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Teoria Geral do Delito

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Conceitos de Crime
Conceito de crime não está contido na lei, ficando para a atividade doutrinária o compromisso de defini-lo. Tem-se procurado definir o ilícito penal sob três aspectos:
I - Conceitos Formais: 
- “Crime é o fato humano contrário a lei” (Carmignani).
- “Crime é qualquer ação legalmente punível” (Maggiore).
- “Crime é toda ação ou omissão proibida pela lei sob ameaça de pena” (Fragoso).
Tais definições alcançam apenas o aspecto do fenômeno criminal, que é a contradição à norma de direito, não penetram o conteúdo, a essência, a matéria.
II - Conceitos Materiais:
- “Crime é a conduta humana que lesa ou expõe a perigo um bem jurídico protegido pela lei penal” (Noronha).
- “Crime é ação ou omissão que, a juízo do legislador, contrasta violentamente com valores ou interesses do corpo social, de modo a exigir seja proibida sob ameaça de pena, ou que se considere afastável somente através da sanção penal” (Fragoso)
- “Crime é a conduta considerada pelo legislador como contrária a uma norma de cultura reconhecida pelo Estado e lesiva de bens juridicamente protegidos, procedente de um homem imputável que manifesta com sua agressão perigosidade social” (Jimenez de Asua).
As definições materiais do crime buscam conhecer a razão que levou o legislador a prever punição de certos fatos e não de outros. A despeito dos esforços de certos doutrinadores, ainda não se construiu um conceito material inatacável.
III - Conceitos Analíticos:
- “Fato humano descrito no tipo penal e cometido com culpa, ao qual é aplicável a pena” (Bataglini)
- “Ação humana, antijurídica, típica, culpável e punível” (Basileu Garcia)
- “Um fato pode ser típico, antijurídico, culpado e ameaçado de pena, isto é criminoso, e, no entanto, anormalmente deixar de acarretar a efetiva imposição de pena” (Nelson Hungria)
Essa exclusão ocorre nos casos de não-aplicação da pena por causas pessoais de isenção (Art. 181, n.ºs I e II, Art. 348, § 2º etc), ou pela extinção da punibilidade (Art. 107). Nesses casos, o crime persiste, inexistindo apenas a punibilidade.
Por isso, passou-se a conceituar o crime como sendo o “Fato Típico, Antijurídico E Culpável”.
Características Do Crime
Para a existência do crime é necessária uma conduta humana positiva (ação em sentido estrito) ou negativa (omissão). É necessário ainda, que essa conduta seja típica, que esteja descrita na lei como infração penal.
Só haverá crime se o fato for antijurídico, contrário ao direito por não estar protegido por causa que exclua a sua antijuridicidade.
Culpabilidade é a reprovabilidade da conduta típica e antijurídica.
Jurisprudência
TJ-PR - ApelaçãoCrimeACR 6120332 PR 0612033-2 (TJ-PR)
Data de publicação: 08/07/2010
Ementa: Penal. Tráfico ilícito de entorpecentes. Artigo 33, caput, da lei nº 11.343 /06. Pretendida absolvição. Impossibilidade. Autoria e materialidade comprovadas. Afastamento da causa especial de aumento de pena prevista no artigo, 40, inciso V , da lei nº 11.343 /06, bem como a diminuição da pena pecuniária imposta. Impossibilidade. Configuração do tráfico entre estados. Dosimetria da pena corrigida de ofício. Pena base. Culpabilidade como elemento integrante do conceito analítico de crime. Consciência da ilicitude. Equivoco. Consequências abstratas e inerentes ao tipo penal. Afastamento. Compensação entre causas especiais de aumento e de diminuição de pena (artigo, 40 , inciso V , 3 § 4º, ambos da lei nº 11.343 /06). Legislação especial. Impossibilidade. CP art. 68, parágrafo único . Critério cumulado. Recurso conhecido e não provido, com adequação da pena de ofício. A causa especial de aumento de pena prevista no inciso V do artigo 40 da nova Lei Antidrogas pressupõe que os agentes tenham ultrapassado a fronteira entre duas ou mais unidades federativas (STJ, HC 99.373-MS, rel. Min. Jane Silva). A "vontade livre e consciência de realizar a conduta típica" é a denominação da culpabilidade como elemento integrante do conceito analítico de crime, tendo em vista a conduta humana, tipicidade, antijuridicidade e culpabilidade e não pode ser utilizada como critério para fixação da pena-base, que diz respeito à reprovabilidade ou censurabilidade da conduta. A orientação da doutrina e da jurisprudência é no sentido da utilização do artigo 68, parágrafo único do Código Penal , mesmo se tratando de causa especial de aumento e diminuição em relação à Legislação Especial, no entanto, não pode haver a compensação e sim a utilização do critério cumulado, ou seja, o aumento ou a diminuição da segunda causa se faz sobre a pena-base, já diminuída ou aumentada da primeira causa. 1. Vejamos pelo o seguinte exemplo o motivo pelo qual não se faz possível a compensação: Quando o juiz aplicar um aumento de 1/3 e uma diminuição de 1/3, por exemplo, não poderá compensá-los, anulando-os. Eis o motivo: se a pena extraída da 2ª fase for de 6 anos, aplicando-se um aumento de 1/3, alcança-se a cifra de 8 anos. Em seguida, subtraindo-se 1/3, segue para a pena de 5 anos e 4 meses. Portanto, é incabível compensar as duas. (NUCCI, Guilherme de Souza. Aplicação da Pena. RT. São Paulo. 2005)....
Encontrado em: a adequação da pena, nos termos do voto. 5ª Câmara Criminal DJ: 440 ApelaçãoCrimeACR 6120332 PR 0612033-2 (TJ-PR) Rogério Etzel
STJ - HABEAS CORPUS HC 189557 ES 2010/0203600-7 (STJ)
Data de publicação: 14/05/2013
Ementa: habeas corpus. Impetração substitutiva de recurso especial. Impropriedade da via eleita. Latrocínio. Condenação. Dosimetria da pena. Culpabilidade e motivos. Fundamentação inadequada. Ilegalidade flagrante. Não conhecimento. Ordem de ofício. 1. É imperiosa a necessidade de racionalização do emprego do habeas corpus, em prestígio ao âmbito de cognição da garantia constitucional, e, em louvor à lógica do sistema recursal. In casu, foi impetrada indevidamente a ordem como substitutiva de recurso especial. 2. Há flagrante ilegalidade a ser reconhecida se o Juiz, na dosimetria da pena, não valorou adequadamente a culpabilidade e os motivos do crime. Conforme já assentado por esta Corte, não se admite o aumento da pena-base pela mera reprodução do conceito analítico de crime. Ademais, o desejo de obter vantagem econômica é inerente ao próprio tipo contra o patrimônio. As demais circunstâncias judiciais foram corretamente motivadas, justificando o aumento da pena-base. 3. Writ não conhecido. Ordem concedida de ofício para reduzir a sanção aplicada ao paciente.

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