Buscar

Corrupção de menores

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Corrupção de menores
Art. 218: Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem. Pena – reclusão de 2(dois) a 5(cinco) anos.
	O art. 227 da CRFB/88 diz que a função de proteger a criança, adolescente e o jovem é tanto do estado quanto da família cabendo o exercício de proteger e de dar o devido convívio familiar. E o Estado cabe o dever de proteger os indivíduos para esse artigo considerados vulneráveis, sendo assim, o Estado protege os menores com previsões legais como o art. 227 da CRFB/88, o art. 218 CP, o Estatuto da Criança e do Adolescente, entre outros.
→ O que o art. 218 tem a ver com tudo isso?
	Assim como os outros artigos do Código Penal, ele tem a função de proteger, ou seja, cada tipo protege algo, e esse protege o vulnerável, no caso o menor de 14(catorze) anos. Há quem diga que, a criança corrompida pode desenvolver transtornos psicológicos em decorrência da violência sofrida.
	Tal artigo trata não necessariamente da relação sexual com o menor, e sim da ação praticar coisas do tipo na frente do menor, para tal o ofendido se torna tão vulnerável que se torna impossibilitado para tomar decisões. Qualquer pessoa que esteja dentro das características descritas no caput (menor de 14 anos) independente do sexo se torna sujeito passivo.
	Para definir a palavra “corrupção” não tem uma palavra ou verbo próprio, doutrinariamente falando “a corrupção é a contaminação da moral da vítima, pelo conhecimento de práticas imorais ou de hábitos de lascívia que se fixam no seu animo como elementos eróticos intempestivos ou viciosos antes não existentes”. Porem de acordo com o Código Penal Interpretado de Fabrinni e Mirabela, o CP mesmo mantendo o nome, no caput há apenas o crime simples, não dando significado ao texto. A palavra “induzir” deixa um amplo espaço para interpretação, ela deixa claro que induzir alguém com a ideia dada no caput será punido.
	O artigo não se refere a conjunção carnal, o crime se caracteriza independente da relação, o ato de instigar ou persuadir já tipifica o delito. Caso em decorrência dessa persuasão aconteça algo libidinoso, caracteriza o delito de estupro de vulnerável (art. 217A), nesse caso praticado por terceiro, pois para este, induzir é na forma de participação. Enfim, somente configura o tipo descrito no art. 218 se o induzimento não visa a prática de atos sexuais.
	Necessariamente o crime é doloso, pois além de não ter previsão legal para os tipos culposos, não tem o menor cabimento alguém induzir um menor a presenciar algo sem querer, foge a nossa realidade.
	Para consumar o crime, não precisa que o menor pratique atos sexuais, logo, a partir do momento que o menor é instigado por alguém a presencias atividade lascívia de terceiros, já se consuma. Cabe tentativa em duas hipóteses, se mesmo diante de induzimento o menor opta por não ceder a esse tipo e ou pelo fato de não existir um terceiro.
Art. 218A – Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente.
	“Praticar na presença de alguém menor de 14(catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso afim de satisfazer lascívia própria ou de outrem. Pena – reclusão de 2(dois) a 4(quatro) anos”.
	Embora a lei determina que entre 12 e 18 anos são adolescentes, tal tipo protege apenas os menores de 14 anos, ou seja, determinado pelo artigo que apenas aqueles cuja características se encaixam, são os sujeitos passivos do delito.
	O tipo dá duas hipóteses para se caracterizar o delito INDUZIR e PRATICAR, conjunção carnal ou atos libidinosos entende-se que sejam carícias mais que afetuosos. Induzir é fazer com que o sujeito passivo “queira” presenciar, tal situação, plantar essa ideia na cabeça dele, despertando tal curiosidade. Para tanto, o simples fato de aconselhar já caracterizar.
A doutrina determina que a presença em caso de pratica seja no momento do ato, ou seja, fazer o menor assistir filmes pornográficos não caracteriza pois é evidente que ele não presenciou o momento, tendo em vista que tal tipo de vídeo é gravado anteriormente. 
É necessário que haja dolo, pois é ele quem determina a vontade de tipificar o fato, além de não apresentar nenhuma previsão legal para o tipo culposo.
Consuma-se de duas formas, com a pratica do ato libidinoso ou a conjunção carnal, observando que, é necessário que se inicie, sendo esse inicio dado como ato libidinoso. Como o caput deixa claro, o induzimento também tipifica o fato, logo dá-se também a consumação. Já a tentativa acontece apenas quando se inicia a ação mas não termina, por fato alheio a vontade das partes.
218B. Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual favorável
“submeter, induzir ou atrair a prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18(dezoito) anos ou que por enfermidade ou deficiência mental não tem o necessário discernimento para a pratica do ato, facilitar-se impedir ou dificultar que a abandone.
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos 
Os sujeitos do delito podem facilmente ser identificados no caput. Sendo o sujeito ativo qualquer um que seja maior e tenha plena consciência de suas faculdades mentais, e o sujeito passivo o adolescente que seja maior que 14(catorze) anos e menor de 18(dezoito) anos, ou pessoa portadora de doença mental ou enferma, que impossibilite o entendimento para a prática sexual. Caso o sujeito passivo seja menor de 14(catorze) anos, caracteriza estupro de vulnerável. Para tanto não há necessidade de distinção de sexo.
	O legislador buscou proteger ao máximo os sujeitos passivos criando um tipo plurinuclear (submeter, induzir ou atrair). Submeter trata-se de sujeitar alguém a algo não querido, ou seja, sujeitar o menor a prostituição. Induzir é plantar a ideia na cabeça do menor usando de meios persuasivos que impossibilite o mesmo de dizer “não”, e atrair é tornar a ideia agradável aos olhos do menor.
	 Há também, facilitar, impedir e dificultar. Tais ações se dão quando alguém facilita para esse menor, o ajuda, torna mais acessível de realizar tal fato, quando o menor é impedido ou alguém dificulta sua saída desse “mundo” também caracteriza. Para essas ações, pressupõe-se que o menor já esteja sendo prostituído.
	Assim como o art. 218-A é necessário que haja dolo, cabendo o dolo eventual caso o agente tenha duvida da idade ou da condição de enfermidade ou deficiência mental, “caso isso ocorra, se exclui o dolo, mas se aplica os termos do art. 228 CP”. O crime qualifica-se na hipótese do § 3º aplica-se também a multa.
	Para consumar o delito é preciso apenas que o menor esteja disponível para as atividades, ou seja, não há necessidade de praticar o ato, o fato de estar no local da prostituição já caracteriza o delito. Já a tentativa se da em todas as formas da conduta, uma vez que se iniciam as ações descritas e por algo que esteja alheia não complete.
	Pune-se também quem pratica o ato sexual com o menor de 18 anos e maior de 14 anos que esteja na situação de prostituição ou exploração sexual. Se a vitima tiver menos de 14 anos é tipificado como estupro de vulnerável (art. 213) caso seja maior, é fato atípico. Tal dispositivo não protege vítima maior de 18 anos portadora de deficiência mental ou enfermidade.
	O § 1º do art. 218-B também pune o proprietário, gerente ou responsável pelo local onde há as práticas referidas no caput. O § 3º ainda prevê a cassação da licença como condenação, pois mantem o estabelecimento para esse fim, logo, entende-se como facilitação.
	Dos crimes citados, o art. 218-B é o mais grave. A ação penal para os crimes do capítulo II do título IV, de acordo com o parágrafo único do art. 225, é uma ação penal pública incondicionada, pois independe da manifestação prévia do ofendido ou nos casos dos artigos de seus responsáveis.

Outros materiais