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Aline Masiero Fernandes - 20072130524 VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇA E ADOLESCENTE (=Maus tratos infantis, Síndrome da criança espancada) Definição: “Existência de um sujeito em condições superiores (idade, força, posição social ou econômica, inteligência, autoridade) que comete um dano físico, psicológico ou sexual, contrariamente à vontade da vítima ou por consentimento a partir de indução ou sedução enganosa”. Mortalidade por causas externas (acidentes de trânsito e homicídios) Principais causas de óbitos entre 10 e 19 anos de idade no município do Rio de Janeiro, seguidas pelas neoplasias e depois as doenças circulatórias/respiratórias/digestivas. Representam 63% do total de mortes que ocorrem na cidade do RJ. RJ é a capital do país com as mais altas taxas de óbito por causas externas na faixa dos 5 aos 49 anos de idade. DETERMINANTES SOCIAIS E CARACTERÍSTICAS FAMILIARES Desigualdades sócio-econômicas e culturais Lares desestruturados Violência conjugal Alcoolismo Baixa escolaridade Evasão escolar Adulto dominador Mães muito jovens TIPOS DE VIOLÊNCIA Física Agressão corporal Intoxicação não acidental Síndrome de Munchausen by proxy Com objetos Psicológica ou emocional Negligência Sexual MAUS TRATOS FÍSICOS Equimoses e contusões - lesões mais comuns Traumatismo craniano: A criança chega inconsciente Shaken syndrome (S. do bebê sacudido ou Síndrome por sacudida ou impacto): Lesões de gravidade variáveis, que ocorrem quando uma criança, geralmente um lactente, é severa ou violentamente sacudida. Podem ocorrer em conseqüência: cegueira ou lesões oftalmológicas, atraso no desenvolvimento, convulsões, lesões da coluna vertebral, lesões cerebrais, Morte. - Sinais para a suspeita: menores de 2 anos de idade (* < 6 meses), fontanela abaulada, perímetro cefálico superior ao P90; alteração da consciência, convulsões e até coma; padrão respiratório anormal; hemorragia retiniana (ruptura das veias retinianas); hemorragia subaracnóidea; hematomas subdurais crônicos bilaterais; sinais externos de trauma geralmente ausentes, edema cerebral, fraturas múltiplas de costela, pneumotórax e fraturas costais. Hematoma subgaleal Hematoma epidural Equimose periorbitária Fratura craniana Traumatismo abdominal Fígado ou baço Intestino (duodeno) Queimaduras e escaldaduras (ferro quente, panela quente, etc) Água corrente ou objetos incandescentes Em forma de luva ou meia *Se somente a criança foi queimada, tentar perceber se houve negligência por parte dos pais. Fraturas Presentes em 11 a 55% dos maus tratos físicos Predomínio em Lactentes e crianças menores (80% em menores de 18 meses de idade) Em “alça de balde” e “em ângulo” nas epífises dos ossos longos- patognomônicas Metafisárias de ossos longos e Arcos costais posteriores - fortemente sugestivas Diáfises de ossos longos - não específicas de maus tratos físicos Fraturas múltiplas – sempre pensar! Intoxicações Sedativos; hipnóticos; álcool Síndrome de Münchausen por procuração ou "Münchausen Syndrome by Proxy“ (Meadow, 1977) : O pai ou a mãe tem distúrbio psiquiátrico e tem prazer em ver a criança sendo submetida a procedimentos e exames, então burla os exames, colocando, por exemplo, sangue ou açúcar no xixi da criança que vai para avaliação laboratorial. Variante de maus tratos físicos; Simulação de sinais patológicos, na criança, produzidos pelos pais; Produção de sinais patológicos, na criança; Pais (*mãe) em geral da área da saúde; Sangue colocado nas fezes, urina ou vômitos da criança; Amostras obtidas quando mãe/pai presentes na internação; Criança em bom estado geral. Mordida: Avaliar se parece uma mordida de criança ou de adulto, pela distância entre os caninos. A distância nas crianças é menor que 3 cm e nos adultos, de 2,5 a 4 cm. É importante lembrar que edema só é visto em lesões recentes e que lesões roxas sugerem trauma há mais tempo. A circuncisão de rotina ainda é bem polêmica, mas muitos já a consideram como uma forma de violência. Lesões ósseas: - Lactentes e crianças pequenas - Tração e torção - Sem tumefação dos tecidos moles - Associadas a “shaken” - Fraturas de costelas posteriores; metafisárias de ossos longos; crânio múltiplas; esternais; escapulares (fortemente sugestivas) *No RX dá para ver se há calo mole nos outros ossos, porque pode indicar lesões mais antigas. NEGLIGÊNCIA Ato de omissão do responsável pela criança ou adolescente em prover as necessidades básicas para seu desenvolvimento. Imunizações em atraso Atraso DPM Desnutrição Higiene inadequada Pouca adesão aos tratamentos ou orientações pediátricas Múltiplas internações com o mesmo problema evitável Exposição da criança ao perigo Desatenção quanto à prevenção dos acidentes. MAUS TRATOS PSICOLÓGICOS OU EMOCIONAIS Rejeição, depreciação, discriminação, desrespeito e punições exageradas são formas comuns desse tipo de agressão, que não deixam marcas visíveis, mas marcam por toda a vida. BULLYING Indivíduos (bully) usam o poder ou força para intimidar ou perseguir os outros (vítimas). Intimidação; chantagem; ameaças; gozações; zombarias; ou violência física (bater, empurrar e chutar). Escolas, comunidades e toda a sociedade. Primeiros registros - Noruega e Suécia (anos 60). ABUSO SEXUAL Abuso de poder - criança ou adolescente usada para gratificação sexual de um adulto - induzida ou forçada a práticas sexuais com ou sem violência física. DST (alta probabilidade de gonorréia, conjuntivite gonocócica e sífilis) Lesões genitais Lacerações perineais ou anais (Condiloma Acuminado) Alteração de comportamento da criança (enurese; rendimento escolar; retraimento; fobias; distúrbios de micção ou evacuação) VIOLÊNCIA SEXUAL Assédio Incesto Atentado ao pudor Pornografia Estupro Prostituição Infantil Pedofilia DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS Manchas mongólicas Força de sucção Púrpura Equimose periorbitária acidental Prolapso uretral Escorbuto Hemofilia Raquitismo Osteogênese imperfeita QUANDO SUSPEITAR? História incoerente com lesão. Lesões em diferentes estágios de evolução. Histórias incompatíveis com DPM da criança. Traumas recorrentes. Pais vagos, despreocupados ou excessivamente agressivos ou abalados. DST COMO CONDUZIR? Internação Priorizar Reanimação ABCD quando necessário Afastar outras etiologias inicialmente (exames específicos) Inventário radiológico Comunicar suspeita (direção da unidade; conselho tutelar; juizado da infância e adolescente; órgãos de proteção à criança e adolescente) Prevenção Primária Programa de assistência ao pré-natal Pai na sala de parto Mãe acompanhando RN e crianças em internações Educação fundamental Prevenção Secundária Identificar famílias de risco Identificar dependência química dos pais Orientação educacional nas consultas Prevenção Terciária No hospital, evitar a recorrência Propostas alternativas para a família e não punitivas COMO PROCEDER JURIDICAMENTE NOS CASOS DE VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal 8069/90) "Art. 5º – Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, sendo punido na forma da Lei qualquer atentado por ação ou omissão aos seus direitos fundamentais". “Art. 13 – Os casos de suspeita ou confirmação de maus tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.”
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