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Globalização e Neoliberalismo

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Mas, de fato, é com a chamada expansão ultramarina, durante 
os séculos XV e XVI, que foram dados os passos mais firmes rumo a 
uma economia internacionalizada. Isso, pois, o desenvolvimento do 
mercantilismo implicou a procura por distintas rotas comerciais da 
Europa para a África e para a Ásia. Já com a Revolução Industrial, 
no século XVIII, a produção cresce consideravelmente e surgem o 
trabalho assalariado e os mercados consumidores. Além disso, essa 
Revolução, resultante do desenvolvimento tecnológico e de 
mudanças estruturais na configuração da sociedade, gerou o 
crescimento da produção fabril, com vimos, e, consequentemente, a 
necessidade de que novos mercados fossem buscados e para eles 
produzir e então exportar. É nesse momento que os fenômenos da 
exploração e da alienação do trabalhador (fenômeno no qual o 
trabalhador deixa de deter o conhecimento sobre todo o processo 
produtivo bem como os meios de produção) se tornam mais nítidas. 
 
Ao fim do século XIX, começam a surgir mais claramente as 
corporações multinacionais, que se expandem intensamente durante 
o século XX. O mercado passou a ser mundial e, cada vez mais, 
reflexos da economia em uma parte do globo impactam as demais 
partes. Essa interdependência entre os mercados tornou-se 
evidente em 1929 com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, 
quando a depressão econômica norte-americana gerou 
consequências negativas em todo o mundo. 
 
Posteriormente, com o fim da União Soviética e a consequente 
queda de alguns regimes comunistas, emergiu um sentimento de 
que as diferenças entre os povos dariam lugar à construção de um 
mundo mais homogêneo e harmônico. Isso somado à queda do 
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Muro de Berlim – um forte marco simbólico do que estaria por vir. A 
integração da economia seria fortalecida por meio da integração 
tecnológica, principalmente em razão da rede de telecomunicações. 
A internet teve significativo papel nesse processo, pois, por meio 
dela, as informações passaram a circular de maneira quase 
instantânea, diminuindo as distâncias entre os países e, claro, entre 
os mercados. O vertiginoso desenvolvimento das tecnologias 
aplicadas à comunicação e também aos meios de transporte 
possibilitou ainda mais integrar os países em todos os aspectos. 
Quando um grupo de músicos no Brasil lança um álbum de rock, um 
de russos lança um de samba e outro no Japão lança um de tango, 
isso nada mais é do que consequência da globalização. A própria 
exigência de que aprendamos inglês e espanhol nas escolas já 
demonstra a força desse processo. 
 
Há ainda outro processo que se relaciona diretamente com a 
globalização que é a política econômica conhecida como 
neoliberalismo. A expressão neoliberalismo surgiu durante 
reuniões na capital dos Estados Unidos, quando integrantes do 
governo dos Estados Unidos e de organismos internacionais, além 
de diversos economistas, principalmente latino-americanos, 
discutiram uma gama de medidas a fim de que a América Latina 
superasse uma crise econômica que havia se instaurado na época. 
Nesse momento os países latino-americanos encontravam-se em 
penosa situação econômica, com fortes reflexos na área social. 
 
Os países latino-americanos, de forma geral, estavam imersos 
em contextos de altíssimas dívidas externas, inflação a níveis 
surrealmente altos, recessão econômica e desemprego. Muitas das 
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medidas que os países latino-americanos tiveram de adotar naquele 
momento voltaram à tona com a atual crise da dívida europeia. A 
chamada “troika”, que é formada pelo Fundo Monetário 
Internacional, pela União Europeia e pelo Banco Centra Europeu, fez 
aos países em atual crise as mesmas recomendações que foram 
feitas aos países latino-americanos no momento de consolidação 
dos ideais neoliberais. Entre essas medidas encontram-se cortes nos 
gastos públicos, conhecidos como medidas de austeridade, e 
privatizações. 
 
Foi o economista inglês John Williamson quem criou a 
expressão "Consenso de Washington", originalmente para 
significar “o mínimo denominador comum de recomendações de 
políticas econômicas que estavam sendo cogitadas pelas instituições 
financeiras baseadas em Washington D.C. e que deveriam ser 
aplicadas nos países da América Latina, tais como eram suas 
economias ao fim dos anos 1980". Só que, desde então, a 
expressão "Consenso de Washington" fugiu totalmente ao controle 
de seu criador e vem sendo usada para abrigar todo um elenco de 
medidas e para justificar políticas neoliberais, com as quais nem 
mesmo Williamson concorda. 
 
Williamson chegou a declarar que "eu nunca tive a intenção 
que meu termo fosse usado para justificar liberalizações de contas 
de capital externo, monetarismo, supply side economics, ou 
minarquia, que entendo serem a quintessência do pensamento 
neoliberal". Esclarecimento: (i) supply side economics é uma escola 
do pensamento macroeconômico cuja ideia principal é a de que o 
crescimento econômico pode ser mais eficaz se forem diminuídas as 
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restrições para que as pessoas possam produzir, reduzindo 
impostos de renda e aumentando-se a flexibilização do trabalho; (ii) 
minarquia é uma teoria política que prega que a função do Estado é 
assegurar os direitos negativos da população, sobretudo impedindo 
a coerção física da população. Ou seja, estão entre as funções do 
Estado a promoção da segurança, da justiça e do poder de polícia, 
além da criação de legislação necessária para assegurar o 
cumprimento destas funções. 
 
Além disso, a minarquia considera que não é obrigação do 
Estado assegurar o bem-estar social por meio de planos de 
seguridade. E (iii) monetarismo é uma teoria econômica que 
defende que é possível manter a estabilidade de uma economia 
capitalista através de instrumentos monetários, pelo controle do 
volume de moeda disponível e de outros meios de pagamento. O 
monetarismo foi a principal teoria de oposição ao keynesianismo e 
está intrinsicamente ligado aos preceitos neoliberais. 
 
Posteriormente, as recomendações do Consenso de 
Washington se tornaram o modelo econômico defendido pelo Fundo 
Monetário Internacional e pelo Banco Mundial, que consideram que 
a economia deve ser regida tão somente pelas próprias “leis” do 
mercado, sem intervenção estatal, já que, segundo os defensores 
deste modelo, a intervenção do Estado na economia inibiria o setor 
privado, diminuindo o desenvolvimento e a competitividade. 
 
De acordo com o sociólogo Emir Sader, que é um crítico 
ferrenho do neoliberalismo, em artigo publicado na Carta Maior, em 
17 de janeiro de 2011, “o capitalismo passou por várias fases na 
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sua história. Como reação à crise de 1929, fechou-se o período de 
hegemonia liberal, sucedido por aquele do predomínio do modelo 
keynesiano ou regulador. A crise deste levou ao renascimento do 
liberalismo, sob nova roupagem que, por isso, se autodenominou de 
neoliberalismo. Este impôs uma desregulamentação geral na 
economia, com o argumento de que a economia havia deixado de 
crescer pelo excesso de normas, que frearia a capacidade do capital 
de investir. Desregulamentar é privatizar, é abrir os mercados 
nacionais à economia mundial, é promover o Estado mínimo, 
diminuindo os investimentos em políticas sociais, em favor do 
mercado, é impor a precariedade nas relações de trabalho. A 
desregulamentação levou a uma gigantesca transferência de 
capitais do setor produtivo ao especulativo porque, livre de travas, o 
capital se dirigiu para o setor onde tem mais lucros, com maios 
liquidez e menos tributação: o setor financeiro. Porque o capital não 
está feito para produzir, mas para acumular. Se pode acumular 
mais na especulação, se dirige para esse setor, que foi o que 
aconteceu em escala mundial. O modelo neoliberal se tornou 
hegemônico em escala mundial, impondo as políticas de livre 
comércio, de Estados mínimos, de globalização do mercado de 
trabalho para os investimentos, entre outros aspectos. É uma nova 
fase do capitalismo, como foram as fases de hegemonia liberal e 
keynesiana. Não se pode dizer que seja a última, porque um 
sistema sempre encontra formas – mesmo que aprofundem suas 
contradições - se outro sistema não surge como alternativa, com a 
força correspondente para superá-lo”. 
 
Vamos fazer três questões para que você percebam melhor 
como essas situações são cobradas em concursos públicos. 
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(Cespe – Polícia Federal – Delegado -2002) O Estado 
brasileiro dos anos 90 hesitou em tornar-se um Estado 
normal, como fizeram a Argentina, o Chile, o México e outros. 
Normal, isto é, receptivo, submisso e subserviente aos 
comandos das estruturas hegemônicas do mundo 
globalizado. O passado nacional de sessenta anos somente 
foi avaliado de forma negativa por um grupo de economistas 
que aprenderam nos programas de pós-graduação dos 
Estados Unidos da América (EUA) o credo neoliberal e 
estavam dispostos a aplicá-lo quando se tornavam 
autoridades da República. Esses economistas e algumas 
outras autoridades, cujo pensamento com eles se 
conformava, esforçaram-se por difundir a noção de 
globalização benéfica. Apesar de deter a maior soma de 
poder em matéria de relações internacionais do país, a esfera 
das relações econômicas, o grupo não se tornou hegemônico 
sobre a inteligência nacional do Brasil, como ocorreu em boa 
medida com o grupo epistêmico da Argentina. A maior parte 
do meio político, talvez possamos dizer o mesmo do meio 
diplomático, mas sobretudo do meio acadêmico, avaliou 
positivamente a estratégia de desenvolvimento brasileiro das 
últimas décadas e avançou o conceito de globalização 
assimétrica, que expressa uma interpretação mais nociva 
que benéfica para a periferia do capitalismo. O próprio 
presidente da República, embora ideologicamente simpático 
à expansão do neoliberalismo, usou o termo em conferências 
públicas, com o fim de denunciar efeitos contraproducentes 
da nova ordem internacional. 
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Amado Luiz Cervo. Brasília: IBRI, 2001, p. 293-4 (com 
adaptações). 
 
Com o auxílio do texto acima, julgue os itens abaixo, 
relativos às diferentes acepções do conceito de globalização. 
 
1- Intelectualidade, opinião pública e formuladores de 
políticas públicas convergiram suas visões, nos últimos dez 
anos, acerca dos elementos definidores do conceito de 
globalização. 
 
2- Sob o manto da ideia de globalização benéfica, 
empresas e grupos econômicos bem equipados intelectual e 
materialmente conseguiram avançar seus interesses no jogo 
das relações internacionais. 
 
3- A dimensão assimétrica da globalização citada no 
texto é apenas uma construção política das esquerdas 
internacionais, saudosistas que são do velho modelo da 
economia política da planificação soviética. 
 
4- No início do século XXI, a vida internacional, moldada 
pela expansão da economia política liberal, assiste ao fim da 
era de deflagrações bélicas que caracterizava a economia 
autárquica internacional do período da Guerra Fria. 
 
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5- Inglaterra, França e Alemanha são exemplos de 
“Estado normal”, de acordo com a definição apresentada nos 
dois primeiros períodos do texto. 
 
Vamos aos comentários. 
 
Item 1 – Pessoal, nós não podemos ser ingênuos ao fazer 
qualquer questão de concurso público. Mesmo sem ler o texto, 
vocês acreditariam que intelectualidade, opinião pública e 
formuladores de políticas públicas possuem a mesma opinião sobre 
qualquer tema? Acredito que vocês não acreditariam nisso. De fato, 
como se pode depreender da leitura do texto, esses três grupos não 
possuem a mesma visão sobre a globalização. Essa situação fica 
bem expressa no trecho “apesar de deter a maior soma de poder 
em matéria de relações internacionais do país, a esfera das relações 
econômicas, o grupo não se tornou hegemônico sobre a inteligência 
nacional do Brasil, como ocorreu em boa medida com o grupo 
epistêmico da Argentina”. Se o grupo não se tornou hegemônico, é 
pela razão de que existem divergências. Portanto, item errado. 
 
Item 2 – Exatamente. Diversos grupos, que possuem poder de 
influencia a opinião e a economia, se aproveitaram da situação 
gerada pela globalização e pelo neoliberalismo para expandir seus 
mercados, aumentando seus lucros. Além disso, houve também o 
fortalecimento de empresas que passaram a monopolizar parcelas 
do mercado por meio das megafusões. Item correto. 
 
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Item 3 – A dimensão assimétrica não é apenas construção da 
velha esquerda, como aponta o texto. Mesmo grupos de intelectuais 
se utilizam desse conceito. Item errado. 
 
Item 4 – Primeiramente, devemos entender que economia 
autárquica é um modelo no qual praticamente não existe a 
integração da economia. Já é bastante complicado dizer que a 
economia durante a Guerra Fria é autárquica, além disso o mundo 
obviamente não podemos dizer que houve o fim das deflagrações 
bélicas. Item errado. 
 
Item 5 – Estado Normal está relacionado no texto à ideia de 
Estado Mínimo. Acontece que os três Estados citados no item 
possuem planos de seguridade social bastante amplos, o que 
invalida o enunciado. Item errado. 
 
Gabarito: FVFFF. 
 
(TRE-GO- Técnico Judiciário – CESPE – 2005) 
Globalização é o nome que comumente se dá ao atual estágio 
da economia mundial. Novas e incessantes inovações 
tecnológicas ampliam a produção e estimulam a notável 
expansão do comércio em escala planetária. Afora esses 
aspectos consideradospositivos, muito do que os defensores 
da globalização defendiam não se concretizou, pelo menos 
até hoje. O certo é que as reformas liberalizantes, a exemplo 
da abertura dos mercados, das privatizações das empresas 
públicas e da redução dos direitos trabalhistas, não 
trouxeram o desenvolvimento alardeado nem melhoraram a 
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distribuição de renda. Aliás, em alguns países aconteceu o 
contrário. 
 
Com o auxílio do texto e considerando a realidade 
econômica mundial nos dias de hoje, assinale a opção 
incorreta. 
 
a) Na atualidade, o baixo nível educacional da maioria 
da população mundial impede o aumento da produção e, com 
isso, reduz o volume de comércio entre os países. 
 
b) O conhecimento científico-tecnológico desempenha 
importante papel na economia globalizada de hoje. 
 
c) Deduz-se do texto que nem tudo que chegou a ser 
sonhado por alguns com a globalização conseguiu 
concretizar-se. 
 
d) Segundo o texto, em alguns países, os efeitos da 
globalização foram bastante negativos, concentrando a renda 
e não trazendo o progresso. 
 
e) O Brasil foi um dos países que mais se empenharam 
em promover o que o texto chama de "reformas 
liberalizantes". 
 
Pessoal, apesar da baixa escolaridade da população mundial 
ser um fato, não podemos dizer que isso impeça a produtividade. 
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Na realidade, o comércio entre os países nunca foi tão grande. Letra 
“a”. 
 
2. Crise mundial e PIIGS 
 
 Agora iremos debater um pouco mais sobre a crise mundial 
iniciada em 2008 e as suas consequências nos dias atuais. Como 
vocês sabem, essa crise tem causado instabilidade nos mercados e 
nas economias nacionais, o que provoca piora nas condições de vida 
das populações, principalmente por causa do desemprego e da 
elevação dos preços; além de ter provocado também diversas 
manifestações, como a marcha dos indignados na Espanha e até a 
queda de alguns líderes políticos, como Berlusconi, na Itália, e 
Papandreou, na Grécia. 
 
 A crise que hoje atinge em cheio a Europa e, 
consequentemente, o resto do mundo teve origem no mercado 
imobiliário norte-americano, como vimos anteriormente, marcada 
pela quebra do banco Lehman Brothers – um dos maiores bancos de 
investimentos dos Estados Unidos até então. Mas não podemos 
dizer que o mercado imobiliário é o responsável exclusivo pela crise. 
Mesmo antes de 2008 alguns especialistas já previam que a crise 
estouraria tanto em razão das políticas adotadas pelo mercado 
imobiliário quanto em razão de outros fatores. Entre esses outros 
fatores que determinaram a crise nos Estados Unidos estão a pouca 
regulamentação do sistema bancário dos Estados Unidos e as 
políticas monetárias e fiscais excessivamente expansionistas do 
governo Bush. Além disso, nem só por causa da crise norte-
americana a Europa está com problemas. Não podemos nos 
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esquecer de que alguns governos europeus não controlaram 
devidamente suas contas públicas, além de situações de pouca 
competitividade e mesmo de altos níveis de corrupção. Por esse 
motivo, a crise europeia é também chamada de crise da dívida, pois 
é alto o nível de endividamento de alguns países europeus. 
 
A crise da dívida se relaciona diretamente com a crise 
imobiliária, pois a partir do momento que esta estoura, e os bancos 
quebram, retirando a capacidade de financiamento para o mercado, 
aquela não consegue novos empréstimos para pagar as dívidas 
anteriormente contraídas. 
 
Faço uma pausa para esclarecer o que disse acerca de outros 
fatores da crise nos Estados Unidos: políticas monetárias e fiscais 
expansionistas são as que utilizam o aumento da despesa pública 
para aumentar a produção e tentar reduzir o desemprego. Além 
disso, usam de impostos mais baixos, para aumentar o rendimento 
disponível ao consumidor/investidor, causando aumento de 
consumo e investimento das empresas. Acontece que uma política 
fiscal expansionista onera o orçamento público, aumentando o 
déficit. Esse déficit passa a ser coberto pelo governo com a emissão 
de moedas e títulos. Nesse sentido, o governo Bush decidiu 
aumentar a quantidade de moeda circulando na economia, por meio 
de medidas como diminuição da taxa de juros e da compra de 
títulos da dívida. 
 
 Em 2001, com o ataque ao World Trade Center e o estouro da 
bolha especulativa na bolsa Nasdaq, os Estados Unidos vivenciaram 
uma crise de confiança e o governo Bush passou a reduzir as taxas 
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de juros a fim de aquecer o mercado e ainda diminuiu diversos 
impostos. Inicialmente essa estratégia pareceu dar certo, mas em 
pouco tempo o dinheiro disponível em excesso e a volta da 
confiança no crescimento econômico fizeram com que os bancos 
diminuíssem os critérios para o financiamento de imóveis, 
apostando nos chamados clientes “subprime”. Muitos norte-
americanos sem comprovação de renda ou emprego estável 
passaram a ter a possibilidade de adquirir um imóvel. Mesmo 
sabendo que os contratos subprime são mais arriscados do que 
outros investimentos mais conservadores, como os títulos de 
governo, os investidores se mostraram bastante interessados em 
sua aquisição, tendo em vista baixas taxas que estavam sendo 
cobradas pelos bancos. 
 
 Porém, os altos gastos do governo e o nível de consumo da 
economia norte-americana fizeram com que a inflação aumentasse 
e essa situação levou ao aumento dos juros (que estavam baixos 
até então), gerando um forte efeito dominó. Esse aumento nas 
taxas de juros implicou imediatamente o aumento das prestações 
de financiamento daqueles imóveis e os contratos “subprime” foram 
os primeiros nos quais houve interrupção dos pagamentos. Como os 
“subprime” pararam de pagar as prestações, os imóveis que eles 
haviam adquirido foram a leilões e isso gerou um aumento 
gigantesco da oferta. Com esse aumento da oferta, os preços 
caíram abruptamente e os bancos perderam enormes quantias. 
 
 Essa situação levou à quebra de diversas instituições 
financeiras, alastrando os efeitos da crise por todo o mundo. Nessas 
condições os Estados foram apontados como aqueles que deveriam 
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ser capazes de reverter a crise a partir de uma volta ao modelo de 
intervenção na economia, retomando algumas das ideias de Keynes, 
por meio das chamadas medidas anticíclicas, que já haviam sido 
utilizadas na época da Crise de 1929. Por essa razão diz-se que essa 
crise é também uma crise de paradigmas. Em um primeiro 
momento, os Estados foram orientados a injetar dinheiro para evitar 
que os bancos e instituições financeiras viessem a falir; em um 
momento posterior, sobretudo para os países europeusem crise, a 
orientação foi a adoção de medidas típicas do neoliberalismo. 
 
 A injeção de trilhões de dólares de dinheiro público para salvar 
bancos, evitando a falência destes, realizada por diversos governos, 
aumentou consideravelmente a dívida pública dos países que 
realizaram esse procedimento. Os países agora estão tendo que 
equilibrar os seus orçamentos e para isso precisam fazer cortes nos 
gastos públicos. Essa situação leva ao corte dos recursos gastos 
com políticas sociais, como a previdência social, com investimentos 
em infraestrutura, o que desaquece a economia, e com cargos 
públicos, gerando demissões. Essas medidas afetam diretamente as 
populações. Esse contexto faz com que assistamos a diversas 
manifestações na Grécia, Espanha, Portugal, Chile e mesmo no 
mundo árabe. 
 
Falaremos agora sobre a situação específica de cada um dos 
países dos PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha). 
 
 A Grécia é um dos casos mais graves do alastramento da 
crise econômica. Primeiramente, lembro que a Grécia é um dos 
países mais pobres da zona do euro e que, com a situação de crise, 
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ela foi levada a recorrer à União Europeia e ao Fundo Monetário 
Internacional a fim de obter empréstimos para que pudesse diminuir 
o seu déficit público. Essa situação, na verdade, gera um efeito 
cíclico, pois está se pagando uma dívida fazendo outra. Vamos 
entender melhor essa história. 
 
Tudo isso se deu, pois, na última década, a Grécia já havia 
contraído grandes quantias em empréstimos para sustentar um 
crescimento econômico de 4% por ano em média, de 2001 a 2008. 
O problema foi que, quando a crise estourou, o país não possuía 
dinheiro disponível e, como já estava extremamente endividada, 
não conseguiu novos empréstimos com bancos e teve de recorrer 
aos organismos internacionais. Claro que esses organismos 
internacionais impuseram à Grécia uma “receita amarga”: cortes 
nos gastos públicos e reformas econômicas que incluem 
privatizações e interferência direta do FMI, da União Europeia e do 
Banco Central Europeu. Essa receita é basicamente que fora 
aplicada na América Latina no fim dos anos 1980. Ainda é cedo para 
que possamos afirmar se a adoção dessas medidas será capaz de 
retirar a Grécia desse gravoso quadro de crise. 
 
 No início da crise, a Grécia tentou dar uma resposta ativa e 
chegou a aumentar seus investimentos em diversos setores da 
economia, entretanto essa estratégia não deu os resultados 
desejados. O desemprego continuou crescendo e tanto a 
arrecadação de impostos quanto o consumo diminuíram. A Grécia 
viu ainda a dívida pública ampliar-se enormemente e o déficit 
chegou a corresponder a quase 11% do PIB em 2010 – o que é o 
triplo do previsto pelas regras da zona do euro. 
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 As medidas de austeridade adotadas pelo governo grego nos 
últimos anos, que incluíram demissões, aumento de impostos e 
redução de salários e pensões, revoltaram a população, que tomou 
as ruas em protestos violentos, em meio a greves gerais que 
paralisaram o país. Atualmente o país caminha para o seu quinto 
ano consecutivo de recessão, com prognósticos, otimistas, de 
retomar o crescimento somente a partir de 2014. Assim, ao mesmo 
tempo em que a ajuda financeira é concedida à Grécia graças à 
implementação de medidas de austeridade, a resistência do povo ao 
corte de gastos aumenta. Protestos contra cortes na saúde e na 
educação também passam a ser vistos em outros países, como na 
Espanha, uma vez que as medidas resultam em cortes nos serviços 
públicos, no aumento da idade mínima para aposentadoria e em 
reduções salariais de aposentados e funcionários públicos. 
 
Com uma taxa de desemprego altíssima, que em 2013 atingiu 
26% da população ativa, necessidades de resgates financeiros e 
crescente recessão, a Espanha vive sua pior crise em mais de 
quatro décadas. A fragilidade econômica vem causando uma rápida 
mudança social na Espanha, empurrando de volta para a pobreza 
pessoas que vinham ascendendo econômica e socialmente. 
 
Atualmente, a Espanha possui um índice de desemprego de 
aproximadamente 26% de sua população ativa - como eu já disse, 
além de 20% da população vivendo abaixo da linha de pobreza. O 
índice de desemprego foi divulgado no início de 2013, em um 
momento em que a Espanha vive uma recessão prolongada e passa 
por profundos cortes no orçamento. Em 2012, cerca de 850 mil 
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postos de trabalho foram fechados, o que o transforma no segundo 
pior ano da crise depois de 2009, segundo o jornal El País. Em 
2009, o país perdeu 1,2 milhão de postos de trabalho. O impacto 
foi mais forte entre pessoas de 16 a 24 anos, que viram a taxa de 
desemprego no último quadrimestre de 2012 subir de 52,34% (no 
trimestre anterior) para 55%. Nas Ilhas Canárias e em Ceuta, 
regiões autônomas espanholas, o desemprego já atinge 70% da 
população jovem. Segundo os dados do INE, a taxa de desemprego 
da Espanha é o dobro da média da União Europeia. 
 
A crise no sistema bancário espanhol ocorreu devido à 
expansão desenfreada do crédito, logo após a criação do euro. As 
caixas econômicas emprestavam dinheiro a juros baixíssimos para 
clientes com contratos de hipotecas para a aquisição de imóveis. 
Porém, com o desemprego e a desaceleração econômica 
ocasionados pela crise financeira de 2008, os contratos de hipotecas 
deixaram de ser pagos pelos clientes, fazendo com que as caixas 
tivessem de reaver os imóveis, que se desvalorizavam rapidamente. 
 
A crise econômica na Espanha está estimulando a campanha 
pela independência da Catalunha, uma das mais importantes 
regiões autônomas do país, que responde por um quinto da 
economia nacional e tem uma população de cerca de 7,5 milhões. A 
maioria das pesquisas de opinião já realizadas na região sugerem 
que, no caso da realização de um referendo sobre a independência 
da região, a maioria catalã votaria a favor da independência. 
 
A Catalunha tem seu próprio idioma e cultura, com diferenças 
claras em relação ao resto da Espanha. No entanto, o país ainda 
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parece longe de se transformar no próximo país independente da 
Europa. Apesar das manifestações e declarações do presidente da 
Catalunha, o governo central da Espanha se recusa a discutir a ideia 
e acredita que qualquer tentativa da região se transformar em um 
país independente é inconstitucional. E a questão traz de volta um 
problema da época da violenta guerra civil espanhola, o temor da 
desintegração do país. 
 
A crise da Espanha é ainda uma crise de moradia, pois, em 
meio à crise econômica que assola o país, mais de 500 famílias são 
despejadas a cada dia por não pagar aluguel ou prestações do 
financiamento imobiliário. Desde 2008, quando estourou a crise, 
foram quase 400 mil execuções hipotecárias. Entre 1997 e 2007, 
construíram-se390 mil moradias por ano na Espanha, e os preços 
dos imóveis aumentaram em 200%, caindo logo a seguir. Hoje, 
sobram casas vazias e famílias despejadas. Segundo dado do 
Instituto Nacional de Estatísticas (INE), entre 5 milhões e 6 milhões 
de moradias no país estariam vazias, o que representa 20% do 
estoque imobiliário residencial. A Catalunha é uma das comunidades 
autônomas mais atingidas pela crise imobiliária, onde são realizados 
20% dos despejos do país. A situação da crise de moradia chegou a 
um ponto tão violento que essas mais de 500 famílias que foram 
despejadas a cada dia, em média, o foram por não conseguirem 
pagar aluguel ou prestações do financiamento imobiliário. 
 
A Espanha assistiu também a diversas manifestações que 
tomaram as praças de Madri, sobretudo a partir de meados de 
2011, quando as pessoas permaneceram acampadas na Praça do 
Sol por diversas semanas seguidas. Essas manifestações se 
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estendem e ocorrem até hoje. Os indignados, como ficaram 
conhecidos, protestam contra as diversas medidas de austeridade e 
o desemprego crescente. 
 
Durante uma década a Irlanda foi apresentada pelos 
defensores do modelo capitalismo neoliberal como o modelo a ser 
seguido pelos demais países. O "tigre celta", como a Irlanda era 
chamada, ostentava uma taxa de crescimento mais elevada do que 
a média europeia. O taxa de tributação das empresas havia sido 
reduzida a 12,5% e a taxa efetivamente paga pelas numerosas 
transnacionais que ali tinham se instalado oscilava entre 3% e 4%.O 
déficit orçamentário chegou a ser igual a 0 em 2007. A taxa de 
desemprego esteve próxima de 0% em 2008. 
 
Acontece que, na Irlanda, a desregulamentação financeira 
encorajou uma explosão dos empréstimos às famílias (o 
endividamento familiar havia atingido 190% do PIB na véspera da 
crise), principalmente no setor imobiliário, o que estimulou a 
economia (indústria da construção, atividades financeiras, etc). O 
setor bancário inchou de uma forma exponencial com a instalação 
de numerosas sociedades estrangeiras e o aumento dos ativos dos 
bancos irlandeses. Formaram-se bolhas imobiliárias e bolhas nas 
bolsas. O total das capitalizações na bolsa de valores, das emissões 
de obrigações e dos ativos dos bancos atingiu catorze vezes o PIB 
do país. Vejam que as “bolhas” em um primeiro instante parecem 
boas, pois a economia cresce, o desemprego diminui, o mercado 
aquece e a indústria é estimulada. O problema vem quando essa 
“bolha” tem algum problema sistêmico e ela estoura, revertendo o 
quadro inicial. 
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As principais medidas do plano de austeridade na Irlanda 
foram terríveis no plano social: supressão de empregos; novos 
contratados recebendo um salário 10% inferior ao nível anterior; 
baixa das transferências sociais com diminuição dos subsídios de 
desemprego e familiares, redução importante do orçamento da 
saúde, congelamento das pensões; aumento dos impostos pagos 
principalmente pela maioria da população vítima da crise; criação de 
uma taxa imobiliária (afeta a metade das famílias, até então livres 
de tributação); baixa de 1€ do salário horário mínimo (de 8,65 para 
7,65 euros, ou seja, -11%). 
 
 A crise de Portugal foi um processo gradual de perda de 
competitividade, com o aumento dos salários e redução das tarifas 
de exportações de baixo valor da Ásia para a Europa. Enfrentando 
um baixo crescimento econômico, o governo português encontrou 
grandes dificuldades para obter a arrecadação necessária para arcar 
com os gastos públicos. 
 
Os gastos do governo português estavam altos, quando 
iniciou-se a crise mundial em 2008, devido em parte a uma 
sucessão de projetos caros – especialmente na tentativa de se 
melhorar no setor de transportes, tendo em vista o aumento da 
competitividade. Assim, quando estourou a crise financeira global, 
Portugal passou a enfrentar uma grande dívida pública, que ficou 
cada vez mais difícil de ser financiada, já que os bancos e os demais 
países passaram a enfrentar sérios problemas financeiros. 
 
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 A escassez de crédito e a crise da dívida soberana acabaram 
obrigando o país a pedir um resgate financeiro da ordem de 78 
milhões de euros, concedido pela “troika”. Em contrapartida, o 
governo português se comprometeu a cumprir um plano de 
austeridade para reduzir o seu déficit orçamentário, com reduções 
de salários e aumento de impostos, além de outras reformas 
estruturais que levaram milhões de portugueses a protestar nas 
ruas contra o aumento de custo de vida e o desemprego que atinge 
15,4% da população ativa. 
 
 O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, renunciou o 
cargo de primeiro-ministro da Itália, em novembro de 2011, depois 
que a Câmara Baixa aprovou medidas de austeridade reivindicadas 
pela União Europeia, colocando fim a 17 anos de uma era política e 
abrindo espaço para uma transição cujo objetivo é tirar a Itália da 
crise econômica. A Era Berlusconi foi marcada pelo aumento da 
dívida pública italiana, por casos de corrupção – inclusive denúncias 
de ligações de Berlusconi com a máfia – e dezenas de escândalos, 
entre os quais a acusação de que Berlusconi teria casos sexuais com 
adolescentes. 
 
 Foi então que Mário Monti assumiu o governo, contudo o 
governo do ex-ministro das Finanças não demoraria muito tempo 
para ter fim. Em dezembro de 2012, Monti apresentou sua renúncia 
como chefe do Governo ao presidente da República, Giorgio 
Napolitano, após apenas 13 meses à frente do Executivo. Em seu 
lugar assumiu Enrico Letta, que tem a missão de organizar um 
governo de coalizão. 
 
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3. América Latina 
 
 A partir dos anos 1990, a América Latina assistiu ao fenômeno 
da chamada “onda vermelha”, com a eleição de novos governos de 
esquerda em diversos países. Porém, muitas das vezes, esses 
governos estiveram mais próximos de práticas populistas e 
clientelistas do que propriamente de práticas socialistas. 
 
 Segundo alguns especialistas, a eleição de partidos e 
candidatos que se colocavam como candidatos de esquerda está 
relacionada com uma espécie de reação das populações latino-
americanas a projetos neoliberais, que foram acusados de terem 
agravado a imensa desigualdade social e a concentração de renda 
existente na região. 
 
 Em alguns países, o discurso chegou a ser mais agressivo e 
houve questionamentos mais contundentes aos interesses dos 
Estados Unidos na região. Nesse sentido, Hugo Chávez utilizou-se 
de um posicionamento mais radical, ganhando o apoio da população 
venezuelana e maior destaque nos veículos de comunicação. O 
fenômeno da “onda vermelha” teve como principais marcos a 
eleição exatamente de Hugo Chávez, em 1998, e de Lula, em 2002. 
Percebam que muitas vezes a “onda vermelha” está muito mais no 
discurso do que na práxis econômica ou política.De qualquer forma, 
mesmo quando se alinhavam a práticas ditas neoliberais, esses 
personagens e outros, como o boliviano Evo Morales, conseguiram 
permanecer diante do público como figuras de esquerda. 
 
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 Gostaria de ressaltar que o discurso antiamericano praticado 
por Chávez irradiou-se por toda a região. Em pouco tempo, outros 
candidatos – que posteriormente seriam eleitos, tornando-se 
presidentes de suas nações – adotaram o mesmo discurso. Essa 
situação se deu de maneira muito forte principalmente no governo 
Bush, que era um republicano, ou seja, um político norte-americano 
conservador, diferentemente de Obama, que é um democrata, e, 
portanto, mais liberal. Políticos como Daniel Ortega (Nicarágua), 
Rafael Correa (Equador) e Evo Morales (Bolívia) foram eleitos 
exatamente com esse mesmo discurso. Posteriormente, os Kirchner 
(Argentina), historicamente mais conservadores, passaram a adotar 
o mesmo discurso e a aproveitar a maré gerada. 
 
De qualquer maneira, mesmo com Obama na presidência, os 
discursos antiamericanistas permanecem, e este presidente tem 
sido acusado de não ter cumprido importantes promessas de 
campanha, como em relação à base militar de Guantánamo. Os 
Estados Unidos são acusados prender sem julgamento pessoas 
suspeitas de terrorismo, inclusive torturando-as. Obama prometeu 
que fecharia a base militar, situada em Cuba, mas isso ainda não 
ocorre – e não sabemos se de fato ocorrerá. O analista político 
Néstor García Iturbe lembra que o presidente estadunidense não só 
descumpriu sua promessa de fechamento da prisão, como assinou a 
Lei da Autorização de Defesa Nacional onde aprovou uma proibição 
permanente sobre a transferência dos detidos nesta prisão para os 
Estados Unidos. 
 
 A relação do governo Obama com Cuba é bastante dúbia, na 
realidade. Após tomar posse, Obama renovou o embargo econômico 
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a Cuba. Mesmo com a ONU condenando a medida pelo 21º ano 
consecutivo em 2012, o governo norte-americano confirmou que 
manteria a política de bloqueio comercial a Cuba. Apesar disso, após 
chegar à Casa Branca, em 2009, o presidente Barack Obama 
suspendeu algumas restrições a Cuba, como o envio de dinheiro ou 
viagens à Ilha por razões esportivas, educativas ou religiosas, mas 
destacou que outros passos dependerão da abertura do governo 
cubano para a democracia. 
 
 Durante o governo de Hugo Chávez, a Venezuela liderou na 
região um grupo chamado de bolivariano que teve por 
características a implementação de políticas nacionalistas, como 
estatizações, muitas vezes ligadas à práticas populistas e ainda 
àquelas críticas antiamericanistas. Hugo Chávez defendia o que 
chamava de “socialismo do século XXI”, sendo um crítico feroz das 
práticas que ele entende por imperialistas dos Estados Unidos. 
Embora Chávez fosse acusado de ser autoritário por seus críticos, 
ele possuía a chancela de eleições e conta ainda com a maioria do 
Congresso. 
 
Muitos analistas acreditam que essas ações diplomáticas 
norte-americanas visaram a uma mudança no regime econômico 
cubano, e, paralelamente, a colocar fim no regime ditatorial de 
Cuba. Raúl Castro, após assumir o governo cubano no lugar de seu 
irmão Fidel, iniciou algumas reformas econômicas, autorizou a 
abertura de pequenos comércios e implementação de cooperativas e 
autorizou também a venda de imóveis e automóveis. Além disso, o 
regime comunista de Cuba busca aliados estrangeiros como a China 
e a Venezuela. Com a morte de Chávez e a eleição de seu sucessor 
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natural, Nicolas Maduro, não sabemos se o ideal bolivariano 
permanecerá. Apesar de compactuar com Chávez, Maduro não é 
visto como sendo um político tão habilidoso e carismático quanto 
seu antecessor. Com uma diferença de votos mínima em relação ao 
seu opositor, Henrique Capriles, o governo venezuelano terá que 
conviver com uma oposição fortalecida e um país polarizado – 
inclusive com a possibilidade do aumento do radicalismo. 
 
 A Venezuela possui uma economia baseada na produção de 
petróleo, sendo a 13º maior produtora mundial. Apesar de não ser a 
maior produtora de petróleo do mundo, em 2010, a Venezuela 
passou a ser considerada como a possuidora da maior reserva do 
planeta, de acordo com a Organização dos Países Exportadores de 
Petróleo, ultrapassando as reservas da Arábia Saudita. 
 
 As políticas nacionalistas de Chávez se manifestaram em 
diversos sentidos. As relações entre Venezuela e os Estados Unidos 
quase chegaram a um rompimento diplomático, quando cada um 
dos países retirou seus diplomatas do outro. Porém, em 2009, essa 
situação veio a ser regularizada. Um dos pontos mais controversos 
do governo de Chávez foi exatamente sua conduta diante dos 
Estados Unidos, pois se de um lado seus discursos e algumas de 
suas atitudes foram radicais frente aos norte-americanos, por outro 
lado os Estados Unidos são responsáveis por mais de 40% do 
petróleo exportado pela Venezuela. 
 
Outro ponto de tensão entre esses dois países é a rejeição 
venezuelana à criação da Área de Livre Comércio das Américas 
(ALCA). Conforme já vimos anteriormente, a criação da ALCA foi 
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duramente criticada por diversos países latinos que entendiam que 
sua criação seria um mecanismo de expansão econômica e política 
dos Estados Unidos na região. Caminhando em sentido contrário à 
criação da Alca, Chávez estabeleceu diversos acordos econômicos e 
políticos, avançando no seu projeto “bolivariano” de integração 
regional. Entre esses acordos, um dos que mais se destacou foi a 
possibilidade de comercializar petróleo em condições mais 
favoráveis, embora não reduza o preço do petróleo frente aos 
praticados pelo mercado. 
 
Cuba é exatamente um dos países que mais se beneficiou 
desses acordos, comprando petróleo em vantajosas condições de 
parcelamento e juros. Em contrapartida, Cuba ofereceu à Venezuela 
prestação de serviços de saúde. Basta lembrar que Chávez foi 
internado em um hospital em Havana para tratar de problemas com 
câncer e infecções. 
 
 Em outubro de 2012, Chávez venceu as eleições 
venezuelanas, derrotando o candidato da oposição Henrique 
Capriles. Naquele momento, Chávez conquistava o direito de 
governar a Venezuela até 2019. O problema era que como Chávez 
estava internado em Cuba, sem que se soubesse ao certo seu 
estado de saúde, ele não poderia tomar posse. Com isso abriu-se 
espaço para uma crise, já que haveria possibilidade de mais de uma 
interpretação constitucional. 
 
Segundo os partidários de Chávez, o vice-presidente, Nicolas 
Maduro, deveria assumir o governo e depois entregá-lo à Chávez. 
Para a oposição, como o presidente não tomou posse, novas 
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eleições deveriam ser realizadas. Porém, para evitar a crise 
constitucional, a Suprema Corte da Venezuela decidiu que a 
prorrogação da posse do presidente Hugo Chávez para seu quarto 
mandato era legal. A decisão foi anunciada depois que a Assembleia 
Nacional votou para conceder ao líder venezuelano tempo indefinido 
para ele se recuperar da cirurgia contra um câncer. A Suprema 
Corte decidiu também que enquanto Chávez se recuperasse, cabe 
ao vice-presidente governar o país. 
 
 Essa decisão gerou críticas de muitos analistas por todo o 
mundo. Alguns deles chegaram a afirmar que por menos o Paraguai 
foi suspenso do MERCOSUL, portanto a Venezuela também deveria 
sê-lo – o que não aconteceu. Segundo esses analistas, o 
impeachment paraguaio possuía previsão na Constituição do país, 
enquanto que a prorrogação para posse da presidência na 
Venezuela não. 
 
Lembro que, em julho de 2012, o MERCOSUL decidiu 
suspender temporariamente o Paraguai até as eleições presidenciais 
do país em 2013. As medidas contra o Paraguai ocorreram em 
resposta ao processo de impeachment do presidente Fernando 
Lugo, ocorrido também em julho de 2012 e que foi repudiado pelos 
países sul-americanos. 
 
O processo contra Lugo foi iniciado por conta de um conflito 
agrário que terminou com 17 mortos no interior do país. A oposição 
acusou Lugo de ter agido mal no caso e de estar governando de 
maneira "imprópria, negligente e irresponsável". Ele também foi 
acusado por outros incidentes ocorridos durante o seu governo, 
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como ter apoiado um motim de jovens socialistas em um complexo 
das Forças Armadas e não ter atuado de forma decisiva no combate 
ao pequeno grupo armado Exército do Povo Paraguaio, responsável 
por assassinatos e sequestros durante a última década, a maior 
parte deles antes mesmo de Lugo tomar posse. 
 
O processo de impeachment de Fernando Lugo aconteceu 
rapidamente, depois que o Partido Liberal Radical Autêntico, do 
então vice-presidente Franco, retirou seu apoio à coalizão do 
presidente socialista. Foi então que o Senado do Paraguai afastou 
Fernando Lugo da presidência com um placar de 39 senadores 
favoráveis ao impeachment do socialista e 4 senadores contrários, 
além de 2 abstenções. Federico Franco assumiu a presidência pouco 
mais de uma hora e meia depois do impeachment de Lugo. 
 
No Paraguai ocorre um problema diretamente ligado ao Brasil, 
que é o problema dos chamados brasiguaios. Os brasiguaios ou 
brasilguaios são brasileiros (e seus descendentes) estabelecidos em 
território da República do Paraguai, em áreas fronteiriças com o 
Brasil, principalmente nas regiões chamadas Canindeyú e Alto 
Paraná, no sudeste do Paraguai. Estimados em 350.000, são, em 
sua maioria, agricultores falantes do idioma português. 
 
A presença dos brasiguaios, apesar de trazer um surto de 
crescimento econômico à região, provocou sentimentos 
nacionalistas e xenófobos entre os paraguaios. Os paraguaios 
preocupam-se com o enfraquecimento de sua identidade nacional 
na região fronteiriça, já que os estrangeiros mantêm sua própria 
língua, usam sua própria moeda, hasteiam sua própria bandeira e 
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são donos das terras mais produtivas. Outra queixa é que seus 
filhos crescem falando português como segunda língua, em vez do 
guarani. Outra fonte de atrito é a questão racial, uma vez que a 
maioria dos brasiguaios tem pele clara e feições europeias, 
enquanto a maior parte dos paraguaios é de origem hispano-
guarani. Transmissões de rádio em guarani exortam os camponeses 
sem terra a atacarem os brasiguaios, incendiando suas casas ou 
invadindo suas lojas, o que levou a imprensa brasileira a falar sobre 
uma espécie de limpeza étnica. Os brasiguaios se queixam da 
discriminação contra seus filhos nas escolas locais e a intimidação 
das autoridades de imigração, já que grande parte deles nunca 
recebeu documentos de identidade paraguaios. Ao mesmo tempo, 
muitos brasiguaios nascidos no Paraguai não conseguem 
documentos brasileiros, o que impede algumas famílias hostilizadas 
de voltar ao Brasil. 
 
No fim de 2012, o governo do Paraguai ampliou sua campanha 
para regularizar milhares de imigrantes ilegais, principalmente 
brasileiros que atravessam diariamente a fronteira os brasiguaios, a 
menos de um mês do fim da vigência da "lei da anistia migratória", 
que facilitou os trâmites necessários. Apesar da suspensão do país 
do Mercosul desde junho passado, o governo Federico Franco, que 
não é reconhecido por Dilma Rousseff, tem trabalhado junto a 
diplomatas brasileiros na questão, segundo autoridades brasileiras e 
paraguaias. 
 
 Por sua vez, a Argentina bem como a Bolívia seguem no 
caminho da “onda vermelha” e, em 2012, aumentaram as suas 
estatizações. Durante o primeiro semestre de 2012, tanto um 
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quanto o outro país estatizaram o setor de energético. A presidente 
argentina chegou a dar início a uma crise, estatizando a petroleira 
YPF, que antes estava sob controle da Repsol, que é de origem 
espanhola. 
 
Já o boliviano Evo Morales estatizou a Transportadora de 
Eletricidad S.A, que também é espanhola. Apesar de ambos os 
países terem nacionalizado companhias espanholas, a tensão com a 
Espanha é maior na Argentina, devido a grande participação da YPF 
na produção de petróleo e gás para a Argentina – o que dava 
grandes lucros à empresa. O governo argentino e suas províncias 
produtoras de petróleo responsabilizaram a empresa YPF por não 
cumprir compromissos de investimento e disseram que isso obriga o 
país a importar grandes volumes de hidrocarbonetos. 
 
Uma outra polêmica, essa envolvendo o governo boliviano de 
Evo Morales, foi quando este estatizou as refinarias brasileiras da 
Petrobrás na Bolívia. Isso ocorreu em 2006 e tratava-se de umas 
das suas principais propostas de sua campanha política para as 
eleições presidenciais. Essa estatização foi apoiada pela população 
boliviana, principalmente por movimentos populares, sindicatos e os 
“cocaleiros” – que são os produtores de coca no país. Desde de 
então, as relações políticas entre Estados Unidos e Bolívia ficaram 
abaladas. Em 2008, a Bolívia expulsou diplomatas norte-americanos 
do país e a diplomacia norte-americana acusou o venezuelano Hugo 
Chávez de influenciar e incentivar a estatização. 
 
Mas nem só de inimizades vivem os Estados Unidos na região. 
Alguns países são considerados aliados norte-americanos, como a 
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Colômbia, México e mesmo o Brasil. Em 2009, ocorreu um fato que 
gerou muita polêmica, principalmente entre os grupos da “onda 
vermelha”. Nesse ano, os Estados Unidos anunciaram a construção 
de bases militares na Colômbia e essa situação gerou duras críticas 
tanto ao imperialismo norte-americano quanto à subserviênciacolombiana. A Venezuela foi um dos países que mais criticou essa 
medida. Aliás, em razão do estreitamente nas relações entre Brasil 
e Venezuela, a Colômbia se distanciou politicamente do Brasil. 
 
Os Estados Unidos argumentam que a razão da construção da 
base é apoiar o combate ao narcotráfico e à guerrilha no país. 
Contudo, os críticos discordam e dizem que, na realidade, os 
Estados Unidos pretendem aumentar sua capacidade militar na 
região, expandindo seu poderio bélico. 
 
O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe era um grande aliado 
dos Estados Unidos e foi um dos líderes mais populares da história 
colombiana, exatamente por causa de suas políticas de combate ao 
narcotráfico. Os progressos alcançados pela Colômbia no combate 
ao narcotráfico foi resultado em grande parte do apoio dado pelos 
norte-americanos. Apesar desses avanços, o narcotráfico continua 
forte na Colômbia e o país continua sofrendo os efeitos de anos de 
conflitos – principalmente em relação às FARC. 
 
As Forças Armadas Revolucionárias Colômbia–Exército do Povo 
(em espanhol: Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia–
Ejército del Pueblo), também conhecidas pelo acrônimo FARC ou 
FARC-EP, é uma organização de inspiração comunista, 
autoproclamada guerrilha revolucionária, que opera mediante 
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táticas de guerrilha. Eles lutam, em tese, pela implantação do 
socialismo na Colômbia. 
 
As FARC são consideradas uma organização terrorista pelo 
governo da Colômbia, pelo governo dos Estados Unidos, Canadá e 
pela União Europeia. Os governos de Equador, Bolívia, Brasil, 
Argentina e Chile não lhes aplicam esta classificação. Hugo Chávez 
rejeitou publicamente esta classificação em Janeiro de 2008 e 
apelou à Colômbia como outros governos a um reconhecimento 
diplomático das guerrilhas enquanto "força beligerante", 
argumentando que elas estariam assim obrigadas a renunciar ao 
sequestro e atos de terror a fim de respeitar a Convenção de 
Genebra. Por sua vez, Cuba e Venezuela adotam o termo 
“insurgente” para as FARC. 
 
Parte considerável dos colombianos temem as Farc, muitos 
destes por considerá-las como grupo terrorista. Esse fato 
proporcionava alta popularidade ao então presidente da Colômbia, 
Álvaro Uribe. Desde o primeiro dia na presidência da Colômbia, 
Uribe investiu – e tropas especiais treinadas com a ajuda dos 
Estados Unidos – na tarefa de recuperar o controle de seu país não 
dos comunistas, mas de narcotraficantes. 
 
4. Estados Unidos 
 
 Após uma votação acirrada, o presidente dos Estados Unidos, 
o democrata Barack Obama, conquistou, em novembro de 2012, 
sua reeleição ao derrotar o candidato republicano, o ex-governador 
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de Massachusetts Mitt Romney. Obama conseguiu obter mais do 
que os 270 delegados necessários para vencer o Colégio Eleitoral. 
 
O presidente reeleito dos Estados Unidos, Barack Obama, tem 
agora a difícil missão de unir um país praticamente dividido após a 
longa e bastante custosa campanha pela Casa Branca. O democrata 
reconheceu, durante seu discurso de vitória no Centro de 
Convenções McCormick Apraz, em Chicago, que terá um "longo 
trabalho pela frente" nos próximos quatro anos. Não poderia mesmo 
ser diferente. 
 
De maneira distinta do que ocorre no Brasil, as eleições norte-
americanas são indiretas. Em um primeiro momento, os eleitores 
votam em um delegado que posteriormente se reúne em um 
Colégio Eleitoral com os demais delegados e é este colégio que 
elege o presidente. Ocorre que os cidadãos escolhem delegados que 
estejam vinculados ao candidato em quem o eleitor deseja votar. 
Assim, os delegados funcionam como uma espécie de intermediários 
entre eleitores e candidatos. Em 2012, o Colégio Eleitoral foi 
composto por 538 delegados, sendo que o para ser eleito o 
presidente precisaria ao menos de 270 deles. 
 
Durante o discurso de vitória, Obama destacou a redução do 
déficit do país, a reforma do sistema tributário, a aprovação de uma 
reforma migratória e o final da dependência do petróleo estrangeiro 
como metas para seu novo mandato. O presidente reeleito não 
esqueceu também da necessidade de criar mais empregos e iniciar 
medidas que ofereçam oportunidades à classe média. 
 
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Mas o tema de maior destaque durante o discurso, quando foi 
recebido por seus seguidores fiéis e entusiastas, foi a necessidade 
de uma maior unidade no país. "Esta noite, mais de 200 anos depois 
que uma ex-colônia ganhasse o direito de determinar seu próprio 
destino, a tarefa de aperfeiçoar nossa união nos impulsiona para 
frente", disse Obama. Os Estados Unidos vem sofrendo com a forte 
polarização entre Republicanos e Democratas, o que vem 
dificultando a governabilidade do país. Por pouco não houve acordo 
sobre a questão tributária no fim de 2012, o que ocasionaria um 
abismo fiscal. Aliás, Obama vem sendo duramente criticado por não 
se mostrar tão hábil nas negociações com os Republicanos. 
 
Com uma campanha que teve como tema “forward” (adiante), 
Obama venceu defendendo perante o eleitorado que merecia mais 
quatro anos na Casa Branca para terminar o trabalho iniciado em 
2009, após conquistar seu primeiro mandato nas eleições de 2008 
com uma campanha que mobilizou os EUA e o mundo com o lema 
de esperança e mudança. Mais do que disputar os 230 milhões de 
americanos aptos a votar, os dois candidatos travaram na terça-
feira uma batalha acirrada por nove swing states (Estados pêndulo), 
que eram cruciais pelo fato de as pesquisas de intenção de voto 
indicarem que não tinham um resultado definido. 
 
O líder americano conseguiu ser reeleito apesar de a economia 
do país ter enfrentado, depois de 2008, sua pior recessão desde a 
Grande Depressão dos anos 30. Essa é a primeira vez desde 
Franklin Roosevelt (1933-1945) que um presidente conseguiu ser 
reeleito com uma taxa de desemprego tão alta quanto a de agora. 
 
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Em julho de 2012, Obama conseguiu uma grande vitória ao ter 
o seu plano de reforma da saúde aprovado pela Suprema Corte do 
país. A Lei de Proteção ao Paciente e Serviços de Saúde Acessíveis 
(“The Patient Protection and Affordable Care Act”, em inglês), 
também conhecida como Obamacare, criou um sistema universal de 
saúde nos Estados Unidos e está previsto para começar em 2014. 
 
Basicamente, a reforma estabelece que todo mundo que vive 
nos EUA está obrigado a ter um seguro de saúde – quem não tiver 
terá de pagar uma taxa (chamada de “imposto” pelo texto da nova 
lei). As pessoas com renda familiar mensal abaixo do equivalente a 
R$ 2.390 terão uma ajuda parcial do governo para os custos. 
Calcula-se que o plano vai incluir no sistema 30 milhões de 
americanos que não tinham nenhuma cobertura de saúde. A ideia é 
universalizar essa cobertura e também incentivar a criação de um 
mercado de seguradoras.Diferentemente do Brasil, os EUA não têm um sistema público 
e universal como o SUS (Sistema Único de Saúde), criado a partir 
do texto da Constituição de 1988 que definia a saúde como “direito 
de todos e dever do Estado”. Segundo o historiador Daniel Simões, 
“nos Estados Unidos, ou você paga um plano de saúde ou precisará 
ter dinheiro para pagar cada consulta e exame - o que não sai nada 
barato”. Por lei, no entanto, os hospitais norte-americanos estão 
obrigados a atender qualquer pessoa durante emergências. Outro 
problema no sistema de saúde americano é que as seguradoras não 
são fiscalizadas pelo governo – o que significa que elas podem 
alterar preços ou vetar serviços ao usuário sem precisarem prestar 
contas. 
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Isso cria uma cultura em que as pessoas só procuram o 
hospital para se tratar quando a coisa já está grave – muitas vezes 
num estado que poderia ser facilmente evitado se fosse feito um 
acompanhamento médico mais cedo. A conta, no fim, fica caríssima 
– e os hospitais repassam o custo para o governo e as seguradoras, 
que cobram cada vez mais dos consumidores. A reforma de saúde 
não vai criar um sistema público igual ao brasileiro, mas torna o 
acesso à assistência médica no país um pouco mais igualitário. “O 
SUS é considerado um exemplo no mundo inteiro. É claro que há 
muitos problemas, mas ele de fato acaba por atender todo mundo”, 
diz o professor Simões. 
 
Essa foi uma das principais bandeiras políticas de Barack 
Obama durante as eleições presidenciais e tem provocado fortes 
reações tanto contra quanto a favor. Seus principais opositores do 
conservador Partido Republicano dizem que o presidente deveria ter 
dado mais atenção a outros setores e criticam os supostos gastos 
excessivos que o plano pode trazer, além de afirmar que essa é 
uma tentativa de controlar demais a vida privada de cada um, em 
uma visão extremamente liberal. O rival de Obama nas eleições 
presidenciais, Mitt Romney, havia prometido que, caso fosse eleito, 
a primeira coisa que iria fazer seria revogar a reforma. Os 
republicanos ainda apontam que, em um momento de crise, Obama 
não poderia expandir tão consideravelmente os gastos públicos, pois 
isso aumentará o déficit norte-americano. 
 
Um dos grandes desafios do primeiro mandato do governo 
Obama esteve justamente na difícil batalha entre Republicanos e 
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Democratas – o que paralisa parte das ações de Obama. Todo esse 
cenário de disputa é fortemente marcado pela crise da dívida 
europeia, pela desaceleração do mercado chinês e pelo desemprego. 
 
Segundo os democratas, a debilidade da economia norte-
americana não permite que haja grandes reduções nos gastos 
públicos, e, assim sendo, é necessário que o governo continue 
investindo a fim de fazer com que o país cresça mais e gere mais 
empregos. Os democratas entendem ainda que os benefícios 
sociais, pagos às parcelas mais pobres da população. A 
porcentagem de norte-americanos vivendo na pobreza atingiu 15% 
da população em 2010 – sendo o maior nível atingido em mais de 
50 anos de pesquisa. 
 
O governo Obama modificou, ainda, as medidas relativas ao 
terrorismo – já que os altos custos financeiros se tornaram 
impopulares em um contexto de crise econômica. Os Estados Unidos 
teriam gasto aproximadamente 1,5 trilhão de dólares nas 
campanhas do Iraque e do Afeganistão, além de ter deslocado cerca 
de 350 mil soldados para essas regiões e para outros países da Ásia 
Central e do Oriente Médio. 
 
Durante a campanha eleitoral para seu primeiro mandato, 
Obama prometera que retiraria as tropas norte-americanas do 
Iraque, o que de fato ele conseguiu realizar. Porém, houve uma 
declaração polêmica e bastante contraditória por parte do 
presidente norte-americano, quando as tropas dos Estados Unidos 
deixavam o Iraque: Obama declarou que as tropas norte-
americanas deixavam um Iraque estabilizado; contudo, a realidade 
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é que as tropas norte-americanas não foram capazes de trazer 
estabilidade para a região e o Iraque permanece em crise 
econômica e política. 
 
Em 2011, Obama ganhou muitos pontos com o eleitorado 
norte-americano, quando o terrorista Osama Bin Laden foi morto 
por soldados norte-americanos. Com a morte de Osama, Obama 
pôde dar início à redução do contingente norte-americano no 
Afeganistão, país no qual a Al Qaeda (grupo terrorista do qual 
Osama Bin Laden fazia parte) possui grande influência. Apesar da 
morte de Bin Laden, o Afeganistão está longe de resolver seus 
complexos problemas políticos. O Taliban continua atuando na 
região, mas, com a crise e a necessidade de gastar menos em ações 
militares, Obama viu-se obrigado a diminuir a presença dos Estados 
Unidos na região. 
 
Lembro-lhes de que foi justamente o episódio de 11 de 
setembro de 2001, com o atentado terrorista contra os Estados 
Unidos, quando houve o choque de aviões com as torres do World 
Trade Center, comandado por Bin Laden, que fez com que os 
Estados Unidos ampliassem suas ações militares e seu combate ao 
terrorismo. Na época dos atentados, quem estava no poder era 
George W. Bush, que definiu o terrorismo como a pior ameaça aos 
Estados Unidos e à paz mundial. A partir daí, Bush inaugurou uma 
nova época na geopolítica que ficaria, então, conhecida como a 
Doutrina Bush. 
 
Em 2002, o presidente George Bush divulgou o documento "A 
estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos", que ficou 
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justamente conhecido como "Doutrina Bush". Este documento 
apresentava as estratégias político-militares que passaram a ser 
adotadas pelo país em nome da defesa nacional, frente às ameaças 
a que poderiam estar sujeitos o território e o povo norte-
americanos. O documento declarava a intenção dos Estados Unidos 
em agir militarmente, por conta própria e decisão unilateral em 
nome do direito de autodefesa, de maneira preventiva e antecipada. 
Dessa forma, os Estados Unidos, em nome do antiterrorismo e do 
combate de países considerados e avaliados como ameaçadores aos 
seus interesses, justificaram as suas ações e procuraram torná-las 
legítimas diante da opinião pública norte-americana e internacional. 
 
A guerra e a ocupação do Iraque, embora fizessem parte das 
ações da Doutrina Bush de guerra preventiva, não foram apoiadas 
em provas de que este país desenvolvesse armas de destruição em 
massa (justificativa para a sua invasão) ou financiasse o terror. 
Depois de os Estados Unidos declararem a vitória sobre o Iraque, de 
terem conseguido a prisão de Saddan Hussein e o estabelecimento 
de um governo provisório, a situação do Iraque permaneceu 
incontrolável. 
 
Ao contrário do que propunha a Doutrina Bush, os ataques 
terroristas, a insurreição de grupos armados contra a ocupação 
estrangeira e os conflitos entre as principais etnias ameaçam a 
estabilidadedo país e apontavam para uma perspectiva de total 
descontrole da situação. Na verdade, os norte-americanos usaram 
seu poderio militar para favorecer suas empresas do setor 
petrolífero e da construção civil e ampliarem sua influência no 
Oriente Médio. 
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Foi baseado nessa doutrina – que, repito, previa o 
unilateralismo e os ataques preventivos, mesmo sem aprovação da 
ONU ou da OTAN – que os Estados Unidos e o Reino Unido 
invadiram o Iraque. As alegações de que o Iraque possuía armas 
nucleares feitas por Bush não tardariam a se mostrarem falsas. 
Após a intervenção norte-americana, o Iraque se afundou numa 
complexa crise política e os Estados Unidos passaram a ser 
acusados de ter invadido o país por razões puramente econômicas, 
sobretudo por causa do setor petrolífero – como disse. 
 
5. Questões comentadas 
 
 
1) (CESPE - 2012 - TCU - Técnico de Controle Externo) 
Apenas dois partidos, o Republicano e o Liberal, atuam na 
cena política norte-americana; nas eleições de 2012, os 
liberais apostam na recondução de Barack Obama ao 
Capitólio. 
 
Muita gente se confundiu nessa questão, por isso atenção 
redobrada. É errado dizer que apenas dois partidos atuam na cena 
política norte-americana. Há diversos partidos, embora apenas estes 
tenham relevância e por isso os cientistas políticos se referem aos 
EUA como possuindo um sistema bipartidarista. Os liberais 
(Democratas) realmente apoiaram Obama, enquanto os 
conservadores (Republicanos) apoiaram Romney. E Capitólio é um 
local no Congresso dos Estados Unidos no qual os eleitos para a 
presidência prestam juramento. 
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Questão errada. 
 
2) (CESPE - 2012 - TCU - Técnico de Controle Externo) 
Obama notabilizou-se por ser o primeiro negro a chegar à 
presidência dos Estados Unidos da América, feito 
particularmente significativo, haja vista a forte marca da 
escravidão africana na história do país e da discriminação 
racial, que custou a ser legalmente abolida. 
 
 Obama foi de fato o primeiro negro a chegar à presidência 
norte-americana. Podem surgir duas dúvidas em relação ao restante 
do enunciado. A primeira, é se houve forte marca da escravidão 
africana no país. Houve sim, pessoal. Assim como no Brasil, os 
Estados Unidos foram marcados por um forte regime escravocrata. 
 
A outra dúvida é se a discriminação racial custou a ser 
legalmente abolida. De fato, a discriminação racial demorou a ser 
legalmente abolida, fato que só aconteceu em 1965 – quando ainda 
havia bebedouros, assentos, banheiros distintos para negros e 
brancos. 
 
Questão correta. 
 
3) (Cespe - Antaq - 2009) A crescente importância do Brasil 
e da Venezuela no cenário sul-americano, inclusive no que se 
refere à mediação entre partes em crises regionais, emana 
da modernização econômica, da tranquilidade política e da 
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projeção internacional de que gozam os dois países, em igual 
proporção e legitimidade internacional. 
 
 Que Brasil e Venezuela ampliaram sua importância na região 
não há dúvidas. Contudo, percebam que a Venezuela está longe de 
ter a mesma modernização econômica, a tranquilidade política e a 
projeção internacional de que goza o Brasil. Sobre “tranquilidade 
política”, esse termo não está relacionado à falta de disputas 
internas, mas sim à solidez das instituições. O Brasil possui, 
certamente, instituições mais sólidas do que a Venezuela. Assim, 
questão errada. 
 
4) (Cespe – Antaq - 2009) Na atualidade, os países latino-
americanos que melhor se relacionam com os EUA são Cuba e 
Venezuela. 
 
 Essa só pode ser brincadeira ... como assim, gente!??!?!?!!? 
Óbvio que essa está errada! Os países latino-americanos que pior se 
relacionam com os EUA são exatamente Cuba e Venezuela. Questão 
errada. 
 
5) (FCC - Escriturário-Banco do Brasil - 2011) “Os 
exportadores brasileiros de geladeiras, fogões e máquinas de 
lavar roupa voltaram a enfrentar barreiras no mercado (...). 
Conforme o “Estado” apurou, 35 caminhões estão parados 
nos depósitos alfandegários à espera de autorização para 
circular no país”. (O Estado de S. Paulo, 13/05/2011, p. B3) 
 
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O texto acima destaca uma nova crise comercial provocada 
pelo protecionismo comercial 
 
(A) do Paraguai. 
(B) da Venezuela. 
(C) do Peru. 
(D) da Argentia 
(E) da Bolívia. 
 
 Vocês lembram de quem eu falei ao mencionar protecionismo? 
Justamente da Argentina. A Argentina, a partir de 2011, ampliou os 
produtos que não possuem licença automática de entrada no país. A 
Argentina fez isso em uma tentativa de proteger sua indústria dos 
produtos estrangeiros, sobretudo dos brasileiros. Essa situação 
gerou uma certa crise entre a Argentina e o Brasil. Letra “d”. 
 
6) (FMP - Auditor Público Externo – TCE-RS - 2011) 
Economistas e analistas de mercado criaram o termo 
“BRICS” para se referir a alguns países que se destacaram 
no cenário mundial pelo rápido crescimento das suas 
economias em desenvolvimento. Os países que compõe esta 
expressão são: 
 
(A) Brasil, Rússia, Indonésia, China e Coréia do Sul. 
 
(B) Bulgária, Reino Unido, Índia e Coréia do Sul. 
 
(C) Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. 
 
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(D) Brasil, Rússia, Índia e Colômbia e África do Sul. 
 
(E) Brasil, República da China, Indonésia, Chile e Coréia do 
Sul. 
 Qual a dificuldade? Nenhuma, não é verdade!? E vejam o nível 
do cargo ein... O termo BRICS refere-se a Brasil, Rússia, Índica, 
China e África do Sul. Letra “c”. 
 
7) (FCC - Analista Legislativo - 2008) Um dos principais itens 
da plataforma eleitoral de Fernando Lugo, ex-bispo católico 
eleito presidente da República do Paraguai em abril de 2008, 
foi a revisão do Tratado de Itaipu, celebrado com o Brasil em 
26 de abril de 1973. Entre outras cláusulas, o tratado prevê 
que: 
 
a) o Paraguai não receberá a compensação financeira dos 
royalties, pois seu território não foi atingido pela construção 
da barragem. 
 
b) a venda da energia produzida a partir do aproveitamento 
hidrelétrico referido no tratado deve ser feita a preço de 
custo para países não signatários. 
 
c) os signatários devem adquirir, conjunta ou 
separadamente, o total da energia produzida a partir do 
aproveitamento hidrelétrico referido no tratado. 
 
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d) os limites territoriais estabelecidos entre os dois países 
podem ser revistos em função da implantação

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