapacidade na tosse -> TEF alto volume Realizar 4 a 5 vezes (cada fase) sucessivamente e sem intervalos Procedimento repetido por 30 a 45 minutos, 2x ao dia. Contraindicações: Pacientes instáveis hemodinamicamente Pós-operatório recente de toracotomia e/ou laparotomia exploradora PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 10 Doença respiratória aguda Pacientes pouco cooperativos e que controlam mal a respiração 10. CICLO ATIVO DAS TÉCNICAS RESPIRATÓRIAS (CATR) Combinação de técnica de expiração forçada, controle da respiração e exercícios de expansão torácica. Técnica: CONTROLE DA RESPIRAÇÃO: Relaxar a região torácica e ombros Respirar usando o tórax inferior Inspiração e expiração em VC Repetir de 3 a 4 vezes EXERCÍCIOS DE EXPANSÃO TORÁCICA: Inspiração nasal lenta em nível de VRI Pausa pós-inspiratória (2 a 3 seg) -> + outras técnicas Expiração oral em VC Repetir de 3 a 4 vezes TÉCNICA DE EXPIRAÇÃO LENTA (BAIXOS VOLUMES): Inspiração nasal em VC Expiração oral lenta com a glote aberta em nível de VRE (bocal) Repetir 2 vezes. O paciente é orientado a realizar a técnica na posição sentada e repeti-la até o som do huff tornar-se seco. Controle da respiração (3 a 4x) Exercícios de expansão torácica (3 a 4x) Controle da respiração (3 a 4x) Exercícios de expansão torácica (3 a 4x) Controle da respiração (3 a 4x) Técnica de expiração lenta (2x) Controle da respiração (3 a 4x) TEF -> huffing ou tosse espontânea Terminar com o controle da respiração e relaxamento (3 a 4x) 11. EXERCÍCIO DE FLUXO EXPIRATÓRIO CONTROLADO (EDIC) Técnica: Inspiração nasal lenta e profunda recrutando VRI Pausa pós-inspiratória de 3 a 5 segundos Expiração oral em nível de VC PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 11 Manobra posterolateral Decúbito lateral Tronco ligeiramente inclinado anteriormente Pelve perpendicular ao ângulo de apoio Manobra anterolateral Decúbito lateral Membro superior fletido Mão apoiada na região occipital (alongamento peitoral) Contraindicação: Pacientes não cooperativos ou incapazes de entender e/ou realizar exercícios Presença de dor Pós-operatório de pneumectomia Hiper-reatividade brônquica 12. OSCILAÇÃO ORAL DE ALTA FREQUÊNCIA (OOAF) Produção de fluxos expiratórios com pressão positiva oscilatória controlada e interrupções do débito ventilatório de frequência regulável. Oscilação: Movimento vibratório rápido de pequenos volumes de ar para frente e para trás na árvore traqueobrônquica. Frequência de 12 a 25 Hz -> importante papel mucolítico. Técnica: Durante a expiração Posição adequada respeitando os ângulos de funcionamento do aparelho PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 12 Expiração corresponda a uma frequência entre 6 a 26 Hz para induzir à vibração brônquica. Contraindicações relativas: Hemoptise Pneumotórax Enfisema Doenças cardiovasculares descompensadas 13. DESOBSTRUÇÃO RINOFARÍNGEA RETRÓGRADA (DRR) A DRR é uma manobra é uma manobra de inspiração forçada que tem o objetivo de remover secreções da rinofaringe. Com o aumento da velocidade do fluxo aéreo provocado pela técnica, a pressão diminui diante dos orifícios sinusais e da tuba auditiva, favorecendo a mobilização das secreções dessas cavidades para o conduto rinofaríngeo principal. Técnicapassiva: Criança em decúbito dorsal elevado a 30º Fisioterapeuta pode estar posicionado atrás ou lateralmente à maca Após desinsuflação manual Uma das mãos elevando a mandíbula, apoiando os dedos indicador e médio na base da língua Obriga a criança a inspirar profundamente pelo nariz A forma ativa pode ser realizada em três tempos, modulados de acordo com o quadro clínico do paciente: Nasoaspiração com a boca aberta, que faz vibrar o véu do palato, permitindo eliminar secreções localizadas na região posterior da nasofaringe. Nasoaspiração com a boca semiaberta, que não permite vibrar o véu do palato. Está indicada para secreções localizadas na região média da nasofaringe. Nasoaspiração com a boca fechada, que facilita a mobilização de secreções localizadas na região anterior da nasofaringe. PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 13 14. DESOBSTRUÇÃO RINOFARÍNGEA RETRÓGRADA ASSOCIADA À INSTILAÇÃO (DRR+I) A técnica de DRR pode ser complementada com a instilação local de solução de cloreto de sódio a 0,9% (soro fisiológico). Técnica: Criança em decúbito dorsal Realiza a desinsuflação pulmonar Eleva a mandíbula (com o dorso da mão) -> oclui a boca (com a palma da mão) Durante o reflexo de inspiração -> instila o soro fisiológico Após a instilação nas duas narinas, a criança é mantida no mesmo posicionamento por 1 minuto Fisioterapeuta exerce leves pressões na base da língua Eliminação das secreções: espontaneamente (tosse nasal), por deglutição ou por expulsão, durante a manobra de expulsão, quando a criança é colocada em decúbito ventral para a extensão da cabeça e estímulo do reflexo de tosse. OBS1: Repetir os procedimentos até não visualizar mais secreção OBS2: Quando a tosse não ocorrer espontaneamente, o fisioterapeuta pode estimula-la. ATENÇÃO: Na ocorrência de “perda de fôlego” Posicionar a criança sentada Elevar em decúbito ventral Indicações: Infecções de VAS -> rinites, sinusites, faringites Lactentes bronco-obstrutivos Grande quantidade de secreções em VAS Refluxo gastroesofágico Tosse noturna por gotejamento posterior Contraindicações: Ausência do reflexo de tosse Presença de estridor 15. GLOSSOPULSÃO RETRÓGRADA Tem o objetivo de conduzir as secreções eliminadas pela tosse, do fundo da cavidade bucal até a comissura labial, para que sejam expelidas. Técnica: PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 14 Após a tosse, quando as secreções são projetadas para o fundo da cavidade bucal. Fisioterapeuta segura com uma das mãos a cabeça do paciente Posicionar o polegar na base da língua para evitar a deglutição Outros dedos na face lateral para apoiar a cabeça. OBS: Essa técnica deve ser reservada a casos em que haja necessidade, a exemplo de quando o fisioterapeuta precisa analisar a coloração, consistência, qualidades reológicas e a eventual presença de sangue nas secreções coletadas. 16. EXPIRAÇÃO LENTA PROLONGADA (ELPr) É uma técnica passiva de ajuda expiratória aplicada ao lactente, obtida por meio de pressão toracoabdominal lenta, que se inicia ao final de uma expiração espontânea e prossegue até o volume residual. Técnica: Paciente posicionado em decúbito dorsal ou elevado à 30º Uma mão sob o tórax e outra no abdome Exerce pressão no tempo expiratório espontâneo até o volume residual Pressão manual lenta, contínua, simultaneamente -> tórax e abdome. Mão do tórax -> sentido caudal Mão do abdome -> sentido cranial Manter a pressão por 2 a 3 tempos inspiratórios Libera e aguarda a próxima expiração Indicações: Lactentes que apresentam secreção em VA intratorácicas (médias) Pode ser aplicada em crianças de 8 a 10 anos (ainda existem poucos estudos) Contraindicações: Atresia de esôfago operada Malformações cardíacas Afecções neurológicas centrais (ausência/diminuição do reflexo de tosse) Tumores abdominais Síndrome abdominal não identificada (requer cuidado) PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 15 17. ASPIRAÇÃO A aspiração é a aplicação de sucção ao trato respiratório do paciente para ajuda-lo a remover secreções das vias aéreas superiores e inferiores quando o mesmo não tem condições de removê-las sozinho. Técnica: Higienize as mãos Reúna o material na bandeja Explique o procedimento ao paciente Coloque o paciente em posição de semi-Fowler (relativo, depende da condição do paciente) Conecte o aspirador ao frasco coletor Calçar luva de procedimento na mão não dominante e luva estéril na mão dominante. Segurar a sonda de aspiração com a mão dominante Com a mão não dominante clampear a extensão de látex e introduzir a sonda com a mão dominante até encontrar resistência ou ocorrer tosse por estimulação Desclampear a extensão para que ocorra a aspiração da secreção Retirar lentamente a sonda, realizando movimentos circulares. Esta etapa não deve exceder a 10s Retirar as luvas Lavar as mãos Sequência de aspiração: a) Traqueia/traqueostomia b) Nariz c) Boca PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 16 PROCEDIMENTOS EXPANSIVOS As bases fisiológicas das técnicas de expansão pulmonar, sejam elas realizadas com objetivo profilático ou para a resolução de atelectasias, podem ser discutidas com base na relação entre a pressão de distensão aplicada e modificação de volume pulmonar resultante. REDUÇÃO DA PRESSÃO PLEURAL A contração da musculatura inspiratória faz com que a pressão pleural (Ppl) diminua, ocasionando o “tracionamento” dos pulmões e, consequentemente, a expansão. AUMENTO DA PRESSÃO INTRAPULMONAR A pressão é aumentada por ação de algum dispositivo, a exemplo do uso da respiração com pressão positiva intermitente (RPPI) ou ventilação não invasiva (VNI), que ocasionam o aumento na pressão de abertura das vias aéreas. 1. FRENO-LABIAL Expiração suave contra a resistência imposta pelos lábios ou dentes semifechados, podendo o tempo expiratório ser longo ou curto. Técnica: Lábios ou dentes semicerrados Expiração suave e controlada => não forçada e não muito prolongada (I:E = 1:2). 2. EXERCÍCIO RESPIRATÓRIO DIAFRAGMÁTICO Técnica: Estímulo proprioceptivo manual na região abdominal (nível diafragma) => leve compressão Solicita inspiração nasal suave e profunda Deslocamento anterior da região abdominal PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 17 3. EXERCÍCIO RESPIRATÓRIO DE EXPANSÃO TORÁCICA Também conhecidos por exercícios respiratórios segmentares ou localizados. Técnicas: EXPANSÃO TORÁCICA INFERIOR UNILATERAL Estímulo manual na região inferior de um dos hemitórax Inspiração profunda nasal => leve compressão com as mãos no início da inspiração. Fase expiratória associada ao freno-labial + compressão leve e firme EXPANSÃO TORÁCICA INFERIOR BILATERAL Posição do paciente => evitar dorsal e sentada => descoordenação Mãos posicionadas na região inferiordo tórax Inspiração nasal e profunda até CPT => suave compressão no início Expiração associada ao freno-labial + compressão para desinsuflar EXPANSÃO APICAL Mãos ou dedos abaixo da clavícula Expandir tórax superior contra pressão manual Expiração com freno-labial EXPANSÃO TORÁCICA INFERIOR POSTERIOR Posição do paciente => inclinado para frente com a coluna ereta Estímulo manual no tórax posterior em um dos lados (costelas inferiores) Expiração com freno-labial 4. SOLUÇOS INSPIRATÓRIOS Objetivos: Melhorar a força e endurance muscular ventilatória* Aumentar a saturação de O2 Aumentar os volumes pulmonares Distribuir homogeneamente a ventilação Expande bases, incrementa a CRF e VRE => recrutamento alveolar => melhora da complacência pulmonar. Técnica: Inspirações nasais curtas, sucessivas e rápidas de forma acumulativa até atingir a CPT. PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 18 Expiração oral com freno-labial suave e prolongada. 5. INSPIRAÇÃO FRACIONADA Técnica: Inspirações nasais, suaves e curtas Interromper com pausas inspiratórias programadas em dois, três, quatro até seis tempos Finalizar com expiração oral lenta e suave até a CRF. 6. EXPIRAÇÃO ABREVIADA Objetivo: Aumentar volume inspirado, expandir ou prevenir áreas de colapso. Técnica: Inspirações nasais de pequeno volume Expirações orais abreviadas Nova inspiração de médio volume Nova expiação curta Inspiração até a CPT Expiração suave e prolongada 7. INSPIRAÇÃO DESDE A CRF Expiração oral prolongada (freno-labial) até o volume residual Inspiração nasal profunda, expandido tórax superior. 8. INSPIRAÇÃO MÁXIMA PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 19 Técnica: Mãos na região torácica inferior ou abdominal Inspiração nasal lenta e suave até CI Expiração de pequeno volume Inspiração nasal lenta e suave até CI Expiração de pequeno volume Inspiração nasal lenta e suave até CI Expiração labial suave até CRF Técnica: Pós-operatório de cirurgia cardíaca, pulmonar e abdominal alta => finalidade de recuperar o volume pulmonar. ATENÇÃO: Sensação de cansaço => repetir poucas vezes (5 a 8 repetições) Movimentos descoordenados do abdome 9. INSPIRAÇÃO MÁXIMA SUSTENTADA Objetivo: Aumentar o volume pulmonar em indivíduos com dor e desvantagem mecânica => redução na complacência pulmonar e/ou de CT ou aumento da resistência => desiquilíbrio relação V/Q. Técnica: Esforço inspiratório nasal máximo lento => até CI Mantém-se inspiração máxima por 3 segundos Expiração sem esforço (freno-labial) 10. COMPRESSÃO-DESCOMPRESSÃO Objetivo: Restaurar ventilação de unidades alveolares comprometidas utilizando variação de pressão alveolar. Técnica: Pressão manual na região acometida Exp prolongada Insp nasal profunda Resistência das mãos no início da fase insp e retirada abrupta (descomprimindo a região) 11. MANOBRA DE BLOQUEIO TORÁCICO PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 20 Técnica: Mãos aplicadas no final da exp no hemitórax não- comprometido => volume ocupe principalmente o hemitórax contralateral ao bloqueio => maior expansão Manter por 3 a 5 ciclos respiratórios 12. ESPIROMETRIA DE INCENTIVO (EI) Aparelhos projetados para encorajar o paciente, pelo feedback visual/auditivo, a realizar inspirações sustentadas máximas => prevenir ou reverter o colapso alveolar Indicações: Presença de condições que predispõem a ocorrência de atelectasia (PO de cirurgias torácicas e abdominais altas) Presença de alterações pulmonares restritivas causadas por doenças neuromusculares Reversão de atelectasias Contraindicações: Pacientes inconscientes ou incapazes de cooperar (pacientes menores de 4 anos) Pacientes incapazes de gerar fluxo inspiração adequada (CV < 10 mL/kg ou Capacidade Insp < 1/3 do previsto) Pacientes com hiperinsuflação pulmonar (aumento da CRF) Pacientes que não conseguem utilizar adequadamente o dispositivo de EI após instrução Riscos de complicações do uso de EI: Hiperventilação e alcalose respiratória (diminuição da PaCO2) Desconforto secundário ao controle inadequado da dor (incoordenação da musculatura respiratória) Barotrauma pulmonar Hipoxemia (após a interrupção da terapia) Exacerbação do broncoespasmo Fadiga Benefícios da Espirometria de Incentivo: Diminuição da frequência respiratória Frequência cardíaca normal Desaparecimento dos ruídos adventícios Radiografia torácica normal ou apresentando melhoria Aumento da PaO2 Aumento da CV e dos fluxos expiratórios máximos Melhoria do desempenho dos músculos inspiratórios PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 21 Aumento da CV forçada 13. EPAP Auto aplicação de uma pressão positiva na expiração através de uma máscara com uma válvula acoplada. Pressão positiva expiratória => maior volume de ar nas VA periféricas durante a inspiração => evitando o colapso e permitindo a movimentação do ar pelo aumento da ventilação colateral. Resistência expiratória fixa (entre 5 a 20 cmH2O) dosada através da válvula de PEEP. PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS EM RESPIRATÓRIA – PROF. LUAN SIMÕES. 22 FORTALECIMENTO DA MUSCULATURA RESPIRATÓRIA Objetivo: Potencializar a força da musculatura inspiratória, minimizando sintomas como dispneia, fadiga e proporcionando aumento da capacidade física. OBS: Para uma boa prescrição da intensidade do treinamento, faz-se necessária a realização da avaliação das pressões inspiratórias e expiratórias máximas de cada indivíduo. 1. THRESHOLD Instruções: Determinar a pressão inspiratória/expiratória máxima do indivíduo (manuvacuometria) Ajustar o limiar de pressão inspiratória/expiratória do dispositivo com o percentual de intensidade recomendada para o paciente considerando a pressão máxima determinada na manuvacuometria. Inspirar/expirar através do dispositivo com força suficiente para vencer a carga limiar. Inspirar/expirar normalmente. Repetir a uma frequência de 12 – 18 respirações por minuto. O treinamento inicial deve ser limitado a 15 minutos para o primeiro dia, trabalhando por até 30 minutos. O treinamento deve ser realizado no mínimo 3 – 5 dias por semana.
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