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Introdução O desenvolvimento sustentável está presente em várias áreas da sociedade e se tornou uma preocupação mundial na atualidade. Esta disciplina se caracteriza pelo estudo dos diferentes aspectos do desenvolvimento sustentável, relacionados a conceitos, requisitos, discussões realizadas para a implantação do desenvolvimento sustentável, bem como estudo dos protocolos e das certificações existentes para promovê-lo. Tem como objetivo geral propor uma visão fundamentada no que se refere à possibilidade de se estabelecer relações entre desenvolvimento econômico e desenvolvimento sustentado. Como objetivos específicos desta disciplina, espera-se que você adquira conhecimentos sobre: o conceito histórico do desenvolvimento sustentável; os conceitos da relação entre homem e natureza; o desenvolvimento das organizações não governamentais e o desenvolvimento sustentável como um novo paradigma. Além de poder: definir e entender as bases do desenvolvimento sustentável, bem como suas dimensões; entender a importância dos recursos naturais, sabendo diferenciar os renováveis e não renováveis; entender normas e legislações ambientais vigentes. Como estudante, é importante relacionar e conectar o desenvolvimento sustentável com a área de formação, desenvolvendo habilidades e senso crítico para promover uma sociedade melhor, desenvolvendo políticas de sustentabilidade dentro da sua área de atuação também. Na unidade I, temos o objetivo de situar o estudante no contexto histórico mundial e situar de onde surgiu a preocupação com o desenvolvimento sustentável e a relação do homem nesse processo. Conferência de Estocolmo (1972) Sobre o ambiente reuniu chefes de Estado de 113 países. A conferência gerou a Declaração sobre o Ambiente Humano, um documento que estabelece um plano de ação mundial para melhoria da qualidade de vida dos povos e a preservação ambiental. Todas essas ações estão baseadas na educação ambiental. A educação ambiental é considerada uma etapa crítica no combate à crise ambiental e foi o principal objetivo desse encontro. Essa conferência trouxe muitas controvérsias, países em desenvolvimento acusaram os países industrializados de limitar seu desenvolvimento usando a desculpa da poluição. Brasil se coloca na contramão da história Considerações sobre a Declaração sobre o Ambiente Humano: O homem tem direito à equidade e a desfrutar do meio ambiente em que vive, preservando os direitos do próximo e das gerações futuras. O ser humano tem o dever de preservar seu planeta, cuidar do ecossistema como um todo: flora, fauna, ar, água e solo. Devemos manter o equilíbrio entre as ações do homem e a natureza, permitindo que ela possa se regenerar e continuar produzindo recursos renováveis. O homem deve exercer maior responsabilidade com suas ações ao meio ambiente. Os países do mundo deveriam adotar o desenvolvimento sustentável, buscando a melhoria contínua dos seus processos. Conferência de Belgrado (1975) Um encontro promovido pela Unesco para formular os princípios e as orientações para o programa de Educação Ambiental (EA). A EA deve ser estudada de forma contextualizada, levando em consideração os problemas regionais e visando a resolver problemas de interesse nacional. O encontro gerou um documento, a Carta de Belgrado, que trata do desenvolvimento do ambientalismo. Diante da realidade mundial, a Carta de Belgrado registrou que era necessária a eliminação da pobreza, da fome, do analfabetismo, da poluição e da exploração humana. A humanidade deveria utilizar os recursos naturais de forma que beneficiasse a todos, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida. No Brasil não havia nenhum interesse em implantar programas de educação ambiental, a classe política boicotava o assunto. Ecologismo foi ganhando espaço, mas tinha conceitos deturpados, embora relacionado à educação ambiental e à natureza. Pregava o “verde pelo verde” sem levar em consideração aspectos políticos, sociais e econômicos, que estavam intimamente envolvidos. O maior problema na implantação da educação ambiental no Brasil foi o isolamento das questões ambientais dos aspectos sociais, econômicos e políticos envolvidos. Sem o conhecimento do todo, é impossível resolver os problemas. Nasce a ideia que, em um futuro próximo, seria chamado de desenvolvimento sustentável. Estabelecer uma nova ética nas relações humanas com a natureza, para isso teremos que abrir mão do conforto conquistado. Chama a atenção para a responsabilidade de cada indivíduo perante o todo, se cada um fizer a sua parte, todos serão beneficiados. Economizar água e energia e separar o lixo para a reciclagem já é um começo. Interatividade Nossa geração foi testemunha de um progresso tecnológico que trouxe benefícios a muitas pessoas, mas provocou graves consequências sociais e ambientais. I. Os sete países mais ricos do mundo são responsáveis por 80% da poluição. II. Países ricos cederam tecnologia aos países em desenvolvimento para conter a degradação ambiental. III. A política utilizada era de privatização dos benefícios e socialização dos custos. IV.O Brasil aderiu imediatamente ao desenvolvimento sustentável. Assinale a alternativa correta: a) I e III. b) II e IV. c) I, II e III. econômico adotado pela maioria dos países e visa à exploração imediata. A EA deverá criar processos de participação da população que possam, efetivamente, perturbar no processo político atual. Conferência de Tbilisi (1977) Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, organizada pela Unesco, em Tbilisi (ex-URSS). Essa reunião foi considerada uma referência no desenvolvimento da Educação Ambiental e até os dias atuais ainda é um marco em sua evolução. O documento gerado nesse encontro foi a Declaração da Conferência Tbilisi sobre Educação Ambiental, cujos trechos comentaremos a seguir. Como já dito na Conferência de Estocolmo, a conservação e a melhoria do meio ambiente para as gerações atuais e futuras são parte do principal objetivo da humanidade. Juntamente com o uso dos avanços da ciência e da tecnologia, a educação precisa desempenhar um papel crucial no desenvolvimento de uma consciência crítica e promover o melhor entendimento dos problemas ambientais. A educação ambiental deve favorecer comportamentos e condutas de respeito à natureza e à utilização de seus recursos por todas as nações. A educação ambiental deve ser dirigida a indivíduos de todas as idades e níveis sociais, na educação escolar e extraescolar. Pode fazer uso dos meios de comunicação, que possuem grande responsabilidade social em informar a população e pode ter uma função educativa também. A EA deveria ser geral e permanente, de forma que se adapte às mudanças provocadas pela evolução rápida do mundo. Deveria ajudar o cidadão a compreender os principais problemas do mundo moderno, proporcionando a ele os conhecimentos técnicos necessários para exercer uma função produtiva. Tendo como objetivo de melhorar a qualidade de vida e conservar o meio ambiente. Não podemos entender uma questão ambiental sem as suas dimensões políticas, econômicas e sociais. Analisar a questão ambiental apenas pelo aspecto “ecológico” seria praticar um reducionismo perigoso, no qual os nossos problemas sociais não apareceriam. Esses problemas são criados pelo modelo dedesenvolvimento econômico adotado pela maioria dos países e visa à exploração imediata. A EA deverá criar processos de participação da população que possam, efetivamente, perturbar no processo político atual. A educação ambiental deve atingir a toda a população onde ela estiver: nas escolas, na igreja, nas associações comunitárias e esportivas etc. O conhecimento passado deve tratar das dificuldades políticas, econômicas e sociais, culturais e ecológicas daquela comunidade. A EA deverá ensinar a legislação ambiental e os mecanismos de participação da população. Assim, de forma organizada, a comunidade poderá fazer valer seus direitos de cidadãos e ter um ambiente mais equilibrado, garantindo boa qualidade de vida. A EA deverá resgatar e criar valores éticos para o desenvolvimento sustentável. Estamos promovendo a responsabilidade individual e coletiva. Se cada um fizer a sua parte, economizando água e energia, cuidando da reciclagem do seu lixo, evitando o desperdício de recursos e o consumismo, daremos o primeiro passo em direção à sustentabilidade. A frase “induzir a novas formas de conduta” foi considerada subversiva pelos representantes do Brasil no período militar. A abordagem da EA não interessou aos países desenvolvidos, uma vez que limitava seus interesses de crescimento, principalmente e logo a boicotaram. No Brasil, os princípios da Educação Ambiental foram boicotados e ela passou a ser estudada como ecologia, sem contexto e sem utilidade. Se executarmos uma dada atividade de Educação Ambiental, visando a oferecer conhecimento e que possa levar o cidadão a desenvolver certa habilidade, a aquisição dessa habilidade pode sensibilizá-lo e levá-lo a participar de alguma iniciativa. Essa participação traz novos conhecimentos e desenvolve outras habilidades e todos podem ser beneficiados. Conferência de Moscou (1987) O congresso teve como objetivo a discussão: das dificuldades encontradas e dos progressos alcançados pelas nações no campo da Educação Ambiental; e a determinação de necessidades e prioridades em relação ao seu desenvolvimento, desde Tbilisi. O encontro realizou uma análise da situação ambiental global e não encontrou sinais de que a crise houvesse diminuído. Muito pelo contrário: o abismo entre as nações aumentou e os problemas dos modelos de desenvolvimento econômico adotados se espalharam pelo mundo, piorando as perspectivas para o futuro. As recomendações de Tbilisi (1977) sobre os objetivos e os princípios para a Educação Ambiental devem ser consideradas como bases para o desenvolvimento da EA em todos os níveis, dentro e fora do sistema escolar. Contrariando os donos da educação do mundo, que sempre apostaram no fracasso de Tbilisi como proposta para a EA, dez anos depois, os seus princípios ainda foram confirmados. Rio 92 Mais de 100 chefes de Estado se reuniram para discutir o desenvolvimento econômico sem causar danos ao meio ambiente. Desenvolvimento sustentável como forma para aumentar a conscientização dos povos de que os países desenvolvidos são responsáveis pela maior parte da poluição mundial. Os países em desenvolvimento deveriam ter ajuda financeira para atingir o desenvolvimento sustentável. A Rio-92, também chamada de Cúpula da Terra ou ECO-92, tinha o mesmo objetivo da Conferência de Estocolmo, realizada em 1972. Vinte anos depois dela, estratégias para reduzir a degradação ambiental e preservar o ambiente para as gerações futuras ainda estavam sendo discutidos. O objetivo central era promover o desenvolvimento sustentável, utilizando a educação ambiental como principal ferramenta de conscientização. Desta vez, os representantes de governo concordaram com a importância da questão ambiental. As discussões resultaram nos seguintes documentos: Agenda 21. Convenção da Biodiversidade. Convenção das Mudanças Climáticas. Declaração de princípios sobre florestas. A Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento. Carta da Terra. Declaração do Rio e a Agenda 21 Ambos enfatizam o conceito fundamental de desenvolvimento sustentável, que combina o progresso econômico e material com a necessidade de uma consciência ecológica. As relações entre países ricos e pobres têm sido conduzidas por um novo conjunto de princípios inovadores desde a conferência, como os conceitos de “responsabilidades comuns, mas diferenciadas entre os países”, de “o poluidor paga” e de “padrões sustentáveis de produção e consumo”. Com a adoção da Agenda 21, a conferência estabeleceu objetivos concretos de sustentabilidade em diversas áreas, mostrando a necessidade de se buscarem novos recursos financeiros para a complementação do desenvolvimento sustentável em uma escala global Declaração do Rio e a Agenda 21 Ambos enfatizam o conceito fundamental de desenvolvimento sustentável, que combina o progresso econômico e material com a necessidade de uma consciência ecológica. As relações entre países ricos e pobres têm sido conduzidas por um novo conjunto de princípios inovadores desde a conferência, como os conceitos de “responsabilidades comuns, mas diferenciadas entre os países”, de “o poluidor paga” e de “padrões sustentáveis de produção e consumo”. Com a adoção da Agenda 21, a conferência estabeleceu objetivos concretos de sustentabilidade em diversas áreas, mostrando a necessidade de se buscarem novos recursos financeiros para a complementação do desenvolvimento sustentável em uma escala global. A Agenda 21 é um dos mais importantes documentos referentes ao meio ambiente e foi gerado na reunião de 178 nações na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), em 1992. As dimensões da sustentabilidade são parte do conteúdo da Agenda 21 global, modelo para que os países a aplicassem e escrevessem também sua agenda 21 nacional e local. Todas essas dimensões que formam parte de um desenvolvimento sustentável são mostradas por pesquisadores e governantes. Interatividade A educação ambiental deve estar presente dentro e fora das escolas e em todas as etapas da vida do cidadão, iniciando em casa, na primeira infância. I. A EA deve chegar às empresas com programas de sensibilização específicos. II. O cidadão comum não precisa se preocupar com a EA. III. O currículo escolar não precisa passar por uma revisão, ele já é adequado. IV. Os cientistas e os professores devem ter uma formação continuada para preparar a população. Interatividade Assinale a alternativa correta: a) I e II. b) I e IV. c) I, II e III. d) II, III e IV. e) I, II, III. Agenda 21 A Agenda 21 representa um conjunto de requisitos recomendados para uma boa convivência da humanidade com o planeta e seus 40 capítulos estão divididos em quatro seções. A primeira trata de aspectos sociais e econômicos de desenvolvimento; a segunda, de aspectos ambientais e gerenciamento de recursos naturais; a terceira, do fortalecimento do papel dos principais grupos sociais, e a última discorre a respeito dos meios de implantação. Esses documentos estão estruturados em quatro seções que são subdivididas em 40 capítulos temáticos. Entre os temas tratados na Agenda 21, podemos citar: Dimensões econômicas e sociais, com o foco nas políticas internacionais que ajudarão o desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento e as estratégias de combate à pobreza e à miséria. As mudanças necessárias a serem introduzidas nos padrões de consumo, as inter-relaçõesentre sustentabilidade e dinâmica demográfica, além de medidas e propostas para a promoção da saúde pública e a melhoria da qualidade dos assentamentos humanos. A questão da conservação e dos recursos para o desenvolvimento, que apresenta os diferentes enfoques para a proteção da atmosfera e para a viabilização da transição energética. A importância do manejo integrado do solo, da proteção dos recursos do mar e da gestão ecocompatível dos recursos de água doce. A importância do combate ao desmatamento, à desertificação e a proteção aos frágeis ecossistemas de montanhas; as interfaces entre diversidade biológica e sustentabilidade; a necessidade de uma gestão ecologicamente racional para a biotecnologia. A importância prioritária que os países devem conferir à gestão, ao manejo e à disposição racional dos resíduos sólidos, dos perigosos em geral e de tóxicos e radioativosA importância prioritária que os países devem conferir à gestão, ao manejo e à disposição racional dos resíduos sólidos, dos perigosos em geral e de tóxicos e radioativos. Requerimento de medidas para a proteção e a promoção de alguns dos segmentos sociais mais relevantes, analisando as ações que objetivam a melhoria dos níveis de educação da mulher e sua participação em condições de igualdade, em todas as atividades relativas ao desenvolvimento e à gestão ambiental. Adicionalmente, são discutidas as medidas e a promoção dos direitos e proteção da juventude e dos povos indígenas, das ONGs, dos trabalhadores e sindicatos, da comunidade científica e tecnológica, dos agricultores e do comércio e da indústria. Preocupação com o respeito e preservação da água, por ser um recurso escasso em várias partes do planeta, como em algumas cidades do Brasil, e necessário para a geração de energia elétrica. A procura de alternativas de recursos renováveis que substituam as necessidades do uso da água será uma forma de seguir o contido na Agenda 21. A elaboração da Agenda 21 brasileira foi obra do trabalho da Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional, teve como objetivo redefinir o desenvolvimento do país, adicionando o conceito de sustentabilidade, qualificando suas potencialidades e as vulnerabilidades do Brasil no quadro internacional. Dentro das estratégias para gestão dos recursos naturais estabelecidas na Agenda 21 brasileira, está o estabelecimento de normas e regulamentação para o uso harmônico da energia e promoção de sistemas alternativos de geração energética, transferindo ao consumidor orientações e escolhas feitas nos planos técnicos e científicos. Essas normas são de responsabilidade dos gestores governamentais, por meio da criação de leis para promover o investimento de capitais privados em usinas alternativas, mediante mecanismos econômico-financeiros com incentivos fiscais e/ou econômicos e dar condições para a disseminação dessas tecnologias, suas vantagens, custos, facilidades e dificuldades, na atualidade. Carta da Terra Carta da Terra A Carta da Terra foi baseada em quatro princípios fundamentais que visam a fomentar um modelo de desenvolvimento sustentável de forma ética: Respeitar e cuidar da comunidade. Integridade ecológica. Justiça social e econômica. Democracia, não violência e paz. Somente em 2002, a ONU aprovou a Carta da Terra e comparou sua importância para a humanidade à Declaração Universal dos Direitos Humanos no tocante ao meio ambiente. Protocolo de Kyoto (1997) O Protocolo de Kyoto foi um tratado resultante de uma série de eventos e que culminou com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (UNFCCC) na ECO-92 no Rio de Janeiro. É baseado em um tratado internacional no qual as nações signatárias assumem compromissos mais rígidos com o objetivo de reduzir a emissão dos gases que provocam o efeito estufa como dióxido de carbono, enxofre etc. Esses gases são considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa do aquecimento global. Em 1997, esse documento foi discutido e negociado em Kyoto, no Japão. Foi aberto para assinaturas em 16 de março de 1998 com ratificação em 15 de março de 1999. Entrou em vigor oficialmente em 16 de fevereiro de 2005. No tratado do Protocolo de Kyoto, um calendário é proposto em que os países desenvolvidos têm a obrigação de reduzir a quantidade de gases poluentes em, pelo menos, 5,2% até 2012. Todos os países signatários teriam que colocar em prática planos para reduzir a emissão desses gases entre 2008 e 2012. A ideia é de que a redução das emissões de gases ocorra em diversas atividades econômicas e que os países cooperem entre si. As principais atividades são: melhoria dos setores de energia e transportes, respeitando a sustentabilidade; estímulo para o uso de fontes de energia renováveis; priorização dos mecanismos financeiros e de mercado que estejam de acordo com os objetivos da convenção; gerenciamento de resíduos e controle das emissões de metano; política agressiva de proteção de florestas e sumidouros de carbono. Se implementado com sucesso, o Protocolo de Kyoto poderia reduzir a temperatura global entre 1,4 ºC e 5,8 ºC até 2100. Contudo, existe uma discussão dentro da comunidade científica na qual se afirma que a meta de redução de 5,2% em relação a 1990 não é suficiente para eliminar o aquecimento global. Uma polêmica foi gerada em torno da não ratificação do Protocolo pelos Estados Unidos. A justificativa, segundo o presidente George W. Bush, era de que os compromissos com as metas do protocolo comprometeriam de forma negativa a economia do país. Outro fator levado em consideração foi o questionamento por parte da Casa Branca sobre o consenso científico de que os poluentes causassem ou não a elevação da temperatura global. Por outro lado, alguns municípios e estados nos EUA, a exemplo do estado da Califórnia, começaram a pesquisar maneiras para reduzir a emissão de gases tóxicos, mesmo sem a assinatura dos Estados Unidos no protocolo, tentando também não diminuir sua margem de lucro com essa atitude e promover a sustentabilidade. Em julho de 2001, na Alemanha, o Protocolo de Kyoto foi referendado ao se abrandar o cumprimento das metas previstas no passado com a criação de sumidouros de carbono. A ideia é que essa proposta possibilitaria que os países que possuem grandes áreas florestadas, as quais absorvem naturalmente o dióxido de carbono, usassem essas áreas como crédito em troca do controle de suas emissões de gases. Outra vertente da proposta é a de que os países desenvolvidos e mais industrializados, maiores emissores de CO2 e de outros poluentes, poderiam transferir parte de suas indústrias mais poluentes para países onde o nível de emissão é baixo ou investir nesses países. Interatividade Seguindo as recomendações da Conferência de Tbilisi para as universidades foi recomendado: I. A análise do potencial atual das universidade para o desenvolvimento da pesquisa. II. Aplicação de um tratamento isolado do problema fundamental da relação entre o homem e a natureza. III. Elaboração de meios auxiliares, como manuais sobre os fundamentos teóricos de proteção ambiental. IV. Conservação ambiental deve ser preocupação para acadêmicos Interatividade Está correta a alternativa: a) I e IV. b) I e III. c) I, II e III. d) I, III e IV. e) I, II, III e IV Protocolo de Kyoto (1997) Contudo é preciso realizar estudos criteriosos sobre a quantidade de carbono que uma floresta é capaz de absorver para evitar super ou subvalorizaçãode valores pagos por meio dos créditos de carbono. Após a Conferência de Johannesburg (Rio +10), essa proposta tornou-se inconsistente em relação aos objetivos do tratado, a política deve ser deixar de poluir e não poluir onde há florestas, pois o saldo, dessa forma, continuaria negativo para com o planeta. Alguns países que não ratificaram o Protocolo de Kyoto, entre eles os Estados Unidos e a Austrália, têm uma política de sequestro de carbono. Sequestro de carbono Algumas das medidas utilizadas para o sequestro de carbono: usar repositórios subterrâneos para sequestrar carbono; estocar a biomassa criada no solo e remover o dióxido de carbono com a vegetação, melhorando o ciclo terrestre natural; dissolução de dióxido de carbono pela fertilização de fitoplâncton e colocando dióxido de carbono a mais de 1000 metros de profundidade; sequenciar o genoma de micro-organismos para o gerenciamento do ciclo de carbono; enviar milhares de minissatélites (espelhos) para refletir parte da luz solar, em média 200.000 minissatélites, reduziriam 1% do aquecimento. Mecanismos de flexibilização Esses instrumentos também têm o propósito de incentivar os países emergentes a alcançar um modelo de desenvolvimento sustentável. São três os mecanismos de flexibilização: O comércio de emissões é realizado entre países, de maneira que um país, que tenha diminuído suas emissões abaixo de sua meta, transfira o excesso de suas reduções para outro país que não tenha alcançado tal condição. O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) é realizado em países que não têm metas de redução de emissões de GEE. A Implementação Conjunta (IC) é a implantação de projetos de redução de emissão de GEE entre países que apresentam metas a cumprir. Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) Tem por objetivo auxiliar o processo de redução de emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE) ou de captura de carbono. Os países em desenvolvimento podem implementar projetos de redução ou captura de emissão de gases causadores do efeito estufa, obtendo os Certificados de Emissões Reduzidas (CERs). Emitidos pelo Conselho Executivo do MDL, esses certificados podem ser negociados no mercado global. Como os países industrializados possuem cotas de redução de emissão de gases causadores do efeito estufa, eles podem adquirir os CERs de desenvolvedores de projetos em países em desenvolvimento para auxiliar no cumprimento de suas metas de Gases do Efeito Estufa (GEE) ou de captura de carbono. Assim, o MDL visa ao alcance do desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento (país anfitrião), a partir da implantação de tecnologias mais limpas nesses países, e a contribuição para que os países cumpram suas reduções de emissão. Com essa proposta, os projetos de MDL podem ser baseados em fontes renováveis e alternativas de energia, eficiência e conservação de energia ou reflorestamento. Porém, para aprovação de projetos no âmbito do MDL, existem regras claras e rígidas. Esses projetos devem utilizar metodologias aprovadas, ser validados e verificados por Entidades Operacionais Designadas (EODs), e devem ser aprovados e registrados pelo Conselho Executivo do MDL. Particularidades O Protocolo de Kyoto apresenta uma peculiaridade interessante: ele não exige a mesma meta de todas as nações que assinaram o protocolo. Os países desenvolvidos estão obrigados a perseguir um corte de 5% das emissões de dióxido de carbono. Já os países em desenvolvimento (Brasil e Índia, por exemplo) têm que diminuir as emissões quanto for possível, mas sem limites preestabelecidos. As empresas de países industrializados estão autorizadas a financiar o desenvolvimento “limpo” em países de terceiro mundo. Mesmo fora do Protocolo de Kyoto, muitas empresas nos Estados Unidos estão preocupadas com o perigo que representa o aquecimento global e, dessa forma, já adotam medidas para reduzir suas emissões de dióxido de carbono ou a de seus produtos. Na União Europeia, que é a maior defensora do Protocolo, seus países estabelecem cotas de redução de emissões ainda mais ambiciosas do que as definidas pelo acordo: a Inglaterra acredita em um índice de redução de 60% até 2050. Apesar da mobilização mundial em torno do controle do dióxido de carbono, é grande a comunidade de cientistas que não acredita na causa. Rio+10 Conhecida como Rio+10 ou Cúpula da Terra II, foi realizada em 2002 pela ONU, em Johannesburgo, na África do Sul, a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável. Um dos principais objetivos dessa conferência foi discutir os avanços alcançados pela Agenda 21 e os outros acordos firmados na Cúpula de 1992, na Rio-92. A Declaração de Johannesburgo afirma e relembra compromissos firmados entre os países e os desafios que foram e são enfrentados pelas diversas nações, reafirmando o compromisso com o desenvolvimento sustentável. Porém, o plano foi considerado vago ao não estipular prazos e metas, não agradando a todos, principalmente às ONGs ambientais. Desenvolvimento sustentável Uma profunda mudança comportamental é necessária para que tenhamos os benefícios de um desenvolvimento sustentado. As nações que possuem tecnologias e poder econômico terão que ajudar os países carentes, sem se descuidarem de si próprios. A cooperação e a cessão de tecnologias e recursos deverão ser sem fronteiras, pois, afinal, na nave Terra, todos são passageiros. No Brasil, a forte articulação dos diversos setores envolvidos com os temas mencionados deve ser empreendida a fim de que se saiba, com certeza, os caminhos a percorrer e os recursos a serem buscados. Ações para o desenvolvimento sustentável Estabilizar a população mundial: deverá crescer 50% até 2050. Melhorar a educação: com a melhoria do nível educacional, reduz-se o crescimento. Tecnologias mais eficientes: tecnologias industriais mais limpas. Adotar novo indicador de desenvolvimento: o esgotamento e a degradação dos recursos naturais e do meio ambiente não são adequadamente refletidos pelo PIB. Índice de Desenvolvimento Humano – IDH: associa fatores como expectativa de vida, grau de alfabetização e mortalidade infantil ao PIB. Reformar o sistema tributário: taxar mais o que se quer reduzir e menos o que se quer aumentar. Interatividade Desde 1972, a sociedade mundial discute os problemas ambientais. Podemos afirmar: I. A Conferência de Tbilisi foi um marco, pois elegeu a EA como ponto de partida e solução para crise ambiental. II. O Protocolo de Kyoto foi um sucesso, reduzindo as emissões de países desenvolvidos. III. A Rio +10 foi um sucesso mostrando os avanços da Rio-92. IV. Na Rio-92 foi gerado o documento mais importante, a Agenda 21. Interatividade Assinale a alternativa correta: a) I e II. b) I e IV. c) I, II e III. d) I, II e IV. e) I, II, III e IV.
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