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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO PROGRAMUS – ISEPRO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA GRAZIELA DE ALMEIDA CELESTINO INFLUÊNCIA DA MOTIVAÇÃO NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL ÁGUA BRANCA - PIAUÍ 2016 1Bacharel e Licenciatura Plena em Geografia pela Universidade Federal do Ceará – UECE e Pós-Graduada em Geografia do Turismo e Gestão Ambiental e Município pela Universidade Federal do Ceará -UFC. GRAZIELA DE ALMEIDA CELESTINO1 INFLUÊNCIA DA MOTIVAÇÃO NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Superior De Educação (PROGRAMUS) como um dos pré-requisito para obtenção do grau de Licenciatura em Pedagogia. Orientadora: Profª. Raimunda Cid Timbó. Professora Mestra. ÁGUA BRANCA - PIAUÍ 2016 Essencialmente à Deus Pai Criador, à toda a minha família; aos professores que durante todo esse processo de curso incidiram por nossa turma deixando parte de seus conhecimentos e, assim contribuindo de forma significava para o nosso aprendizado, enfim a mim mesma, pela perseverança e coragem que apresentei em todo esse trajeto. AGRADECIMENTOS A Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades adversas. A esta instituição de ensino, todo seu corpo docente, direção e administração que oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pela acendrada confiança no mérito e ética aqui presente. A minha orientadora Raimundinha, pelo suporte no escasso tempo que lhe coube, pelas suas correções e incentivos. A minha família, pelo amor, incentivo e apoio incondicional. E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado “A motivação do aluno para os estudos é considerada um fator de suma importância para o êxito escolar. Podemos definir motivação como a força propulsora interior a cada pessoa que estimula, dirige e mobiliza, ou seja, conduz o sujeito à ação com empenho e entusiasmo.” ( Autor desconhecido) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 8 2 MOTIVAÇÃO NA APRENDIZAGEM. ................................................................................ 11 3 QUE SÃO AS MOTIVAÇÕES INTRÍNSECA E EXTRÍNSECA .......................................... 14 4 MOTIVAÇÃO E APRENDIZAGEM. ................................................................................... 17 4.1 A Motivação No Ambiente Escolar e Suas Particularidades ....................................... 20 4.1.1 Motivação Para A Aprendizagem Do Aluno ......................................................... 22 4.1.2 Motivação Do Professor Para Ensinar ................................................................. 24 5 COMO ACONTECE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM? ............................................ 27 6 MOTIVAÇÃO DO ALUNO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM .......................... 32 7 COMO TRABALHAR A MOTIVAÇÃO EM SALA DE AULA .............................................. 35 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 39 9 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 40 RESUMO O referido artigo tem como finalidade central refletir e abordar a temática “A influência da motivação no processo ensino-aprendizagem”, o qual é de cunho bibliográfico, onde se tomou como embasamento, diversos teóricos como: Rock (1999), Dorin (1976, Ferrreira (1999), Freire (1996), Paín (1989), Rego (2002), Vygotsky (1993) dentre outros. Visando a uma aprendizagem que permita ao educando atuar de forma direta e concreta no mundo a fim de que o mesmo possa transformá-lo. Para desenvolvê-lo, partiu-se da hipótese da ausência de planejamento das aulas por parte dos educadores como também da sua ausência no conhecimento da vida social do aluno. Desta forma foi levantado o conhecimento, através de referencial teórico, dos fatores que levam a motivação, possibilitando a conhecimento da origem da desmotivação e a verificação do professor e da família neste processo. Os subsídios literários mostram que a dinâmica educacional visa, em última análise, a uma mudança de conduta através de uma metodologia de aprendizagem, o que torna necessário analisar a própria posição do educador a partir de um contexto crítico e em total sintonia com a realidade. Outro quesito pertinente analisado e retratado na pressente pesquisa é o papel da escola no processo motivacional de seus educandos, uma vez que, motivação é cooperação, ambiente humanizado e harmonia entre os indivíduos da mesma camada. Trabalhar portanto, o lado psicológico dos alunos é muito mais que a artifício manipulador e condicionante, é sobre tudo um conjunto de técnicas motivacionais para superar desafios, tornando assim o educando mais motivado e seguro em suas ações educacionais. O objetivo de se motivar a criança é o de capacitá-la para o desenvolvimento de sua coragem, responsabilidade e valor. A educação é uma tarefa séria e importante. Deve ser objeto de estudos e reflexões constantes. Deve ser vista e desempenhada com seriedade e responsabilidade pelos educadores. A prática educativa exercida desta forma, não pode e não deve ser limitada a um simples trabalho ou fonte complementar de renda. Quando desenvolvida nesta dimensão e magnitude é, acima de tudo, uma arte. Uma arte difícil. Assim, espera-se com este trabalho que o mesmo possa subsidiar todos que direta ou indiretamente estão ligados ao processo educacional, que seja possível perceber o quanto é imprescindível à aplicação da motivação no processo ensino-aprendizagem, levando em consideração todos os fatores positivos que esta “ferramenta” pode produzir quando aplicada corretamente dentro do sistema educacional. Palavras- chave: Ensino-aprendizagem. Educando. Motivação Influência ABSTRACT This Article has as its central purpose reflect and address the theme "The influence of motivation on the teaching-learning process", which is a bibliographical nature, which was taken as a basis, several theorists as Rock (1999), Dorin (1976, Ferrreira (1999), Freire (1996), Pain (1989), Rego (2002), Vygotsky (1993) among others. Aiming to learning that allows the student to act in a direct and concrete way in the world so that it can transform it. to develop it, broke the hypothesis of absence of planning the lessons from educators as well as its absence in the knowledge of the social life of the student. was raised this way knowledge through theoretical, of factors that lead to motivation, enabling the knowledge of the origin of demotivation and the verification of the teacher and the family in this process. literary subsidies show that dynamic educational aims, ultimately, to a change in behavior through a learning methodology, which makes it necessary to analyze the educator's own position from a critical context and in tune with reality. Another relevant item analyzed and portrayed in the senses research is the role of schools in the motivational process oftheir students, since motivation is cooperation, humane environment and harmony between individuals of the same layer. Working so the psychological side of students is much more than the handler and conditioning, artifice is all about a set of motivational techniques to overcome challenges, thus making the student more motivated and secure in their educational activities. The objective of motivating the child is to enable him to develop his courage, responsibility and value. Education is a serious and important task. Should be the object of constant study and reflection. Must be seen and played with seriousness and responsibility by educators. Educational practice exercised in this way, can not and should not be limited to a single work or supplementary source of income. When developed in this size and magnitude is above all an art. A difficult art. So, hopefully with this work that it can subsidize everyone who directly or indirectly linked to the educational process, it is possible to see how it is essential to the implementation of motivation in the teaching- learning process, taking into account all the positive factors that this "tool" can produce when properly applied within the educational system. Keywords: Teaching-learning. Educating. motivation Influence 8 1 INTRODUÇÃO O presente artigo vem abordar a tema Contação de Histórias na Educação Infantil. A pesquisa é de cunho bibliográfico onde se procurou pegar embasamentos em diversas pesquisas e leituras de vários teóricos entendidos no assunto em questão como: Rock (1999), Dorin (1976, Ferrreira (1999), Freire (1996), Paín (1989), Rego (2002), Vygotsky (1993), dentre outros. A problemática da pesquisa realizada consistiu em descobrir possibilidades para tornar motivador o ato de Contar Histórias como pratica pedagógica no contexto do ensino infantil. Bem sabemos que estamos vivenciando um período onde a mídia e as tecnologias estão cada vez mais acessíveis ao mundo infantil; as informações chegam pelos meios de comunicação ampliando os horizontes e os conhecimentos. Os livros estão sendo deixados de lado, as histórias estão ficando no esquecimento, o que torna um ríspido desafio para o educador fazer com que as crianças em idade escolar tomem gosto pela leitura. O processo de contação de história no ambiente escolar era uma forma de distrair as crianças e hoje vem ressurgindo a figura do contador de histórias. Segundo alguns teóricos, a contação de histórias é um precioso auxílio à prática pedagógica de professores na Educação Infantil como ainda nos anos iniciais do Ensino Fundamental. A contação de história estimula a imaginação, a criatividade, a oralidade, incentiva o gosto pela leitura, contribui na formação da personalidade da criança envolvendo o social e o afetivo. Cada vez mais os professores precisam estar atentos aos interesses dos alunos para que suas aulas sejam mais vivas, motivadoras e dinâmicas. É importante aproximar professor e aluno, de forma a conseguir uma aula mais gratificante e estimulante, a fim de que lhes sejam proporcionado mais estímulo e uma aprendizagem mais sólida e construtiva. Somente transmitir informações não aumenta a inteligência de ninguém, não basta para quem está em busca de mais conhecimento. Para tanto, é preciso despertar a inteligência, a criticidade, fazendo a pessoa perceber que pode sempre aprender mais, despertando-lhe ânimo e vontade para aumentar seus conhecimentos. Nessa perspectiva, essa pesquisa parte do 9 pressuposto de que a motivação será sempre válida no processo ensino- aprendizagem como incentivo para desencadear impulsos no interior da criança a fim de predispô-la a querer participar das atividades escolares pelo educador e, para tanto vale observar o momento e o tipo certo de estímulo a ser utilizado. Assim, esse artigo tem como objetivo analisar alguns pressupostos teórico-metodológicos acerca da motivação considerados relevantes para o processo ensino aprendizagem. Por ser o tema central deste artigo, pouco desenvolvido no âmbito de trabalhos literários, espera-se que esse possa contribuir na forma de subsidiar leituras e estudos, propiciando informações sistematizadas que venham servir para melhor compreensão sobre o assunto. Para realizar a referida pesquisa, objetivou-se conhecer os tipos de motivação; a importância do relacionamento familiar na motivação; as origens da desmotivação dos alunos; a importância do relacionamento professor/aluno e a influência em sua motivação; e alternativas a serem desenvolvidas ao longo do processo de ensino-aprendizagem que motivem os alunos através da interatividade professor/família. Assim sendo, este trabalho está constituído além desta introdução, de mais sete tópicos: sendo o Tópico dois (2) que vem narrando a questão do processo da motivação na aprendizagem, em primeira instancia vem descrevendo como se dá o processo de aprendizagem; o qual é um processo bem complexo. Toma-se como embasamento neste tópico estudo de Bzuneck (2000); Brophy (1983); Burochovitch(2001); e logo em seguida vem o tópico três (3), onde se discorre sobre a motivação intrínseca e extrínseca traçando assim suas peculiaridades e como acontece esses dois tipos de motivação, tomou-se como fundamentos para o desenvolvimento deste tópico os estudos de Skinner com citações de Nowles (2001); como ainda Burochovitch e Bzuneck (2001), continuando com o tópico quatro (4) e seus subtópicos, “Motivação e Aprendizagem” fazendo um estudo desta tênue linha entre estes dois pressupostos e tem como embasamento estudo da obra de Oliveira direcionado a obras de Vygotsky; e logo em seguida a questão do processo de motivação dentro deste processo de aprendizagem, o Tópico cinco (5) vem falando de como acontece o processo de aprendizagem, embasou-se tal tópicos em estudo de Ferreira (1986) e Bock (1999); o tópico seis (6) aborda a questão da motivação do aluno dentro do processo Ensino-Aprendizagem tendo 10 como principais embasadores deste estudo Freire (1996), Pain (1985) e Vygotsky (1991). E por fim o tópico sete (7), onde é abordado de forma delineada algumas maneiras de se trabalhar o processo de motivação dentro de sala de aula, proporcionando assim, um ambiente motivador e fazendo com que o sujeito tenha um papel ativo na construção de seu próprio conhecimento. E, finalmente as considerações finais seguida da bibliografia completa; a qual deu total embasamento nos estudos que compuseram tal monografia. 11 2 MOTIVAÇÃO NA APRENDIZAGEM. O Educador deve estar sempre provido de conhecimentos como ainda provido de recursos, os quais possa o docente fazer uso de tais a fim de lançar mão destes para que possa assim proporcionar ao aluno uma motivação para que só assim aconteça a aprendizagem, de fato, de maneira eficaz. O interesse mantém a atenção, no sentido de um valor que deseja. O motivo, porém, se tem energia suficiente, vence as resistências que dificultam a execução do ato. Conforme esclarece BZUNECK, 2000, p. 10: Quando se considera o contexto específico de sala de aula, as atividades do aluno, para cuja execução e persistência deve estar motivado, têm características peculiares que as diferenciam de outras atividades humanas igualmente dependentes de motivação, como esporte, lazer, brinquedo, ou trabalho profissional Uma pergunta que não quer calar: será possível ainda formar cidadãos éticos e interessados no saber? É nessa linha de questionamentos, onde professores estão sempre se perguntando sobre o que devem fazer para que os alunos realmente aprendam. Conforme o dicionário Silveira Bueno, motivação querdizer exposição de motivos ou causas; animação; entusiasmo. Através dessas acepções, é possível se constatar que estar motivado é estar animado, entusiasmado. Para isso, é necessário ter motivos para se chegar a esse estado. Para se realizar qualquer coisa na vida, é necessário, primeiro, a vontade de realizá-la, senão nada acontecerá. Isso também ocorre na educação. Educação requer Ação e como resultado dessa ação, há o APRENDIZADO. Mas para que se realize a ação e esta por sua vez resulte no aprendizado é necessário, inicialmente, que haja a VONTADE, nesse caso, a vontade de aprender. O professor deve descobrir estratégias, recursos para fazer com que o aluno queira aprender, em outras palavras, deve fornecer estímulos para que o aluno se sinta motivado a aprender. Por diversas vezes o professor organiza uma atividade que ele entendeu que prenderia a atenção de suas crianças, que as levaria adiante, que as faria buscarem 12 as informações que eram necessárias e esperadas, contudo, ao executá-la, não consegue o envolvimento que esperava delas. Segundo BROPHY, 1983 apud Bzuneck 2000, p. 11 no esclarece que: A motivação do aluno, portanto, está relacionada com trabalho mental situado no contexto específico das salas de aula. Surge daí a conclusão de que seu estudo não pode restringir-se à aplicação direta dos princípios gerais da motivação humana, mas deve contemplar e integrar os componentes próprios de seu contexto. Isso implica dizer de que nem sempre os alunos percebem o valor dos trabalhos escolares, pois, muitas vezes, não conseguem compreender a relação existente entre a aprendizagem e uma aspiração de valor para a sua vida. O que faz com que eles não se envolvam no trabalho. Segundo Burochovitch & Bzuneck (2004, p. 13) “a motivação tornou-se um problema de ponta em educação, pela simples constatação de que, em paridade de outras condições, sua ausência representa queda de investimento pessoal de qualidade nas tarefas de aprendizagem”. E, também, “à medida que as crianças sobem de série, cai o interesse e facilmente se instalam dúvidas quanto à capacidade de aprender certas matérias” (BUROCHOVITCH & BZUNECK 2004, p. 15). Daí a necessidade de se ter muito cuidado na aplicação de conteúdos que esteja intimamente direcionados à vida cotidiana do sujeito e que tais conteúdos possam a vir significar algo na vida dos mesmos, não ficando, portanto descaracterizados de inutilidade. E mais um agravante: quanto mais avançada as séries, os problemas tendem a ser mais complexos e profundos, por terem raízes naqueles que se originaram nas séries iniciais e por sofrerem influência das novas exigências dos diferentes tipos de disciplinas, aliadas às características evolutivas do aluno (BUROCHOVITCH & BZUNECK, 2004, p.15). Do ponto de vista humanístico, motivar os alunos significa encorajar seus recursos interiores, seu senso de competência, de autoestima, de autonomia e de auto realização. Na motivação aqui vista, competência não é atributo de quem faz bem feito, mas sim de quem consegue despertar nos outros a vontade de fazer bem feito. Competência relaciona a habilidade técnica (melhor maneira de fazer o seu trabalho) e a habilidade comportamental. 13 É possível aplicar algumas competências e/ou habilidades para que se possa conseguir êxito nesta questão como, por exemplo: Dar tratamento igual a todos os alunos. Aproveitar as vivências que o aluno já tem e traz para a escola no momento de montar o currículo, incluir temas que tenham relação, isto é, que estejam ligados à realidade do aluno, à sua história de vida, respeitando a sua vida social, familiar. Mostrar-se disponível para o aluno, ou seja, mostrar que ele pode contar sempre com o professor. Ser paciente e compreensivo com o aluno. Procurar elevar a autoestima do aluno, respeitando-o e valorizando-o. Utilizar métodos e estratégias variadas e propostas de atividades desafiadoras. Mostrar-se aberto e afetivo para e com o aluno. “Acolher” realmente o aluno. Dar carinho e limites na medida certa e no momento adequado. Manter sempre um bom relacionamento com o aluno, e consequentemente, um clima de harmonia. Fazer de cada aula um momento de real reflexão e ser um momento único nada repetitivo. Ter expectativas positivas acerca do aluno, evitar taxações negativas, uma vez que isso é muito perigo e pode travar o aluno. Saber ouvir o aluno, quando o sujeito se sente importante no meio ele tende a ter mais motivação e, com isso produzir bem mais. Não ridicularizá-lo jamais. Amar muito o que faz, a sua profissão de professor. 14 Mostrar para o aluno que ele pode fazer a DIFERENÇA, isto é, que ele tem o seu lugar e o seu valor no mundo. Perceber que ele, o professor, pode fazer a DIFERENÇA, para o aluno. O professor deve ensinar o aluno a ser ético e crítico, mostrando a ele que a crítica é boa, desde que feita de maneira adequada, e que a ética é fundamental em qualquer relacionamento humano, em qualquer ambiente: familiar, social, escolar, entre outros. 3 QUE SÃO AS MOTIVAÇÕES INTRÍNSECA E EXTRÍNSECA Como já mencionado anteriormente a motivação tem como significado principal o motor (motivo) para agir. É, Portanto, uma força que estimula o indivíduo a se engajar em determinada atividade, envolver-se em projetos e seguir em direção a seus objetivos. É ainda, elemento fundamental para o ser humano. Sem esse sentimento. O indivíduo não consegue se sentir disposto nem mesmo para as pequenas tarefas do dia a dia. A motivação pode estar relacionada a fatores internos, relacionados às emoções, ou externos. Independentemente da perspectiva, os motivos para agir devem ser identificados claramente pelo indivíduo, uma vez que a motivação é um estado de espírito provocado e determinado por si mesmo. Em resumo no momento em que a satisfação de uma necessidade nos dá prazer inerente à própria ação envolvida, estamos diante de uma motivação intrínseca, ou seja, quando um aluno tem vontade de aprender algo, isso por si só é a sua motivação para aprender. Quando ele satisfaz essa necessidade, aprendendo o que queria, essa ação gera prazer e ao mesmo tempo serve como recompensa e cria nova motivação para aprender mais. Porém, quando a satisfação é apenas consequência da ação, estamos diante de uma motivação extrínseca. A cobrança que se lança sobre um aluno, exigindo do mesmo que obtenha boas notas em provas é um excelente exemplo de motivação extrínseca. O aluno se esforçará, estudará para conseguir tal objetivo cobrado, contudo, passado o exame, pouco ou nada terá armazenado de tudo que estudou, pois os conhecimentos envolvidos não eram do seu interesse. Esse comportamento não deve ser incentivado, pois, como 15 bem disse Skinner [Apud NOWLES, 1998], “educação é o que sobrevive quando o que foi aprendido foi esquecido”. Na maioria das vezes os pais e os professores tentam forçar o interesse do indivíduo neste ou naquele assunto e só conseguem a sua atenção, em resposta a um estímulo externo, mas não o desejo interno, que seria a sua vontade de ser um aprendiz, por prazer. Quase sempre as necessidades estão relacionadas a coisas externas, o que não acontece com os interesses, que são sempre internos. As coisas pelas quais nos interessamos partem de nossa vontade de adquiri-las ou fazê-las, enquanto que as necessidades nos são impostas, em muitos casos, por fatores alheios à nossa vontade. Conforme esclarecem Boruchovitch e Bzuneck (2001, p. 41, 55: (...) o primeiro fator da motivação intrínseca é a competência,que é capacidade do organismo interagir satisfatoriamente com o seu ambiente(...) Nessa teoria, os seres humanos são movidos por algumas necessidades psicológicas básicas, que são definidas como nutrientes necessários para um relacionamento efetivo e saudável, do ser humano com seu ambiente. Assim, a motivação intrínseca está relacionada à força interior, capaz de se manter ativa mesmo diante da adversidade. Tal tipo de motivação é independente do ambiente, das situações e das mudanças, estando relacionada aos interesses pertinente diretamente ao individuo na sua singularidade e que somente é possível sua alteração por meio de sua escolha pessoal, sem a necessidade de qual influencia exterior. Geralmente, tal motivação está associada a metas, objetivos e projetos pessoais que estimulam o indivíduo a acordar todos os dias, enfrentar o trânsito e se dedicar a horas intensas de trabalho. Este é um tipo de motivação que está presente em todas as pessoas, pois é o que gera força para estar em movimento, conquistar coisas e escrever sua própria história. Já a motivação extrínseca está relacionada ao ambiente, às situações e aos fatores externos. É completamente o oposto da motivação anteriormente discorrida. Um exemplo claro de motivação extrínseca são as premiações de campanhas para a equipe comercial ou bônus oferecidos para vendedores que alcançarem determinado valor de faturamento. No ambiente corporativo, o clima organizacional, atividades diversificadas, treinamentos de aprimoramento e outros benefícios se destacam como eficientes 16 formas de motivação externa que mantém o quadro de funcionários comprometido e produtivo. Conforme afirmam Boruchovitch e Bzuneck (2001, p. 46): A motivação extrínseca tem sido definida como a motivação para trabalhar em resposta a algo externo à tarefa ou a atividade, como a obtenção de recompensas materiais ou sociais de reconhecimento, objetivando atender aos comandos ou pressões de outras pessoas, ou para demonstrar competências ou habilidades. Este tipo de motivação é uma maneira de ajudar as pessoas a se manterem engajadas, e serve como um fator complementar. Isso significa que, em hipótese alguma, os indivíduos podem ser dependentes da motivação extrínseca. Eles devem, na verdade, sempre estimular a automotivação. Mesmo com suas peculiaridades esses dois tipos de motivação devem andar lado a lado. Se um colaborador sempre entrega o melhor de si e não é reconhecido, sua capacidade de automotivação vai ficando fragilizada pois uma das necessidades básicas do indivíduo é se sentir reconhecido. O contrário também acontece: quando a empresa investe em campanhas de reconhecimento e premiação, mas o colaborador não se dedica ao trabalho, a organização entende que ele não está interessado. 17 4 MOTIVAÇÃO E APRENDIZAGEM. Antes mesmo de analisar a importância da motivação, é útil refletir sobre aprendizagem, a qual não comporta uma definição pronta e acabada, pois além de mudanças no comportamento, está permeada de consequências que dizem respeito a esta mudança. Segundo Oliveira apud Vygotsky,2002, p. 57, afirma que: Aprendizado ou aprendizagem é o processo pelo qual o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores, etc. a partir de seu contato com a realidade, o meio ambiente, as outras pessoas. É um processo que se diferencia dos fatores inatos [...] justamente por sua ênfase nos processos sócio-históricos, a idéia de aprendizado, inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo. O termo que ele utiliza em russo (obuchenie) significa algo como „processo de ensino-aprendizagem‟, incluindo sempre aquele que aprende, aquele que ensina e a relação entre essas pessoa. Ainda, em seus estudos sobre Vigotsky, a autora cita que este não chegou a formular uma concepção sobre o desenvolvimento humano, mas reflexões sobre alguns aspectos. Dentre esses aspectos, encontra-se a preocupação com os processos de aprendizagem. Em suas pesquisas, Vigotsky (l993) destaca que o contato do indivíduo com a cultura do ambiente promove aprendizagem e desperta processos internos, que desenvolvem e definem a maturação. Como exemplo, Oliveira (2002), cita o processo de alfabetização que apenas se desenvolverá caso o indivíduo esteja inserido num contexto no qual exista um sistema de leitura e escrita, pois do contrário, os processos internos para esta aprendizagem, ficarão adormecidos. Também, uma criança que cresça num ambiente de surdo-mudos, mesmo com todos os pré-requisitos para desenvolver a linguagem, sem estímulos do ambiente, ficaria impedida de desenvolver, pois, lhe faltam situações propícias a este aprendizado. Para Rego (2002, p.71): O desenvolvimento pleno do ser humano depende do aprendizado que realiza num determinado grupo cultural, a partir da interação com outros indivíduos da sua espécie. Isto quer dizer, por exemplo, um indivíduo criado 18 numa tribo indígena, que desconheça o sistema da escrita e não tem nenhum tipo de contato com um ambiente letrado, não se alfabetizará. O mesmo ocorre com a aquisição da fala. A criança só aprenderá a falar se pertencer a uma comunidade de falantes, ou seja, as condições orgânicas (possuir o aparelho fonador), embora necessárias, não são suficientes para que o indivíduo adquira a linguagem. A aprendizagem é um fenômeno extremamente complexo, envolvendo aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais e culturais. A aprendizagem é resultante do desenvolvimento de aptidões e de conhecimentos, bem como da transferência destes para novas situações. De acordo com Bock (1999, p. 117), “o processo de organização das informações e de integração do material à estrutura cognitiva é o que os cognitivistas denominam aprendizagem”. A abordagem cognitivista diferencia a aprendizagem mecânica da aprendizagem significativa. Bock (1999, p. 117) destaca ainda que a aprendizagem mecânica refere- se à aprendizagem de novas informações com pouca ou nenhuma associação com conceitos já existentes na estrutura cognitiva. Já a aprendizagem significativa, segundo a autora, processa-se quando um novo conteúdo (ideias ou informações) relaciona-se com conceitos relevantes, claros e disponíveis na estrutura cognitiva, sendo assim assimilado. Logo é preciso refletir que cada indivíduo apresenta um conjunto de estratégias cognitivas que mobilizam o processo de aprendizagem. Em outros termos, cada pessoa aprende a seu modo, estilo e ritmo. Todo criança apresenta um ritmo único no processo de evolução. Cada pessoa tem uma história particular e única, formada por sua estrutura biológica, psicológica, social e cultural. Esse fato ocorre tanto no ambiente familiar quanto no escolar. Embora haja discordâncias entre os estudiosos, estes são quatro categorias representativas dos estilos de aprendizagem. Dessa forma, como diz Lino de Macedo (1994, p.134): Exercícios, discussões, estabelecimento de conflitos, etc., contribuem para o desenvolvimento das 19 estruturas, mas não têm o poder de estabelecê-las sem levar em conta as possibilidades prévias da criança.” O conhecimento pode ainda ser estudado como um processo ou como um produto. Quando se refere a uma acumulação de teorias, ideias e conceitos o conhecimento surge como um produto resultante dessas aprendizagens, mas como todo produto é indissociável de um processo, podemos então olhar o conhecimento como uma atividade intelectual através da qual é feita a apreensão de algo exterior à pessoa. Segundo Pain (1985,p.16 ) No nível social podemos considerara aprendizagem como um dos pólos do par ensino-aprendizagem, cuja síntese constitui o processo educativo. Tal processo compreende todos os comportamentos dedicados à transmissão da cultura, inclusive os objetivados como instituições que, específica (escola) ou secundariamente (família), promovem a educação. Através dela o sujeito histórico exercita, usa utensílios, fabrica e reza segundo a modalidade própria de seu grupo de pertencimento. Assim, na concepção vygotskyana, o pensamento verbal não é uma forma de comportamento natural e inata, mas é determinado por um processo histórico- cultural e tem propriedades e leis específicas que não podem ser encontradas nas formas naturais de pensamento e fala. Segundo Vygotsky (1993, p.44): “Uma vez admitido o caráter histórico do pensamento verbal, devemos considerá-lo sujeito a todas as premissas do materialismo histórico, que são válidas para qualquer fenômeno histórico na sociedade humana”. Vygotsky (1991 p. 101) diz ainda que: “o pensamento propriamente dito é gerado pela motivação, isto é, por nossos desejos e necessidades, nossos interesses e emoções. Por trás de cada pensamento há uma tendência afetivo- volitiva.” Uma compreensão plena e verdadeira do pensamento de outrem só é possível quando entendemos sua base afetivo-volutiva. No que tange aos tipos básicos de aprendizagem, Dorin (1976, p. 29), apresenta a seguinte classificação: condicionamento simples, condicionamento 20 instrumental ou operante, ensaio e erro, imitação, discernimento ou o “insight”, raciocínio e incentivos. Entre as diferentes concepções de aprendizagem e sobre o que impulsiona o ser humano a agir, todas chegam a um consenso: o motivo é um fator interno que inicia, dirige e integra o comportamento humano. Segundo Snnygg apud Pilz (2003, p. 9), “[...] os motivos têm a função de energizar, provocando o comportamento”. Para o autor, o desenvolvimento da aprendizagem pela motivação, deve acontecer de forma natural, conscientizando o educando da dinâmica da vida e de seu desenvolvimento individual, pois, estando o educando motivado para alcançar seus objetivos, pode vencer os obstáculos encontrados, sentindo prazer pelo que está fazendo, e, estando motivado, aprenderá mais rapidamente. 4.1 A Motivação No Ambiente Escolar e Suas Particularidades Dentro das instituições de ensino pouco ou quase nada se tem debatido sobre o motivar para aprender. Em compensação, nas empresas os gestores estão sempre preocupados em aumentar os lucros, e para conseguir essa meta investem nos funcionários. Esse investimento dá-se através da motivação dos mesmos com prêmios ou promoção, ou seja, estão sempre arranjando uma forma de satisfazer o empregado para que ele produza mais. O tema motivação está em alta nos dias atuais e virou objeto de pesquisa de vários estudiosos. No entanto, as pesquisas em torno desse tema têm sido voltadas para o mercado de trabalho e não para a área de educação, para o aprendizado da satisfação do ser enquanto pessoa. No entanto, assim como as empresas precisam motivar seus funcionários, de alguma forma, para melhorarem sua capacidade de produção, as escolas também precisam motivar seus professores e alunos para que melhorem o seu desenvolvimento intelectual, de modo que favoreça o conhecimento de ambos. De acordo com o Candeloro (2007, p. 9: Ao considerar a motivação dos colaboradores na organização, é prudente contar com inúmeras variáveis que despertem o interesse de fazer algo para atingir um objetivo. Embora algumas motivações se assemelhem do ponto de vista da sobrevivência, como o dinheiro que compra a alimentação e garante a segurança pessoal e familiar, ou ainda, do acesso às compras e à consequente satisfação de consumo desejado, existem tantas outras fontes de motivação quanto for o número de pessoas no mundo. 21 : Segundo o autor, são diversas as vertentes de motivação e estas por sua vez podem ser naturais, ou seja, porque é necessária a sobrevivência. Essas fontes são os motivos, que surgem de acordo com a necessidade particular de cada indivíduo. Porém, nem sempre o indivíduo é capaz de se auto motivar, daí a necessidade de estímulos. Isso é comum em sala de aula, em que há alunos que não se interessam pelo conhecimento. Quando o aluno está desmotivado a sua aprendizagem fica prejudicada. O professor deve ter sensibilidade e estar atento para reconhecer o aluno nessas condições. Só assim ele terá norte para buscar ferramentas de motivação que provoque o querer aprender nesse aluno. Vale lembrar que para aprender é preciso querer. O problema, no entanto, é como despertar, ou provocar esse querer. O querer é em si é uma necessidade individual e de igual modo à aprendizagem. Portanto, essas necessidades precisam ser influenciadas, provocadas. Tal influência pode originar-se de fatores internos ou externos como já explicados em capítulos anteriores. Mas, reforçando ainda; Wallon (2010) ao falar sobre “o choro do recém- nascido que vem ao mundo; choro de desespero, ante a vida que se abre para ele ou choro de angustia no momento que se separa do organismo materno”. Ele chama essa passagem de motivação psicológica, ou seja, vinda de fatores internos. A educação, como já se sabe, nasceu junto com o homem; então, é impossível falar do “porque educar”, sem falar de motivação. A falta de motivação é considerada um problema, pois leva a dificuldades de aprendizagem. Além da falta de motivação que leva às dificuldades de aprendizagem, há também as dispersões externas à sala de aula, tais como, a televisão, o vídeo game, o celular e a internet, que as crianças do mundo moderno têm acesso, e que nem se comparam aos Conteúdos de Base Curricular, transmitido pelo professor. Em nível de motivação, o resultado que se vê é o aluno desmotivado. Consciente das grandes transformações gerais que incidem sobre as práticas pedagógicas atuais surge à necessidade de explorar e trazer o tema motivação para dentro do contexto da educação escolar como forma de resgatar o aluno perdido no mundo das drogas, da tecnologia, etc. Aborda-se a tecnologia porque, atualmente, a sala de aula tornou-se um lugar de pouco interesse para os alunos, pois eles aprendem muito mais na internet do que com o professor, é o surgimento 22 autodidaxia. A falta de motivação leva a inúmeros prejuízos para a aprendizagem do aluno, e um dos maiores prejuízos é a evasão escolar. Segundo Mumford 2001, p.8: A maioria das pessoas não aprendem coisas a não ser que haja um motivo para isso, em especial no contexto do trabalho, pessoas diferenciadas procuram diferentes benefícios incluindo: Um desejo de aumentar sua competência no trabalho atual; Um desejo de desenvolver sua competência em novas áreas de aptidão ou conhecimento; Um desejo de melhorar suas perspectivas de carreira; Um desejo de melhorar a satisfação pessoal que essas pessoas obtêm de seu trabalho; Um desejo menos imediato pelas recompensas referentes a qualquer dos pontos acima- financeiros, psicológicas ou sociais. Para se ter acesso às técnicas e ferramentas que beneficiam a aprendizagem do aluno, é necessário que o responsável por essa criança estudante saiba conhecer seus desejos e anseios. Acredita-se que em sala de aula o professor pode e deve repensar sua prática de maneira que atenda as necessidades desse aluno. A fim de se motivar aquele que não tem motivação, faz se necessário tal conhecimento. Assim sendo, o tópico seguinte perpetrará uma concisa abordagem de como funciona a motivação para a aprendizagem do aluno. 4.1.1 Motivação Para A Aprendizagem Do AlunoÉ possível a partir de então entender o motivo daquele aluno que não apresenta nenhum distúrbio psicológico, e, no entanto não consegue assimilar o conteúdo aplicado. Na visão de Jussara Hoffmann (2000), “O professor tende a culpar o aluno pela não aprendizagem”. Porém, são vários os fatores que levam a não aprendizagem e para detectá-la com precisão é preciso uma complexa avaliação diagnóstica. Compreende-se que não existe uma única resposta pronta que justifique o “por que” de o aluno não aprender. Se o aluno não aprende, além de vários outros fatores, não se pode descartar a falta de motivação, esta envolve fatores psicológicos, que precisam ser identificados e trabalhados pelo professor, “A motivação do aluno, portanto, está relacionada com trabalho mental situado no contexto específico das salas de aula” (Boruchovitch e Bzuneck, 2002, p.11). Continua os mesmo afirmando de que: 23 Em sala de aula os efeitos imediatos da motivação do aluno consistem em ele envolver-se ativamente nas tarefas pertinentes ao processo de aprendizagem, o que implica em ele ter escolhido esse curso de ação, entre outros possíveis ao seu alcance. É, portanto, o educador o principal responsável por desenvolver atividades que possam envolver os alunos, e quando isso acontece o conhecimento torna-se significativo para eles, então o aprendizado acontece. Segundo Bzuneck 2002, p. 10: Quando se considera o contexto escolar específico da sala de aula, as atividades dos alunos, para cuja execução e persistência devem estar motivados, têm características peculiares que as diferenciam de outras atividades humanas igualmente de motivação, como esporte, o lazer, o brinquedo, ou trabalho profissional. Portanto, fica claro de que a motivação está ligada a intencionalidade, pois o homem busca de dentro de si uma força maior chamada motivo para realizar seus planos, e para alcançar seus objetivos, ou seja, em tudo há uma intenção. No entanto, o aluno em sala de aula, que motivos ele teria para ficar ali sentado por cinco horas, se não fosse à intervenção mediadora do professor de modo motivador. Os educadores visam que seus alunos cheguem a resultados, que no ambiente de sala de aula são frequentemente quantificados, como ocorre com as notas. De alguma forma a motivação do aluno tem relação com esse tipo de resultado. Adelman e Taylor (1983) apud Bzuneck (2001, p.14), porém, lembram o que todo educador já sabe por experiência própria que: Se o aluno é motivado a aprender alguma coisa, poderá chegar a resultados surpreendentes, mais do que poderia prever com base em outras características pessoais. Já o aluno desmotivado apresentará subrendimento em suas aprendizagens, ou seja, terá um desempenho 30 medíocre, abaixo de sua capacidade, fato particularmente lamentável quando se trata de alunos talentosos. Tal declaração acima mostra-nos o quanto a motivação é relevante para a aprendizagem, pois mesmo o aluno sendo talentoso se não estiver motivado, dificilmente ele aprenderá. No entanto, a motivação do aluno tem que ser cautelosa, 24 tem que ser na medida certa e com intencionalidade. E também deve-se evitar fazer uso de premiações ou meritocracia como forma de motivação. 4.1.2 Motivação Do Professor Para Ensinar Partindo da premissa de que, um dos maiores desafios da educação hoje é prender a atenção dos alunos para os conteúdos pré-estabelecidos, a motivação do professor ao passar esse conteúdo, também não poderá ser deixado de lado, ao esquecimento. O professor não faz ideia do poder motivador que possui em sua fala, suas técnicas de ensino, seu entusiasmo diante dos alunos, sua postura de segurança ao transmitir os conteúdos, e até mesmo sua demonstração de alegria por estar ali exercendo sua função, tende a motivar o aluno para aprender. Embora sejam poucos os estudiosos que pesquisam sobre a motivação no contexto escolar, não é difícil encontrar autores como, Assunção e Coelho (2002), da área de psicologia que questionem a postura do professor diante do processo ensino aprendizagem. Tais autoras: Assunção e Coelho, 2002, p. 15, sobre tal assunto, esclarecem que: Seu método de ensinar, suas atitudes, o jeito de se relacionar com cada aluno, e até mesmo a frequência com ela fala com cada um, o interesse e o carinho que demonstra até sem querer, estariam influenciando todo o desenvolvimento afetivo da criança. Em consequência, ela estaria influindo sobre a formação do autoconceito positivo das crianças. É o educador um dos principais elos entre o aluno e o conhecimento. É tarefa deste profissional proporcionar condições para que o aluno construa sentido sobre o que está vendo em sala de aula, assim como, também do professor apresentar todos os, procedimentos cabíveis e pontos de ancoragem, para que os conteúdos sejam entendidos e fiquem na memória do aluno, pois só assim é que ocorre a aprendizagem. Pois segundo Candeloro, 2007, p. 10: A boa sensação desse convívio qualitativo motivador atende a necessidades pessoais e profissionais. Ninguém se esquece do outro que o impulsionou, cobrando- lhe com vigor, aos resultados e ao aperfeiçoamento. 25 No Entanto, na maioria das vezes os professores escolhem colocar a culpa no aluno pela não aprendizagem, em vez de assumir que poderá ser sua a culpa, e que por meio de uma simples mudança de método ou mesmo a sua didática possa vir a ter uma maior eficácia fazendo com que esse aluno aprenda. O profissional educador que é dinâmico, pode sim mudar a maneira de o aluno encarar o processo ensino-aprendizagem, e ficar motivado a aprender, a querer mais e sentir-se feliz por aprender. Ressalta-se que, a motivação é um instrumento para a aprendizagem porque de fato, ela é necessária para aprender, da mesma forma que com fome ou com sede fatores internos, não se aprende, sem a motivação também não, ou da mesma forma que sem conhecer as letras jamais formaremos palavras‒fatores externos. A motivação precisa ser assumida dia- a- dia, Candeloro (2007), afirma que: “Assim como o talento, a motivação é outro fator a ser cuidado e posto em prática diariamente. Afinal, somos tão fáceis de ser motivados como desmotivados” (p. 19). É relevante ressaltar que o professor precisa reconhecer seu papel enquanto referência para a criança. Não há como negar que a criança se espelha na imagem do professor. Segundo Wallon (2010), “[...] a criança só imita as pessoas por quem sente profundamente atraída ou as ações que a cativaram. Na raiz de suas imitações há amor, admiração e também rivalidade” (p.144). O professor cativante, então, é capaz de evitar que os seus alunos fiquem desmotivados. O professor que realmente quer trabalhar busca todo recurso existente, e não são poucos, para assegurar a atenção de seus alunos, de modo a tornar a sala de aula um ambiente motivador e facilitador do conhecimento. Há recursos, ferramentas motivacionais vinda de fatores internos como a fala, atitudes, gestos e externos jogos, brincadeiras, ambiente acolhedor, que auxiliam na aprendizagem da criança de forma motivadora. Ressalta- se que, sem motivação não há aprendizagem. Atualmente, o professor tem ao seu alcance uma diversidade de recursos a seu favor, basta transformá-los em técnicas de motivação. Estes recursos são os materiais pedagógicos como, jogos, brinquedos adaptados para o ensino, as tecnologias da informação, e muitos outros. Porém a técnica de aprendizagem mais relevante começa bem antes do professor chegar à sala de aula. É a técnica do planejamento. 26 Aquele educador que tem a preocupação em planejar, é de fato um educador quecria com antecedência possibilidades de tornar suas aulas mais interessantes e atraentes para o aluno, de modo a favorecer a aprendizagem de ambos. A arte do planejamento no contexto escolar surgiu para organizar os conteúdos, porém seu resultado é positivo em todos os sentidos. Esse resultado positivo deu origem à pedagogia de projetos que atualmente é umas das formas de motivar o aluno para aprender. Visto que, ao ensinar também se aprende, logo, esse processo estaria favorecendo o aluno e o professor. 27 5 COMO ACONTECE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM? Pode-se assegurar que a aprendizagem acontece por um processo cognitivo imbuído de afetividade, relação e motivação. Assim, para aprender é imprescindível “poder” fazê-lo, o que faz referência às capacidades, aos conhecimentos, às estratégias e às destrezas necessárias, para isso é necessário “querer” fazê-lo, ter a disposição, a intenção e a motivação suficientes. Portanto, o aprender com compreensão é um processo pessoal, que acontece no íntimo de cada um, exigindo que o aprendiz pense por si próprio. Assim, para a Psicologia Cognitiva, simplesmente receber informações de um professor não é suficiente para que o aluno aprenda com compreensão, porque, nesse caso, a criança fica passiva, (mera receptora) não pensa com a própria cabeça. Caracterizando o que Paulo Freire mencionava de Educação bancaria. A Psicologia estudou também quais objetos ou atividades ajudam na aprendizagem. Ela tem mostrado que o pensamento e o aprendizado da criança desenvolvem-se ligados à observação e investigação do mundo. Quanto mais a criança explora as coisas do mundo, mais ela é capaz de relacionar fatos e ideias, tirar conclusões, ou seja, mais ela é capaz de pensar e compreender. É visível o quanto os princípios psicopedagógicos que estimulam as crianças a aprender, estão inter-relacionados e são interdependentes, sendo eles a autoestima, motivação, aprendizagem e disciplina. No campo afetivo, se devem auxiliar as crianças a criarem sentimentos positivos em relação a si mesmos. Quando a criança se sente útil e segura, o processo de aprendizagem escolar estará garantido. Sendo assim, a afetividade e atenção dos pais são muito importantes. No campo cognitivo, se deve enriquecer e ampliar o vocabulário da criança. O aprendizado de novas palavras tem como objetivo possibilitar a obtenção de melhores resultados na escola e ajudar a criança a ordenar o pensamento em função do mundo em que está inserida. É necessário ainda, valorizar o desenvolvimento do raciocínio lógico - matemático, da psicomotricidade, e do aspecto sócio emocional contribuindo adequadamente para que a criança seja 28 ajudada amplamente, onde todas as partes do desenvolvimento são atendidas no momento certo. O ser humano aprende o tempo todo, e as crianças também, mas não necessariamente aquilo que os pais tentam ensinar-lhes de forma intencional. O processo ensino-aprendizagem nem sempre é direto, nem tudo que se ensina, se aprende, e às vezes aprendem-se coisas que não se pretendem ensinar. E nada mais enriquecedor do que propor atividades criativas e desafiadoras que podem acontecer em qualquer lugar, até mesmo na areia da praia. O lúdico através de jogos, brincadeiras, músicas, e dramatizações são muito motivadores, devendo acontecer em casa e na escola, em especial na sala de aula, onde a aprendizagem vira ofício do brincar e a vida escolar um enorme prazer. É necessário identificar quais atividades são relevantes para modificar o comportamento da criança e despertar o seu interesse, pois montar um quebra- cabeça pode ser gratificante para uma criança, mas pode ser um castigo para outra; o que revela o caráter subjetivo do reforço. Aprende-se também por meio da observação, por modelos e ações dos outros. A aprendizagem por observação explica também certas tendências agressivas das crianças, os impulsos consumistas induzidos pela publicidade e determinadas condutas consideradas antissociais, entre outras manifestações de comportamento. É por meio da Experiência, da Observação e da Exploração de seu ambiente, que a criança constrói seu conhecimento, modifica situações, reestrutura seus esquemas de pensamento, interpreta e busca soluções para fatos novos o que favorece e muito, o desenvolvimento intelectual da criança, principalmente, na fase pré-escolar. Sabe-se ainda, que as crianças pensam de maneira diferente dos adultos, que cada criança pensa diferentemente de outra, uma vez que são universos distintos, e que o pensamento evolui, passa por estágios e em cada estágio, a criança tem uma maneira especial de compreender e explicar as coisas do mundo. 29 Assim, para ter bons resultados acadêmicos, os alunos necessitam de colocar tanta voluntariedade como habilidade, o que conduz à necessidade de integrar tanto os aspectos cognitivos como os motivacionais. A motivação é um processo que se dá no interior do sujeito, estando, entretanto, intimamente ligado às relações de troca que o mesmo estabelece com o meio em que se encontra inserido, principalmente, seus professores e colegas. Nas situações escolares, o interesse é indispensável para que o aluno tenha motivos de ação no sentido de apropriar-se do conhecimento. Conforme Ferreira (1986, p. 55) define aprendizagem como: Aprendizado; ato ou efeito de aprender; tomar conhecimento de; reter na memória mediante o estudo, a observação ou a experiência; tornar-se apto ou capaz de alguma coisa em consequência de estudo [...] Porém, dentro deste contexto de aprender há a necessidade de se colocar alguns outros novos elementos; como sendo: a atenção, o interesse, o incentivo, a motivação e a inteligência. É bem verdade que cada um destes fatores por si só necessitariam de uma longa explanação, já que são conceitos que necessitam de uma definição, todavia, não se pode ater a esta linha de estudo já que o assunto em questão é a Influência Da Motivação No Processo Ensino Aprendizagem, e estes temas aparecem apenas como elementos norteadores dentro do processo de aprendizagem. A autora Bock (1999, p. 120) destaca que a motivação continua sendo um complexo tema para a Psicologia e, particularmente, para as teorias de aprendizagem e ensino. A motivação é um fator que deve ser equacionado no contexto da educação, ciência e tecnologia, tendo grande importância na análise do processo educativo. A motivação apresenta-se como o aspecto dinâmico da ação: é o que leva o sujeito a agir, ou seja, o que o leva a iniciar uma ação, a orientá-la em função de certos objetivos, a decidir a sua prossecução e o seu termo. Bock,1999, p.121): afirma que: A motivação é, portanto, o processo que mobiliza o organismo para a ação, a partir de uma relação estabelecida entre o ambiente, a necessidade e o objeto de satisfação. Isso significa que, na base da motivação, está sempre 30 um organismo que apresenta uma necessidade, um desejo, uma intenção, um interesse, uma vontade ou uma predisposição para agir. A motivação está também incluído o ambiente que estimula o organismo e que oferece o objeto de satisfação. E, por fim, na motivação está incluído o objeto que aparece como a possibilidade de satisfação da necessidade. Assim, percebe-se que a motivação deve ser considerada pelos educadores de forma cuidadosa, procurando mobilizar as capacidades e potencialidades dos educandos a este nível. Torna-se tarefa primordial do professor identificar e aproveitar aquilo que atrai a criança, aquilo do que ela gosta, como modo de privilegiar seus interesses. Daí a motivação passa a ser, também, umtrabalho de atrair, encantar, prender a atenção, seduzir o aluno, utilizando o que a criança gosta de fazer como forma de engajá-la no ensino. Nessa teoria, a atuação do professor ou instrutor passa a ser fundamental para que se possa alcançar, de fato, o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos. Para tanto, afirma Bruner (1969), que tal profissional deve se responsabilizar pela criação de técnicas que sejam capazes de auxiliar no desenvolvimento intelectual da criança. Para ele, a aprendizagem está ligada ao desenvolvimento intelectual do aluno e o princípio desta aprendizagem está nas mãos do professor, que deve organizar sua teoria e estruturá-la para que os alunos dominem um determinado assunto. Assim, é o educador o principal responsável pelo desenvolvimento intelectual dos alunos. Além do mais, ele também põe nas mãos do professor a responsabilidade pela motivação dos alunos em situação de aprendizagem. Assim, entende que a aprendizagem se efetiva diante de situações desafiadoras, motivadoras da vontade de aprender. O referido autor afirma ainda, que existem dois tipos de motivação: a intrínseca e a extrínseca. A motivação intrínseca fala da motivação interna do aluno, ou seja, de sua predisposição natural para a aprendizagem. Tal motivação pode se dar a partir de 31 algum interesse pessoal do aluno em conhecer o conteúdo apresentado, por exemplo. Já a motivação extrínseca, por sua vez, fala da motivação produzida no aluno a partir de ações externa ao mesmo, o que significa dizer que o interesse em conhecer o conteúdo não existia antes da introdução do estímulo motivador. Tal motivação pode ser produzida a partir de uma atividade proposta pelo educador, por exemplo. Seria isso justamente o que Burner esperaria dos educadores: que estivessem atentos à produção constante de motivações capazes de atrair os estudantes para a situação de aprendizagem. Assim sendo, o trabalho do professor deve ser o de estimular os alunos para novas descobertas, provocando o interesse pela matéria a ser apresentada, o que requer do professor ser um aprofundado conhecedor dos conteúdos a serem apresentados em cada uma das matérias que leciona. 32 6 MOTIVAÇÃO DO ALUNO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM O Processo Ensino-Aprendizagem está diretamente ligado à motivação, ao interesse como também à necessidade da criança. Portanto, para que aconteça desenvolvimento afetivo e cognitivo da criança, deve-se além de respeitá-la, encorajá-la à autonomia e pensamento crítico, levando em consideração o fato de o desenvolvimento depender do equilíbrio afetivo; é ai onde entra o papel do professor democrático, onde o mesmo deve se policiar quanto ao incentivo no desenvolvimento da capacidade critica de seu aluno não podendo assim ser omisso a tal questão, deve ainda despertar a curiosidade para a pesquisa e leitura do mesmo. Neste contexto certamente os educandos se transformarão em sujeito concretos da elaboração e reelaboração do saber ensinando. O professor deve acima de tudo ser um pesquisador. O ofício de ensinar exige busca, investigação, pesquisa, propiciando-lhe ultrapassar o estágio da consciência ingênua, passando para o estágio da curiosidade epistemológica. Paulo Freire (1996) reafirma e defende a pesquisa como meio que permite conhecer o não conhecido, oportunizando a revelação do novo. Percebe-se ai, que ensinar exige do educador a consideração, dentre outros, de dois importantes aspectos: os saberes e as competências. Portanto, A ação docente nesta sociedade do conhecimento tem o objetivo direto de formar e formar-se para a cidadania. Como afirma Freire (1996, p. 59). “respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceber uns aos outros”. Segundo Wadsworth (1992, p. 32) A motivação é ainda um conjunto de variáveis que ativam o comportamento e o norteiam em determinado sentido para poder alcançar um determinado objetivo. Refere-se às forças que agem sobre um organismo, ou dentro dele, para iniciar e direcionar o comportamento. Segundo Sara Pain( 1985, p.16): No nível social podemos considerar a aprendizagem como um dos pólos do par ensino-aprendizagem, cuja síntese constitui o processo educativo. Tal processo compreende todos os comportamentos dedicados à transmissão da cultura, inclusive os objetivados como instituições que, específica (escola) ou secundariamente (família), promovem a educação. Através dela 33 o sujeito histórico exercita, usa utensílios, fabrica e reza segundo a modalidade própria de seu grupo de pertencimento. Assim, a aprendizagem pode ainda ser aprendida como um processo ou como um produto. Ao se referir a um acumulo de teorias, ideias e conceitos o conhecimento surge como um produto resultante dessas aprendizagens, mas como todo produto é indissociável de um processo, pode-se então olhar o conhecimento como uma atividade intelectual através da qual é feita a apreensão de algo exterior ao indivíduo. Vygotsky (1991, p.101) afirma que: [...] o pensamento propriamente dito é gerado pela motivação, isto é, por nossos desejos e necessidades, nossos interesses e emoções. Por trás de cada pensamento há uma tendência afetivo-volitiva. Uma compreensão plena e verdadeira do pensamento de outrem só é possível quando entendemos sua base afetivo. Desta forma, partindo da linha de raciocínio de Vygotsky o processo de aprendizagem sempre inclui relações entre as pessoas. A relação do individuo com o mundo está sempre medida pelo outro, não havendo como aprender e apreender o mundo se não tivermos o outro, aquele que fornece os significados que permitem pensar o mundo a nossa volta. Bock (1999, p.121) afirma que: A motivação é, portanto, o processo que mobiliza o organismo para a ação, a partir de uma relação estabelecida entre o ambiente, a necessidade e o objeto de satisfação. Isso significa que, na base da motivação, está sempre um organismo que apresenta uma necessidade, um desejo, uma intenção, um interesse, uma vontade ou uma predisposição para agir. A motivação está também incluído o ambiente que estimula o organismo e que oferece o objeto de satisfação. E, por fim, na motivação está incluído o objeto que aparece como a possibilidade de satisfação da necessidade. Entende-se, então, que a escola necessita adequar seu processo de ensino- aprendizado aos seus objetivos, contudo, voltado ao nível de desenvolvimento da criança, e cujas interferências provoquem avanços que não ocorreriam 34 espontaneamente. Vygotsky considera qualquer modalidade de interação social, como forma produtiva para promoção do aprendizado. Também, destaca que a ligação existente entre o indivíduo e seu ambiente sociocultural pode funcionar como estímulo externo à aprendizagem. Desta forma, a motivação será sempre válida no processo ensino-aprendizagem como incentivo para desencadear impulsos no interior da criança a fim de predispô-la a querer participar de atividades escolares pelo educador e, para isto, vale observar o momento e o tipo certo de estímulo a ser utilizado. Vale frisar que, além de ser competente em seu campo de conhecimento específico, o professor deve conhecer a dinâmica do comportamento humano, especialmente em situação de sala de aula. Em seu quadro de referência, deve estar os princípios validados de uma ou mais teorias sobre a motivação, para que possa realizar de maneira eficiente sua atividade pedagógica. Logo é fato de que ao sentir-se motivado o individuo passa a ter vontade de executar algo e se torna ainda capaz de manter o esforço indispensáveldurante o tempo necessário a atingir o objetivo proposto. 35 7 COMO TRABALHAR A MOTIVAÇÃO EM SALA DE AULA Partindo da premissa de que a atividade acadêmica se realiza de forma coletiva e em um contexto social, desta forma o professor precisa e deve proporcionar um “ambiente motivador”. Isto significa desenvolver em sala de aula situações de aprendizagem em que o aluno tenha papel ativo na construção do seu próprio conhecimento, usando adequadamente os recursos didáticos, a avaliação formativa, as estratégias de ensino e o conteúdo, proporcionando atividades desafiadoras. Como afirma Paulo Freire: (1996, p. 22), “...ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. No entanto o professor é, por excelência, o principal agente motivador. Precisa estar motivado, ter compromisso pessoal com a educação, demonstrar dedicação, entusiasmo, amor e prazer no que faz. O educador deve ser aquele que estabelece uma relação de afetividade com o aluno, que busca por em movimento todo o potencial interno do indivíduo. Se o clima de calor humano, desenvolvido pelo professor, é percebido no processo de interação, passando a imagem de pessoa digna de confiança, amistosa, é provável que os estudantes se esforcem para retribuir às suas expectativas. Comentários descabidos e desagradáveis por parte do educador somente irá comprometer a autoestima do aluno e reforçam o sentimento de incompetência. Como afirma Paulo Freire (1996, p. 67): O meu respeito de professor à pessoa do educando, à sua curiosidade, à sua timidez, que não devo agravar com procedimentos inibidores exige de mim o cultivo da humanidade e da tolerância. Como posso respeitar a curiosidade do educando se, carente de humildade e da real compreensão do papel da ignorância na busca do saber, temo revelar o meu desconhecimento? Como ser educador, sobretudo numa perspectiva progressista, sem aprender, com maior ou menor esforço, a conviver com os diferentes? A qualidade das relações que se estabelecem no interior da sala de aula tem implicações na motivação do aluno. As pessoas procuram sentirem-se aceitas pelos 36 outros. Podemos chamar isso de motivação de filiação, ou seja, a necessidade que a pessoa tem de se sentir aceita e valorizada. É preciso ainda levar em consideração que fatores socioeconômicos e biológicos também condicionam a motivação. O educador não pode considerar o problema do desinteresse do aluno apenas como uma questão psicológica. A falta de motivação pode ocorrer, também, pela não satisfação de necessidades como fome, cansaço e afeto. O importante é avaliar cada caso e procurar resolvê-lo na medida do possível. É cabível ainda neste contexto disciplinar abordado que motivar significa ainda, preparar atividades que desenvolvam uma aprendizagem significativa, pois serão elas que determinarão o nível de motivação dos alunos. Na vida, a aprendizagem não tem limites, usa da imaginação para ver e sentir, com toda liberdade possível, agrupando a parte emocional com a intelectual e o pensar com o fazer. Todavia, Gasparin (2001), ressalta que esse impulso termina quando o assunto é aula, disciplinas e tarefas. Parece acabar na escola toda liberdade, devido às regras pré-estabelecidas para priorizar a vida intelectual, o raciocínio e a lógica. No entender do autor citado, a escola parece ser um ambiente isolado do mundo, no qual a emoção e o sentimento não fazem parte, e o que vale é o conhecimento científico, e não, necessariamente, os conhecimentos transformados em solução para problemas da vida prática. Assim sendo, os professores devem estar preparados para desenvolver uma aprendizagem significativa, utilizando-se de técnicas variadas com métodos de trabalhos dialéticos. As estratégias de aprendizagem variam de acordo com a intenção que o aluno enfrenta a tarefa, intenção de estabelecer relações entre o que lhe é apresentado e o que sabe intenção de cumprir estritamente as exigências dos professores, entre outras. De acordo com Coll (1999), muitas intenções têm sido relacionadas à motivação intrínseca e extrínseca, como se fosse algo que o aluno possuísse. Entre as situações sociais, incluem para o aluno pessoas significativas como, professores, colegas e outros de seu meio. Essa relação diz respeito ao fato de que, o aluno estar ou não motivado, não é uma responsabilidade única. De acordo com estudos de Coll (1999), cada situação concreta trazida pelo aluno não se identifica exclusivamente com os instrumentos intelectuais de que dispõe 37 professor e aluno no processo de aprendizagem, envolvendo, também, o de caráter emocional, correlacionados com as capacidades de equilíbrio pessoal. Mesmo sendo construídos significados sobre os conteúdos de ensino, também se constroem representações sobre eles mesmos, em que aparecem como pessoas competentes, interlocutores interessantes, seus professores e colegas, estando estes preparados e capazes para resolver os problemas colocados. Pode-se afirmar que, quando se aprende o conteúdo, também se aprende que é possível aprender ainda mais, gerando satisfação pessoal. Na motivação para aprendizagem, um fator importante é o autoconceito que se refere ao conhecimento de si mesmo, incluindo o juízo valorativo chamado de autoestima. A relação entre o autoconceito e o rendimento escolar resulta na escola, no progresso esperado pelos professores. Esse autoconceito, citado por Coll (1999), é aprendido durante as experiências da vida, vinculadas aos pais, irmãos, professores, colegas e amigos, aos quais a pessoa tece a visão de si mesma. Desta forma, as crianças elaboram essa visão através de um conjunto de atitudes pessoais em relação a ela mesma, se considerando simpática ou incômoda, esperta ou desajeitada. Muitos fatores contribuem para formar uma imagem reforçada ou modificada pela experiência cotidiana. Igualmente, quando o professor entra em uma sala de aula, traz consigo uma visão de seus alunos, que influencia aquilo que lhes vai propor a forma de propor e sua avaliação. Também, os fatores afetivos são fundamentais na representação construída pelos alunos sobre seus professores: a disponibilidade, o respeito e o afeto a eles transmitidos, a capacidade de mostrar, ser acolhedor e positivo. O peso desses fatores é tanto mais elevado, quanto mais baixo o nível de escolaridade. Conforme Coll (1999), os professores confiam que sua influência e controle são maiores sobre os considerados bons alunos. Seus êxitos são considerados pelos professores a causas internas, e seus fracassos a causas externas; da mesma forma, o esforço, embora não seja brilhante, é conseguido em função do esforço. Esse padrão pode ter alguma consequência. O fracasso do aluno deve-se ao fato de que, num determinado dia esteve um pouco distraído, ou a tarefa esteve 38 complicada, e neste momento, deve o professor intervir para ajudá-lo, sanando suas dúvidas e incentivando-o. Tal intervenção pode possibilitar não só a aprendizagem, mas também a experiência emocional de ter aprendido. Todavia, quando, tal fracasso é atribuído à falta de capacidade do aluno, a atuação do professor pode ser diferente, pois, ao se apoiar na escassa confiança do aluno para aproveitar as ajudas, aquele se dispersa e deixa-o agir individualmente. 39 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho buscou refletir a partir de pesquisas bibliográficas embasamentos para o desenvolvimento deste estudo que apresenta como tema central a Influência Da Motivação No Processo Ensino Aprendizagem. Onde foi possívelentender um pouco sobre o processo de aprendizagem, como isso ocorre e suas complexidades. Assim, foi possível apresentar os efeitos que a motivação tem dentro deste processo de ensino e aprendizagem, motivação esta que deve partir desde a família sendo ampliada até a escola e não se limitando apenas a pais e professores, mas sobre tudo a todo aquele que está de forma direta ou indireta envolvido neste processo educacional. Constata-se que ainda há um pouco de despreparo por parte de educadores, pais e demais componentes deste processo no que tange a questão motivação. Muitos não sabem ainda como lidar com tal processo, às vezes por desconhecer o que é certo e o que não é e, às vezes por falta de interesse mesmo. As famílias, na sua grande maioria não dispõem de uma estrutura onde suas crianças possam sentir-se motivadas, sendo que na maioria das situações, sequer os pais conseguem acompanhar as tarefas estudantis dos filhos, uma vez que precisam trabalhar para manterem suas famílias. Porém ficou claro de que a motivação é extremamente importante neste processo de ensino e aprendizagem, englobando escola, família e sociedade, já que é possível haver um estimulo no desenvolvimento das relações interpessoais destes indivíduos quando esse tripé (escola, família e sociedade) caminha de forma harmoniosa. É necessário que aconteça um envolvimento maior da equipe escolar, onde seja direcionado um olhar em torno do aluno e das circunstâncias de produção do conhecimento, ajudando o mesmo a superar os obstáculos que se interpõem ao pleno domínio das ferramentas necessárias à leitura de mundo. 40 9 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOCK, Ana M. Bahia (org). Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999. BORUCHOVITCH, Evely, BZUNECK, José A. A Motivação do Aluno. 2ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2001. BRUNER, J. S. Uma nova teoria da aprendizagem. Rio de Janeiro: Bloch, 1969. CANDELORO, Raúl. Gigantes da Motivação. Ed. Landiscape, São Paulo, 2007. COLL, C.; et al. O construtivismo na sala de aula. 6. ed. São Paulo: Ática, 1999. DORIN, Lannoy. Psicologia geral .Guarulhos/São Paulo: Editora do Brasil S.A,1976. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Aurélio século XXI. 3.ed. RIO DE JANEIRO: Nova Fronteira, 1999. 2128p. FREIRE, Paulo. 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