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O Renascimento do Comércio e a influência das cidades

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As cidade na Idade Média
O Renascimento do Comércio
Perry Anderson
O modo de produção feudal derivou de um “colapso ‘catastrófico’ e convergente de dois modos de produção distintos e anteriores, e foi a recombinação dos seus elementos desintegrados que verdadeiramente libertou a síntese feudal, a qual, por isso, conservou sempre um caráter híbrido” (17). 
Modo de produção esclavagista em decomposição
Modo de produção dos germânicos após as invasões bárbaras
Henri Pirenne
“Foi preciso a súbita irrupção do Islão, na história, durante o século VII, em sua conquista das costas orientais, meridionais e ocidentais do grande lago europeu, para colocá-lo em uma situação completamente nova, cujas consequências deveriam influir em todo o curso ulterior da história” (Pirenne, p. 8)
A estabilização da Europa, século X
Final do século IX ponto em que a curva econômica pós invasão atingiu seu ponto mais baixo e a pilhagem e a desordem social atingiram o auge;
Século X  restauração e paz;
Estabilidade no Norte, com fim do avanço escandinavo;
Retenção dos eslavos no Elba (Alemanha) e dos húngaros, no Danúbio (Hungria);
Estabelecimento e consolidação da monarquia na França e na Alemanha;
Estabilidade dos territórios e fim de intrigas palacianas e anexações de pequenos feudos;
Séculos X-XI
Século X novo impulso para o crescimento demográfico que se consolida no século XI;
Preocupação com melhorias para a população;
Recrudescer de diversas atividades religiosas e mundanas;
Renascimento do espírito militar de caráter ofensivo e não mais defensivo
Cruzadas;
Expulsão do muçulmanos da Itália e da Espanha;
Retomada do sul da Itália (Sicília);
Reconquista de Toledo e Valência no século XI;
Séculos X-XI
O aumento da natalidade é acompanhado pela oferta de mão-de-obra e da expansão de obras de drenagem, arroteamento e derrubada de bosques, construções de diques e pontes;
Pressão demográfica faz surgir homens livres, fugitivos dos feudos em busca de trabalho  mercenários, trabalhadores manuais, e colonos de terras antes improdutivas;
A superfície cultivada aumentou a partir da própria expansão da população interna; 
“A Europa colonizou-se a si própria, graças ao aumento de seus habitantes” (73). 
As terras desocupadas foram sendo tomadas e arroteadas, à medida que população aumentava
Ressurgimento do comércio
Dois centros econômicos foram responsáveis pelo renascimento agrícola e comercial iniciado com o aumento da população e da superfície cultivada:
Veneza e a Itália Sul;
Flandres  Norte.
Retomada do comércio foi o resultado de uma excitação exterior:
“Da mesma maneira que o comércio ocidental desaparecera aquando do encerramento das suas saídas para o exterior, assim se reanimou quando essas saídas se reabriram” (74). 
As duas cidades eram os dois principais portos de comércio com o estrangeiro e de onde as mercadorias penetravam, por terra, por toda a Europa Ocidental;
Veneza e Constantinopla
Cidade comercial por excelência, desde a colonização da cidade, no século V, dependia da compra de alimentos fora de seus domínios;
Manteve relativa independência dos povos bárbaros europeus, lombardos, francos e germanos;
Manteve-se sob tutela do Império Bizantino, ligada a Constantinopla, a maior capital política e comercial da cristandade;
Constantinopla  centro produtor, administrativo e comercial do Oriente;
Aproximadamente 1 milhão de habitantes;
Marinha de guerra que combateu e barrou os muçulmanos no oriente
Veneza e Constantinopla
Veneza absorveu os elementos positivos de Constantinopla: o comércio avançado, as técnicas de contabilidade, organização e tributação equilibradas ao comércio;
Passa a abastecer Constantinopla a partir do século VIII: trigos, vinhos, madeiras, sal e escravos;
Importa tecidos e especiarias vindas da Ásia, que reexporta para a Europa;
Assina tratados comerciais com o Oriente e com os muçulmanos: 
“Com a extensão do comércio, o amor do ganho manifesta-se de um modo irresistível. Para os venezianos nenhum escrúpulo existe em face do lucro” (77).
Veneza e as cidades italianas
Veneza amplia as relações comerciais com as cidades italianas do entorno, porém limitado por outras cidades comerciais no sul da península, sobretudo Amalfi;
Estabelecia direitos de comércio com outras cidades;
Monopólio do transporte de mercadorias;
Retomada do comércio no norte da Itália (Lombardia);
Surgimento de manufaturas têxteis no Norte da Itália
Gênova e Pisa , iniciam um comércio com o Oriente Cristão, a partir do século XI 
Gênova e Pisa abrem ofensiva para expulsar os muçulmanos da região do Adriático. 
O espírito religioso dessas duas cidades organiza a Primeira Cruzada (1096);
Veneza e as cidades italianas
Libertação do Mediterrâneo e ampliação de entrepostos cristãos em portos africanos e árabes;
“Após a Primeira Cruzada, o Mediterrâneo inteiro abre-se, ou, melhor, reabre-se, à navegação ocidental. Como na época romana, o intercâmbio restabelece-se de um extremo ao outro deste mar essencialmente europeu” (80). 
Crescimento da importância do comércio genovês e pisano levou Veneza a declarar guerra a estas cidades portuárias;
“O mediterrâneo não reencontrará já essa paz romana que o Império dos Césares outrora lhe impusera” (81)
Expansão do comércio marítimo (Século XII)
Reativam-se os portos de Marselha (França) e Barcelona (Espanha);
Desenvolvimento destacado Lombardia (centro-norte);
Expande-se pelos Alpes, atingindo Alemanha, Danúbio e França e chegando até Flandres;
“O comércio provoca a indústria [...] todas as antigas cidades, todos os antigos municípios romanos, retomam uma nova vida e muito mais exuberante que os animava na Antiguidade” (82). 
17
Flandres
Região cortada por rios vindos de diversas regiões da Europa, Alemanha, França, Suíça, Suécia
Comércio com Inglaterra e países escandinavos;
Fácil acesso e comunicação tornou sua defesa difícil e foi invadida pelos normandos no século X;
Restabeleceram o contato comercial com o Oriente através das rotas de caravanas de Kiev e Novgorod, na Rússia e na Suécia, respectivamente; 
Flandres
O principal elemento que contribuiu para prosperidade de Flandres foi a existência de uma Indústria própria, de tecidos de lã fina que resolvia os problemas de frete com o Oriente;
O comércio de tecidos, desde os finais do Império Romano, não cessou, mesmo durante a Alta Idade Média;
O renascimento do comércio europeu reanimou essa atividade produtiva
O comércio se estendeu à França, Inglaterra; 
Entretanto, o interior de França e Alemanha ainda permanecem pouco tocadas pelo comércio terrestre
Século XII – Restabelecimento do comércio
A partir do século XII, o comércio se estabelece de forma intensa em toda a Europa Ocidental;
Surge, ao lado do comércio marítimo, o comércio terrestre; 
“Foi no século XII que esta penetração, progredindo gradualmente, transforma, em definitivo, a Europa Ocidental. Libertou-a do tradicional imobilismo a que a condenava uma organização social que unicamente dependia das ligações do homem com a terra” (87). 
A indústria e comércio penetram na agricultura  matérias-primas para a indústria e o comércio;
Fim da autossuficiência dos feudos;
“Entre as cidades e o campo estabeleceu-se uma recíproca troca de serviços. Uma solidariedade, cada vez mais estreita, liga-as, provendo o campo, o abastecimento das cidades e, fornecendo-lhes, a cidades, em contrapartida, produtos comerciais e objetos fabricados
Inicia-se o ressurgimento das antigas cidades romanas, restabelecendo-se a mesma relação entre campo e cidade prevalecente na Antiguidade: os campos produzem os meios de sustento de uma população crescentemente urbana: “de novo, como na Antiguidade, o campo se orienta para as cidades” (88);
Século XII – Restabelecimento do comércio
Uma cidade a cada cinco léguas;
Espalha-se a concepção de trabalho livre;
“Vivificada, transformada e lançada numa senda de progresso, a nova Europa parece-se mais com a antiga Europa do que com a Europa
Carolíngia” (89);
Cidades na Idade Média:
Região de cidades;
“Se na organização política o papel das cidades foi maior na Antiguidade do que na Idade Média, em contrapartida, a sua influência econômica ultrapassou em muito, na Idade Média, o que acontecera na Antiguidade” (89);
“As grandes cidades comerciais foram relativamente raras nas províncias ocidentais do Império Romano” (89);
Século XII – Restabelecimento do comércio
“Expansão comercial que começou pelos dois pontos graças aos quais a Europa se encontrava em contato através de Veneza e de Flandres com o mundo oriental espalhou-se como uma epidemia benfazeja por todo o continente” (90)
As cidades da Idade Média
Influência das cidades na civilização europeia
Cidades e seus habitantes
Renascimento das cidades assinala “uma nova era na história interna da Europa Ocidental” (168);
Surge uma nova classe ativa  Clero, nobreza + burguesia;
Participa de uma “ordem privilegiada”, “classe jurídica distinta”, isolando-a dos camponeses;
Burguesia é uma classe livre (sem obrigações com os senhores e o clero);
“A esta burguesia tão exclusivista estava reservada a missão de espalhar à sua volta a liberdade e de se tornar, sem o ter querido, o motivo da gradual libertação das classes rurais” (168)
Essa forma social, na qual a burguesia aparece ao lado do clero e da nobreza e acima do povo, se manterá até Revolução Francesa (1789), e passará, apenas, por “diversas combinações da sua estrutura” (168);
A origem das Cidades
PIRENNE, Henri. As cidades na Idade Média. Lisboa: Publicações Europa América, 1978;
FOURQUIN, Guy. História econômica do ocidente medieval. Lisboa: Edições 70, 2000;
ANTONETTI, Guy. A economia medieval. São Paulo: Atlas, 1977. 
Origem das cidades
Burgos  lugares de hibernada para os mercadores (errantes)  reforço das fortalezas  burgos se tornam cidades, “cidades novas”(Pirenne);
Crescimento demográfico - mobilidade rural  fixação nas “cidades novas”  ofícios urbanos ou alguma forma de comércio 
Norte europeu e Itália  cidade sempre foi um centro de comércio e de moradia de senhores rurais  uma única elite rural-mercantil
Corporações (locais) e Guildas (regionais) e Hansas (exterior)
União de artesãos, artífices;
proteção para suas caravanas;
Evitar concorrentes estrangeiros;
Estabelecer monopólios de produção e de comércio com o campo;
Obter cartas de franquia ou formação de comunas (liberdade sobre o território, de qualquer intervenção dos senhores ou da igreja)  fugir da tributação e das justiça feudal;
Artesanato e corporações de ofício
O artesanato e as manufaturas migram para as cidades;
Especialização produtiva no campo;
Organização;
Gilda, oficina  regulada por uma conjunto de mestres  fundo de ajuda mútua, socorro, defesa
Mestre (proprietário da oficina e das ferramentas);
Trabalhadores qualificados;
Aprendizes;
Regulamentação garantia lucro ao mestre, mas preços tabelados para o conjunto dos consumidores; 
Ofícios essenciais  padeiros, açougueiros, etc;
Outros ofícios  pedreiros, sapateiros, tamaqueiros, ferreiros, tanoeiro, carpinteiros  existentes em todas as cidades;
Ofícios a atacado, ou para comércio de longa distância (têxteis elaborados)
Compra e venda era feita de forma pública (mercados), não era permitido fraude ou especulação com estoques
Qualidade controlada e padronizada;
Produção de lã  reunia diversos ofícios  tosadores, pisoeiros, penteadores, cardadores, fiadeiros, tintureiro, pisoeiros, tecelão, etc.  organizado pelos grandes mercadores 
Cidades  local de conflitos
A cidade é um agrupamento de mercadores;
Os artesãos e mestres de ofícios têm uma posição subordinada;
A cidade livre é controlada pelos grandes mercadores;
A produção manufatureira é controlada dentro das trocas cidades-campo específica
Quando os interesses dos mercadores (grande comércio) se choca com a produção regulamentada dos artesãos, a saída é uma indústria rural no campo; 
Cidades
A formação dos núcleos urbanos (burguesia) abalou a estrutura econômica dos campos;
Fim da autossuficiência dos campos  especialização produtiva dirigida ao comércio
Com a possibilidade do comércio com as cidades, surge a exigência de excedentes agrícolas para este comércio 
O produtor procura ampliar a produção para vender nas cidades;
Os senhores, por sua vez, passam a exigir o cultivo de áreas até então incultas: bosques, matagais, pântanos;
Cidades
A trabalho de arroteamento é feitos pelos novos braços decorrentes do aumento populacional;
Início dos trabalhos e da produção em terras incultas desde o Império Romano;
Ordens religiosas espalhadas por diversas regiões, passam a especializar a produção; 
A especialização da produção se expande: Flandres e Inglaterra: gado lanífero;
Fundação de “cidades novas” livres (de foros e obrigações em natura e em espécie) para atrair cultivadores  mediante pagamento anual;
Novo camponês dotado de liberdade  “E esta liberdade, cuja causa foi a agitação econômica comunicada pelas cidades à orgânica dos campos, é ela própria copiada das cidades” (171);
Liberdade 
Mesmo as cidades antigas, deixam “prescrever”, os antigos direitos feudais, pondo fim à servidão;
“Esta liberdade, fazendo novos progressos, não tarda a insinuar-se até nos velhos domínios, cuja constituição arcaica já não pode manter-se no meio de uma sociedade renovada” (171);
Dessa forma, o fim da necessidade de autossuficiência do feudos é acompanhada pela libertação do camponês, pois agora o comércio fornece os gêneros necessários;
O desaparecimento do antigo sistema senhorial se dá a partir da progressiva libertação do camponês das terras, sua crescente mobilidade em direção às cidades;
Novas formas de riqueza
Capital mobiliário, móvel, em contraposição ao capital imobiliário, a riqueza da terra;
A riqueza da terra era a garantia da liberdade e da posição social de seus proprietários: os senhores e o clero;
A riqueza da burguesia não está assentada na propriedade da terra, mas sim no comércio;
O dinheiro deixou de ser algo entesourado, como nas mãos da Igreja, e passou a ser um elemento cada vez mais necessário para medir a riqueza: 
“O comércio libertou este dinheiro cativo e reconduziu-o ao seu destino. Graças a ele, tornou-se o instrumento das trocas e a medida dos valores, e, visto que as cidades eram os centros de comércio, necessariamente aflui para eles” (174). 
Substituição dos pagamentos em gênero para os de espécie;
Novas formas de riqueza
Nova noção de riqueza: mercantil, baseada em dinheiro amoedado e mercadorias;
“No decorrer do século XI, verdadeiros capitalistas existiam já em grande número de cidades” (174);
Ainda assim, a forma de manutenção e consolidação da riqueza continuou sendo a propriedade imobiliária e os empréstimos a juros;
Houve um encarecimento do custo de vida, devido a monetização da economia, pois boa parte dos tributos recebidos dos camponeses era in natura ou in especie fixa, de forma que era difícil para o senhor ampliar o excedente que extraía do camponês;
Surgimento dos “banqueiros”, dos prestamistas: primeiro em Flandres, depois na Itália;
Endividamento dos senhores feudais
Reymerswale (cerca de 1490/1495–1546?) O banqueiro e sua mulher (1539)
Alterações na Vida política
Quebra do equilíbrio de poder entre Senhores e o Clero; 
Relações feudais eram baseadas em obrigações de serviço e hierarquia, o elemento financeiro não existia;
Cada mosteiro e senhor feudal, embora devesse obediência a seus superiores, estas nunca se manifestaram em obrigações financeiras. 
Com o surgimento da riqueza mobiliária surge o bailio (cobrar impostos, convocar a nobreza para a guerra, fiscalizar domínios do senhor feudal);
Igreja e senhores feudais buscam aumentar sua arrecadação de tributos
Consequência das cidades
Afirmação da importância econômica e política; 
Formação de exércitos particulares, milícias urbanas;
Tendência para tornarem-se repúblicas municipais (Gênova, Veneza);
No geral, obtiveram liberdade em seus
domínios, mas submetidas ao governo territorial ou monárquico;
Estados dependiam financeiramente dos burgueses;
Incorporação dos burgueses nos conselhos de Estado;
Textos da primeira Prova
Edward Carr. O que é História? 
Moses I. Finley. Os Antigos e sua economia. 
Perry Anderson. Modo de produção escravista
Perry Anderson. Modo de produção feudal
Henri Pirenne. Introdução à História econômica e social da idade média
Henri Pirenne. O Renascimento do Comércio. In: As cidades da Idade Média. (cap. IV)
Henri Pirenne. A Influência das cidades na civilização europeia. In:As cidades da Idade Média. (cap. VIII)
Os mercadores
As cidades da Idade Média 
Henri Pirenne
A formação das cidades e a burguesia
“O comércio e a indústria fizeram [das cidades medievais] o que elas foram” (104). 
Correlação entre a expansão do comércio e o movimento urbano. 
Itália e Países Baixos  coincidência na geografia das cidades e das vias comerciais, marítimas e terrestres;
Exposição de Pirenne fica centrada nos Países Baixos
As cidades e os mercadores
Os mercadores, com necessidade de lugar-fixo, para proteção, organização, repouso, etc, buscaram as antigas cidades romanas, ou burgos [fortificações, fortalezas, que protegem o conjunto dos habitantes dos feudos] e lá foram residir temporariamente;
Busca de “pontos cuja situação facilitava as comunicações e onde podiam ao mesmo tempo por em segurança os seus bens” (106);
As feiras (organizações temporárias que reuniam os diversos mercadores) não deram origem à cidades, pois não funcionavam de forma permanente;
“A situação geográfica junta à presença de uma cidade ou de um burgo fortificado surge como a condição essencial e necessária de uma instituição de mercadores” (109);
O povoamento dessas regiões implicou a construção das residências e dos locais comuns ao lado dos burgos e das cidades fortificadas existentes  com o tempo, a organização do espaço é refeita para anexar o centro comercial e o local dos mercadores;
Os Burgos eram unicamente fortalezam, não possuíam um espaço urbano. A construção era no exterior do Burgo, no subúrbio (faubourg  francês);
As cidades e os mercadores
As cidades de mercadores tiveram seu dinamismo atrelado ao renascimento comercial, recebendo população e ampliando seus limites e infraestrutura urbana  construção de novas igrejas, praças, etc;
Estas cidades tinham preocupação com segurança, envolvendo muralhas e exércitos armados;
Os moradores destas novas cidades, destes novos burgos, são chamados de burgueses.  “são os habitantes do novo burgo, do burgo de mercadores, que receberam, ou, mais provavelmente, que deram a si próprios, a designação de burgueses” (119). 
Os habitantes do burgo
Comerciantes de “longo curso”, de grande distância, aqueles que refizeram a ligação entre Ocidente e Oriente;
Cidade recrutava, também  “pessoas empregadas no desembarque e transporte das mercadorias, no aparelhamento e equipamento dos barcos, na confecção de carros, de vasilhas, de caixas”;
Pessoas, sobretudo do campo, em busca de uma profissão;
Atração das indústrias rurais para as cidades, sob o comando ou impulso dos mercadores;
Atração de pobres, para trabalhar nas indústrias, como assalariados (jornaleiros);
“O resultado [do surgimento das cidades] foi uma divisão de trabalho muito nítida entre as cidades e os campos. Estes entregaram-se exclusivamente à agricultura, as cidades à indústria e ao comércio, e este estado de coisas durou tanto tempo como a sociedade medieval” (123);
Fundação de “cidades novas” livres (de foros e obrigações em natura e em espécie) para atrair cultivadores  mediante pagamento anual;
As cidades, os mercadores e os senhores feudais
A propriedade do solo ainda pertencia aos senhores, laicos ou eclesiásticos;
O Burgo poderia pertencer a várias jurisdições diferentes (uma jurisdição para dívidas, outra para crimes, outra para uso da terra, casamento, etc);
As terras ainda estavam atreladas a obrigações feudais, taxas e formalidades que dificultavam a compra e a venda da terra;
Os mercadores eram homens livres, mas seus empregados, os habitantes que fugiam para as cidades, estavam sob o domínio de um senhor;
Contradição entre a situação social e jurídica. 
Mercadores mais modestos casavam com servas, e seus filhos eram servos e não, livres. 
A expansão comercial e a decadência da nobreza  burguesia adquire títulos e cartas que lhes concede a ocupação e a liberdade nas cidades;
as cidades eclesiásticas mantêm a posse e a jurisdição sobre a terra  cobrança de impostos e taxas sobre a terra e o censo.

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