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Coletânea de TextosColetânea de Textos
Kilton da Silva Calvet
Vladimir Bezerra de Oliveira
Willian Mano Araújo
 11 
 ENSAIOS PEDAGÓGICOS 
Revista Eletrônica do Curso de Pedagogia das Faculdades OPET 
ISSN 2175-1773 – Junho de 2015
AS REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTA EM EaD: UM ESTUDO SOBRE A 
UTILIZAÇÃO DO FACEBOOK 
Cíntia Cargnin Cavalheiro Ribas1 
RESUMO 
Nas últimas décadas a utilização da internet como meio de comunicação mundial aumentou 
significativamente, com isto, novas práticas mediadoras ao processo de ensino-aprendizagem 
passam a ser discutidas. Neste contexto, o presente estudo tem como principal objetivo 
analisar a utilização do Facebook como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem em 
EaD, demonstrando os resultados pedagógicos obtidos a partir de tal recurso. Para isso, 
elencaram-se procedimentos, iniciando-se com o levantamento bibliográfico e documental e a 
análise de uma situação real de utilização do Facebook como um canal de comunicação entre 
alunos e instituição de ensino. O método de pesquisa utilizou-se num primeiro momento a 
pesquisa quantitativa, realizando uma análise subjetiva posteriormente, o que permitiu perceber 
que a rede social – Facebook foi utilizada pelos alunos da EaD como uma extensão da sala de 
aula, um “ponto de encontro” diário, que permitia a interação e a interatividade das 
informações, consequentemente, um ambiente propício ao processo de ensino-aprendizagem. 
Palavras-chave: Redes Sociais. Educação a Distância. Ensino-aprendizagem 
ABSTRACT 
In last decades the use of the Internet as a world communication media has increased 
significantly, so, new practices mediating the teaching-learning process are being discussed. In 
this context, the present study aims to analyze the use of Facebook as a tool in the teaching-
learning process in distance education, showing the educational results obtained from such 
resource. To that end, procedures was listed, beginning with the bibliographic and documentary 
research and the analysis of a real situation of use of Facebook as a channel of communication 
between students and educational institution. The research method used at first, the quantitative 
research, making a subjective analysis later, allowing to realize that the social network 
Facebook was used by the students of distance education as an extension of the classroom as 
a daily "meeting point", allowing interaction and interactivity of information, therefore, an 
appropriate environment to teaching and learning process. 
 Keywords: Social Networks. Distance Education. Teaching-learning 
1 INTRODUÇÃO 
As redes sociais têm sido um dos meios de comunicação mais utilizados na 
atualidade, permitindo a integração e troca de informações e geração de conhecimento 
entre diferentes públicos, a partir da criação de grupos ou simples postagens em perfis. 
1 Mestre em Desenvolvimento de Tecnologias, Especialista em EaD, Coordenadora do Curso de 
Pedagogia das Faculdades OPET e professora da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba. 
 
 12 
 ENSAIOS PEDAGÓGICOS 
Revista Eletrônica do Curso de Pedagogia das Faculdades OPET 
ISSN 2175-1773 – Junho de 2015 
Não obstante, a Educação a Distância (EaD) pauta-se no processo de ensino-
aprendizagem sem “barreiras”, quer seja física, quer seja temporal. Com a EaD é 
possível a difusão do conhecimento através de ferramentas como as ambientes virtuais 
de aprendizagem (AVAs), vídeoconferências, vídeos-aula, etc. Neste contexto, as 
redes sociais podem ser utilizadas como ferramenta complementar ao processo de 
ensino-aprendizagem, tornando-se um ambiente propício às relações entre discente-
discente, discente-docente, discente-docente-discente, onde os envolvidos podem 
realizar discussões, compartilhar informações e orientações e manter um contato 
menos formal do que o AVA, consequentemente, estreitando as relações entre alunos 
e instituição. 
Assim, o presente estudo tem como principal objetivo analisar a utilização do 
Facebook como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem em EaD, 
demonstrando os resultados pedagógicos obtidos a partir de tal recurso. Para obtenção 
do objetivo geral, elencaram-se estratégias, iniciando-se com o levantamento 
bibliográfico e documental e a análise de um caso real de utilização do Facebook como 
um canal de comunicação entre alunos e instituição. 
2 A GERAÇÃO DO CONHECIMENTO UTILIZANDO-SE DAS REDES SOCIAIS 
Pode-se dizer que a habilidade de comunicação foi desenvolvida há cerca de 
5.000 anos devido à necessidade das sociedades primitivas de trocarem informações e 
relacionarem-se entre si. Segundo estudiosos sobre o assunto, em primeiro lugar a 
humanidade desenvolveu a fala, que passou das formas mais primitivas de grunhidos 
até a consecução da linguagem atual. Em segundo lugar, os seres humanos sentiram a 
necessidade de deixar registrada uma forma mais permanente do que acontecia nas 
suas comunidades e, por isso, criaram signos primitivos, o que mais tarde veio a tornar-
se a escrita (ROBBINS, 2002). 
A comunicação pode ser definida como um processo de partilha de significados 
por mensagens simbólicas, que acontece quando duas pessoas ou mais têm um 
mesmo interesse ou um ponto comum, precisando envolver a transferência e a 
compreensão de mensagem. 
Os canais de comunicação são inúmeros, porém, nas últimas décadas a 
utilização da internet como meio de comunicação mundial aumentou significativamente, 
com isto, novas práticas mediadoras ao processo de ensino-aprendizagem passam a 
ser discutidas (LITTO; FORMIGA, 2009). 
Percebe-se, então, que cada vez mais os ambientes acadêmicos devem 
preparar para a vida, isto é, fazer associação de seus conteúdos específicos com a 
realidade é fundamental, objetivar a teoria da “não extensão do conhecimento” – 
conforme diz Paulo Freire. Os professores devem estar prontos para serem desafiados, 
para fazer os discentes pensarem, e – principalmente – refletir criticamente sobre os 
diferentes aspectos estudados. Nesta linha, é possível citar-se as palavras de Paulo 
Freire, em seu livro Pedagogia da Autonomia quando menciona que: 
 13 
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Revista Eletrônica do Curso de Pedagogia das Faculdades OPET 
ISSN 2175-1773 – Junho de 2015
O fundamental é que professor e alunos saibam que a postura deles, do 
professor e dos alunos, é dialógica, aberta, curiosa, indagadora e não 
apassivada, enquanto fala ou enquanto ouve. O que importa é que professor e 
alunos se assumam epistemologicamente curiosos. (FREIRE, p.86, 1996) 
As redes sociais – neste enfoque – passam a ser observadas como mais um 
desafio ao docente nesta busca pela autonomia dos discentes a partir de uma postura 
dialógica que permite a expressão real dos sentimentos, anseios e percepções dos 
alunos. Torna-se – também – um canal de comunicação aberta, proporcionando a 
interatividade e integração, consequentemente, um canal motivacional para os 
envolvidos no processo. 
2.1 AS FUNÇÕES DA COMUNICAÇÃO E AS REDES SOCIAIS 
Segundo Robbins (2002), a comunicação, apresenta quatro funções básicas 
num grupo ou numa organização: controle, motivação, expressão emocional e 
informação, que podem ser observadas em sua totalidade na utilização das redes 
sociais. 
O controle recebe a ação da comunicação de diversas maneiras, como ocorrem 
nas organizações, que possuem regras a serem seguidas por seus componentes e 
também na informalidade como, por exemplo, num trabalho em grupo um dos 
integrantes não está atuando de acordo com as regras do mesmo e é advertido a 
segui-las. No caso da motivação, a comunicação facilita o processo, pois esclarece os 
objetivos, metas e avaliaçãode desempenho, indicando pontos onde o indivíduo deve 
melhorar. Ou seja, uma rede social bem utilizada acabará contagiando positivamente 
os componentes do grupo, facilitando o processo de comunicação e abrindo novos 
caminhos motivacionais para os envolvidos no processo, em conseqüência, efetivando 
o processo de ensino-aprendizagem.
Por favorecer o atendimento das necessidades sociais, é por meio da 
comunicação que os indivíduos expressam seus sentimentos de forma verbal ou não-
verbal. A comunicação proporciona a transmissão de informações que o grupo precisa 
para gerar conhecimentos, facilitando o processo de forma que os componentes do 
grupo percebam e avaliem alternativas. 
Entende-se que as redes sociais permitem a comunicação horizontal, isto é, sem 
hierarquias, fazendo com que as expressões e informações sejam compartilhadas 
livremente entre os alunos e professores, o que demonstra facilmente contextos mais 
próximos da realidade da relação aluno-instituição, aluno-aluno e professor-aluno. 
Estes vínculos desenvolvem a socialização e a afetividade, a integração e interação, 
bem como a formação de conhecimento individuais e coletivos. 
3 APRESENTAÇÃO DOS DADOS 
Inicialmente a pesquisa manteve seu foco na análise exploratória de dados e 
informações, consolidada pela fundamentação teórica e pesquisa documental. Tal 
 
 14 
 ENSAIOS PEDAGÓGICOS 
Revista Eletrônica do Curso de Pedagogia das Faculdades OPET 
ISSN 2175-1773 – Junho de 2015 
procedimento permitiu a formação do conhecimento necessário para a composição do 
embasamento teórico. 
Na seqüência, as demonstrações quantitativas permitiram colocar em prática a 
possibilidade de análise de dados e informações levantadas nas fases da pesquisa, 
permitindo observações sobre os construtos e variáveis aplicadas no protocolo de 
análise. Para representar a análise quantitativa, ilustraram-se os dados obtidos na 
pesquisa através de gráficos e tabelas. 
As ilustrações feitas a partir de dados ou informações qualitativas ressaltaram 
um complemento da pesquisa, principalmente quando se analisou resultados sob o 
ponto de vista da subjetividade (SILVA; MENEZES, 2001). Para melhor exemplificar a 
análise qualitativa, a pesquisa se fundamentou análises comparativas das variáveis 
pertencentes ao estudo, estabelecidas nos objetivos desta. 
Atentando-se ao objeto de pesquisa deste estudo, acompanhou-se durante 
quatro meses um grupo de alunos da mesma turma, ingressantes do curso Licenciatura 
em Pedagogia – Modalidade EaD de uma Instituição de Ensino Superior da Rede 
Privada de Ensino. Observou-se as interações dos alunos no Ambiente Virtual de 
Aprendizagem e num grupo criado no Facebook para comunicação entre os alunos, 
professores e coordenação de curso. 
Observou-se que o grupo se utilizou da rede social – ferramenta não formal – 
para trocar informações, fomentar discussões e lembrar um aos outros dos prazos para 
postagens de atividades, avaliações de aprendizagem e processos institucionais. Os 
professores e coordenação do curso participaram ativamente das interações, podendo 
realizar suas colocações e estreitar a relação com os alunos. 
Findado o semestre, a pesquisa direcionou-se para as informações 
quantitativas, ou seja, a análise do aproveitamento da turma que participou do grupo do 
Facebook e de mais duas turmas de ingressantes, sendo uma delas do mesmo Polo 
(Curitiba-PR) e outra de um Polo na cidade de Lauro de Freitas-BA. 
Para descrição dos dados coletados, utilizar-se-á a identificação descrita na 
tabela 1. 
TABELA 1: IDENTIFICAÇÃO DAS TURMAS DO ESTUDO 
TURMA IDENTIFICAÇÃO 
Turma que utilizou o Facebook para interação – Polo 
Curitiba-PR A 
Turma do Polo de Curitiba-PR B 
Turma do Polo de Lauro de Freitas-BA C 
Fonte: O Autor, 2013. 
 
 
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3.1 DADOS COLETADOS 
Realizou-se o levantamento das notas de todos os alunos matriculados em cada 
uma das turmas, sendo verificada a nota obtida nas atividades do Ambiente Virtual de 
Aprendizagem – AVA e as obtidas nas avaliações de aprendizagem presenciais. A 
tabela 2 indica o número de matriculados por turma, que totaliza no geral 113 alunos. 
TABELA 2: NÚMERO DE ALUNOS POR TURMA 
TURMA MATRICULADOS 
A 40 alunos 
B 42 alunos 
C 31 alunos 
Fonte: Instituição de Ensino Superior da Rede Privada de Ensino, 2012. 
 
Calculou-se a média das notas obtidas pelos alunos da turma, obtendo-se a 
média por turma e por avaliação, que estão descritas na tabela 3. 
TABELA 3: MÉDIA DAS NOTAS POR TURMA 
TURMA NOTA AVA NOTA PROVA 
A 3,4 3,74 
B 2,7 3,55 
C 2,7 2,17 
Fonte: O Autor, 2013. 
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
Conforme descrito anteriormente, após o levantamento quantitativo de 
informações, realizou-se a análise subjetiva dos dados, isto é, uma visualização 
qualitativa da pesquisa. 
4.1 A CONSTRUÇÃO DAS RELAÇÕES 
Nas observações realizadas, foi possível perceber que a rede social – Facebook 
foi utilizada pelos alunos como uma extensão da sala de aula, um “ponto de encontro” 
diário, que permitia a interação e a interatividade das informações, que – conforme Litto 
e Formiga (2009) é obtida a partir de problematizações discutidas num grupo e das 
reflexões encontradas para a solução de um problema, quer seja individual, quer seja 
coletivo. Percebeu-se – também – o estreitamento da relação entre os discentes e 
docentes do curso, bem com a coordenação, visto que, tratava-se de um ambiente 
informal de comunicação. 
 
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 ENSAIOS PEDAGÓGICOS 
Revista Eletrônica do Curso de Pedagogia das Faculdades OPET 
ISSN 2175-1773 – Junho de 2015 
Destaca-se ainda que os alunos e professores utilizavam o espaço não somente 
para tratar de assuntos relacionados às disciplinas ou organização do curso, mas – 
também – para marcar encontros, trocar referências de obras, estimular os colegas a 
permanecerem no curso, enfim, para relacionar-se diariamente e em vários momentos 
do dia. Este canal foi aproveitado pela coordenação do curso para acompanhar a 
satisfação dos alunos para com o curso e a instituição, já que pela informalidade da 
ferramenta, os discentes se expressavam livremente sobre qualquer assunto, 
permitindo feedbacks mais rápidos por parte da instituição. 
4.2 O DESEMPENHO ACADÊMICO 
Para Vygotsky (1991), o processo de socialização contribui efetivamente para o 
desenvolvimento social, emocional e cognitivo do indivíduo. O estudo realizado 
demonstra que tal aspecto impacta diretamente no processo de ensino-aprendizagem 
em EaD. 
Observado o desempenho acadêmico dos alunos demonstrado na Tabela 3 
deste estudo, é possível verificar que os alunos envolvidos no grupo do Facebook 
tiveram a maior média entre as três turmas, o que demonstra que a utilização de tal 
rede social como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem em EaD pode ser 
muito eficaz, visto que, o compartilhamento de informações, troca de experiências, 
conhecimentos, o estímulo mútuo dos alunos faz com que os prazos sejam cumpridos 
e as atividades realizadas de forma mais prazerosa e segura. 
Complementando a análise comparativa, os gráficos 1 e 2 demonstram a 
comparação entre as médias obtidas pelas turmas no AmbienteVirtual de 
Aprendizagem e na Avaliação de Aprendizagem (Prova Presencial e sem consulta), 
permitindo uma melhor visualização dos resultados. 
GRÁFICO 1: MÉDIA AVA 
 
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
A B C
Média AVA
 
GRÁFICO 1: MÉDIA PROVA 
 
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0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
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A B C
Média PROVA
 
Com os dados analisados, foi possível verificar que a média do AVA obtida pela 
turma A foi 20,59% maior do que as médias obtidas pelas turmas B e C; a média da 
prova da turma A foi 5,1% maior em relação a da turma B e 41,98% maior em relação à 
turma C. Considerando-se a média geral – soma das médias do AVA e da prova – o 
desempenho da turma A em relação à turma B foi 12,46% maior e em relação à turma 
C, 31,79%, caracterizando a efetividade da utilização da rede social como uma 
ferramenta no processo de ensino-aprendizagem. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A comunicação é fundamental para os seres humanos e faz parte do processo 
de afetividade e interação entre diferentes pessoas e/ou grupos. As redes sociais 
demonstram em sua totalidade as funções da comunicação e sua contribuição no 
processo de ensino-aprendizagem. 
Com as pesquisas e estudos realizados, comprovou-se que as relações geradas 
a partir das redes sociais impactam diretamente no desempenho acadêmico dos alunos 
de EaD, isto é, contribuem positivamente como ferramenta no processo de geração do 
conhecimento. 
Compete, então, aos professores e instituições aceitarem os desafios da 
utilização das redes sociais e torná-las um espaço de extensão da sala de aula, afinal, 
um canal de comunicação informal permite aos alunos e professores maior liberdade 
de expressão, proporcionando um espaço reflexivo e sem barreiras temporais ou 
físicas, principal benefício da educação a distância: uma educação sem fronteiras. 
Destaca-se que este estudo não se finda nestas considerações, visto que, ainda 
há muitas perspectivas de pesquisa em relação ao tema proposto e sua relação com o 
processo comunicacional acadêmico, consequentemente, com a efetivação do 
processo de ensino-aprendizagem. 
 
 18 
 ENSAIOS PEDAGÓGICOS 
Revista Eletrônica do Curso de Pedagogia das Faculdades OPET 
ISSN 2175-1773 – Junho de 2015 
REFERÊNCIAS 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática 
educativa. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1996. 
GATTI, Bernadete Angelina. A Construção da Pesquisa em Educação no Brasil. 3. 
ed. Série Pesquisa v. 1. Brasília: Liber Livro Editora, 2010. 
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 
LITTO, Frederico; FORMIGA, Marcos (orgs.). Educação a Distância: o estado da 
arte. São Paulo: Pearson Educacion do Brasil, 2009. 
LITTO, Frederico; FORMIGA, Marcos (orgs.). Educação a Distância: o estado da 
arte. v. 2. São Paulo: Pearson Educacion do Brasil, 2012. 
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 
1996. 
SEABRA, Carlos. Tecnologias na escola. Porto Alegre: Telos Empreendimentos 
Culturais, 2010. 
SEIXAS, Carlos Alberto; MENDES, Isabel Amélia Costa. E-learning e educação a 
distância: guia prático para implementação e uso de sistemas abertos. São Paulo: 
Atlas, 2006. 
ROBBINS, Stephen Paaul. Comportamento organizacional. 9. ed. São Paulo: Prentice Hall, 
2002. 
SILVA, E. L.; MENEZES, E. M. Metodologia de pesquisa e elaboração de 
dissertação. 3. ed. Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001. 
VYGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991. 
1 
 
O USO DE REDES SOCIAIS E TECNOLOGIA MÓVEL NA 
EAD NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR 
 
São Carlos - SP - abril - 2014 
 
Helena Gordon Silva Leme - UFSCar - hgsleme@gmail.com 
Kenia Rosa de Paula Nazario - UFSCar - keniarosa.ead@gmail.com 
 
Classe: Experiência Inovadora 
 
Setor Educacional: Educação Superior 
 
Classificação das Áreas de Pesquisa em EAD - Nível Meso Desenvolvimento 
Profissional e Apoio ao Corpo Docente; 
 
Natureza do trabalho - Relatório de Estudo Concluído 
 
RESUMO 
O impacto do uso das redes sociais e da tecnologia móvel na atualidade tem-
se apresentado como um desafio às novas reflexões no âmbito educacional, 
em especial na formação docente. Os professores, em especial na EaD, têm 
passado a refletir sobre dois aspectos - o uso da tecnologia e a familiaridade 
com propostas de trabalho colaborativo para a melhoria do processo de 
aprendizagem. Conhecer o potencial das redes sociais e suas possibilidades 
pedagógicas é um dos caminhos que pode contribuir para que os professores 
utilizem melhor esses recursos em sua prática pedagógica. O presente relato 
de experiência descreve aspectos do curso de formação continuada de 
professores com relação ao uso das redes sociais e da tecnologia móvel no 
apoio à aprendizagem na EaD. Pretende-se apresentar algumas propostas 
usadas a partir dos conceitos de PLE e M-learning, além de dados levantados 
sobre a perspectiva do professor no uso das mesmas na educação. Entende-
se que cursos de formação continuada podem permitir aos docentes um 
aprofundamento de seus conhecimentos sobre as possibilidades pedagógicas 
de uso das mesmas, pretendendo que estas passem a ser incorporadas em 
suas respectivas disciplinas. 
 
Palavras chave: redes sociais; tecnologia móvel; propostas pedagógicas; 
EaD. 
2 
 
 
1 - Introdução 
Com a inovação da tecnologia móvel e do uso das redes sociais, as 
possibilidades de atualização da prática docente têm se alargado e novas 
formas de ensino e de aprendizagem têm sido propostas. Nesse sentido, 
cursos de formação continuada para docentes têm se mostrado necessários 
para promover uma reflexão sobre o potencial pedagógico de tais recursos 
como apoio à aprendizagem. São também espaços de atualização quanto ao 
uso das Tecnologias da Informação e comunicação Móveis e Sem fio (TIMS) 
no cenário formativo da nova geração (Saccol et al., 2011). 
Embora as redes sociais existam desde o início da humanidade nos 
relacionamentos sociais estabelecidos entre duas ou mais pessoas, o termo 
‘rede social’ ganhou novo significado com o advento da tecnologia e, em 
especial nos dias atuais, com a tecnologia móvel. Segundo Mattar (2013), as 
redes sociais na internet se caracterizam pelas conexões entre pessoas em 
ambientes virtuais usando a tecnologia da Web 2.0. 
Nesse contexto, surgem novos meios de ensinar e aprender que 
envolvem os conceitos de Ambiente Pessoal de Aprendizagem (PLE) e 
Aprendizagem Pessoal em Rede (PLN). Estes se apresentam como contextos 
pessoais de aprendizagem aplicados ao mundo virtual e às redes 
estabelecidas entre os interagentes. A imagem abaixo foi adaptada da 
postagem “Anatomy of a PLE”, no blog de Wheeler (2010), e traz uma visão 
simplificada dessas relações. 
 
Figura 1 - Imagem adaptada - Anatomia do ambiente pessoal de aprendizagem (PLE). 
Fonte: http://steve-wheeler.blogspot.com.br/2010/07/anatomy-of-ple.html. 
3 
 
Os PLEs não envolvem apenas as ferramentas da internet (PWTs) e as 
redes de aprendizagem (PLNs), mas podem ser mais amplos ao levar em 
conta as experiências reais, bem como a aprendizagem em contextos formais. 
Na verdade, as PLNs (as pessoas com quem interagimos através das redes 
sociais) podemser mais importantes do que os próprios conteúdos de 
aprendizagem, porque mais importante, do que saber onde encontrar a 
informação, é saber onde (e com quem) conectar-se para obter a informação 
procurada (Wheeler, 2010). Ou seja, o bom uso das redes sociais (pessoas) e 
dos recursos da internet (ferramentas) viabiliza a construção de um bom PLE. 
De acordo com Simões (2010), "um PLE proporciona ao aprendente um 
espaço pessoal sob seu controlo que possibilita o desenvolvimento e partilha 
das suas opiniões". Em outras palavras, cada aprendiz desenvolve o seu 
próprio ambiente selecionando as ferramentas, bem como as redes de 
pessoas, que vão apoiar a sua aprendizagem. 
Moran (2013) afirma que "as tecnologias móveis trazem enormes 
desafios, porque descentralizam os processos de gestão do conhecimento: 
podemos aprender em qualquer lugar, a qualquer hora e de muitas formas 
diferentes”. Assim, a PLE se beneficia dessas tecnologias devido ao acesso 
constante às PLNs e à PTW. Se há alguns anos era impensável poder carregar 
um dispositivo pequeno e fácil de usar como um celular ou um tablet, 
atualmente os recursos que permitem a aprendizagem podem estar acessíveis 
na palma da mão através das TIMS nos dispositivos móveis. 
O novo paradigma da aprendizagem subjaz ao conceito de mobilidade 
(mobile) (Saccol et al., 2011). O conceito de mobile learning ou M-learning, 
portanto, retrata uma realidade que já é presente em nossos dias, “cuja 
característica fundamental é a mobilidade dos aprendizes, que podem estar 
distantes uns dos outros e também de espaços formais de educação" 
(SACCOL et al., 2011). Desta forma, há inúmeras possibilidades de 
aprendizagem, tanto para alunos como para professores, no uso dos recursos 
disponíveis online, que podem ser acessados via celular e tablet, como auxílios 
à aprendizagem e da construção de suas PLEs. Portanto, compreendemos o 
conceito de M-learning como suporte ao PLE nos tempos atuais. 
 
 
4 
 
2 – Sobre o curso 
O presente trabalho é um relato de experiência de aspectos de um curso 
oferecido dentro do programa de formação continuada, o Programa de 
Aperfeiçoamento e Capacitação Continuada (PACC), para os docentes dos 
cursos de graduação a distância da SEAD/UAB/UFSCar, desenvolvido no 
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) - Moodle. O curso intitulado "Redes 
sociais e tecnologias móveis e suas possibilidades de uso com o Moodle" foi 
realizado a partir de estudos sobre o uso da tecnologia móvel na área 
educacional e motivado pelas possibilidades de incorporação das mesmas na 
sala de aula, em especial na EaD. 
O curso foi planejado em duas unidades no período de quatro semanas, 
com carga horária de trinta horas. Na primeira unidade, o enfoque central foram 
os conceitos Personal Learning Environment (PLE) e Personal Learning 
Network (PLN) (Silva, 2012; Simões, 2010); ou seja, o uso de redes sociais e 
recursos tecnológicos usados pelos participantes do curso. Na segunda 
unidade, a discussão principal foi sobre o uso das TIMS e do conceito de M-
learning. Foram propostas três atividades em cada unidade, além de algumas 
atividades opcionais. Todas as atividades desenvolvidas permitiram discutir os 
potenciais pedagógicos desses conceitos como práticas de aprendizagem. O 
curso teve 58 participantes, dos quais 53,4% foram aprovados pela 
participação ativa. 
O presente relato apresenta resultados parciais, uma vez que aborda 
apenas questões levantadas em um quiz elaborado para mapear a perspectiva 
dos participantes sobre o uso das redes sociais e da tecnologia móvel como 
apoio à aprendizagem. Outros dados do curso são discutidos em outro artigo 
das autoras (Leme e Nazário, 2014). 
 
3 - Análise dos resultados 
Como indicadores de resultados obtidos no curso, podemos citar dados 
coletados através do Quiz - Tecnologia Móvel e M-learning, que apresentou 
os seguintes dados para 6 questões propostas, conforme os gráficos abaixo: 
Questão 1 - O conceito de M-learning é uma novidade para você? 
5 
 
 
Gráfico 1 - Dados Questão 1 
 
Neste primeiro gráfico, os dados indicam que o conceito de M-learning 
foi tido como uma novidade para 42% dos participantes, e em parte por outros 
41%, sendo que apenas 17% conheciam o conceito. Esses dados revelam que 
a aprendizagem através do uso de tecnologia móvel ainda é um conceito novo 
e desconhecido pela maioria dos participantes. Desse modo, a abordagem 
dada na unidade 2 foi apresentar o conceito e as diversas propostas 
pedagógicas como sugestões de atividades que utilizem as TIMS como apoio à 
aprendizagem. 
Questão 2 - Você tem seu plano de internet no seu smartphone? 
 
Gráfico 2 - Dados Questão 2 
 
Quanto ao uso de tecnologia móvel, 69% dos participantes afirmaram 
usar um smartphone com plano de internet, mas apenas 48% utilizam o 
6 
 
smartphone com frequência. Enquanto 24% dos participantes disseram não 
possuir um smartphone, 7% consideram desnecessário ter esse dispositivo; ou 
seja, não utilizam a tecnologia móvel via celular. Destaca-se que não foi feito 
um levantamento sobre o uso de tecnologia móvel em tablets, por ter sido 
considerado apenas o modo mais básico de uso dessa tecnologia; ou seja, 
através de aparelhos celulares. 
Questão 3 - Você acessa recursos de aprendizagem pelo seu celular 
com que frequência? 
 
Gráfico 3 - Dados Questão 3 
 
Constatou-se que há um empate entre os que utilizam recursos de 
aprendizagem pelo celular (24%) e os que raramente fazem esse uso (24%). 
Por sua vez, 21% acessam recursos de aprendizagem uma vez por semana, 
10% de uma a três vezes por semana e 21% nunca o fazem. Entende-se que 
esses recursos de aprendizagem levam em conta não apenas os e-mails, como 
também algumas redes sociais pela conexão de internet. 
Questão 4 - Você recebe, envia e lê seus e-mails pelo celular? 
7 
 
 
Gráfico 4 - Dados Questão 4 
 
Com relação ao uso do smartphone para acessar, receber e enviar e-
mails, 62% dos participantes afirmam receber e enviar e-mails pelo celular, 
enquanto 10% fazem somente a leitura via celular e 28% não utilizam esse 
meio para acesso a e-mails. A maioria dos participantes relatou utilizar e-mails 
como recurso da web, mas ainda não tem o hábito de fazer o acesso usando a 
tecnologia móvel. 
Questão 5 - Você gostaria de usar recursos para M-learning com seus 
alunos? 
 
Gráfico 5 - Dados Questão 5 
 
Quanto ao interesse em usar recursos tecnológicos da M-learning com 
os alunos, os participantes apresentaram as seguintes respostas: “Sim, 
8 
 
provavelmente em breve” (41%); “Sim, mas ainda tenho que aprender como” 
(55%); e “Não, não estou preparado(a) para isso” (4%), o que denota que há 
um interesse grande, mas ainda certa insegurança ou desconhecimento de uso 
da tecnologia móvel na educação. 
Questão 6 - Quais dos recursos abaixo, que podem ser usados para M-
learning, você conhece? 
 
Gráfico 6 - Dados Questão 6 
 
Dos recursos elencados como sendo úteis no M-learning, os 
participantes indicaram conhecer: Twitter (34%); Google Maps (31%); Podcasts 
(23%) e Quiz Creator (12%). Também foram oferecidas outras alternativas, que 
não foram apontadas, como Socrative, Mindomo e QRReader. Vários outros 
foram indicados na atividade de elaboração das PLEs na unidade1, mas no 
quiz as respostas ficaram limitadas àquelas indicadas acima. 
 
4 - Conclusões 
Segundo os dados apresentados, ainda existe uma lacuna na formação 
docente com relação ao uso das TIMS e das redes sociais em sala de aula, 
pois ainda existem professores que não têm ou têm pouco contato com essas 
tecnologias. De acordo com Silva (2012),“o emprego dos PLEs pelos 
professores proporciona atualização contínua na área de formação, 
potencializa o acompanhamento de novas tecnologias e abordagens 
9 
 
metodológicas e estimula a participação em ambiente de colaboração e 
reflexão”. 
A análise dos dados mostrou que a maioria dos participantes considera 
o conceito de M-learning como uma novidade. Além disso, os docentes 
mostraram ter interesse no uso dos recursos tecnológicos com os alunos para 
a M-learning, desde que tenham a oportunidade de aprofundar seus 
conhecimentos sobre os recursos. Assim, observa-se que existe um desafio na 
formação docente com relação ao potencial de uso das redes sociais e outros 
recursos da M-learning na educação e uma necessidade de cursos que 
possam abordar esse tema com os docentes. 
Cursos de formação continuada com esse enfoque podem permitir aos 
docentes um aprofundamento de seus conhecimentos sobre as ferramentas da 
internet e as possibilidades pedagógicas de uso das mesmas, podendo ser 
incorporadas como recursos didáticos em suas respectivas disciplinas. Como 
Silva (2012) afirma, “estes aprendizados passam a ser incorporados nas 
atividades didáticas e, dessa forma, os alunos também começam a incorporar 
as ferramentas tecnológicas e seus mecanismos de comunicação e interação 
em suas atividades pessoais.” 
Conclui-se que é necessário realizar outros estudos mais aprofundados 
sobre o uso das redes sociais e da tecnologia móvel como apoio à 
aprendizagem, bem como articular esse tema na formação de professores 
como meio de potencializar o processo de ensino aprendizagem. 
 
Referências 
 
LEME, H. G. S., NAZÁRIO, K. R. P. As redes sociais na educação: a 
formação de professores e o desafio do uso da tecnologia móvel. Relato 
de experiência apresentado no II Congresso Nacional de Formação de 
Professores e XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores 
- UNESP, Águas de Lindóia/SP, 2014. Disponível para download em: 
http://www.geci.ibilce.unesp.br/logica_de_aplicacao/site/index_1.jsp?id_evento
=31. 
 
10 
 
MATTAR, J. Web 2.0 e redes sociais na educação. São Paulo: Artesanato 
Educacional, 2013. 
 
MORAN, J. Tablets e netbooks na educação. Disponível em: 
http://www.eca.usp.br/moran/tablets.pdf. Acesso em 20 de novembro de 2013. 
 
SACCOL, A., Schlemmer, E., Barbosa, J. M-learning e u-learning: novas 
perspectivas das aprendizagens móvel e ubíqua. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2011. 
 
SILVA, S. Ambiente Pessoal de Aprendizagem (PLE) como recurso de 
aprendizagem para o professor. Revista GEINTEC. V. 2, no. 2. São 
Cristóvão/SE, 2012. p. 120-128. Disponível em: 
http://www.revistageintec.net/portal/index.php/revista/article/view/27/88. Acesso 
em 20 de novembro de 2013. 
 
SIMÕES, P. Ambientes pessoais de aprendizagem (PLE). Dissertação de 
mestrado, 2010. Disponível em: http://www.pgsimoes.net/blog/?p=5. Acesso 
em 20 novembro de 2013. 
 
WHEELER, S. Anatomy of a PLE. Postagem em blog, 11/07/2010. Disponível 
em: http://steve-wheeler.blogspot.com.br/2010/07/anatomy-of-ple.html?q=PLE. 
Acesso em 20 de novembro de 2013. 
 
 
REDES SOCIAIS NO PROCESSO DE 
ENSINO-APRENDIZAGEM NA EAD 
 
 
Curitiba – PR - Setembro – 2014 
 
 
 
Luís Fernando Lopes – Centro Universitário UNINTER – luis.l@grupouninter.com.br 
 
Cecília de Souza Pestana – Centro Universitário UNINTER – cecilia.c@grupouninter.com.br 
 
Renata Adriana Garbossa – Centro Universitário UNINTER – renata.g@grupouninter.com.br 
 
Anderon A. Makioszek – Centro Universitário UNINTER – anderon.a@gruouninter.com.br 
 
 Thereza Cristina de S. Lima – Centro Universitário UNINTER – thereza.l@grupouninter.com.br 
 
 
 
 Setor Educacional: Educação Superior 
 
Classificação das Áreas de Pesquisa em EaD: Interação e comunicação 
em redes de aprendizagem 
 
Natureza: Relatório de Estudo Concluído 
 
Classe: Investigação Científica 
 
RESUMO 
Este trabalho tem como objetivo principal analisar a utilização de redes sociais 
nos processos de ensino-aprendizagem na educação superior a distância. Para 
tanto, parte-se de uma reflexão sobre a relação educação e tecnologia 
focalizando as redes sociais e suas implicações nessa seara. Os aportes 
teóricos consideram principalmente as contribuições de Levy (1999), Phillips; 
Baird e Fogg (2012), Mattar (2012) e Moser e Alencastro (2013). Em seguida, 
apresentam-se os resultados de uma pesquisa de campo em que se aplicou 
um questionário a 500 alunos de um curso de licenciatura a distância. Por fim, 
analisam-se os resultados da pesquisa de campo à luz dos pressupostos 
teóricos anunciados. Os resultados apontam que as redes sociais apesar de 
sua grande penetração na sociedade de um modo geral, ainda são pouco 
utilizadas como ferramenta de apoio nos processos de ensino-aprendizagem. 
 
Palavras-chave: educação a distância; redes sociais; ensino-
aprendizagem. 
 
1- Introdução 
 
Algumas afirmações sobre a relação educação e tecnologia já se 
tornaram tão comuns em nosso cotidiano que reafirmá-las conduz, de alguma 
2 
 
 
 
maneira, a incorrer em um repisado truísmo. No entanto, a grande quantidade 
de informações sobre o tema não significa necessariamente uma apropriação e 
utilização adequada dos recursos tecnológicos no campo educacional. 
Entre as muitas possiblidades que se apresentam, sobretudo, com as 
tecnologias digitais e o advento da cibercultura estão as redes sociais que hoje 
já passaram a fazer parte do nosso dia a dia. Diante desse fenômeno, é 
conveniente perquirir sobre a possibilidade de sua utilização como ferramentas 
de apoio nos processos de ensino-aprendizagem de um modo geral e, mais 
especificamente, na educação superior a distância. 
Assim, apresenta-se nesse artigo uma reflexão teórica inicial com base 
na literatura que versa sobre a temática e, em seguida, expõem-se os 
resultados obtidos por meio de análise de dados oriundos de uma pesquisa de 
campo, realizada com aplicação de questionário a um grupo de 500 estudantes 
de um curso superior de licenciatura na modalidade a distância de uma 
Instituição particular. 
 
 
2- Educação e tecnologia: pressupostos teóricos 
 
Estudar e trabalhar são atividades que, cada vez mais, estão 
relacionadas à necessidade de estarmos conectados à internet. Para consultar 
informações que nos auxiliem em operações, das mais simples a mais 
complexas, o recurso aos dados disponíveis no ciberespaço é sem dúvida um 
meio eficaz. 
Para Lévy (1999, p. 11) “o crescimento do ciberespaço resulta de um 
movimento internacional de jovens ávidos para experimentar, coletivamente, 
formas de comunicação diferentes daquelas que as mídias clássicas nos 
propõem”. Ainda segundo o pensador francês, é preciso explorar as 
potencialidades mais positivas deste espaço nos planos econômico, político, 
cultural e humano. 
É de valia ressaltar, também, a existência do facebook para educadores 
e líderes comunitários, cujos criadores afirmam que: 
 
A proliferação de tecnologias digitais, sociais e móveis criou uma 
cultura em que a juventude participa mais da criação e do 
3 
 
 
 
compartilhamento de conteúdo, mudando profundamente a maneira 
como os alunos se comunicam, interagem e aprendem. Em muitos 
casos, os alunos passam a mesma quantidade de tempo (ou mais) 
on-line em um ambiente de aprendizagem informal interagindo com 
colegas e recebendo comentários do que passam com seus 
professores na sala de aula tradicional (PHILLIPS, 1999, p.172). 
 
Diante dessas mudanças, um desafio constante fica ainda mais latente: 
Como manter as práticas pedagógicas atualizadas com esses novos processosde transação de conhecimento? Não se trata aqui de usar as tecnologias a 
qualquer custo, mas sim de acompanhar consciente e deliberadamente uma 
mudança de comportamento, que leva a uma profunda reflexão acerca das 
formas institucionais, mentalidades e cultura dos sistemas educacionais 
tradicionais em que, sobretudo, são questionados os papéis de professor e de 
aluno (LÉVY, 1999, p.172). 
Nesse sentido, um mundo virtual, no sentido amplo, é um universo de 
possibilidades a partir de um modelo digital. Ao interagir com o mundo virtual, 
os usuários o exploram e o atualizam simultaneamente. Quando as interações 
podem enriquecer ou modificar o modelo, o mundo virtual torna-se um vetor de 
inteligência e criação coletivas (LÉVY, 1999, p.75). 
A geração de hoje, criada em um mundo “sempre ligado” da mídia 
interativa, da Internet e das tecnologias de mídia social, é formada, muitas 
vezes, por alunos cujas expectativas e estilos de aprendizagem são diferentes 
das gerações anteriores. O uso abrangente de tecnologias sociais e móveis 
fornece a cidadãos de todas as idades uma oportunidade ímpar de usar 
ferramentas como o Facebook para criar comunidades de aprendizagem auto-
organizadas ou redes de aprendizagem pessoal (PLN)(PHILLIPS, 2012, p. 13). 
Contudo, para que isso aconteça, faz-se necessário certa coadunação com a 
grade curricular. 
Esse desafio está também muito presente na educação superior, já que 
é necessário compreender e incorporar cada vez mais as oportunidades de 
aprendizagem digital considerando as necessidades dos alunos e seus 
diversos estilos de aprendizagem. 
Com a influência da Web sobre todas as facetas da vida 
contemporânea, a linha entre as realidades virtual e real está desaparecendo, o 
que possibilita novas oportunidades para os alunos de hoje adquirirem 
4 
 
 
 
conhecimento e compartilharem informações valiosas (FISHER, 2002 apud 
PHILLIPS; BAIRD; FOGG, 2012, p.16). 
Várias são as opiniões de acadêmicos sobre tal assunto. Para Moser e 
Alencastro (2014) há nas Redes Sociais um grande potencial para as 
atividades educacionais, desde que consigam ultrapassar a condição de local 
para diversão, como sites de relacionamento ou conversação, e passem a 
utilizar seus recursos para a troca de conhecimentos e aprendizagem coletiva 
(MOSER; ALENCASTRO, 2014, p. 99). 
Ainda segundo tais autores, a Educação a Distância (EAD), pelas suas 
próprias características, será afetada diretamente pelo processo de 
comunicação das redes sociais, porém, as facilidades de interatividade que 
elas proporcionam ainda não foram incorporadas em grande escala. 
Mattar (2014), menciona a pesquisa de Mazer, Murphy e Simonds, 
segundo a qual, perfis de professores no Facebook ricos de informações 
pessoais motivam previamente os estudantes, proporcionando maior 
credibilidade e aprendizado afetivo. O mesmo autor cita também a pesquisa de, 
Sturgeon e Walker que concluíram que os alunos têm mais vontade de se 
comunicar com seus professores se eles já os conhecem no Facebook. 
 
 
3- Pesquisa de campo 
 
Com o objetivo de constatar, diretamente entre os estudantes de EAD, 
como se dá a utilização de recursos tecnológicos no processo de ensino 
aprendizagem na EAD em nível superior, realizamos uma pesquisa de campo, 
com alunos do curso de Pedagogia de 10 polos de apoio presencial de uma 
Instituição Brasileira para os quais foram enviados 500 questionários. Os Polos 
estão todos localizados no Estado do Paraná. Os estudantes receberam uma 
carta de aceite e um questionário com 15 perguntas objetivas. Dos 500 
questionários enviados, foram recebidos 360 retornos, cujas respostas e 
análise serão apresentadas a seguir. 
 A primeira questão procurou perquirir o tipo de Instituição na qual o 
estudante realizou o ensino médio. O resultado está expresso no gráfico a 
seguir, que será mais bem analisado posteriormente. 
5 
 
 
 
 
Gráfico 1. Em que tipo de instituição você realizou o ensino médio? 
Nota-se que a grande maioria dos estudantes (61%), é proveniente de 
escolas públicas. Em segundo lugar aparecem os alunos que estudaram parte 
do ensino médio em escolas públicas e parte no ensino particular (25%). Por 
fim, 14% dos alunos responderam que realizaram o ensino médio em escolas 
particulares. 
No que diz respeito ao tipo de curso realizado no Ensino Médio a 
grande maioria (64%) informou que cursou o ensino regular. Em seguida, 
aparecem os estudantes (14%) que cursaram o Ensino Supletivo. O restante se 
divide entre aqueles que fizeram cursos Técnicos, Magistério (22%) ou a prova 
do ENEM. 
Já com relação à modalidade em que o ensino médio foi realizado, 
78% informaram que realizaram o ensino médio presencial. Os demais (22%) 
se dividem entre que participaram do ensino a distância e semipresencial. 
O questionamento seguinte diz respeito a que motivo levou o aluno a 
fazer um curso superior na modalidade a distância. Os respondentes podiam 
marcar mais de uma opção. O principal motivo apontado foi a questão do 
tempo (57%). Em seguida, vem o menor custo (20%), seguido do fato de ter 
filhos (2%) e, por fim, a indicação de amigos (6%). 
Os dados apresentados anteriormente confirmam uma das 
características muito reafirmadas com relação à Educação a Distância, que é o 
fato de possibilitar a democratização do acesso à educação, sobretudo, ao 
ensino superior. 
6 
 
 
 
 
Gráfico 2. Motivo que levou o aluno a fazer um curso superior na modalidade a distância (mais 
de uma opção) 
Sobre os respondentes terem computador com acesso à internet em 
casa, a maioria (94%) respondeu sim; os demais (6%) não possuem o serviço 
em suas residências. No que tange possuir endereço eletrônico, a grande 
maioria (89%) possui e-mail; porém, 11% não responderam. 
Ainda sobre o endereço eletrônico, foi questionado sobre a frequência 
do acesso. Os dados apontam a média de uma vez por dia, com 44% dos 
respondentes; por outro lado, pode-se observar que 42% dos discentes 
acessam a rede mais de três vezes ao dia. Já 8% e 6%, respectivamente, 
acessam a rede uma vez por semana e esporadicamente. 
Na pergunta sobre a frequência de acesso para fins de estudo, a grande 
maioria, ou seja, 44% dos alunos optaram pelo acesso à rede todos os dias; 
em segundo lugar, com 36%, há os que têm acesso uma vez por semana; 14% 
acessam apenas uma vez ou duas por mês e 6% somente para fazer prova. 
 
Gráfico 3. Com que frequência você acessa a internet para estudar? 
7 
 
 
 
No que concerne ao local onde o aluno acessa mais as informações 
sobre seu curso, a grande maioria (67%) respondeu computador pessoal em 
casa; em segundo lugar, bem abaixo, (14%) em horário permitido no trabalho. 
A terceira opção, no seu dispositivo móvel e computador no polo, apresentaram 
resultados semelhantes, com 8% e, por fim, com apenas 3% com tutores e 
colegas do curso. 
 
Gráfico 4. Onde você costuma acessar mais as informações sobre seu curso? 
Já sobre o cadastro em alguma rede social, a maioria (64%) dos 
respondentes escolheram o Facebook em primeiro lugar, seguido pelo Twitter 
com 17%. Não possuir cadastro em nenhuma rede social representou 11% e, 
por último, Instagram e Linkedin, com 6% e 2% respectivamente. 
 
 
Gráfico 5. Você possui cadastro em alguma rede social? Qual? 
Em seguida, sobre o acesso às redes sociais, questionou-se a 
frequência de acesso. Os dados apontam para 56%, que acessam 
8 
 
 
 
diariamente, 31% esporadicamente, 8% não se interessa por conteúdos da 
rede e 6% permanecem ansiosos conectados. 
A partir desses dados é possível afirmar que as redes sociais possuem 
um grande potencial paracolaborar no processo de interatividade na EaD. 
Conforme Mattar (2012), isso contribui para o aprendizado do estudante, uma 
vez que, ao mesmo tempo em que lhe fornece um feedback, também o motiva. 
 
 
Gráfico 6. Com que frequência você acessa redes sociais? 
 Ainda sobre a utilização das redes sociais para obter informações do seu 
curso, a maioria respondeu 39% na opção esporadicamente; 22% afirmou não 
utilizar a rede social com essa finalidade, seguido de 19% que têm comunidade 
para compartilhar as informações do curso e 17% acessam todos os dias. 
Mesmo que a utilização das redes sociais para compartilhar informações 
sobre seu curso, não seja ainda uma característica marcante dos alunos, como 
expressam os dados, é possível apontar que a sua utilização pode colaborar 
para superação da sensação de isolamento por parte de alguns estudantes. 
Nesse sentido, para Villardi e Oliveira (2005, p. 46): 
O isolamento, uma das características mais marcantes do ensino a 
distância, e uma das causas de seus elevando índices de evasão, 
deve ser substituído, por meio da interveniência da tecnologia, pela 
possibilidade de aprender junto de construir coletivamente na 
Educação a Distância. 
 
Desta maneira, reafirma-se a concepção de EaD como práxis social da 
qual participam sujeitos históricos que realizam processos de ensino e 
aprendizagem com o apoio de suportes tecnológicos para efetivar a inter-
relação entre ambos (LOPES e FARIA, 2013). 
9 
 
 
 
Sobre o Ambiente Virtual Aprendizagem utilizado no curso, metade, 50% 
o avaliou como bom; 33% o considera ótimo, 11% não respondeu, e uma 
pequena parte, ambas com 3% optaram pela escolha “outra” e às vezes não 
encontro o que procuro. 
Quanto ao domínio do ambiente virtual de aprendizagem que utilizam, 
42% dos estudantes afirmaram ter um bom conhecimento em virtude de terem 
realizado anteriormente cursos básicos de informática, 28% o avaliaram como 
ótimo, pois têm muita facilidade com informática, 11% têm dificuldade e só o 
acessam com ajuda do tutor; 3% optaram por pedir ajuda a filhos, também 3% 
escolheram a opção “outros”, e, o mesmo número, 3%, selecionaram a opção 
referente à insistência, ou seja, tentam até conseguirem o que desejam. 
Sobre a participação em grupos de redes sociais que falem sobre 
sua área de estudo, 36% dos estudantes responderam que não participam 
desse tipo de grupo. Outros 50% afirmaram participar desses grupos, dos quais 
metade diz ser ativamente. 
 
4- Considerações Finais 
 
 O advento da informática tem trazido grandes mudanças no mundo 
atual, inclusive na área educacional. Diante dessa realidade, a presente 
investigação buscou realizar uma reflexão acerca do uso de redes sociais na 
nos processo de ensino-aprendizagem na EAD em nível superior. 
Os resultados alcançados apontam que a grande maioria desses alunos 
provém do ensino médio público presencial, optou pela educação a distância 
por falta de tempo, utiliza corretamente o AVA e tem acesso frequente a 
correspondências eletrônicas em casa por meio de computador pessoal. Em 
relação a acessá-lo para estudo, o fazem diariamente ou semanalmente. 
Destacou-se o facebook como rede social mais utilizada, porém, apenas uma 
minoria o utiliza diariamente para fins de estudo. 
Por meio desses dados, infere-se que embora as redes sociais possam 
vir a se constituir como uma grande contribuição para a metodologia EAD, os 
alunos ainda não a utilizam como instrumento de apoio à aprendizagem, 
apesar de o fazerem como meio de comunicação social. Sugere-se, portanto, 
10 
 
 
 
uma maior ênfase dos docentes nesse aspecto, bem como, maiores pesquisas 
sobre o tema, pois se acredita que se trata de um meio eficaz de interatividade. 
 
 
Referências 
 
FISHER, 2002 apud PHILLIPS; BAIRD; FOGG, 2012, p.16). . Facebook para 
Educadores. Disponível em: 
<http://educotraducoes.files.wordpress.com/2012/05/facebook-para-
educadores.pdf> Acesso em: 15/ abr. 2014. 
LÉVY, P. Cibercultura. Trad. Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34, 
1999, p. 11. 
______. ______. Trad. Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34, 1999, 
p.172. 
LOPES, Luís Fernando; FARIA, Adriano Antônio. O que e o quem da EAD: 
História e Fundamentos. Curitiba, Intersaberes, 2013. 
MATTAR, J. Facebook em e Educação. (2012) Disponível em: 
http://joaomattar.com/blog/w2rse/ Acesso em: 26/abr.2014. 
MATTAR, J. Tutoria e interação em educação a distância. São Paulo: 
Cengage Learning, 2012. 
MOSER, A.; ALENCASTRO, M. S. C. Considerações acerca da aprendizagem 
pelas redes sociais. Revista Intersaberes. Edição Especial. Vol. 8 nº. 1, 2013, 
p. 99. Disponível em: 
http://www.grupouninter.com.br/intersaberes/index.php/intersaberesedicaoespe
cial/article/view/541 Acesso em: 28/abr. 2014 
PHILLIPS, Linda Fogg; BAIRD, Derek E.; FOGG, B. J. Facebook para 
Educadores. (2012, p.3). Disponível em: 
<http://educotraducoes.files.wordpress.com/2012/05/facebook-para-
educadores.pdf> Acesso em: 15/ abr. 2014. 
______. ______. (2012, p. 13). Disponível em: 
<http://educotraducoes.files.wordpress.com/2012/05/facebook-para-
educadores.pdf> Acesso em: 15/ abr. 2014. 
VILLARDI, R. e OLIVEIRA, E. G. de. Tecnologia na educação: uma 
perspectiva socio-interacionista. Rio de Janeiro: Dunya, 2005. 
 1 
 
WEBCONFERÊNCIA: AUXILIANDO NA 
DIMINUIÇÃO DA DISTÂNCIA TRANSACIONAL NA EAD 
 
 
Pelotas – RS – maio 2012 
 
 
 
Gabriela Jurak de Castro – UCPel – gabrielajurak@ucpel.tche.br 
 
Taísa da Silva Bastos – UCPel – tbastos@ucpel.tche.br 
 
Letícia Marques Vargas – UCPel – lvargas@ucpel.tche.br 
 
Categoria C 
 
Setor Educacional: 3 
 
Classificação das Áreas de Pesquisa em EaD: 
Macro: D Meso: H Micro: N 
 
Natureza: C 
 
Classe: 1 
 
Resumo 
O uso de novas tecnologias na Educação a Distância tem contribuído 
para a diminuição da distância transacional. Esta é uma teoria desenvolvida por 
Michael Moore e presente tanto EaD, como também na educação presencial. 
Estudos revelam que a afetividade é fator determinante no aprendizado e, 
sendo o homem social, a necessidade de interação para a construção do 
conhecimento é fator que deve ser discutido e analisado. Nesse contexto a 
webconferência surge como uma ferramenta de áudio, vídeo e 
compartilhamento capaz de proporcionar presencialidade síncrona. Ao se 
conhecer o potencial pedagógico da webconferência é possível utiliza-a de 
forma mais efetiva, desenvolvendo atividades que envolvem o uso de suas 
ferramentas e proporcionando um espaço de interação professor-aluno mais 
construtivo e dinâmico. 
 
Palavras-chave: EaD, Distância Transacional, Webconferência 
 2 
 
Introdução 
A Educação a Distância, em conjunto com a evolução tecnológica e a 
inclusão digital, tem crescido em números exponenciais. Os crescentes 
avanços tecnológicos geram um grande impacto nas organizações 
empresariais e na sociedade como um todo. A globalização da economia e a 
consciência ecológica, a formação de blocos econômicos e os padrões 
tecnológicos são tendências que começaram a ser consolidadas no final do 
século XX. 
As mudanças ocasionadas pelos avanços tecnológicos e pela revolução 
da informação estão transformando a sociedade industrial em sociedade da 
informação. A Tecnologia da Informação (TI), fortalecida a cada dia, é a base 
dos pilares desta nova sociedade. 
A TI vem sendo cada vez mais utilizada nas organizações e a sua não 
utilização se tornou praticamente impossível. Tendo em vista que a TI é cada 
vez mais relevante na obtenção de competência e competitividade, a sua 
administração deve estar entre os principais focos de toda a estratégia 
organizacional.As organizações bem-sucedidas, de qualquer setor, baseiam 
suas estratégias no uso dessas tecnologias, que permitem inovação, melhoria 
na qualidade e novas abordagens de relacionamentos com seu público-alvo. 
A nova era tecnológica afeta também a educação, trazendo novas 
possibilidades de aprendizado e expandindo o alcance da aprendizagem 
através do Ensino a Distância. As instituições estão buscando alternativas, 
substituindo formas tradicionais de ensino, bem como, os meios convencionais 
de formação acadêmica, buscando soluções mais eficazes com ajuda das 
novas tecnologias. 
Estudos acadêmicos indicam a existência de uma interdependência 
entre o estado emocional e a aprendizagem, independente da modalidade de 
ensino, ou seja, tanto presencial quanto a distância percebe-se uma 
interferencia da emoção no processo educacional. Nesse contexto, a 
interatividade torna-se um elemento essencial, tendo o professor a distância 
um papel social, auxiliando no desenvolvimento do senso de comunidade da 
turma, uma das características esperadas de um aluno de EaD. 
 
 3 
 
Contexto Pedagógico 
A Educação a Distância não é novidade no âmbito educacional mundial. 
No Brasil, o marco inicial da EaD foi o ensino por correspondência que surgiu 
com o Instituto Monitor em 1939, seguido pelo Instituto Universal Brasileiro sete 
anos mais tarde. 
Ao analisar a linha evolutiva da educação encontram-se diversos 
projetos na modalidade à distância nos mais diferentes formatos e localidades. 
Para garantir a qualidade dos inúmeros modelos de EaD, o Ministério da 
Educação (MEC) definiu referenciais de qualidade para educação superior a 
distância que envolvem aspectos pedagógicos, recursos humanos e 
infraestrutura. De acordo com o MEC, entre os tópicos principais do projeto de 
um curso superior a distância devem estar: concepção de educação e currículo 
no processo de ensino e aprendizagem; sistemas de comunicação; material 
didático; avaliação; equipe multidisciplinar; infraestrutura de apoio; gestão 
acadêmico-administrativa e sustentabilidade financeira. 
A internet destaca-se na Educação a Distância e a característica 
principal que impulsionou a sua aplicação na EaD foi a possibilidade de manter, 
de forma fácil e rápida, a interação professor-aluno. 
A troca de informações pode ocorrer de forma síncrona, em que o 
professor e aluno devem estar utilizando o recurso no mesmo instante, e de 
forma assíncrona, em que a interação ocorre independente da presença de 
ambos, podendo ser realizada em momentos distintos. 
As ferramentas síncronas têm como vantagem a possibilidade de 
interação em tempo real, não sendo necessário esperar para obter respostas 
ou realizar discussões. Entretanto, sua utilização é limitada, porque existe 
incompatibilidade de horários entre alunos e professores e os recursos 
tecnológicos são mais complexos. Como síncronas, podem ser citadas as 
ferramentas de chat (bate-papo) e de conferências. 
As ferramentas de interação assíncronas, como e-mail (correio-
eletrônico), fóruns e websites, não exigem a presença dos atores do processo 
ensino-aprendizagem no mesmo momento, então torna-se mais flexível a 
interação entre eles. O aluno pode enviar suas dúvidas a qualquer momento e 
o professor poder respondê-las sem a preocupação da iminência do final da 
aula. 
 4 
 
A combinação destas ferramentas torna a internet um meio flexível e 
dinâmico para o desenvolvimento da EaD. 
A tecnologia permite personificar o ensino, ou seja, é possível construir o 
conhecimento face a face, uma vez que as tecnologias disponíveis na internet 
permitem reconstruir virtualmente a interação que ocorre na educação 
tradicional e presencial. 
 
Tecnologias de informação na educação 
A constante evolução de demandas organizacionais e tecnológicas exige 
que as estratégias de aprendizagem também evoluam para incorporar tudo o 
que a Tecnologia da Informação proporciona. A tecnologia traz a possibilidade 
de maior desenvolvimento da aprendizagem e comunicação, entretanto, para 
que as Tecnologias da Informação, efetivamente cumpram o seu papel como 
um recurso para a educação, o processo pedagógico tem que ser revisto e 
atualizado e se tornar compatível com os momentos atuais. 
A criação de Ambientes Virtuais de Aprendizagem possibilita que os 
alunos se relacionem, trocando informações e experiências. Os professores 
têm a possibilidade de realizar trabalhos em grupos, debates, fóruns, dentre 
outras formas de tornar a aprendizagem mais significativa. 
Ambiente de aprendizagem é aquele que propicia ou potencializa a 
aprendizagem, tendo como elementos constitutivos: a estrutura física 
(concreta ou virtual); as metodologias empregas, possibilitadas pelo 
ambiente;bem como as condições de socialização; todos esses 
elementos devem estar articulados e não justapostos como se fossem 
aspectos isolados. 
[1]
 
Os modelos pedagógicos que suportam tais tecnologias ainda estão 
sendo desenvolvidos, porém os bons resultados que estão sendo obtidos 
permitem a geração de grande quantidade de conteúdos educacionais de 
qualidade, em formato digital, com um amplo potencial de aproveitamento, 
proporcionando a redução de custos e viabilizando a inclusão digital, 
permitindo o acesso do indivíduo excluído e carente aos meios de 
aprendizagem. 
A construção do próprio conhecimento depende da infraestrutura e da 
vontade de cada indivíduo, sendo influenciada pelas crenças pessoais, 
emoções e habilidades de cada um. 
 5 
 
A educação e o treinamento à distância surgiram de forma inovadora e a 
internet tem um papel fundamental neste contexto. Assim, o ensino a distância 
vem sendo implantado como uma proposta de sistema de educação do futuro, 
que se adapta às mudanças que vêm ocorrendo no mundo e 
consequentemente ao estilo de vida das pessoas. 
Há instituições que oferecem exclusivamente a Educação a Distância, 
como a Open University da Inglaterra ou a Universidade Nacional a Distância 
da Espanha. Entretanto, a maioria das instituições que oferece cursos à 
distância também oferece cursos presenciais, como é o caso das universidades 
brasileiras. 
Para ofertar cursos à distância são necessárias adaptações, não basta 
repetir os mesmos procedimentos dos cursos presenciais. As mudanças vão 
desde a linguagem que deve ser mais clara e objetiva, até o papel do professor 
que é completamente diferente, ele é mais um orientador de informações e 
promotor de temas para reflexão e discussão. A transmissão de informações 
pode ser realizada através de diversos ambientes virtuais de aprendizagens, 
que devem ser analisados com a finalidade de se identificar qual possui os 
recursos necessários para o alcance dos objetivos da instituição. 
 
Interação e Interatividade na Educação a Distância 
A busca pela interatividade na execução de um projeto educativo a 
distância deve ser item primordial durante a elaboração do mesmo. A previsão 
de meios de comunicação que garantam a interatividade deve receber atenção 
dos gestores, de forma a criar uma via de mão dupla, ou seja, não basta 
disponibilizar os meios sem existir uma capacitação eficiente e um uso 
adequado de todos os agentes envolvidos. 
O computador e a internet permitem a união de diferentes tecnologias, 
as quais atendem as necessidades individuais dos discentes, tendo nesse 
sentido papel social e integrador, permitindo que pessoas dos mais variados 
mundos interajam e construam comunidades educacionais antes dificultadas 
pela distância. 
Nesse cenário, e principalmente em um ambiente de educação a 
distância, o papel do professor torna-se mais complexo, pois além dos desafios 
ordinários deincentivo, construção e circulação de conhecimento, apresenta-se 
 6 
 
o elemento distância física, mas conectada através de uma nova configuração 
social e cultural desenvolvida ao longo dos últimos anos. 
Levando-se em consideração a teoria construtivista de Piaget, e tendo 
como base a percepção de que o aprendizado do ser humano se dá 
basicamente pela observação do mundo que o cerca, percebe-se que a 
interação é elemento fundamental no desenvolvimento educacional humano. 
A interação professor-aluno só é positiva quando a necessidade de 
ambos é atendida, quando há uma cumplicidade, quando os 
interlocutores são parceiros de um jogo; o jogo da linguagem, do 
diálogo, que é algo fundamental. É casar interação com conversação.
[2]
 
Na Educação a distância, a tecnologia deve fazer o papel de mediadora 
da comunicação discente-docente. Toda a interação se torna válida ao se 
utilizar as ferramentas adequadas para a interatividade. 
 
Distância Transacional 
A teoria da Distância Transacional, de Michael Moore, é um conceito 
pedagógico que trata da relação professor - aluno na educação, quando esses 
estão separados no espaço e/ou no tempo, sendo considerada uma teoria 
unificadora da sua Teoria sobre a Autonomia do Aluno. O conceito de 
transação deriva da definição da interação entre os indivíduos e o meio, sendo 
essa relativa ao espaço educacional, ou seja, uma interatividade social. 
A distância transacional varia de acordo com o nível de envolvimento 
proporcionado pelo curso, independente da modalidade. Vale ressaltar que a 
distância geográfica é apenas um agravante desta condição psicológica de 
solidão, não se trabalha com o conceito de transacionalidade apenas na EaD, 
esta pode estar muito bem instalada em cursos presenciais. Aulas sem dialogo 
sempre caracterizarão uma grande distância transacional, enquanto que, 
discussões síncronas desenvolvem pequena distância transacional. 
Na EaD, o uso da tecnologia como mediador da comunicação professor-
aluno, exige a concepção de ambientes diferenciados, em que a interação é 
um elemento chave, incrementa a relação do educando - educador e afasta o 
fantasma da evasão. 
 (..) a distância transacional não interessa a distância física entre 
professor e aluno, ou mesmo entre os alunos, mas sim as relações 
pedagógicas e psicológicas que se estabelecem na EAD. Portanto, 
 7 
 
independentemente da distância espacial ou temporal, os professores 
e os alunos podem estar mais ou menos distantes em EAD, do ponto 
de vista transacional. 
[3]
 
Michael Moore trabalha a distância transacional na EaD como sendo 
aquela que ocorre entre os alunos e seus professores, inseridos em um espaço 
geograficamente separados mas tecnologicamente conectados. 
A educação deve ser vista como uma prática essencialmente social, na 
qual o professor deve transpor os muros escolares e as barreiras geradas pela 
separação física. Apesar desta distância geográfica, a interação através das 
TIC permite a construção de um espaço psicológico propício ao 
desenvolvimento cognitivo e consequentemente a diminuição da distância 
transacional. 
A interação dialógica e positiva, portanto, passa a ter papel fundamental 
na Educação a Distância na medida em que se torna determinante na 
construção do conhecimento em um curso on-line. Usualmente, os conceitos 
de diálogo e interação são utilizados como sinônimos, entretanto, segundo 
Moore: 
[...] uma distinção pode ser feita. O termo ‘diálogo’ é usado aqui para 
descrever uma interação ou série de interações que possuem 
qualidades positivas que outras interações podem não ter. [...] Pode 
haver interações negativas ou neutras; o termo diálogo é reservado 
para interações positivas, onde o valor incide sobre a natureza 
sinérgica da relação entre as partes envolvidas. O diálogo em uma 
relação educacional é direcionado para o aperfeiçoamento da 
compreensão do aluno
.[4]
 
Percebe-se a importância da interação, diálogo, entre todos os agentes 
envolvidos no processo de ensino-aprendizagem a distância. Os meios de 
comunicação, utilizados para promover a interação, compõe o conjunto de 
ferramentas disponíveis aos educadores na busca pela ampliação do diálogo e, 
consequentemente, diminuição da distância transacional. 
 
Webconferência 
As tecnologias atuais permitiram o avanço da presencialidade 
independentemente da posição geográfica dos indivíduos. Nesse cenário 
desenvolve-se o conceito de reunião ou conferência virtual, a qual se 
caracteriza por ser um encontro realizado através da internet, em tempo real, 
 8 
 
com a utilização de aplicativos/equipamentos com recursos de 
compartilhamento de voz, vídeo, textos e arquivos. 
Esta tecnologia desenvolveu-se a partir do uso do áudio como meio de 
comunicação a longa distância, a inserção de imagem e voz democratizou o 
acesso a reuniões e diminuiu as distâncias geográficas. Existem diferentes 
tipos de conferência, sendo a vídeo e a web as mais utilizadas atualmente. 
A videoconferência permite estabelecer uma interação entre duas ou 
mais pessoas em localidades distantes geograficamente, através de 
dispositivos específicos, gerando a impressão de estarem todos no mesmo 
ambiente. No entanto este sistema não é tão comum por possuir um alto custo 
de implementação. 
Na Internet, a videoconferência traz ao modelo de EAD alguns 
avanços relacionados à tão criticada impessoalidade existente nas 
demais ferramentas. Ela permite estabelecer um contato visual entre 
o alunos e professores, deixando este de ser um mero referencial 
simbólico que faz contato por cartas eletrônicas para desenvolver a 
personificação dos indivíduos envolvidos na interação. 
[5]
 
O termo webconferência deriva do inglês web conferencing, que é a 
realização de apresentações e/ou encontros remotamente através da internet. 
Os termos web conferencing e computer conferencing são frequentemente 
utilizados para definir discussões realizadas através de mensagens, 
geralmente, assíncronas. Entretanto estes termos fazem menção a sistemas 
que permitem a comunicação síncrona. 
Na webconferência, cada participante utiliza seu próprio computador, 
sendo a conexão com outros usuários realizada através de um sistema, que 
pode ser um aplicativo instalado no computador do cliente ou aplicações on-
line, em que o usuário acessa um site e se conecta ao sistema. 
Através de conferências é possível a realização de atividades totalmente 
à distância, sem perder a qualidade de interação e comunicação. Existem 
diversas ferramentas com as quais é possível diminuir a distância transacional, 
como chat, fórum e wiki, contudo a webconferência é a aplicação mais 
completa. 
O uso da webconferência facilita o processo de comunicação entre 
educador e educando, permitindo a construção do conhecimento mais profunda 
e abrangente. O diálogo entre os envolvidos se torna mais dinâmico, a 
 9 
 
ferramenta permite a interação e integração de ideias de forma síncrona. Essa 
forma de interatividade favorece não só aquele aluno extrovertido que costuma 
dominar as discussões no ambiente escolar, mas também aquele estudante 
mais reflexivo que encontra um espaço propício para o compartilhamento de 
ideias. 
O uso de webconferência na EaD ainda esbarra em questões técnicas 
como, por exemplo, a velocidade da internet em determinadas localidades e 
equipamentos defasados. Para que a ferramenta seja utilizada de forma 
totalmente eficiente é necessário que as partes envolvidas possuam um bom 
acesso a internet e um equipamento com as configurações mínimas exigidas. 
Nesse aspecto destaca-se a importância dos polos de apoio presencial 
espalhados por todo o país.Metodologia 
Frente aos questionamentos de quais são as potencialidades 
educacionais da webconferência e como esta pode ser associada à prática 
docente, foi realizada uma análise do uso desta ferramenta baseada em 
experiências de outras instituições. 
Durante a análise percebeu-se que o uso da webconferência motiva 
positivamente os estudantes e os professores envolvidos. Na Educação a 
Distância esta motivação e interação entre os agentes proporcionam a 
diminuição da distância transacional e evita a evasão. 
Segundo Antônio Severino (2007) [6], a pesquisa bibliográfica é realizada 
a partir de dados trabalhados por outros pesquisadores e devidamente 
registrados em livros, artigos e teses. Já a pesquisa documental possui um 
leque mais amplo, onde não só documentos impressos são utilizados como 
fonte, jornais, fotos, filmes, documentos legais e gravações também podem ser 
utilizados. 
A investigação cientifica realizada no presente artigo é baseada em 
buscas bibliográficas e um estudo caso-controle, analisando experiências de 
outras instituições que já utilizam a ferramenta a fim de compor as respostas 
almejadas. 
Diferentemente dos estudos de coorte e dos ensaios clínicos, os 
estudos de caso-controle são retrospectivos. São estudos ex-post-
 10 
 
facto, ou seja, feitos de trás para frente, depois que os fatos 
ocorreram. [7] 
Materiais esparsos, como tutoriais e cursos sobre o assunto também 
auxiliaram a análise para compreender o suporte oferecido aos professores e 
estudantes no uso da ferramenta e como esta auxilia na diminuição da 
distância transacional na EaD. 
 
Potencialidades e perspectivas 
A webconferência proporciona um espaço de interação entre todos os 
agentes envolvidos, promovendo uma motivação a mais dos estudantes ao 
terem contato face a face com seus professores. O uso desta ferramenta 
proporciona uma ampliação das discussões e um aprofundamento das 
temáticas estudadas que talvez não haveria se fosse utilizado apenas o 
ambiente virtual de aprendizagem tradicional. 
A utilização da webconferência para a orientação e socialização de 
trabalhos de conclusão de curso é uma das vertentes a serem implementadas 
na instituição, permitindo a aproximação dos estudantes localizados nas 
diferentes unidades de apoio com seus professores e tutores. 
Neste ponto vale ressaltar a importância do uso das ferramentas de 
áudio, vídeo e texto em um mesmo espaço para a construção e socialização 
dos conteúdos pelo professor. Esta mistura de recursos proporciona um 
alcance cognitivo mais abrangente e facilita o processo de ensino-
aprendizagem. 
Estamos frente a uma mudança do modo de ensinar, a prática docente 
deve ser modificada de forma a permitir a transição entre a sala de aula 
presencial e a sala conectada em tempo real, na qual temos interação síncrona 
entre pessoas que estão geograficamente distantes. A webconferência permite 
o compartilhamento do conhecimento de forma conectada e dinâmica. 
 
Conclusão 
O avanço tecnológico e a expansão do acesso a internet propiciaram um 
aumento exponencial dos cursos a distância no país. As peculiaridades da 
Educação a distância exigem uma atenção diferenciada em relação a forma 
 11 
 
com a qual o conteúdo é disponibilizado aos estudantes e a maneiro com a 
qual a comunicação professor-aluno é realizada. 
Não se deve definir a Educação a Distância como sendo aquela 
realizada distante geograficamente. Esta separação física pode, e deve ser 
transposta com o uso de diferentes ferramentas tecnológicas existentes. 
Levando-se em consideração a teoria da distância transacional, um curso na 
modalidade EaD poderá ser mais distância que outro de acordo com o grau de 
interatividade introduzido na estrutura do mesmo, ou seja, quanto mais 
comunicação síncrona de qualidade existir entre educadores e educandos 
menor será o sentimento de solidão e abandono desses. 
A webconferência é uma das ferramentas mais completas disponíveis 
para auxiliar na diminuição da distância transacional na Educação a Distância. 
É importante que a instituição, em conjunto com a equipe de professores, 
esteja atenta a necessidade de presencialidade, mesmo que virtual, nos cursos 
a distância como forma de minimizar os efeitos da distância psicológica. Ao 
aumentar a interação diminui-se a distância transacional e, consequentemente, 
a evasão. 
O uso da webconferência como ferramenta de ensino na Educação a 
Distância não é novidade, mas percebe-se a necessidade de uma maior 
discussão sobre o tema, já que muitas vezes a ferramenta é subutilizada e 
acaba por não alcançar total eficiência. 
A diminuição da distância transacional com o uso da webconferência é 
questão a ser debatida no meio acadêmico. É importante conhecer as 
potencialidades da ferramenta e os fatores que levam a existência deste 
sentimento de isolamento pelo aluno EaD para a correta adaptação do 
aplicativo ao curso a distância. Independente do curso ou metodologia 
aplicadas a webconferência é uma ferramenta de grande potencial que deve 
ser inserida e utilizada em todos os ambientes educacionais. 
 
Referências 
[1] ALLEGRETTI, Sonia. Diversificando os ambiente de aprendizagem na 
Formação de professores para o desenvolvimento de uma nova cultura. 
Tese de doutorado, PUC/SP, 2003. 
 
 12 
 
[2] CHALITA, G. 2002 [online]. P ,. Disponível em <http://www.educacao.sp 
.gov.br>. Acesso em 10 mai.2012. 
 
[3] MAIA, Carmem; MATTAR, João. ABC da EaD – A educação a distância 
hoje . 1° ed. Editora Pearson; São Paulo. 2007. 
 
[4] MOORE, Michael G. Teoria da Distância Transacional. In: KEEGAN, D. 
Theoretical Principles of Distance Education. London: Routledge, 1993. p. 22-
38. Traduzido por Wilson Azevêdo, com autorização do autor. Revisão de 
tradução: José Manuel da Silva. 
 
 
[5] BRITO, Mário Sérgio da Silva. Tecnologias para EAD – Via Internet. In: 
ALVES, Lyan; NOVA, Cristiane (Orgs). Educação e tecnologia: trilhando 
caminhos. Salvador: Editora da UNEB, 2003. 
 
[6] SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho científico. 23° ed. 
São Paulo: Cortez Editora, 2007. 
 
[7] GIL, Antônio Carlos. Como elaborar Projetos de Pesquisa. 5° ed. São 
Paulo: Editora Atlas, 2010. 
CURSO: USO DE WEBCONFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
TEXTO COMPLETO 
1 PPAACCCC 
1 
 
 
 
Curso 
Uso da Webconferência em Educação a Distância 
 
Este curso, fomentado pela CAPES, no Programa Anual de Capacitação Continuada, foi 
criado a partir de experiências com webconferência em Educação a Distância realizadas 
pela equipe de formação do PACC/UAB/UFABC. 
 
 
Autores do curso 
 
Coordenadora do curso 
Prof. Dra. Silvia Dotta 
silvia.dotta@ufabc.edu.br 
 
Professora pesquisadora 
Érica Jorge 
 
Tutores 
Camila Areias de Oliveira 
Lays Batista Fitaroni 
MsC. Paulo Henrique Lopes Aguiar 
Regina Carteano Bandeira 
Ronaldo Tedesco Silveira 
 
Colaboradores 
Prof. Dra. Juliana Braga 
Prof. Dr. Edson Pimentel 
Prof. Dra. Lúcia Franco 
 
 
 
 
PACC – Programa Anual de Capacitação Continuada 
Curso: Uso da webconferência em EaD, de Dotta, S (Coord.), Aguiar, P.; Areias, C. 
Carteano, R. Fitaroni, L; Jorge, É. Oliveira, C.A.; Tedesco,, R., é licenciado sob uma 
Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 3.0 Não-Adaptada. 
Permissões além do escopo dessa licença podem estar disponíveis em http://uab.ufabc.edu.br.
CURSO: USO DE WEBCONFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
TEXTO COMPLETO 
2 PPAACCCC 
2 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
Unidade 1: Fundamentos da Comunicação Virtual ............................................ 3 
Unidade 2:

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