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1.1.1 Estado e seu conceito
Para Vieira e Albuquerque (2001), muitas são as formas de entender o significado do conceito de Estado. Conforme Houaiss (2009, p. 341), Estado é entendido pela noção clássica de “povo social e política e juridicamente organizado, que, dispondo de uma estrutura administrativa, de um governo próprio, tem soberania sobre determinado território”.
Para De Cicco e Gonzaga (2013), o conceito de Estado é: uma instituição organizada política, social e juridicamente, que ocupa um território definido e, na maioria das vezes, sua lei maior é a Constituição. É dirigido por um governo soberano, reconhecido interna e externamente, sendo responsável pela organização e pelo controle social, pois detém o monopólio legítimo do uso da força e da coerção (DE CICCO; GONZAGA, 2013, p. 25).
Segundo Bobbio (2007), os elementos do Estado são de ordem material e formal. Do ponto de vista material, temos a população e o território; do ponto de vista formal, o governo. Já de acordo com Kelsen (2000), do ponto de vista material, podemos entender por população o conjunto de todos os habitantes do território do Estado. Por povo, o conjunto dos cidadãos que mantêm vínculos políticos e jurídicos com o Estado. Território é entendido como o espaço para o qual apenas uma ordem jurídica está autorizada a prescrever atos coercitivos e onde podem ser executados.
Do ponto de vista formal, governo refere-se ao exercício do poder do Estado ou à condução política geral. Diz respeito ao povo e pode ser entendido como o órgão ao qual a Constituição atribui o poder executivo sobre uma sociedade e que geralmente é formado por um presidente ou um primeiro-ministro e alguns ministros, secretários e outros funcionários.
As características do Estado são a soberania, a nacionalidade e a finalidade. Por soberania podemos entender a capacidade de proclamar seu próprio direito positivo de forma incontestável
Sintetizando, podemos afirmar que os fins do Estado são: garantir a segurança de seus cidadãos e de suas instituições públicas e privadas, Resumindo, o governo tem o papel de administrar o Estado, com a função executiva, e, nesse sentido, caracteriza-se como uma das instituições que compõem o Estado: o Poder Executivo. Essa administração é transitória e pode ser representada pelos diversos partidos políticos existentes, assim como assegurar a justiça e o bem-estar econômico e social.
Na área educacional, é o Plano Nacional de Educação o documento que expressa a realidade brasileira na área da educação escolar.
Por nação entendemos um povo, agrupamento ou organização de uma sociedade cujos membros compartilham uma tradição histórica e que, por isso, apresentam uma identidade, uma cultura própria que os distingue de outros e que também os une.
Quando pensamos no termo política, estamos nos referindo àquilo que é próprio do homem, auxilia-o a resolver problemas, conflitos e a organizar sua vida social. Para Padilha (2001), há várias definições para política, mas o sentido que está mais presente é o das ações e relações humanas. Identificamos, para nossos estudos nesta disciplina, as políticas sociais, dentre as quais, estão as políticas educacionais.
De acordo com Ferreira (1999), o sentido etimológico da palavra política é ciência que trata dos fenômenos referentes ao Estado; ciência política; sistema de regras respeitantes à direção dos negócios públicos; arte de bem governar e conjunto de objetivos que dão forma a determinado programa de ação governamental e condicionam sua execução (FERREIRA, 1999, p.
1.599).
Da mesma forma, de acordo com o sentido etimológico, a palavra público (FERREIRA, 1999, p. 1.664) “é um adjetivo que diz respeito ao que é relativo ou pertencente ou destinado ao povo, à coletividade e também relativo ou pertencente ao governo de um país”.
Para entendermos o que políticas públicas significam, usando as definições apontadas, podemos dizer que são diretrizes, princípios norteadores de ação do Poder Público, regras e procedimentos que estabelecem as relações entre este e a sociedade, as mediações entre a população e o Estado, ou seja, cidadãos que representam a sociedade e o Estado.
A abrangência pode ser universal, quando se estende a todos os cidadãos; segmentada, quando atende a um fator determinante, como idade, gênero; e fragmentada, quando atende a um determinado grupo social, de um segmento específico.
Quanto aos impactos que podem causar nas relações sociais ou em seus beneficiários, as políticas públicas podem ser: distributivas, quando distribuem benefícios individuais; redistributivas, ao buscar equidade redistribuindo os benefícios entre os grupos sociais; e regulatórias, ao definir regras e procedimentos para atender aos interesses gerais da sociedade.
A visão da política liberal tem no liberalismo seus fundamentos, que se traduzem no “conjunto de ideias e doutrinas que visam a assegurar a liberdade individual no campo da política, da moral, da religião dentro da sociedade”
A visão social-democrata concebe uma política de atuação com benefícios sociais que visem à proteção dos mais fracos, como uma maneira de dar igualdade de condições a todos, em decorrência das diferenças econômicas promovidas pela sociedade capitalista.
A partir da década de 1970, esse modelo entrou em crise, devido aos novos padrões introduzidos pelas tecnologias nos processos de acumulação e nas relações de trabalho. Essa situação levou à falência do Estado protetor e ao agravamento da crise social, em virtude do esgotamento das possibilidades de atendimento às necessidades crescentes da população, gerando o burocratismo e a ineficiência do aparelho governamental.
O sistema que historicamente veio responder a essas necessidades sociais e econômicas foi o neoliberalismo, que defendia a ação mínima do Estado. O equilíbrio social é resultante do livre funcionamento do mercado. As noções de mercados abertos e tratados de livre-comércio, redução do setor público e diminuição da intervenção estatal na economia e na regulação do mercado resultaram em programas e políticas de ajuste estrutural. Nesse sistema modificam-se as formulações das políticas públicas, pois com a ação mínima do Estado é preciso que as regulamentações sejam mínimas e as políticas distributivas compensem desequilíbrios graves e passem, então, a ter um caráter seletivo de atendimento a todos – ou seja, um atendimento não universal.
Políticas públicas neoliberais
A partir do neoliberalismo, temos a sociedade civil chamada a participar do processo de formulação de políticas públicas e podemos identificar alguns aspectos que dele fazem parte:
• Identidade: o processo de formação de identidade coletiva se constrói na medida em que há iniciativas de proposições para resolver problemas coletivos.
• Plataformas políticas: expressam as concepções do papel do Estado e da sociedade civil por meio de programas e ações voltados às demandas e carências. As políticas públicas representam o sentido do desenvolvimento histórico-social dos atores sociais na disputa para construir a hegemonia.
• Mediações institucionais: são as políticas públicas que representam as mediações entre os interesses e valores de diversos atores sociais que se defrontam em espaços públicos a fim de negociar soluções para o conjunto da sociedade ou para determinados grupos sociais.
• Dimensão estratégica: é representada pelas políticas públicas que são diretamente ligadas ao modelo econômico e à constituição de fundos públicos e estabelecem referência e base para a definição de outras políticas ou programas em determinadas áreas. As inovações tecnológicas e a reestruturação produtiva, acompanhadas de seus efeitos sobre o emprego e o agravamento das desigualdades sociais, devem ser consideradas nas opções estratégicas.
Podemos definir políticas públicas como um processo dinâmico composto de negociações, pressões, mobilizações, alianças ou coalizões de interesses.
Teixeira (2002) aponta os passos a serem seguidos para uma participação efetiva e eficaz da sociedadecivil:
a) elaboração e formulação de um diagnóstico participativo e estratégico com os principais atores envolvidos, no qual se possa[m] identificar os obstáculos ao desenvolvimento, fatores restritivos, oportunidades e potencialidades; negociação entre os diferentes atores;
b) identificação de experiências bem-sucedidas nos vários campos, sua sistematização e análise de custos e resultados, tendo em vista possibilidades de ampliação de escalas e criação de novas alternativas;
c) debate público e mobilização da sociedade civil em torno das alternativas mais entre os atores;
d) decisão e definição em torno de alternativas; competências das diversas esferas públicas envolvidas, dos recursos e estratégias de implementação, cronogramas, parâmetros de avaliação;
e) detalhamento de modelos e projetos, diretrizes e estratégias; identificação das fontes de recursos; orçamento dos meios disponíveis e a providenciar; mapeamento de possíveis parcerias, para a implementação;
f) na execução, publicização, mobilização e definição de papéis dos atores, suas responsabilidades e atribuições, acionamento dos instrumentos e meios de articulação;
g) na avaliação, acompanhamento do processo e resultados conforme indicadores; redefinição das ações e projetos (TEIXEIRA, 2002, p. 5).
Atualmente, os conceitos que fazem parte do conteúdo e do processo da estruturação das políticas públicas são:sustentabilidade, democratização, eficácia, transparência, visibilidade, diversidade, participação e qualidade de vida para a construção de uma nova ética centrada na vida, na solidariedade, com vistas a uma cultura da paz. Mas não basta conhecer esses elementos, é preciso que sejam traduzidos em parâmetros objetivos para que orientem a elaboração, a implementação e a avaliação das políticas propostas.
O conhecimento dos mecanismos envolvidos no estabelecimento de políticas públicas propicia informações sobre como executar ações de intervenção a favor dos princípios da Constituição Federal de 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96. Os textos legais apresentam conquistas sobre direitos individuais, coletivos e sociais; o direito à educação escolar é definido como um direito social, que se expressa por meio de medidas como o acesso do aluno à escola e sua permanência com sucesso escolar, o financiamento da educação, a definição do que são gastos em educação e a prestação de contas sobre os gastos realizados. A avaliação do desenvolvimento do processo educativo é o instrumento que pretende verificar se programas, planos e ações estão ocorrendo de acordo com os preceitos legais, como a permanência do aluno na escola até completar sua escolaridade básica e a responsabilização dos poderes públicos e dos órgãos administrativos pela elaboração de políticas educacionais que permitam a realização dos anseios sociais presentes na legislação educacional e de acordo com as necessidades sociais e educacionais da atualidade.
No Brasil, as organizações do terceiro setor têm atuado em parceria com as instituições de ensino no desenvolvimento de projetos que têm o objetivo de atender a cada estabelecimento de ensino em ações e programas específicos. Tais ações e programas estão relacionados diretamente ao Projeto Político-Pedagógico da escola e têm o objetivo de proporcionar, aos educandos da escola, atividades que venham a contribuir para a efetivação da qualidade de ensino que é necessária à população. Dessa forma, efetiva-se o objetivo da política neoliberal, que é manter a sociedade civil, representada pelo terceiro setor, ou seja, as ONGs, em parceria com as unidades escolares vinculadas às redes públicas de ensino municipal ou estadual.
Podemos apontar como integrantes dessa reestruturação os seguintes aspectos:
1) a globalização: produção, troca e circulação de mercadorias estão globalizadas, caracterizando o escopo transnacional do capital;
2) a efemeridade: o turnover da produção e do consumo é extremamente veloz; aceleração do tempo de giro na produção (produção flexível: pequenos lotes, variedade de tipos de produto e sem estoques) e redução do tempo de giro no consumo;
3) a dispersão: geográfica da produção, feita através de uma mudança na estrutura ocupacional; do trabalho (com as novas modalidades de empregos: temporários, de tempo parcial e a terceirização); do monopólio, num amplo conjunto de produção desterritorializada (SOARES, 1997).
Destaca-se, então, a importância da escola e do seu papel como garantia de aprendizagem e inserção social dos alunos. É preciso ressignificar o papel da escola no mundo atual, a favor da conquista da cidadania plena para todas as crianças e todos os jovens da educação básica, principalmente os oriundos das classes populares. Isso porque a escola, cumprindo seu papel de instituição capaz de promover transformação social, empreende uma caminhada rumo a uma sociedade mais democrática e inclusiva, em que o cidadão possa se sentir sujeito coletivo e participativo na vida social, econômica e política do país.
PLANEJAMENTO EDUCACIONAL
O ato de planejar está presente em todos os níveis da educação brasileira – nos sistemas de ensino federal, estadual ou municipal, em seus órgãos administrativos e na unidade escolar – para elaborar desde o projeto político-pedagógico até o plano de aula, em que a tarefa educacional se realiza na concretude da relação professor-aluno. Podemos citar como tipos de planejamento: o global, o estratégico, o setorial, o regional e o local.
Planejamento educacional/estratégico
Planejamento de maior abrangência, geralmente dos sistemas de ensino: uma abordagem racional e científica dos problemas que supõe a determinação dos objetivos, recursos disponíveis, a análise das consequências que advirão das diversas atuações possíveis, a escolha entre as possibilidades, a determinação das metas específicas a atingir em prazos bem-definidos e, finalmente, o desenvolvimento dos meios mais eficazes para implantar a política escolhida. Assim concebido, o planejamento educacional significa bem mais que a elaboração de um projeto contínuo que engloba uma série de operações 
2.2.2 Planejamento curricular
Trata da dinâmica das ações internas da escola. Isso significa que cuida do desenvolvimento escolar dos alunos e de como vai ser sua vida na escola. Estabelece o tipo de relação que o aluno tem com os conteúdos escolares, colegas, professores, funcionários e com a própria escola. Segundo Vasconcellos (1995, p. 56), “é o processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação escolar. É a previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno”. É também um instrumento que regula as ações escolares em prol dos objetivos a serem alcançados, integrando a escola e garantindo a interdependência entre todos os setores, áreas e ações.
2.2.3 Planejamento escolar
Voltado para a coordenação da ação docente e de sua relação com o contexto social. Para Libâneo (2001), é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos da sua organização e coordenação em face dos objetivos propostos quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino. É um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social (LIBÂNEO, 2001, p. 221).
O autor nos chama ainda a atenção para a ação planejada das práticas didáticas, ao mesmo tempo introduzindo o conceito de revisão como meio de refletir sobre a ação para a tomada de decisões conforme os objetivos propostos. Essa ação tem como orientadora de seu desenvolvimento a política educacional adotada.
2.2.4 Planejamento de ensino
Processo para decidir ações e interações entre educadores e alunos da escola. Para Fusari (apud PADILHA, 2001): é o processo que envolve a atuação concreta dos educadores no cotidiano do seu trabalho pedagógico, [...] todas as suas ações e situações, o tempo todo, [...] a permanente interação entre educadores e entre os próprios educandos (FUSARI apud PADILHA, 2001,p. 10).
2.2.5 Planejamento coletivo
Tem como meta organizar a ação, a responsabilização e a divisão das tarefas a serem realizadas. Esse conceito introduz a importância da organização das ações entre todos os participantes de um projeto, programa ou plano. Organizar a ação não quer dizer que todos vão fazer tudo juntos, mas sim que vão ordenar e dividir as tarefas tendo em vista o coletivo das ações.
2.2.6 Planejamento participativo
É aquele realizado a partir da participação de todos os atores envolvidos naquela situação. Para Cornely (1980), constitui um processo político, num contínuo propósito coletivo, numa deliberada e amplamente discutida construção do futuro da comunidade, na qual participe o maior número possível de membros de todas as categorias que a constituem. Significa, portanto, mais do que uma atividade técnica, um processo político vinculado á decisão da maioria, tomada pela maioria, em benefício da maioria (CORNELY, 1980, p. 27). O conceito de participação está presente em todos os momentos das ações educacionais. É o que vai dar autoridade às decisões, na medida em que representam a maioria. Daí a importância de transparência, impessoalidade, lisura, responsabilidade e compromisso dos envolvidos nas ações e tomadas de decisão.
2.2.7 Planejamento das aulas
Refere-se à tomada de decisões sobre os conteúdos das aulas, diante das ações pedagógicas propriamente ditas, envolvendo o professor e o aluno, na sala de aula, como: conteúdos, metodologias, temas, recursos didáticos e avaliação. Pode referir-se ao planejamento de uma aula ou a um plano que vai ser desenvolvido em um ano ou mais.
É importante entender a dinâmica do planejamento educacional para a compreensão das políticas públicas em educação. Isso porque o planejamento tem o objetivo de, definidas as políticas públicas, apontar os planos, programas, ações e projetos que vão desenvolver as atividades necessárias para garantir o alcance das metas propostas pelas políticas públicas. É ainda importante ressaltar que o planejamento pode se estabelecer sobre metas em curto, médio e longo prazo.
Para isso, é importante saber que cada ação, cada conteúdo ou atividade envolve dimensões diferentes no que concerne a abrangências, especificidades, limites e possibilidades. É próprio do ato de planejar especificar bem seu tema de atuação, pessoas, locais que lhe dão contornos e especificidades próprias, porém todas envolvendo a importância da racionalização das ações e do caminho a perseguir, das ações a serem desenvolvidas e da reavaliação das ações para que os objetivos sejam atingidos.
No fim do século XIX e início do XX a Teoria da Administração Científica o planejamento tem o objetivo de prever as ações, racionalizando as atividades dos operários e os recursos materiais. Identificamos a relação burocrática nas ações e relações do planejar, priorizando a divisão das tarefas.
No século XX, a Teoria das Relações Humanas, preocupa-se com o comportamento humano e tem uma perspectiva para cada situação. As ações têm o objetivo de promover integração.
Já na década de 1950, é elaborada a Teoria Neoclássica :o planejamento assume características diferenciadas, pois apesar de ainda ter por base a racionalidade na tomada de decisões, é dinâmico, interativo e deve ser realizado de forma permanente. Podemos identificar relações ao mesmo tempo burocráticas e integradoras nesse tipo de planejamento.
Nos dias de hoje, o planejamento educacional está voltado para a conquista da qualidade do ensino e da aprendizagem do aluno, sendo estabelecida a escola como o local privilegiado dessa conquista e para onde todos os esforços das políticas públicas devem estar direcionados. A Lei nº 9.394/96 prevê como instrumento para essa conquista a gestão democrática da escola pública.
A Lei nº 9.394/96 é extremamente importante, pois é o documento legal
que orienta toda a área educacional no país, além de nossa atuação no
processo educativo.
Devemos entender que a educação é um direito de todos e que é dever da família e do Estado proporcionar as condições para que esse direito seja usufruído. O Estado, representado pelo governo da esfera federal, estadual ou municipal, deve garantir as vagas nas escolas públicas aos alunos. Aos pais cabe o dever de matricular seus filhos na escola, e ao aluno cabe o direito de estudar. Nesse sentido, dever e direito são conceitos-chave.
Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V – coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII – valorização do profissional da educação escolar;
VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX – garantia de padrão de qualidade;
X – valorização da experiência extraescolar;
XI – vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais;
XII – consideração com a diversidade étnico-racial (BRASIL, 1996).
5 SISTEMA DE ENSINO E ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
5.1 Conceituação de sistema de ensino
O que significa sistema?
Conjunto de elementos, materiais ou não, que dependem reciprocamente uns dos outros, de maneira a formar um todo organizado. Na citação está presente a ideia de estrutura, de um todo formado por partes interdependentes presentes no interior de um conjunto de elementos.
O que é a Teoria de Sistemas?
um ambiente que, além de considerar o que está dentro do sistema, analisa também o que está fora, pelas trocas que se realizam entre o sistema e o ambiente.
O sistema pode ser aberto ou fechado. O fechado não faz troca com o ambiente. Já no sistema aberto há troca, pela interação com o ambiente. Por isso, recebe informações de fora e devolve informações a partir do funcionamento do sistema, o feedback. Para fazer referência ao que entra como informação no sistema, usamos o conceito inputs, e para o que é devolvido como informação para o ambiente, outputs. Nesse sentido, há a ideia de supersistema e subsistema.
5.1.1 O sistema escolar
O sistema escolar brasileiro tem como finalidade proporcionar educação num aspecto específico, que é a escolarização. Este é um processo sistemático e intencional, que tem como objetivo o desenvolvimento intelectual, físico, social, emocional e moral dos educandos. 
Unidade II
5.2 Organização do sistema de ensino brasileiro nos âmbitos federal, estadual e municipal: composição, incumbências e organogramas (LDB, artigo 8º a 20)
5.2.1 Estrutura
O sistema escolar brasileiro compreende uma rede de escolas e uma estrutura de sustentação:
A rede de escolas é composta de estabelecimentos de ensino que atendem aos alunos, nos níveis de ensino descritos a seguir.
• Primeira etapa – Educação Infantil:
— creche, dos 0 aos 3 anos;
— pré-escola, dos 4 aos 5 anos.
• Segunda etapa – Ensino Fundamental:
— séries iniciais (dos 6 aos 10 anos);
— séries finais (dos 11 aos 14 anos).
• Terceira etapa ou etapa final – Ensino Médio:
— dos 15 aos 17 anos.
• Estrutura de sustentação – estrutura administrativa composta de elementos não materiais, entidades mantenedoras e administração. São elementos não materiais:
— normas – disposições legais: Constituição Federal, leis e decretos;
— disposições regulamentares: regimentos, portarias e instruções;
— disposições consuetudinárias: ética, costumes e praxe.
Os elementos não materiais constituem-se dos princípios e objetivos da educação escolar nacional, bem como dos deveres, direitos e responsabilidades dos integrantes do setor educacional. Expressam-se pelas legislações educacionais, que têm o objetivo de regulamentar, orientar, coordenar, acompanhar, implantar, implementar e avaliar ações,planos, programas e planejamentos de todos os níveis de organização e funcionamento do sistema de ensino nacional.
Entidades mantenedoras são as instituições que organizam os estabelecimentos de ensino, matriculam as crianças e os adolescentes, desenvolvem o currículo, o ano letivo e o processo avaliativo e são responsáveis pela certificação na educação básica. São subdivididas conforme vemos a seguir:
• Entidades mantenedoras:
— Poder Público: federal, estadual e municipal;
— entidades particulares: leigas e confessionais;
— entidades mistas: autarquias.
5.2.3 Funcionamento
As características do funcionamento do sistema escolar brasileiro, do ponto de vista das entradas para o sistema escolar, delimitam que a sociedade brasileira é responsável pela provisão de recursos financeiros para que o sistema nacional de ensino funcione e que tem a responsabilidade de realizar o recrutamento de pessoal de acordo com as necessidades nacionais, regionais e locais, em todas as áreas de funcionamento do sistema. Também são características do funcionamento do sistema não somente a admissão de todas as crianças e adolescentes e dos que não estudaram na idade própria, mas também a oferta de vaga e a permanência na escola até o fim da educação básica.
58nidade II
As características do funcionamento do sistema de ensino, do ponto de vista do processo educativo, dizem respeito à orientação, à coordenação dos currículos, dos programas e, por meio da constante qualificação do pessoal e da avaliação do rendimento escolar por avaliações internas e externas. 
As características do funcionamento do sistema escolar, significam a formação e a qualidade de ensino oferecido pela escola que garanta a plena cidadania, a formação para o trabalho e a preparação para a vida social. 
5.2.4 Níveis de administração dos sistemas de ensino
Os sistemas de ensino brasileiros possuem uma rede de autoridades, desde aquelas que envolvem o país até as que se instauram nas unidades escolares. 
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
A LDB dispõe, no Título IV, artigo 8º, sobre a organização da educação nacional, e, no artigo 9º, sobre as competências e atribuições da União. A União tem o papel de coordenar a política nacional de educação, articular os diferentes níveis e sistemas de ensino e exercer as funções normativas, redistributiva e supletiva em relação às outras instâncias educacionais. A função normativa estabelece leis, regulamentos e normas que devem ser respeitados para o funcionamento integrado dos sistemas de ensino. Já a função redistributiva refere-se à contribuição com verbas para o ensino quando os sistemas de ensino estaduais e municipais não atingem o mínimo de verbas necessário para o desenvolvimento e a manutenção do ensino. Por fim, a função supletiva trata da situação decorrente de os sistemas de ensino terem dificuldade de cumprir todas as atribuições e competências em relação à estrutura e ao funcionamento da educação básica.
Da Organização da Educação Nacional
O conceito destacado é o de regime de colaboração, que deve ser o tipo de relação a reger os diferentes sistemas de ensino. O papel principal da União é coordenar a política nacional de educação e articular os diferentes níveis e sistemas com as funções normativa, redistributiva e supletiva.
O artigo 9° cita as atribuições e competências da União em relação à organização e ao funcionamento da educação escolar (incumbências essas que em grande parte envolvem a coordenação das ações educacionais – note-se que é função da esfera federal a elaboração do Plano Nacional de Educação, ainda que isso ocorra em colaboração com estados, Distrito Federal e municípios). BÁSICA
Também compete à União garantir a participação de todos na educação; para isso, o plano deve conter diretrizes e metas a serem alcançadas, especificadas por nível e modalidade de ensino, com a vigência de 10 anos. Após essa elaboração, o plano deve ser encaminhado para discussão e aprovação no Congresso Nacional, que pode transformá-lo em lei federal.
Outra função do Estado é prestar assistência técnica, o que acaba se resumindo na elaboração das diretrizes educacionais, que são aceitas pelos sistemas de ensino. O conceito de colaboração novamente aparece, assim, como instrumento que vai efetivamente garantir pensar numa educação nacional, com a criação de mecanismos que assegurem a formação básica comum a todos, como está expresso na lei.
A introdução da ideia de avaliação se constitui, nessa lei, como um dos pilares da política educacional brasileira. É o que chamamos de avaliação realizada da forma mais mensurável possível, assegurando o processo nacional de avaliação do rendimento escolar. O objetivo é eleger as prioridades nacionais (locais) com vistas à melhoria da qualidade de ensino. Já em 1995, antes da aprovação da Lei nº 9.394/96, o governo federal instaurou uma medida provisória, em 1995, a Lei nº 9.131/95, instituindo o Provão no ensino superior (o Exame Nacional de Cursos), O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e o Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica).
Dando continuidade ao estudo, leia o próximo artigo.
O artigo 10º apresenta as atribuições e competências dos estados brasileiros diante do ensino escolar no sistema nacional de educação. Há uma organização de atribuições e funções entre os diferentes sistemas de ensino.
Os municípios passam a ter atribuições na educação escolar. As ações estão em consonância com as atribuições da União e dos estados e devem acontecer em regime de colaboração, podendo essas esferas de governo formar um sistema único de educação básica. Assim, as políticas educacionais municipais devem estar integradas às políticas e aos planos da União e dos estados.
Vejamos agora as atribuições dos estabelecimentos de ensino.
O artigo 12 trata das competências e responsabilidades da escola, destacando-se seu dever de elaborar e executar sua proposta pedagógica. Outros deveres são: assegurar o cumprimento dos dias letivos, velar pelo cumprimento do plano de trabalho docente e prover meios de recuperação dos alunos de menor rendimento, articular-se com as famílias e a comunidade, informar pais sobre o rendimento dos alunos e 5 Texto com modificações promovidas pelas leis 12.061/2009 e 10.287/2001.Está presente também entre as responsabilidades da escola administrar seu pessoal, bem como seus recursos materiais e financeiros. O fato de outras atividades não terem sido mencionadas não significa que o papel da escola tenha sido alterado, mas sim ampliado em sua visão e missão para com a coletividade escolar.
São apresentadas neste artigo as funções dos professores: participar da elaboração da proposta pedagógica da escola, elaborar e cumprir o plano de trabalho de acordo com a proposta da unidade escolar, estabelecer estratégias de recuperação dos alunos de menor rendimento, participar integralmente das reuniões de planejamento, avaliação e desenvolvimento profissional, assim como colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade. 
O artigo 14 trata dos princípios da educação escolar municipal. Trata com destaque da gestão democrática da escola pública, mas não aponta como deve ser escolhido o gestor/diretor da escola.
Art. 15. complementa o anterior ao enfocar a questão da autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira da escola, de forma progressiva.
O conceito de sistema está presente na organização e no funcionamento da estrutura do sistema nacional de ensino, apresentado nos artigos de 16 a 20. As atribuições dos diferentes sistemas, no que se refere ao atendimento aos alunos nos níveis e nas modalidades de ensino, são detalhadas a fim de diferenciar as esferas de atuação. O conceito de regime de colaboração traz a ideia dos níveis de ensino não como etapas desligadas e estanques, mas como processo de atendimento ao aluno ao longo da educação básica.
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
5.3 Organização curricular: regras comuns (LDB, artigos 21 a 28)Continuando o estudo mais acurado da lei, passaremos agora ao Capítulo I do Título V da Lei nº 9.394/96, que discute o conceito de educação e diferencia-a de educação escolar. O texto legal diferencia a educação entendida pelo senso comum da educação escolar, que, como é claramente definido, é aquela que acontece por meio do ensino e nas escolas que estão sob a vigência da Lei nº 9.394/96.
Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino
Art. 22. A Educação Básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores (BRASIL, 1996).
A partir do artigo 22, a lei vai tratar das disposições curriculares para o funcionamento das etapas e modalidades de ensino em todo o território nacional e vai apontar a possibilidade de atender às especificidades regionais. Assim, esse artigo trata das finalidades da educação básica de desenvolvimento do educando com a formação comum indispensável para a cidadania, o trabalho e estudos posteriores.
Art. 23. Esse artigo trata da organização da escola, que pode se dar em séries anuais ou períodos semestrais, basear-se no critério da competência ou em outros, possibilitar a reclassificação dos alunos e adequar o calendário escolar às peculiaridades locais.
Estão apontadas no artigo 24 as regras comuns para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, com carga horária mínima anual de 800 horas, divididas em 200 dias letivos (os quais devem ser compostos de, no mínimo, 4 horas de efetivo trabalho escolar). O texto legal trata, ainda, de aspectos como os critérios para a classificação dos alunos, a organização das classes por níveis mais avançados de ensino ou de disciplinas, a verificação do rendimento escolar com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos, recuperação paralela ao período letivo, obrigatoriedade da recuperação dos estudos e controle da frequência por conta da escola. Especifica também que a escola é responsável pela expedição dos certificados e históricos escolares.
Há, no artigo 25, enfoque na importância do número de alunos por professor nas diferentes etapas da educação básica e na necessidade de haver, nas condições materiais da escola, padronização ou equivalência às condições regionais e locais disponíveis.
Art. 26-A. Esse trecho trata com clareza da base nacional curricular comum e do complemento em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, constituído pela parte diversificada, tendo em vista as características regionais e locais, a cultura, a economia e a clientela da escola. Destaca-se, no texto legal, a importância do ensino de Arte, Música e Educação Física. Enfatiza-se, ainda, o oferecimento do ensino noturno regular e adequado às condições do estudante. Por fim, ressaltam-se as contribuições das diferentes etnias e culturas para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia. 
Esses artigos tratam da importância do trabalho com valores humanos, direitos e deveres dos cidadãos com vistas ao bem comum e à democracia, da preocupação com a discussão sobre o trabalho e as práticas esportivas, e da atenção às disparidades regionais, trazendo informações sobre o ensino na zona rural e suas características locais e regionais.
É de responsabilidade do Ministério da Educação coordenar o sistema nacional de educação proposto na Lei nº 9.394/96 - suas secretarias e instituições auxiliares:
-Secretaria da Educação Básica
-Diretoria de Políticas de Educação Especial – DPEE
-Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
5.3.1 Ensino Fundamental de nove anos
Trata-se de uma medida para promover a aprendizagem dos educandos e garantir a permanência na escola com sucesso até o fim do Ensino Fundamental.
5.3.2 Escola de gestores da educação básica
É o reconhecimento da importância do gestor escolar como o grande mediador do conhecimento e das relações na escola. O programa promove a organização administrativa, curricular e pedagógica, bem
como coordena e promove a coerência das ações.
5.3.3 Fundeb
O Fundeb tem natureza contábil, o que significa que os gastos devem ser comprovados por meio de prestação de contas junto aos órgãos administrativos públicos e acompanhados pelos
conselhos.
5.3.4 Merenda escolar
A merenda escolar é um programa muito antigo na educação escolar pública. Os benefícios desse programa são indiscutíveis. Atualmente a merenda está sendo complementada com a produção agrícola local, o que promove o desenvolvimento da agricultura familiar e fortalece a cultura local, a identidade e os hábitos e costumes da região.
5.3.5 Plano de Ações Articuladas
É um plano que visa à implantação e à implementação de um planejamento estratégico pelos sistemas de ensino para o desenvolvimento da educação escolar. A adesão ao plano implica aos componentes a participação na elaboração de indicadores educacionais de seus sistemas de ensino, que acompanharão o desenvolvimento educativo por meio de ações articuladas, consideradas um dos instrumentos do regime de colaboração para o desenvolvimento da educação escolar.
5.3.6 Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)
É um programa que vem atender a uma demanda dos profissionais da educação escolar, que sempre mostraram a importância de a escola receber verba para o aprimoramento da aprendizagem e do uso das verbas de acordo com as necessidades apontadas pelo Projeto Político-Pedagógico.
5.3.7 Plano Nacional de Educação (PNE)
O Plano Nacional de Educação, de duração decenal, apresenta diretrizes, metas e ações para a política nacional de educação, na perspectiva da inclusão, igualdade e diversidade para a educação brasileira na contemporaneidade. É o documento legal que orienta a utilização das verbas para a educação. É a instituição, também, de um instrumento de avaliação dos planos decenais de educação das diferentes esferas do Poder Executivo, no sentido de garantir a qualidade de ensino para atingir os níveis desejados de aprendizagem. Pretende articular o funcionamento do sistema nacional de educação.
5.3.8 Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)
É o programa que visa a atender à meta de aprimorar a qualidade do ensino, dando assistência direta ao aluno, por meio do livro didático. Atualmente os alunos recebem os livros didáticos das diferentes disciplinas do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.
5.3.9 Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais de Educação (Pradime)
Programa que visa à reunião dos dirigentes da educação municipal escolar e à discussão das políticas públicas educacionais em suas regiões. Prevê a formação continuada de toda a equipe da educação municipal para que as metas educacionais sejam atingidas por meio da compreensão dos princípios e objetivos da educação escolar no Brasil. 
5.3.10 Programa Nacional de Capacitação de Conselheiros Municipais de Educação (Pró-Conselho)
A legislação educacional prevê a instalação dos conselhos municipais de educação como parte da organização e do funcionamento do sistema municipal de educação. O programa é parte da formação necessária ao grupo gestor do município.
5.3.11 Programa de Fortalecimento Institucional das Secretarias Municipais de Educação do Semiárido (Proforti)
É um programa com objetivos específicos para a área a ser atendida. É o reconhecimento da diversidade brasileira e das diferentes necessidades para que a educação escolar tenha a qualidade de ensino adequada a sua clientela.
5.3.12 Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE)
Projeto que prevê a instalação de bibliotecas nas escolas, com o objetivo de possibilitar aos alunos o manuseio de variados materiais de leitura, com a orientação dos professores. A medida é de grande importância, pois estudos sobre a leitura no Brasil revelam dados insatisfatórios sobre a capacidade leitora dos alunos.
5.3.13 Programa Nacional de Reestruturação e Aparelhagem da Rede Escolar Pública de Educação Infantil (ProInfância)
O projeto prevê financiamento para a construçãode creches e pré-escolas. Deve ser desenvolvido em parceria com os municípios interessados.
5.3.14 ProInfantil
Esse projeto prevê a formação inicial dos professores, uma vez que, em 2012, 0,1% de professores tinha Ensino Fundamental incompleto, num total de 2.095 professores, o que revela a incapacidade do sistema escolar brasileiro de atender às exigências legais.
5.3.15 Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE)
O cuidado com as crianças e com os adolescentes também prevê programas de saúde, pois a população brasileira ainda precisa lidar com questões delicadas, como gravidez precoce, drogas e doenças sexualmente transmissíveis.
5.3.16 Prova Brasil
Reflete a importância da mudança da cultura de avaliação no Brasil e da implantação da avaliação do sistema escolar que está sendo realizada ao longo do tempo e em larga escala, com os objetivos de conhecer a realidade educacional brasileira e apontar índices de qualidade para o desempenho das escolas nacionais.II
5.3.17 Rede Nacional de Formação Continuada de Professores
É um projeto de importância para a educação básica brasileira, pois prevê a formação continuada dos professores que estão atuando na rede pública de ensino. Não é obrigatória para os sistemas de ensino, pois é proposta em forma de parceria e de adesão voluntária dos interessados.
5.3.18 Transporte Escolar
É um projeto que atende ao transporte escolar, especificamente, dos educandos que moram na zona rural.
5.3.19 Caminho da Escola
É um projeto que atua diretamente no transporte escolar, previsto como dever do Estado com a educação escolar para os educandos que moram a mais de dois quilômetros da escola.
5.3.20 Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE)
Constitui um projeto com objetivos específicos de transferência de recursos, previstos no Fundeb para o pagamento de despesas de manutenção dos transportes escolares.
Órgãos vinculados
O Conselho Nacional de Educação tem a tarefa de regulamentar a legislação educacional e orientar a respeito desta, principalmente quanto à organização curricular para o sistema nacional de educação. Os temas, assuntos e conceitos presentes nessa relação revelam os tipos de consultas solicitadas aos conselhos de educação e têm o objetivo de obter um esclarecimento ou uma compreensão mais precisa sobre o assunto, a fim de propiciar orientação à tomada de decisões relativas ao cotidiano escolar quanto à manutenção e ao desenvolvimento da educação escolar. 
6 NÍVEIS E MODALIDADES DE ENSINO
Iniciando a discussão sobre os níveis de ensino da educação básica, vamos apresentar a Educação Infantil como sua primeira etapa, conquista que só foi obtida com a Constituição Federal de 1988.
6.1 Primeira etapa da educação básica: Educação Infantil
Os artigos expressam o reconhecimento da Educação Infantil como parte da educação escolar brasileira, constituindo-se na primeira etapa da educação básica, que deve apresentar estrutura e funcionamento pertinentes ao desenvolvimento infantil (na faixa etária de 0 a 5 anos), com coerência nos registros que faz e nas avaliações que aplica. A lei explicita que a Educação Infantil não apresenta a função de preparar para o Ensino Fundamental.
A partir de 2013, a obrigatoriedade e gratuidade da educação escolar inicia-se aos 4 anos. A Lei 9394/96 destaca que, a partir de 2016, a obrigatoriedade de matrícula das crianças de 4 e 5 anos, 2º nível da Educação Infantil, deve ser implementada em todo o território nacional.
As alterações apresentadas no texto legal refletem a importância do espaço escolar para a criança e seu crescimento, instituindo carga horária mínima anual de 800 horas, distribuídas em 200 dias letivos, nos quais pode ocorrer turno parcial, de 4 horas, ou jornada integral, de 7 horas. É ressaltada na lei a importância do controle de frequência e dos registros para transferência.
O número de matrículas na Educação Infantil indica atendimento maior na pré-escola e menor na creche. O atendimento ocorre também na zona rural, além da urbana. Os dados comprovam que há uma evolução na compreensão do papel da Educação Infantil como parte da educação escolar, embora ainda haja um caminho a percorrer para o atendimento à população dessa faixa etária.
6.2 Segunda etapa da educação básica: Ensino Fundamental
O Ensino Fundamental, devido à nova conceituação de Educação Infantil, deixa de ser visto como o único nível educacional obrigatório e passa a ser considerado como mais uma fase de estudos (a da educação dos 6 aos 14 anos). Essa fase, apesar de ser complemento da educação iniciada na primeira infância, diferencia-se da Educação Infantil, como podemos constatar pelas características próprias que a definem e organizam, conforme lemos na Seção III.
Convém ainda dizer que o Ensino Fundamental permanece como nível de ensino com o maior número de matrículas e propicia a continuidade de estudos ao aluno, com vistas ao aprofundamento do que foi iniciado na Educação Infantil. 
6.3 Etapa final da educação básica: Ensino Médio
A seguir trataremos da última etapa da educação básica, o Ensino Médio, que deve ser entendido como a etapa de consolidação dos estudos realizados. O conceito de educação básica se realiza nesse nível, que não deve ser entendido como um conjunto de etapas estanques, mas, ao contrário, como um processo de escolarização que se desenvolve ao longo desse nível de ensino.
Ensino Médio, etapa final da educação básica, representa a consolidação dos estudos do aluno ao longo desse nível de ensino. O texto apresenta o Ensino Médio de nível técnico, que está organizado paralelamente ao Ensino Médio e não se confunde com ele.
6.4 Modalidades de ensino
6.4.1 Educação de Jovens e Adultos
A Educação de Jovens e Adultos tem representado um desafio para a educação brasileira. Apesar de todo o respaldo legal que a Constituição Federal de 1988 e a Lei nº 9.394/96 apresentam quanto à obrigatoriedade da oferta dessa modalidade de educação aos que ainda não completaram a Educação Básica, inclusive aos que não estudaram na faixa etária própria, o número de alunos matriculados não atende ao contingente de jovens e adultos que ainda não completaram a educação básica, assim como o número de analfabetos ou alfabetizados funcionais do Brasil. Dados educacionais publicados pela imprensa demonstram que 8,7% dos jovens acima dos 15 anos são analfabetos. No Brasil, esse número representa um total de 13,1 milhões de brasileiros. A reportagem mostra ainda que a região Nordeste concentra metade dessa população (LEAL, 2013).
Nesse sentido, podemos entender a importância dessa modalidade de ensino para a educação brasileira como um benefício capaz de atingir o Brasil de modo mais fundamental.
A Seção V é a descrição da oferta da educação básica para os que não estudaram ou concluíram os estudos na faixa etária proposta pela lei e da obrigatoriedade de oferta desse ensino pelo Estado.
Há a preocupação de atender aos alunos de forma que concilie estudos e trabalho, assim como às necessidades específicas dos jovens e adultos.
6.4.2 Educação Profissional
A educação profissional tem como meta a formação técnica e continuada dos trabalhadores, tendo em vista as constantes transformações da sociedade. O desenvolvimento constante e amplo do conhecimento e o avanço das tecnologias da informação e comunicação têm levado à necessidade de um novo perfil do trabalhador. A reestruturação produtiva coerente com a globalização, as alterações na economia e a forma do capitalismo, com consequentes qualificação e requalificação profissionais, tem sido uma meta permanente, com vistas à integração e à reintegração do trabalhador aos novos postos de trabalho que se apresentam em função das novas necessidades do mercado. Destacamos, assim, a necessidade e a atualidade dessa modalidade de ensino a Educação Profissional, em suas diferentes formas de funcionamento e organização, apontando que ela apresenta articulação com a educação básica em sua concepção, quando trata, principalmente, da qualificação profissional ouformação inicial e continuada.
Diz-se ainda que a educação profissional apresenta a modalidade de formação técnica de nível médio.
6.4.3 Educação Especial
A Lei nº 9.394/96 apresenta a modalidade de ensino Educação Especial, que prevê o atendimento a educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades. Essa nova nomenclatura visa a explicitar o que a lei entende por Educação Especial. Como exemplo, há as crianças e os adolescentes que são internados em hospitais ou com atendimento domiciliar, por algum problema de saúde, e estão incluídos nessa modalidade de ensino para o seu atendimento educacional. Essa é a forma que existe de atender aos que não podem frequentar a escola por algum tempo, devido a um impedimento de saúde.
A Educação Especial apresenta uma revisão ao definir os alunos que estão dentro do seu campo de abrangência. Para obter maior clareza e orientar a respeito de cuidados que a lei deve garantir ao educando, acrescenta ao conceito, além das deficiências, os transtornos globais do desenvolvimento e as altas habilidades.
6.5 Profissionais da educação
Segundo Vieira e Albuquerque (2001), precisamos entender os profissionais da educação como parte de um caminho em construção no Brasil. A formação dos profissionais da educação é um debate que vem sendo realizado no Brasil desde a época dos colonizadores, que deixaram a responsabilidade da formação educativa aos jesuítas e, depois da expulsão dos religiosos, em 1759, a seus discípulos e a leigos. Foi somente em meados do século XIX que se instalou o ensino mútuo, seguindo o Método Lancaster, e se pretendeu superar a falta de professores, pois eles eram substituídos por monitores, o que tornava nítida a falta de preocupação com a qualidade da educação e dos educadores. Problemas impediram a constituição de um quadro de professores em todas as províncias e principalmente o seu pagamento. Assim, somente a partir de 1880 é que, com a intervenção do governo, iniciou-se um movimento para a instalação das escolas normais, com a inauguração da primeira escola normal no município da Corte. Nessa época, em vinte anos de funcionamento, a preparação para o magistério, com abertura e fechamento de turmas e escolas, formou em torno de quarenta professores.
Somente na Constituição de 1988 e por meio da criação da Lei nº 9.394/96 os anseios dos educadores e da sociedade civil se fazem presentes no título que trata dos profissionais da educação. Essa mudança pode ser entendida como um marco que define uma proposta de educação para o país e, no que toca ao Magistério, aponta uma preocupação com condições dignas de salário e de exercício da profissão docente. Em termos práticos, oferece-se garantia de planos de carreira para o Magistério público, piso salarial e ingresso por concurso de provas e títulos, assegurando regime jurídico único para todas as instituições federais, o que contribuiu para a construção de uma política de valorização do Magistério.
Com a implantação do Fundef, em 1988, houve impactos significativos na política do Magistério, principalmente no que se refere aos salários dos professores nas regiões mais pobres do país, mas também com relação a sua formação inicial e continuada. O Fundeb, implantando em 2007, continua a dar o respaldo financeiro ao desenvolvimento das ações junto aos profissionais da educação, que, aliás, tem se revelado um assunto polêmico, visto que enquanto muitos expressam total descrença na possibilidade de uma real transformação, outros defendem o espaço legal que foi conquistado e que está, de certa forma, dando um novo perfil aos profissionais da educação no país.
A formação de professores para a educação básica é feita em cursos de licenciatura; são assim nomeados os cursos específicos para a docência. Atualmente, está prevista também a formação continuada e a capacitação dos trabalhadores da educação escolar ao longo do exercício profissional.
A meta é que todos os que atuam na escola como professores tenham a formação exigida está explicitado na legislação. Contudo, os dados estatísticos no Brasil ainda estão em processo de atendimento, como mostram os dados estatísticos na tabela a seguir.
Apesar de a Lei nº 9.394/96 estar em vigor desde 1997, ainda encontramos, no Brasil, professores atuando na educação básica sem a formação necessária exigida pela lei. 
6.5.1 Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia
O Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Educação, tendo como papel normatizar e regulamentar as leis, são responsáveis pela definição das diretrizes educacionais curriculares que devem guiar os sistemas de ensino na elaboração de resoluções, pareceres, comunicados e instruções que regulamentarão seu funcionamento, a fim de orientar a organização das propostas pedagógicas das instituições de ensino integrantes da educação básica e da Educação Superior. Essas diretrizes têm a função de orientar os diferentes níveis e modalidades de ensino na organização, na articulação, no desenvolvimento e na avaliação de suas propostas pedagógicas.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental, o Ensino Médio, a Educação de Jovens e Adultos, a Educação Especial, a Educação Profissional e a Educação Indígena constituem documentos que explicitam doutrinas, princípios, fundamentos e procedimentos da educação básica.
O curso de Pedagogia está regulamentado pelo Parecer CNE/CP nº 3, de 21 de fevereiro de 2006, e pela Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006. Os documentos são compostos de 15 artigos que definem as Diretrizes Curriculares para o Curso de Graduação em Pedagogia na elaboração dos princípios, condições de ensino, aprendizagem e procedimentos a serem observados em seu planejamento e sua avaliação. Explicitam ainda as áreas de atuação da formação inicial do pedagogo: exercício da docência na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos do Ensino Médio, na modalidade normal e em cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas escolares e não escolares em que estão previstos conhecimentos pedagógicos, como elaboração de planejamento, direção, coordenação e supervisão de ações educativas.
O Parecer define o que se compreende por docência: “ação educativa e processo pedagógico metódico e intencional, construído em relações sociais, étnico-raciais e produtivas” (BRASIL, 2006b, p. 5) na articulação de conhecimentos científicos, valores éticos e estéticos inerentes a processos de aprendizagem, socialização e construção de conhecimento, considerando a articulação entre as diferentes visões de mundo. Considera também como atividade docente a participação na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino, [nas atividades de] planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de tarefas próprias do setor da Educação, [além de vivência em] projetos e experiências educativas não escolares [e na] produção e difusão do conhecimento científico-tecnológico do campo educacional, em contextos escolares e não escolares (BRASIL, 2006b, p. 2).
Nos artigos da Resolução encontramos as orientações relativas a princípios de atuação, estrutura do curso, matriz curricular e orientações na elaboração do projeto pedagógico das instituições com curso de Pedagogia.
7 POLÍTICA PÚBLICA E FINANCIAMENTO DO ENSINO: FONTES DE RECURSOS E VINCULAÇÃO DOS RECURSOS FINANCEIROS À EDUCAÇÃO
Nesse item estamos iniciando a discussão sobre o financiamento da educação, que é expresso por meio da vinculação de recursos públicos à área educacional. Essa vinculação só começa a existir quando as constituições brasileiras reconhecem a educação escolar como um direito do cidadão. Tal conquista se deu ao longo do tempo e sofreu avanços e retrocessos, como apontaremos a seguir.
A sociedade brasileira concebeu a educação como um direito social a partir da Constituição Federal de 1988, mas foi o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932, no qual foi propostoo movimento de reconstrução educacional no Brasil, que apontou que “Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da educação” (MANIFESTO..., 2006, p. 1).
O documento denunciou a falta de planos e iniciativas da determinação dos fins de educação e da aplicação de métodos científicos aos problemas da área. Além disso, destacou a educação escolar como uma função essencialmente pública e fez a defesa da escola única para todos, bem como dos princípios de laicidade, gratuidade, obrigatoriedade e coeducação.
Da chegada dos colonizadores portugueses ao Brasil, em 1500, até 1920, a educação não se caracterizava como problema para a nação brasileira. Com o desenvolvimento industrial e o fenômeno da urbanização, um novo perfil de trabalhador foi necessário para atender às exigências do desenvolvimento econômico brasileiro.
Dessa forma, no início do século XX, o desenvolvimento científico trouxe novas informações sobre a relação entre escola, família e sociedade. No decorrer do século passado, as concepções da Escola Nova, que valorizavam as diferenças individuais e a liberdade do aluno para estudar aquilo em que tivesse aptidão e interesse, defenderam a necessidade de estruturar uma nova escola, para formar o novo cidadão brasileiro, visto que a escola tradicional que existia no Brasil já não atendia aos interesses da sociedade democrática em formação.
O marco histórico desse processo foi o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, escrito por educadores brasileiros, em 1932, que se dirigia aos governantes e ao povo brasileiro e apontava os graves problemas educacionais que havia, denunciando o analfabetismo como doença e vergonha nacional. O documento já apontava para a necessidade da construção de um sistema nacional de educação.
Apenas no âmbito da sociedade moderna é que a educação se converte em questão de interesse público, sendo, por isso, implementada pelos órgãos públicos, isto é, pelo Estado, que a provê por meio da abertura e manutenção de escolas.
Luzuriaga (2000) situa as origens da instrução pública religiosa nos séculos XVI e XVII. A Reforma Protestante conclama os governantes a disseminarem a instrução elementar por meio da abertura de escolas.
O século XVIII é caracterizado pelo surgimento da educação pública estatal, que, sob a influência do iluminismo, combate as ideias religiosas. Prevalece, assim, uma visão laica do mundo.
A Revolução Francesa levanta a bandeira da escola pública universal, gratuita, obrigatória e laica. Firma-se com clareza o dever do Estado com relação à educação. No século XIX, é a educação pública nacional que é defendida quando se constituem os Estados Nacionais.
Surge, então, o problema de organização dos respectivos sistemas nacionais de educação.
No século XX, a grande questão é a construção da educação pública democrática. A tarefa do Estado é democratizar a educação quantitativamente, garantindo o direito ao acesso à escola e promovendo a universalização e a democratização da educação qualitativamente. Encontramos, nesse período, a difusão dos movimentos de renovação pedagógica. 
Apesar disso, o Estado brasileiro ainda não se revelou capaz de democratizar o ensino, pois permanece distante da organização de uma educação pública democrática de âmbito nacional.
Luzuriaga (2000) analisa que estamos no limiar do século XXI sem que a sociedade moderna tenha realizado o que se propôs como tarefa dos séculos XIX e XX: a educação pública nacional e democrática.
7.1 O financiamento da educação escolar nas constituições brasileiras
Vamos retomar o histórico da educação escolar nacional, agora sob a perspectiva dos princípios defendidos para toda a nação brasileira nas constituições brasileiras e da vinculação de recursos.
Em 1932, o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova propõe que os princípios para a educação nacional devem ser fixados na nova constituição e traduzir-se na defesa dos seguintes conceitos: Laicidade (defesa do ambiente escolar acima de crenças e disputas religiosas), gratuidade em todos os estabelecimentos de ensino e igualdade em todos os níveis, obrigatoriedade do ensino até os 18 anos e coeducação, escola para meninos e meninas, em comum. A organização escolar é pensada tendo como estrutura a unidade da função educacional, a autonomia técnica, administrativa e econômica e a descentralização, pois é defendida a ideia de que unidade não é uniformidade, e sim multiplicidade, pela descentralização. Fica o governo central responsável pela organização de um plano comum e pela orientação da execução e dos rumos gerais da função educacional.
Os pioneiros levantam os princípios e fins educacionais e propõem a estrutura e o funcionamento do sistema nacional de educação. Os resultados desse manifesto já podem ser encontrados na Constituição de 1934, em que a educação é apresentada como parte da cidadania e conta com os recursos necessários para o desenvolvimento do ensino na Nação. A vinculação constitucional de recursos é a previsão de uma alíquota da receita de impostos a ser aplicada em educação.
No Império, houve uma proposta de estabelecimento, em lei, de um mínimo das receitas a ser aplicado em educação. Em 1925-26, na revisão constitucional, houve outra proposta de vinculação constitucional de recursos à educação, que não foi apreciada. Em 1934, na Constituição, é prevista a vinculação de 10% da receita de impostos da União e dos municípios e 20% dos estados e do Distrito Federal à educação. Após 1934, não há uma constância da vinculação de recursos à educação nas constituições e na legislação educacional. Já na Constituição de 1937, não há o estabelecimento de recursos.
A Conferência Interestadual de Educação, de 1941, propõe a criação do Fundo Nacional do Ensino Primário e do Convênio Nacional de Ensino Primário, com fundos provenientes de 5% adicionais sobre as taxas do imposto de consumo sobre bebidas. Os estados se comprometem a investir, em educação, 15% da receita de impostos, e os municípios, 10%, até 1949, mas a Constituição de 1946 propõe, no artigo 169, a vinculação de 10% para a União e de 20% para estados, municípios e Distrito Federal.
A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, (LDBEN)n° 4.024/61, amplia o mínimo da União para 12% e mantém as porcentagens para as outras instâncias legais.
Anos depois, a Constituição de 1967 retira a vinculação de receitas para o setor educacional, o que é revisto pela Emenda Constitucional nº 1, de 1969, que retoma a vinculação de 20% da receita tributária dos municípios ao ensino primário.
Somente em 1983 a Emenda Constitucional nº 24, conhecida como Emenda João Calmon, reintroduz a vinculação de recursos, com 13% tributados à União e 25% aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios. Finalmente, a Constituição Federal de 1988 mantém a vinculação e altera a alíquota de 13% para 18% no caso da União, embora mantenha os outros valores. 
A importância da vinculação de recursos à educação está na prioridade dada a esta no conjunto das políticas governamentais e na reserva de fundos oficiais fixos para aplicação na elaboração da proposta orçamentária para a área educacional. Os dispositivos legais apontam as porcentagens apresentadas como o mínimo a ser gasto em educação, ou seja, os governantes podem aumentar essa alíquota, mas não reduzir.
Em síntese, o financiamento da educação escolar pública é de responsabilidade das três esferas do Poder Público, cada uma contando com as fontes apresentadas no quadro a seguir:
7.2 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e financiamento da
educação
A Constituição Federal de 1988 reconhece a educação como um direito social e tem como princípios para o ensino o acesso à escola pela oferta de vagas a todas as crianças e a todos os adolescentes, dos 4 aos 17 anos, iniciando na pré-escola, dos 4 aos 5 anos, com previsão para a matrícula obrigatória a partir de 2016, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Também são princípios a permanência do aluno até a conclusão da Educação Básicacom sucesso escolar, destacando o respeito às diferenças e garantindo a inclusão social de todos na escola.
A Lei nº 9.394/96 retoma, amplia e regulamenta os princípios constitucionais. 
A educação escolar brasileira apresenta avanços em relação aos princípios defendidos pelos pioneiros da educação, em 1932. Em oitenta anos, o conceito de laicidade foi superado, e a escola pública passou a discutir as religiões presentes no país. Além disso, o conceito de obrigatoriedade do ensino já responsabiliza judicialmente os responsáveis pelos alunos que não estão na escola e os órgãos públicos pelo não atendimento a crianças e adolescentes no Ensino Fundamental. Também se vincula o conceito de acesso e permanência com sucesso na escola até o término da escolaridade básica, estabelece-se a meta da escola para todos, inclusiva, com o conceito da diversidade como benefício, e, ainda, o conceito de gratuidade na escola pública.
Além desses recursos, o inciso III do artigo 68 da LDB menciona a receita do salário-educação e outras contribuições sociais. O salário-educação é a contribuição social das empresas destinada à educação dos funcionários e de seus filhos, para a educação fundamental, regular ou supletiva, que pode ser recolhida aos cofres públicos, caso a empresa não ofereça esse nível de ensino.
Para melhor explicar o que significam os gastos em educação, o artigo 70 da LDB nº 9.394/96 explicita as despesas que poderão destinadas à manutenção e ao desenvolvimento do ensino, para a consecução dos objetivos básicos das instituições escolares de todos os níveis. O artigo 71 da LDB nº 9.394/96, com o objetivo de esclarecer o que são gastos em educação, explica o que não é considerado despesa para a manutenção e o desenvolvimento do ensino. Estão excluídas dessas despesas a merenda escolar, a melhoria da infraestrutura urbana (mesmo quando estiver diretamente ligada à rede escolar) e também o pagamento de pessoal com desvio de função, geralmente cedido para outras áreas da administração pública e dos Poderes Legislativo e Judiciário.
Unidade II
Outra medida de grande importância da Lei nº 9.394/96 é o que está proposto nos artigos 72 e 73, os quais exigem que as receitas e as despesas com a manutenção e desenvolvimento do ensino sejam apuradas e publicadas nos balanços do Poder Público, assim como nos relatórios. Há, também, a definição dos órgãos fiscalizadores das prestações de contas. Na Constituição Federal de 1988 e na Lei nº 9.394/96, aparece a determinação da publicação dos dados de arrecadação e despesa com educação, bem como da fiscalização do cumprimento da vinculação de recursos.
A Lei nº 9.394/96 traz nos artigos 74, 75 e 76 a explicação do que deve ser entendido como garantia do padrão de qualidade para oportunidades educacionais no Ensino Fundamental, que é baseado no cálculo do custo mínimo por aluno. Já os artigos 75 e 76 estabelecem critérios para avaliar a capacidade de cada esfera administrativa e propõem a divisão do montante dos recursos pelo custo-aluno.
7.3 As políticas públicas no contexto da atualidade
A legislação constitucional para a educação estabelece que, para o atendimento à educação básica brasileira, os recursos destinados devem ser divididos da seguinte forma: a União deve aplicar 18% das receitas provenientes dos impostos, e estados, Distrito Federal e municípios, 25% das receitas provenientes dos impostos e da transferência de um ente federativo para outro. Os recursos são destinados ao desenvolvimento do ensino e à manutenção das escolas. Além destas, o salário-educação é outra fonte de financiamento a ser recolhida pelas empresas, na forma da lei.
A Lei nº 9.394/96 introduziu uma importante inovação no que diz respeito ao financiamento da educação. Os mecanismos que podemos apontar e que configuraram o que podemos considerar como avanço, segundo Melchior (2004), são os seguintes:
• estabelece-se o conceito de receita líquida para aferir o cumprimento da vinculação constitucional por parte dos entes federativos;
• operações de crédito por antecipação da receita orçamentária não poderão ser consideradas receita de impostos;
• a recepção de créditos adicionais por parte da receita estimada dos impostos implicará o reajuste da vinculação orçamentária;
• deverá haver acerto trimestral entre receita e despesa prevista e a quefor realizada, com a respectiva incidência da vinculação constitucional para a educação;
• fixação dos prazos para o repasse dos recursos – esses prazos variam de 10 a 19 dias, depois de feita a arrecadação;
• o estabelecimento do que vem a ser despesa com manutenção e desenvolvimento do ensino (MELCHIOR, 2004, p. 77).
7.3.1 Plano Nacional de Educação (PNE) – Lei nº 10.172/01
A elaboração do Plano Nacional de Educação – PNE está prevista no artigo 214 da Constituição Federal de 1988 e na Lei nº 9.394/96. O Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, de 1997, deu andamento ao processo de discussão do Plano Nacional de Educação. Assim, o PNE foi aprovado e tornou-se a Lei nº 10.172/2001, orientando e coordenando o sistema nacional de educação até 2011, e definindo como objetivos e prioridades a serem desenvolvidos e estabelecidos:
• a elevação global do nível de escolaridade da população;
• a melhoria da qualidade de ensino em todos os níveis;
• a redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação pública;
• democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes (BRASIL, 2001).
O PNE fez um balanço da estrutura, da organização e do funcionamento da educação brasileira e propôs as prioridades para o desenvolvimento das políticas públicas do país, segundo o dever constitucional e as necessidades sociais:
• garantia de Ensino Fundamental obrigatório, assegurando o ingresso e permanência na escola e a conclusão desse nível de ensino;
• garantia de Ensino Fundamental a todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria ou que não o concluíram;
• ampliação de atendimento nos demais níveis de ensino;
• valorização dos profissionais da educação;
• desenvolvimento de sistemas de informação e de avaliação em todos os níveis e modalidades de ensino.
O PNE definiu as diretrizes para o atendimento aos objetivos, tendo em vista os recursos financeiros e a extensão da qualidade de ensino que se construirá constante e progressivamente. São estas:
• diretrizes para a gestão e o financiamento da educação;
• diretrizes e metas para cada nível de ensino;
• diretrizes e metas para a formação e a valorização do magistério e dos demais profissionais da educação nos próximos dez anos.
De acordo com essas prioridades e com os princípios da gestão democrática na escola, os mecanismos de participação estão sendo implementados pelo desenvolvimento dos conselhos escolares e da autonomia pela gestão colegiada das unidades escolares.
7.3.2 Novo Plano Nacional de Educação – Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014
A lei prevê que o novo Plano Nacional de Educação seja elaborado, já que em 2011 tivemos o término da vigência do PNE elaborado em 2001. O Plano Nacional de Educação atual tem vigência desde 25 de junho de 2014 e tem a duração de 10 anos a partir de sua homologação. Foi protocolado em 24 de abril de 2012. 
O Plano Nacional de Educação aponta como as políticas públicas devem acompanhar o desenvolvimento da educação escolar brasileira, bem como os mecanismos que devem ser usados para que a qualidade de ensino necessária à educação básica brasileira esteja de acordo com as necessidades locais e nacionais.
O Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Educação elaboraram o Plano Nacional de Educação, que pretende promover mudanças positivas no decorrer do período de sua vigência, em vinte metas que trazemos a seguir, com comentários nossos. As metas apontadasno PNE tratam de objetivos a serem atingidos na educação básica, com vistas à qualidade do ensino oferecido no Brasil. Aponta, também, objetivos quanto à formação do profissional da educação e ao desenvolvimento profissional por meio da formação continuada, da valorização da escola e de seu contexto e cultura, respeitando a cultura docente e a cultura institucional.
• Meta 1 – universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência do PNE. Há muitas discussões sobre como se fará o atendimento, a partir de 2016, da obrigatoriedade da matrícula, iniciando aos 4 anos, na pré-escola, pois ainda não há consenso se a educação nessa fase deve ser obrigatória para todos ou de livre escolha da família.
• Meta 2 – universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que, pelo menos, 95% dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência desse PNE. Essa meta já estava contemplada no PNE anterior, porém os dados educacionais apontam que o atendimento não atinge 100% da faixa etária. Há, além disso, a discussão de como as crianças de 6 anos estão sendo atendidas no Ensino Fundamental. O atual PNE propõe que 95% das crianças e adolescentes concluam o ensino fundamental. Mostra que já houve uma avaliação do fluxo de alunos no Ensino Fundamental, dos anos iniciais até os anos finais da etapa.
• Meta 3 – universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência desse PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%. Há um consenso de que o atendimento ao Ensino Médio já está universalizado, porém somente para aqueles que se matriculam. Em outras palavras, existe uma margem de pessoas para as quais o ensino ainda não chega.
• Meta 4 – universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados. Essa meta tem o objetivo de incluir, no ensino regular, todas as crianças com alguma dessas características. Retoma o conceito de que a escola faz parte da sociedade e, assim, no ambiente escolar, todos devem conviver como parte do aprendizado.
• Meta 5 – alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do Ensino Fundamental. Essa meta de proposição de um tempo para uma avaliação da competência leitora e escritora das crianças, dentro da proposta de progressão continuada, é um marco importante no caminho da aprendizagem infantil e da qualidade de ensino oferecida.
• Meta 6 – oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos (as) alunos (as) da educação básica. A realidade de educação em tempo integral é uma meta a ser conquistada. O ideário da escola em tempo integral já é antigo na educação escolar brasileira e constitui uma realidade em outros países.
• Meta 7 – fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o Ideb:
Os índices propostos para os diferentes períodos do desenvolvimento da educação escolar brasileira devem estar coerentes com propostas de políticas públicas em educação, por meio de programas de ação, planos voltados à discussão ampla pelos profissionais da educação e compromisso com a educação escolar em todos os níveis e modalidades de ensino.
Melhorar o desempenho dos alunos da educação básica nas avaliações da aprendizagem no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – PISA, tomado como instrumento externo de referência, internacionalmente reconhecido, de acordo com as seguintes projeções: 2015 – 438; 2018 – 455; 2021 – 473.
• Meta 8 – elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência desse plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. A percepção das desigualdades educacionais regionais e das necessidades de aprendizagem diferenciadas é uma das metas que têm como objetivo um ensino de qualidade.
• Meta 9 – elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% até 2015 e, até o final da vigência desse PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional. Os dados educacionais do Censo Escolar de 2010 apontam que existe uma taxa de 10% de analfabetos nessa faixa etária, o que já é um dado alarmante por si só, mas pode ser agravado caso levemos em consideração que não se sabe qual foi a concepção de
alfabetização adotada no levantamento desses dados.II
• Meta 10 – oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos, nos Ensinos Fundamental e Médio, na forma integrada à educação profissional. Nesse item há uma situação muito difícil de ser observada, pois jovens e adultos não têm acesso a informações sobre matrículas nessa modalidade de educação. Isso culmina no não preenchimento de muitas vagas oferecidas nas escolas. A consequência é que muitas classes da Educação de Jovens e Adultos não são abertas pela falta de uma política de divulgação e comunicação desse direito fundamental do cidadão brasileiro.
• Meta 11 – triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% da expansão no segmento público. Essa meta atende ao princípio da importância da vida produtiva como parte da cidadania e do desenvolvimento pleno da pessoa.
• Meta 12 – elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% das novas matrículas, no segmento público. Trata-se, nessa meta, de oferecer o atendimento no Ensino Superior a uma parcela mais ampla da população brasileira.
• Meta 13 – elevar a qualidade da Educação Superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior para 75%, sendo, do total, no mínimo, 35% doutores. Uma forma de elevar a qualidade do ensino na universidade é a expansão da pós-graduação como formação necessária para o atendimento ao Ensino Superior.
• Meta 14 – elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60.000 mestres e 25.000 doutores. Essa meta está prevista para atender às anteriores e garantir a formação para o Ensino Superior.
• Meta 15 – garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência dests PNE, política nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput, assegurando que todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam. Essa meta atende à Educação Básica e à formação necessária para o exercício da profissão docente.
• Meta 16 – formar, em nível de pós-graduação, 50% dos professores da educação básica, até o último ano de vigência desse PNE, e garantir a todos (as) os (as) profissionais da educação básica

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