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Aula 9. Falso Testemunho

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FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.     (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013)     (Vigência)
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
O que tutela o crime?
Busca impedir que aquelas pessoas (testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete) prejudiquem a busca da verdade no processo judicial ou administrativo, inquérito policial ou em juízo arbitral, omitindo ou falseando-a, de forma a prejudicar a realização da justiça.
Tutela-se, assim, a regularidade da Administração da Justiça.
Quais são as ações típicas?
- Fazer afirmação falsa:
Segundo a doutrina, cuida-se aqui da falsidade positiva, pois o agente declara a ocorrência de fato inverídico.
- Negar a verdade:
Essa modalidade constitui a chamada falsidade negativa, pois o agente tem ciência da verdade, mas nega o que sabe.
Exemplo: testemunha de acusação que nega falsamente que a vítima do homicídio tenha anteriormente tentado estuprar a filha do acusado.
- Calar a verdade (se omitir):
É, segundo a doutrina, a chamada reticência.
Aqui há o silêncio a respeito do que se sabe ou a recusa em manifestar a ciência que se tem dos fatos.
Há, assim, resistência por parte do agente em declarar a verdade.
Não há, ao contrário das demais modalidades, qualquer afirmação falsa ou negativa.
Exemplo: perito que omite dados relevantes ao elaborar o laudo pericial, de forma a criar prova benéfica ao acusado.
No tocante a falsidade, o Código Penal adotou qual teoria?
A teoria subjetiva em detrimento da objetiva, uma vez que esta se contenta com a mera divergência entre o fato narrado e a realidade dos fatos.
Para a teoria objetiva, quanto àquele que depusesse acerca de um fato que não viu, ouviu ou sentiu, mas cuja narração estivesse de acordo com o que efetivamente ocorreu, não haveria a configuração do falso testemunho, pois, no caso, não haveria a distorção exigida entre o fato narrado e o fato realmente sucedido. 
Não haveria, portanto, falso testemunho.
As ações nucleares devem ser realizadas onde?
- Processo judicial (cível ou penal, contencioso ou voluntário) ou administrativo (incluído aí o inquérito civil público instaurado e presidido pelo Ministério Público).
- Inquérito policial; ou,
Em juízo arbitral (arts. 851 a 853 do novo Código Civil).
Como fica o falso praticado perante a Comissão Parlamentar de Inquérito?
Deverá o agente responder pelo delito previsto no art. 4º, II, da Lei n. 1.579/1952 (dispõe sobre as comissões parlamentares de inquérito), o qual dispõe constituir crime “fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, tradutor ou intérprete, perante a Comissão Parlamentar de Inquérito.”
O depoimento prestado perante autoridade incompetente exclui o crime em tela?
Não. 
De qualquer forma, ela se encontra no exercício da função pública, não podendo a testemunha esquivar-se do dever de falar a verdade.
Segundo a doutrina, para que se configure o crime em tela, é imprescindível que a falsidade verse sobre fato juridicamente relevante?
Sim, sendo apta a influir de algum modo na decisão final da causa; do contrário, se o falso recair sobre fatos secundários, não haverá falar nesse crime.
É necessário, portanto, que a falsidade tenha potencialidade lesiva, isto é, seja apta a prejudicar a busca da verdade no processo, de modo a interferir no futuro julgamento da causa.
Ressalve-se que para a configuração do crime não é necessário que a falsidade interfira efetivamente na decisão final, pois basta somente a potencialidade para lesar os interesses da Administração da Justiça.
Como fica a situação se a testemunha se recusar a responder perguntas que impliquem sua autoincriminação ou faz afirmação falsa com o intuito de evitar a descoberta de fatos que a incriminem?
Está configurada a inexigibilidade de conduta diversa.
Com efeito, já decidiu o STF: “A condição de testemunha não afasta a garantia constitucional do direito ao silêncio (art. 5º, LXIII da CF: o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado).
Sujeito ativo?
Crime de mão própria (de atuação pessoal ou de conduta infungível).
Somente pode ser cometido pelo sujeito em pessoa.
São sujeitos ativos desse delito:
A testemunha, o perito, o tradutor ou o intérprete.
Sujeito passivo? - Estado.
- Ofendido, de forma imediata, ou seja, aquele que venha a ser prejudicado pelo falso testemunho ou a falsa perícia.
Elemento subjetivo? Dolo.
Consumação?
Consuma-se com o encerramento do depoimento.
Consoante artigo 216 do CPP, o depoimento da testemunha será reduzido a termo, assinado por ela, pelo juiz e pelas partes. Findo este momento não é mais possível retificar o depoimento.
Em tese, o crime se consuma no momento em que é proferido o falso; contudo, como o depoimento pode retificar o que foi declarado até o encerramento de depoimento, entende-se consumado o crime nesse exato instante.
 
Não é necessário que o falso influa na decisão da causa, basta sua potencialidade lesiva.
É crime formal.
 
Tentativa? A questão não é pacífica.
Sustenta Noronha que a tentativa inadmissível;
 
Hungria e Damásio admitem conatus no falso testemunho, citando o último autor a hipótese em que o depoimento, por qualquer circunstância, não se encerra.
Cezar Roberto Bittencourt afirma que, regra geral, não é possível a tentativa, salvo na hipótese de testemunho prestado por escrito (art. 221, § 1º do CPP), pois nesse caso o crime é plurissubsistente.
COAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

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