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Prof. Jannison Ribeiro São macromoléculas complexas, compostas de aminoácidos, e necessárias para os processos químicos que ocorrem nos organismos vivos • São os constituintes básicos da vida: tanto que seu nome deriva da palavra grega "proteo", que significa "em primeiro lugar”. Proteínas IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS Estão envolvidas em todas as reações metabólicas e capacitam aos organismos a construção de outras moléculas que são necessárias para a vida. IMPORTÂNCIA Somos seres protéicos • A vida está intimamente ligada às proteínas Estas moléculas especiais realizam as mais variadas funções no nosso organismo. As proteínas são estruturas complexas: - Repetições de 20 unidades básicas, os aminoácidos AA AA AA AA Aminoácidos Constituem unidades monoméricas de peptídeos e proteínas. A estrutura geral dessas moléculas envolvem um grupo amina (NH2) e um grupo carboxila (COOH). Forma molecular não dissociada Os aminoácidos ocorrem em solução aquosa como íons dipolares Aminoácidos São, por isso, moléculas anfóteras, que doam ou recebem prótons H+, funcionando assim como ácido e ou base. (Ácido) (Base) COMPORTAMENTO ANFOTÉRICO ISOMERIA DOS AA IMAGEM ESPECULAR (ENANTIÔMEROS) As proteínas são formadas por L-Aminoácidos! Nomenclatura dos aminoácidos – G Glicina Gly P Prolina Pro – A Alanina Ala V Valina Val – L Leucina Leu I Isoleucina Ile – M Metionina Met C Cisteina Cys – F Fenilalanina Phe Y Tirosina Tyr – W Triptofano Trp H Histidina His – K Lisina Lys R Arginina Arg – Q Glutamina Gln N Asparagina Asn – E Glutamato Glu D Aspartato Asp – S Serina Ser T Treonina Thr CLASSIFICAÇÃO Distribuição dos aminoácidos polares e não polares Classificação Nutricional Os essenciais são aqueles que o organismo não consegue sintetizar e devem ser obrigatoriamente oferecidos na dieta do animal. São aminoácidos essenciais: Valina, Leucina, Isoleucina, Lisina,Treonina, Metionina, Fenilalanina, Triptofano, Histidina. Os aminoácidos não-essenciais, ou dispensáveis, são aqueles que o organismo consegue sintetizar a partir dos alimentos ingeridos. Alanina, Asparagina, Aspartato, Cisteína, Glutamato, Glutamina, Glicina, Prolina, Serina e Tirosina. Patologias – Aminoácidos Proteínas • Erros Inatos do metabolismo Fenilcetonúria (PKU) • As cadeias polipeptídicas são normalmente compostas por aminoácidos diferentes que são ligados covalentemente por uma ligação peptídica. • Os 20 aminoácidos possuem em comum: Carbono alfa (Cα) ligado a um hidrogênio e a cadeia lateral (R) Grupamento carboxi (COOH) Grupamento amino (NH2) Cadeia Polipeptídica Ligação peptídica Ligação peptídica R H O Cα C H N H R H H O Cα Ligação peptídica 2 aminoácidos: Dipeptídeo 3 aminoácidos: Tripeptídeo 4 a 10 aminoácidos: Oligopeptídeo 10 a 100 aminoácidos: Polipeptídeo mais de 100 aminoácidos: Proteína Cadeia Polipeptídica Peptídios Biologicamente ativos • Alguns peptídeos apresentam efeitos e funções importantes no organismo: • Hormônios (Oxitocina – 9 AA) • Mediadores da inflamação (Bradicinina -9 AA) • Reguladores de liberação glandular (Tirotropina – 19 AA) • Controle da glicemia (Insulina – 30 AA e Glucagon - 29 AA) Peptídios Biologicamente ativos • Uso comercial: • Aspartame (Nutrasweet ); • Fármacos. • Peptídeos Exógenos: • Antibióticos de fungos; • Venenos de escorpiões e cobras; • Peptídeos inflamatórios bacterianos (fMLP). Proteínas • As propriedades funcionais das proteínas dependem da sua estrutura tridimensional. Estrutura da Proteínas • Embora sejam quase inúmeras, todas as proteínas são formadas exclusivamente por apenas 20 tipos de aminoácidos, que se repetem numa sequência característica para cada proteína. Esta sequência, conhecida como estrutura primária, é que, de fato, determina a forma e a função da proteína. A estrutura primária é somente a seqüência dos aminoácidos, sem se preocupar com a orientação espacial da molécula. As interações intramoleculares entre os aminoácidos das proteínas fazem com que a cadeia protéica assuma uma estrutura secundária e uma estrutura terciária. Diferenciação das Proteínas • Critérios de diferenciação: 1. Nº de Aminoácidos: 2. Tipos de Aminoácidos: 3. Sequência dos Aminoácidos. – Arranjos regulares (conformação) em regiões localizadas de uma cadeia polipeptídica. Estrutura Secundária Alfa-hélices Folhas beta -Hélice • É a forma mais comum de estrutura secundária regular • Caracteriza-se por uma hélice em espiral formada por 3,6 resíduos de aminoácidos por volta • As cadeias laterais dos aminoácidos se distribuem para fora da hélice • A principal força de estabilização da a - Hélice é a ponte de hidrogênio. Folhas Ao contrário da alfa-hélice, a folha-beta envolve 2 ou mais cadeias peptídicas ou segmentos de cadeias polipeptídicas, arranjados em paralelo ou no sentido anti- paralelo As pontes de hidrogênio mais uma vez são à força de estabilização principal desta estrutura Estrutura Terciária É o arranjo tridimensional global de todos os átomos de uma proteína. • O que determina a estrutura terciária são as cadeias laterais dos aminoácidos • Muitas vezes, as partes hidrofóbicas da proteína agrupam-se no interior da proteína dobrada Longe da água e dos íons do ambiente onde a proteína se encontra, deixando as partes hidrofílicas expostas na superfície da estrutura da proteína. • As pontes dissulfeto são as principais forças estabilizadoras da estrutura terciária! CISTINA (Pontes dissulfeto) Estruturas Terciárias Proteínas Globulares • Proteínas com repetições internas • Proteínas de membrana Proteínas Fibrosas Proteínas secretadas Estrutura Quaternária • Proteínas que existem em complexos não covalentemente ligados, compostos por duas ou mais cadeias ou subunidades polipeptídicas, idênticas ou não. Certas proteínas, tal como a hemoglobina, são compostas por mais de uma unidade polipeptídica (cadeia protéica). A conformação espacial destas cadeias, juntas, é que determina a estrutura quaternária. Esta estrutura é mantida pelas mesmas forças que determinam as estruturas secundárias e terciárias. NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DAS PROTEÍNAS NÍVEL PRIMÁRIO Seqüência de aminoácidos (unidos covalentemente) NÍVEL SECUNDÁRIO Padrões regulares (pregas ou hélices) formados por aminoácidos adjacentes (mantidos por pontes de H ao longo das ligações peptídicas) NÍVEL TERCIÁRIO Arranjo tridimensional de toda a cadeia peptídica (estabilizada por diversas atrações entre os diferentes grupos da proteína) NÍVEL QUATERNÁRIO Arranjo de duas ou mais cadeias polipeptídicas (Associação não covalente) Monômeros (subunidades) Alfa-hélice Folha pregueada Aminoácidos IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS TRANSPORTE (ferritina) ESTRUTURAL (actina) RESERVA (albumina) PROTETORA (imunoglobulina) ARMAZENAMENTO (mioglobina) REGULATÓRIA (insulina) ENZIMÁTICA (RNA polimerase) MOTORA (miosina) • FUNÇÕES BIOLÓGICASDESNATURAÇÃO • Alta temperatura • pH extremo • Solvente orgânicos • Compostos altamente polares • Detergentes • Reagentes sulfidrílicos ESTADO NATIVO DESNATURADA DESNATURAÇÃO • Alta temperatura DESNATURAÇÃO • pH extremo: Interações que governam o enovelamento e a estabilidade das proteínas • Interações não-covalentes Forças eletrostáticas Pontes de hidrogênio • Interações hidrofóbicas H H O +δ +δ -2δ Quanto ao número de cadeias polipeptídicas Proteínas Monoméricas Formadas por apenas uma cadeia polipeptídica Proteínas Oligoméricas Formadas por mais de uma cadeia polipeptídica; São as proteínas de estrutura e função mais complexas. – Proteínas Fibrosas – Simples. – Cadeias polipeptídicas em folha ou feixes. – Proteínas Globulares – Complexa – Cadeia enoveladas em forma esferica. Quanto a Forma PROTEÍNAS FIBROSAS • Colágeno: • Existem mais de XII tipos de colágenos espalhados nos mais diversos tecidos do nosso corpo; • Relacionado a tração, elasticidade tecidual e sustentação da matriz extracelular dos tecidos; • Altamente insolúveis em meio aquoso. PROTEÍNAS FIBROSAS • Colágeno: • Apresenta-se na forma de Hélice tripla denominada TROPOCOLÁGENO, estabilizada por pontes de hidrogênio; Composição pobre de aminoácidos: glicina, prolina, hidroxiprolina e arginina: ...Gly-Pro-X-Hyp-Gly-X... • Proteína EXTREMAMENTE pobre nutricionalmente! ( ↓ AA Essenciais) PROTEÍNAS FIBROSAS • Elastina: • Altamente contrátil e resistente a pressão; • Presente em tecidos onde há necessidade de elasticidade; Tecido pulmonar, cardíaco, vascular, bexiga, pele... • Fibras bem mais finas que o colágeno e com estrutura espiralada unidas por estruturas denominadas desmosinas (propriedade elástica); • Nutricionalmente pobres. PROTEÍNAS FIBROSAS • Queratina: • Proteína encontradas na pele (produzida pelos queratinócitos), formando camadas proteicas extremamente rígidas e compactas; • Função de proteção (fricção e abrasão) e hipermeabilização das camadas externas do corpo; • Ricas do AA Cisteína muitas ligações dissulfeto; Classificando as proteínas Quanto a Composição: • Proteínas Simples Por hidrólise liberam apenas aminoácidos • Proteínas Conjugadas Por hidrólise liberam aminoácidos mais um radical não peptídico, denominado GRUPO PROSTÉTICO. Metaloproteínas, Hemeproteínas, Lipoproteínas, Glicoproteínas As globinas constituem um bom exemplo para se compreender as relações entre a estrutura e a função das proteínas. A Hemoglobina é um hetero-tetrâmero formada por 2 tipos de globinas: e . Max Perutz e John Kendrew resolveram a estrutura 3D da hemoglobina em 1959 Transporte de Gases A Hemoglobina, composta por quatro cadeias polipeptídicas (dois dímeros ), é uma proteína transportadora de oxigênio. apresenta afinidade variável por O2 A estrutura tetramérica da hemoglobina confere à molécula maior controle da afinidade por oxigênio 1 heme = 1 O2 A Mioglobina, composta por uma cadeia polipeptídica, é uma proteína armazenadora de oxigênio presente no tecido muscular de mamíferos. apresenta alta afinidade por O2 • As alterações conformacionais que ocorrem nas cadeias globínicas da hemoglobina na transição oxigenação-desoxigenação são transmitidas de uma cadeia a outra, através de contatos nas interfaces das subunidades. • Esse fenômeno é a base molecular da cooperatividade, uma forma de alosteria característica de proteínas oligoméricas. • A afinidade da hemoglobina para o oxigénio depende do pH e do CO2. Tanto o H+ como o CO2 promovem a libertação do O2 ligado. • Reciprocamente o O2 promove a libertação de H+ e CO2; • Na hemoglobina a acidez aumenta a liberação de oxigénio. • Fisiologicamente, baixando o pH há um deslocamento da curva de dissociação do oxigénio, de tal maneira que a afinidade pelo oxigénio fica diminuída. • Aumentando a concentração de CO2 (a pH constante), diminui também a afinidade pelo oxigénio. Anidrase Carbônica/ Efeito Bohr • Em tecidos em rápida metabolização, tais como o músculo em contração, muito CO2 e ácido são produzidos. • A presença de maiores níveis de CO2 e H+ nos capilares de tal tecido metabolicamente ativo promove a libertação de O2 da oxi-hemoglobina. ↑ pH , ↓ [CO2] AFINIDADE PELO OXIGÊNIO ↓pH , ↑ [CO2] MENOR AFINIDADE PELO OXIGÊNIO Estas moléculas especiais realizam as mais variadas funções no nosso organismo. A diversidade estrutural reflete a diversidade funcional das proteínas UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA Prof. Jannison Ribeiro O efeito Bohr é a modulação da afinidade da Hb por O2 pelo pH do meio, facilitando a desoxige- nação da Hb a nível tecidual. O sangue venoso é mais ácido do que o arterial, pela presença de CO2 vindo dos tecidos. Esse forma ácido carbônico H2CO3, que se dissocia liberando H+ para o meio. A curva ao lado mostra como a % de saturação da Hb, em uma pO2 próxima aos valores nos tecidos (20 torr), diminue em função do pH do meio. Vários mecanismos regulam a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio. O efeito Bohr é um dos mais importantes em termos fisiológicos. Para a mesma pO2, a saturação da Hb diminue de 45% em pH 7,6 para 22% em pH 7,2. O 2,3-bifosfoglicerato (2,3 BPG) é um produto exclusivo do metabolismo das hemácias, formado a partir de um dos intermediário da via glicolítica, por uma enzima mutase específica. Glicose 1,3 bifosfoglicerato piruvato 2,3-BPG Mutase (só em hemácias) Via glicolítica nas hemácias Vários mecanismos regulam a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio. O 2,3-difosfoglicerato é um regulador alostérico negativo da hemoglobina. A ligação de uma molécula de 2,3 BPG à hemoglobina reduz a sua afinidade por O2, facilitando a desoxigenação. O 2,3 BPG liga-se na cavidade central do tetrâmero da hemoglobina, estabilizado por interações eletrostáticas com resíduos de carga positiva. A hemoglobina passa por várias alterações conformacionais na transição do estado desoxigenado para oxigenado. No estado oxigenado, a cavidade central do tetrâmero diminue. O2 • Na oxihemoglobina, a cavidade central é menor, expulsando o 2,3-DPG e aumentando a afinidade da molécula por O2. A regulação da afinidade da hemoglobina pelo O2 é um somatório do efeito Bohr e do 2,3 –bifosfoglicerato, além da cooperatividade positiva. Stripped Hb – Hb sem nenhum modulador Whole blood – Hb em sangue total, com todos seus moduladores A figura ilustra a somatória de efeitos moduladores negativos do 2,3 BPG e do CO2 (efeito Bohr) sobre a afinidade da hemoglobina para o oxigênio. Observe como a P50 (pressão parcial de O2 que satura 50% das moléculas) aumenta progressivamente a medida que os moduladores são adicionados ao meio. O efeito Bohr (presença de CO2) e o 2,3-BPG, juntos, diminuem em cerca de 2,6 vezes a afinidade da Hb pelo O2. 50%
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