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TEMA: RESOLUÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. JUSTA CAUSA: ruptura por ato culposo do empregado. DESPEDIDA INDIRETA:ruptura por ato culposo do empregador. CULPA RECÍPROCA:condutas faltosas tanto do empregado como do empregador. Poder diretivo: poder de gestão; poder hierárquico; poder disciplinar. 1. Legislação: os sistemas legislativos podem ser: a) taxativo; b) exemplificativo; c) genérico. 2. REQUISITOS PARA APLICAÇÃO DA PENALIDADE: a) imediatidade, contemporaneidade ou atualidade (punição atual); b) proporcionalidade entre a falta e a punição: advertência, suspensão e justa causa. c) non bis in idem (não se pune duas vezes a mesma falta); d) não discriminação (empregador não poderá punir, de forma diversa, empregados que praticaram a mesma falta); e) gravidade da falta (apreciação da culpa concretamente. Justa causa); f) teoria da vinculação dos fatos ou dos motivos determinantes da punição; g) ausência de perdão tácito ou expresso. 3. JUSTA CAUSA - INFRAÇÕES OBREIRAS TIPIFICADAS - ART. 482, CLT: penalidade disciplinar máxima aplicada pelo empregador ao trabalhador. Aplica-se para faltas muito graves, descumprimento grosseiro do contrato ou quando a lei autorizar a extinção por esse motivo. Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a) ato de improbidade; b) incontinência de conduta ou mau procedimento; c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; e) desídia no desempenho das respectivas funções; f) embriaguez habitual ou em serviço; g) violação de segredo da empresa; h) ato de indisciplina ou de insubordinação; i) abandono de emprego; j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; l) prática constante de jogos de azar. m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional. (Incluído pelo Decreto-lei nº 3, de 27.1.1966) ATO DE IMPROBIDADE: mau procedimento; conduta faltosa do obreiro que provoque dano ao patrimônio empresarial ou de terceiro objetivando alcançar vantagem para si ou para outrem – comportamento vinculado ao contrato de trabalho. INCONTINÊNCIA DE CONDUTA OU MAU PROCEDIMENTO. INCONTINÊNCIA DE CONDUTA: duas posições: comportamento irregular do empregado: uma incompatível com a moral sexual e a outra com sua condição, função, cargo, status funcional. Ocorre se a conduta interferir no bom desempenho do serviço e na imagem da empresa. MAU PROCEDIMENTO: quebra da regra social de boa conduta. Atos contrários ao bom viver (proferir palavras obscenas pelo simples prazer de falar sem atingir ninguém). Danificar equipamento. NEGOCIAÇÃO HABITUAL: é o ato de concorrência desleal ao empregador ou inadequado exercício paralelo do comércio a sua causa. CONDENAÇÃO CRIMINAL: “sem sursis”. DESÍDIA: fazer o serviço com negligência. EMBRIAGUEZ HABITUAL OU EM SERVIÇO. VIOLAÇÃO DE SEGREDO DA EMPRESA. INDISCIPLINA OU INSUBORDINAÇÃO: INDISCIPLINA: descumprir regras gerais do empregador. INSUBORDINAÇÃO: regra específica recebida por um empregado ou pequeno grupo. ABANDONO DE EMPREGO: dois elementos: Objetivo: é o real afastamento do serviço. Regra: 30 dias. S. 32 e art. 472, §1º da CLT. Subjetivo: intenção – ainda que implícita – de romper o vínculo. SUM-32 ABANDONO DE EMPREGO (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Presume-se o abandono de emprego se o trabalhador não retornar ao serviço no prazo de 30 (trinta) dias após a cessação do benefício previdenciário nem justificar o motivo de não o fazer. ATO LESIVO DA HONRA OU DA BOA FAMA Ofensas: injúria, calúnia e difamação mais agressão física. ATO LESIVO DA HONRA: aproxima-se da alínea “J”, porém aqui o tipo é praticado contra o empregador, superiores hierárquicos, independente de ser ou não no local de trabalho. PRÁTICA CONSTANTE DE JOGOS DE AZAR. Outras infrações: Art. 482: faltas genéricas para todos os empregados; Art. 158, parágrafo único, CLT: não utilização de EPI; Art. 240, parágrafo único: ferroviário que se recusa a fazer HE nos caso de urgência e acidente; Art. 433, II, CLT: aprendiz quando comete falta; Art. 15, Lei 7.783/89: ato faltoso durante a greve. Art. 15 A responsabilidade pelos atos praticados, ilícitos ou crimes cometidos, no curso da greve, será apurada, conforme o caso, segundo a legislação trabalhista, civil ou penal. Parágrafo único. Deverá o Ministério Público, de ofício, requisitar a abertura do competente inquérito e oferecer denúncia quando houver indício da prática de delito. Art. 17, §1º da LC 150/2015 – Lei do domestico. § 1o Na cessação do contrato de trabalho, o empregado, desde que não tenha sido demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, na proporção de um doze avos por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias. Art. 13, Lei 6.019/74. Art. 13 - Constituem justa causa para rescisão do contrato do trabalhador temporário os atos e circunstâncias mencionados nos artigos 482 e 483, da Consolidação das Leis do Trabalho, ocorrentes entre o trabalhador e a empresa de trabalho temporário ou entre aquele e a empresa cliente onde estiver prestando serviço. Art. 235-B, paragrafo único, CLT: motorista quando descumpre seus deveres; Parágrafo único. A recusa do empregado em submeter-se ao teste ou ao programa de controle de uso de droga e de bebida alcoólica previstos no inciso VII será considerada infração disciplinar, passível de penalização nos termos da lei. (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) Art. 7º, §3º, Decreto 95.247/87 – vale transporte – declaração falsa ou uso indevido (legalidade discutida); Art. 23, paragrafo único, Decreto 73.626/74 – rural incapacitado em razão da idade (ilegal porque discrimina o trabalhador em razão da idade). PUNIÇÕES TRABALHISTAS: Advertência, suspensão e justa causa. Advertência, admoestação, censura ou repreensão: Visa punir faltas leves. A lei não a prevê expressamente. Própria do poder disciplinar. Suspensão: art. 474, CLT. Para punir falats mais graves. Multa: não tarifada pela lei. Passou a ser contratual em valor ajustado pelas partes. IV - formato de reparação recíproca na hipótese de cancelamento de serviços previamente agendados nos termos dos § 1º e § 2º do art. 452-A. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) Art. 452-A, §4º - revogado pela MP 808/17 Justa Causa: é a modalidade mais severa. Tem que considerar todas as circunstâncias que envolvem esse empregado. Art. 474 - A suspensão do empregado por mais de 30 (trinta) dias consecutivos importa na rescisão injusta do contrato de trabalho. CULPA RECÍPROCA: dificilmente é reconhecida pelas partes. Rara na prática contratual. Art. 484 - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de culpa exclusiva do empregador, por metade. “Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas: I - por metade:a) o aviso prévio, se indenizado; e b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, prevista no § 1o do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990; II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas. § 1o A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a movimentação da conta vinculada do trabalhador no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por cento) do valor dos depósitos. § 2o A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego.” ELEMENTOS: Duas faltas graves; Proporcionalidade entre as faltas; Atualidade ou contemporaneidade; Nexo de causalidade. DESPEDIDA INDIRETA OU DISPENSA INDIRETA OU RESCISÃO FORÇADA OU JUSTA CAUSA DO EMPREGADOR DENTRE OUTRAS: CONCEITO: é a faculdade que possui o empregado de romper o contrato de trabalho por justo motivo quando o empregador praticar uma das hipóteses previstas em lei como justa causa. 36 REQUISITOS: a) gravidade da falta do empregador: tem que ser muito grave o motivo da justa causa, tão grave a ponto de tornar insuportável a continuidade da relação de emprego e praticada pelo patrão ou um de seus prepostos. Ex.: falta depósito do FGTS. Não pagamento de HE. b) imediatidade, atualidade ou contemporaneidade: a punição deve ser atual, visto que o transcurso do tempo entre a falta e a penalidade acarreta a presunção de perdão ou de renuncia do direito de punir. c) nexo causal: tem que ter relação de causa e efeito. O ato praticado pelo empregador considerado faltoso pelo empregado é a causa e a despedida indireta o efeito. A comunicação deverá ser feita pessoalmente, com testemunha ou por telegrama. d) não ter havido perdão tácito ou expresso: se o empregado declarar expressamente que perdoa a falta praticada pelo patrão, não poderá mais tarde puni-la. O perdão tácito é a falta de imediatidade na punição. TIPOS: art. 483, CLT. Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando: a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato; (trabalho compatível com a força física e intelectual) b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo; (intransigência exagerada, má educação, maus tratos, tortura, falta de cortesia, desproporcionalidade na punição) c) correr perigo manifesto de mal considerável; (é todo ato que importe em risco à integridade física ou a saúde do empregado, enquadra-se nesse tipo). Perigo: risco anormal, não previsto no contrato. Manifesto: iminente. Mal: dano, estrago, prejuízo. Considerável: relevante importante. d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama; f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários. § 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato, quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a continuação do serviço. § 2º - No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho. § 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo. (Incluído pela Lei nº 4.825, de 5.11.1965). Extinção do CT: obrigações. 1. despedida sem justa causa, extinção da empresa e falência: Saldo de salário; Férias vencidas mais um terço; Aviso prévio; 13º proporcional; FGTS mais 40%; Seguro-desemprego. 2. Pedido de demissão: Saldo de salário; Férias vencidas mais um terço; Férias proporcionais mais um terço; Desconto AP ao empregador; 13º proporcional. 3. despedida indireta: Saldo de salário; Férias vencidas mais um terço; Férias proporcionais mais um terço; Aviso prévio; 13º proporcional; FGTS mais 40%; Seguro desemprego. 4. culpa reciproca: Saldo de salário; Férias vencidas mais um terço; Férias proporcionais mais um terço; 50% aviso prévio; 50% 13º proporcional; FGTS mais 20%; Observações seguro-desemprego: LEI Nº 13.134, DE 16 DE JUNHO DE 2015. Conversão da Medida Provisória nº 665, de 2014 Altera as Leis no 7.998, de 11 de janeiro de 1990, que regula o Programa do Seguro-Desemprego e o Abono Salarial e institui o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), no 10.779, de 25 de novembro de 2003, que dispõe sobre o seguro-desemprego para o pescador artesanal, e no 8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre os planos de benefícios da Previdência Social; revoga dispositivos da Lei no 7.998, de 11 de janeiro de 1990, e as Leis no 7.859, de 25 de outubro de 1989, e no 8.900, de 30 de junho de 1994; e dá outras providências. O seguro desemprego é garantido aos trabalhadores que foram demitidos sem justa causa. O valor e a quantidade de parcelas varia de acordo com o salário do trabalhador e o tempo de carteira assinada. Para que o trabalhador possa receber o seguro desemprego é necessário que ele cumpra alguns requisitos: Art. 3º Terá direito à percepção do seguro-desemprego o trabalhador dispensado sem justa causa que comprove: I - ter recebido salários de pessoa jurídica ou de pessoa física a ela equiparada, relativos a: (Redação dada pela Lei nº 13.134, de 2015) a) pelo menos 12 (doze) meses nos últimos 18 (dezoito) meses imediatamente anteriores à data de dispensa, quando da primeira solicitação; (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) b) pelo menos 9 (nove) meses nos últimos 12 (doze) meses imediatamente anteriores à data de dispensa, quando da segunda solicitação; e (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) c) cada um dos 6 (seis) meses imediatamente anteriores à data de dispensa, quando das demais solicitações; (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) III - não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada, previsto no Regulamento dos Benefícios da Previdência Social, excetuado o auxílio-acidente e o auxílio suplementar previstos na Lei nº 6.367, de 19 de outubro de 1976, bem como o abono de permanência em serviço previsto na Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973; IV - não estar em gozo do auxílio-desemprego; e V - não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua família. “Art. 4o O benefício do seguro-desemprego será concedido ao trabalhador desempregado, por período máximo variável de 3 (três) a 5 (cinco) meses, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo, contados da data de dispensa que deu origem à última habilitação, cuja duração será definida pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). I - para a primeira solicitação: a) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e três) meses, no período de referência; ou b) 5 (cinco) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período de referência; II - para a segunda solicitação: a) 3 (três) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 9 (nove) meses e, no máximo, 11 (onze) meses, no período de referência; b) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoajurídica ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e três) meses, no período de referência; ou c) 5 (cinco) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período de referência; III - a partir da terceira solicitação: a) 3 (três) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 6 (seis) meses e, no máximo, 11 (onze) meses, no período de referência; b) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e três) meses, no período de referência; ou c) 5 (cinco) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período de referência. Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali? Fernando Pessoa
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