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Plano de Aula: A sociedade como objeto de estudo e os usos e abusos da 
cultura 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS - CCJ0001 
Título 
A sociedade como objeto de estudo e os usos e abusos da cultura 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
2 
Tema 
 
A investigação cientifica da sociedade: as assim chamadas ciências sociais. 
Problemas sociais e sociológicos. Indivíduo e sociedade. 
Objetivos 
 
Definir as Ciências Sociais e descrever as áreas de conhecimento que as constituem. 
Entender o enfoque específico utilizado pelas Ciências Sociais na análise da sociedade. 
Investigar as possíveis interpretações e ocorrências na atualidade sobre a diferença entre o campo do 
saber das ciências da natureza e das ciências sociais. 
Estrutura do Conteúdo 
 
Antes da aula, leia o Capítulo 1 de seu Livro didático de Ciências Sociais da página 18 até a 30. 
 
I - As assim chamadas Ciências Sociais 
 
Por Ciências Sociais entende-se o conjunto de saberes relativos às áreas da Antropologia, Sociologia e 
Ciência Política. Assim, o objeto de estudo das Ciências Sociais é a sociedade em suas dimensões 
sociológicas, antropológicas e políticas. As Ciências Sociais fazem parte do grupo de saberes intitulado 
Ciências Humanas, e apresentam métodos próprios de investigação dos fenômenos que analisam. Neste 
sentido, em geral, são postas em contraste com as Ciências Naturais e Exatas, já que essas podem ser 
avaliadas e quantificadas pelo método científico e na área social os métodos utilizados são outros. 
 
Isso acontece porque nas Ciências Sociais se trabalha muito com o discurso, com as ideias das pessoas. 
 
As Ciências Sociais nos ajudam a "limpar a lente" para enxergarmos melhor as diferentes realidades com 
que convivemos. Elas têm como objeto de estudo tudo o que diz respeito às culturas humanas, sua 
história, suas realizações, seus modos de vida e seus comportamentos individuais e sociais. Elas ajudam 
a identificar e compreender os diferentes grupos sociais, contextualizando seus hábitos e costumes na 
estrutura de valores que rege cada um deles. 
 
II - As áreas constitutivas das ciências sociais: Sociologia, Antropologia e Ciência Política. 
 
A Sociologia estuda o homem e o universo sociocultural, analisando as inter-relações entre os diversos 
fenômenos sociais. Neste campo de conhecimento, a vida social é analisada a partir de diferentes 
perspectivas teóricas, notadamente as que têm como base conceitual os estudos desenvolvidos por Émile 
Durkheim, Max Weber e Karl Marx. A partir dessas matrizes teóricas, estudam-se os fatos sociais, as 
ações sociais, as classes sociais, as relações sociais, as relações de trabalho, as relações econômicas, 
as instituições religiosas, os movimentos sociais etc. 
 
Na Antropologia privilegiam-se os aspectos culturais do comportamento de grupos e comunidades. 
Inicialmente, essa ciência estudava povos e grupos geográfica e culturalmente distantes dos povos 
ocidentais. Ao longo de seu desenvolvimento, os antropólogos passaram a analisar grupos sociais 
relativamente próximos. 
 
Em sua história, a Antropologia revelou es tudos notáveis sobre sociedades indígenas e sociedades 
camponesas, identificando suas diferentes visões de mundo, sistemas de parentesco, formas de 
classificação, cosmologias, linguagens etc. Também desenvolveu uma série de estudos sobre grupos 
sociais urbanos, enfatizando a diferenciação entre seus indivíduos, com base em critérios de raça, cor, 
etnia, gênero, orientação sexual, nacionalidade, regionalidade, afiliação religiosa, ideologia política, 
sistemas de crenças e valores, estilos de vida etc. 
 
Na Ciência Política analisam-se as questões ligadas às instituições políticas. Conceitos de poder, 
autoridade, dominação, autoridade são estudados por essa ciência. Analisam-se também as diferenças 
entre povo, nação e governo, bem como o papel do Estado como instituição legitimamente reconhecia 
como a detentora do monopólio da dominação e do controle de determinado território. 
 
III - Comparação entre os enfoques das Ciências Naturais e das Ciências Sociais 
 
Ao contrário das Ciências Naturais, as Ciências Sociais lidam não apenas com o que se chama de 
realidade, com fatos exteriores aos homens, mas igualmente com as interpretações que são feitas sobre 
a realidade. 
 
Neste sentido, no que se refere ao objeto de estudo e, consequentemente ao método de investigação, as 
ciências sociais diferem bastante das ciências naturais. Tal diferença, aliás, suscita intensos debates 
quanto à validade e o rigor científico do conhecimento produzido pelas ciências sociais. Os argumentos 
utilizados têm como princípio epistemológico a dificuldade de reconhecê-las como ?verdadeiras ciências?, 
à medida que elas tratam com eventos complexos, de difícil determinação, uma vez que envolvem valores 
e significados socialmente dados. Outra questão reside no fato de estar o pesquisador social, d e alguma 
forma, envolvido com os fenômenos que pretende investigar dificultando a objetividade e a neutralidade 
científica. 
 
É possível, percebermos, portanto, que as ciências sociais não podem ser enquadradas em "modelos" de 
cientificidade de outras ciências, pois possuem uma racionalidade e especificidades próprias, relativas ao 
seu objeto de estudo. 
 
Nessa perspectiva, tal campo de saber não comporta métodos ou técnicas rígidas e rigorosas, nem 
fórmulas de aplicação imediata que garantam a obtenção de resultados objetivos e exatos. Assim, o que 
mais importa é a interpretação dos fenômenos, ou seja, não apenas os fatos por si só, mas a forma como 
se constituem esses fatos. O sujeito (o pesquisador) deve ser considerado no contexto no qual estes fatos 
ou fenômenos se apresentam, pois ele também faz parte do objeto que investiga. 
 
IV- A importância do estudo socioantropológico na compreensão da realidade. 
 
O conhecimento científico da vida social não se baseia apenas no fato, mas na concepção do fato e na 
relação entre a concepção e o fato. Por estudar a ação dos homens em sociedade, de seus símbolos, sua 
linguagem, seus valores e cultura, das aspirações que os animam e das alterações que sofrem, as 
Ciências Sociais constituem ferramenta importante para o desenvolvimento de compreensão crítico-
reflexivo da realidade. 
 
Por essa razão, cada vez mais as Ciências Sociais são utilizadas em diversos campos da atividade 
humana. Campanhas publicitárias, campanhas eleitorais, elaboração de políticas públicas, até mesm o a 
programação de redes de rádio e televisão levam cada vez mais em conta resultados de investigações 
sócio-antropológicas, à medida que estas buscam entender as pessoas envolvidas em cada uma dessas 
atividades, suas crenças, valores e ideias. 
 
Com as mudanças cada vez mais rápidas e profundas dos padrões morais e culturais das sociedades 
contemporâneas, mais relevantes se tornam as análises que visam compreendê-las. Deslocamentos de 
pessoas e grupos motivados pelo processo de globalização da economia, que intensificou os fluxos 
migratórios em todo planeta, trocas culturais proporcionadas pelo estabelecimento de uma "sociedade 
em rede", novos modelos de família e conjugalidade, novas configurações no campo religioso, entre 
outros, constituem temas de trabalhos de cientistas sociais contemporâneos. Esses trabalhos são 
utilizados frequentemente como fonte de reflexão por governos, sociedade civil e indivíduos que buscam 
desenvolver sua capacidade de compreensão dos acontecimentos e planejamento de ações com vistas à 
atuação na vida social. 
 
V - Problemas Sociais e Problemas sociológicos 
 
Sabemos que vários problemas que nos afetam individualmente são compartilhados por outros tantos 
indivíduos, constituindo-se, por assim dizer, problemas sociais. Entretanto, existe uma diferença entre 
problemas sociais e problemas sociológicos. 
 
O "problemasocial" designa comumente algo que atinge um grupo, ou uma categoria de indivíduos, as 
drogas, por exemplo. Embora a classificação de um problema social possa ser subjetiva, afinal de contas, 
o que é um problema para nossa cultura pode não ser em outra. Em outras palavras, o problema social é 
uma situação que afeta um número significativo de pessoas e é julgada por estas ou por um número 
significativo de outras pessoas como uma fonte de dificuldade ou infelicidade e considerada suscetível de 
melhoria. 
 
Já os problemas sociológicos são o objeto de estudo da Sociologia enquanto ciência, a qual se debruça 
sobre esses para compreender suas características gerais. Como vimos anteriormente, a Sociologia 
estuda os fenômenos sociais, sendo eles percebidos como problemas sociais ou não, lançando mão de 
uma observação sistemática e pormenorizada das organizações e relações sociais. 
 
O problema sociológico é uma questão de conhecimento científico que se suscita e resolve no âmbito da 
sociologia. Ao contrário do que parece formular corretamente um problema destes constitui tarefa muito 
difícil, em regra só acessível a quem é especialista da ciência em causa e que seja dotado de uma 
imaginação viva e treinado na pesquisa. 
 
Em outras palavras, nem todas as questões suscitadas acerca das matérias de que se ocupam as 
ciências sociais constituem problemas científicos, mas podem ser problemas sociais. Só são problemas 
científicos as questões formuladas de tal modo que as respostas a elas confirmem, ampliem ou 
modifiquem o que se tinha por conhecido anteriormente. Isto significa dizer que apenas os cientistas 
estão em condições de enunciá-las e resolvê-las; que a sua formulação como a sua solução pressupõem 
um esforço metódico de pesquisa. 
 
Podemos concluir, portanto, que todo problema social pode ser um problema sociológico, mas nem todo 
problema sociológico é um problema social. 
 
VI- O papel do indivíduo na sociedade 
 
A perspectiva socioantropológica aponta para uma relação dialógica entre indivíduo e sociedade. Não 
existem sociedades sem indivíduos e os indivíduos só se tornam verdadeiramente humanos por meio da 
socialização, processo pelo qual um indivíduo se torna um membro ativo da sociedade em que nasceu, 
isto é, comporta-se de acordo com determinados atributos pré-concebidos. 
 
O indivíduo, assim, desempenha na realidade um papel duplo em relação à cultura. Segundo Ralph 
Linton (O indivíduo, a cultura e a sociedade), em circunstâncias normais, quanto mais perfeito seu 
condicionamento e conseqüente integração na estrutura social, tanto mais efetiva sua contribuição para o 
funcionamento uniforme do todo e mais segura sua recompensa. 
 
Entretanto, as sociedades existem e funcionam num mundo em perpétua mudança. Como uma simples 
unidade no organismo social, o indivíduo perpetua o status quo. Como indivíduo, ajuda a transformá-lo 
quando há necessidade. Desde que nenhum ambiente se apresente completamente estacionário, 
nenhuma sociedade pode sobreviver sem o inventor ocasional e sem sua capacidade para encontrar 
soluções para novos problemas. 
 
Aplicação Prática Teórica 
 
Questão discursiva: 
 
Roberto da Matta, célebre antropólogo brasileiro, mostra que os fenômenos que compõem a matéria -
prima das Ciências Sociais são complexos. Explique por que razão existe essa complexidade. 
 
Questão de múltipla escolha: 
 
As Ciências Sociais compreendem o conjunto de saberes relativos às áreas da Antropologia, da 
Sociologia e da Ciência Política. A Antropologia tem como principal preocupação a análise: 
 
a) Dos aspectos culturais da sociedade, como costumes e crenças de diferentes grupos sociais. 
b) Dos mecanismos de criação e legitimação do poder. 
c) Das relações estabelecidas entre os diversos fenômenos sociais. 
d) Das relações econômicas que se estabelecem entre os Estados Nacionais. 
e) Das concepções filosóficas dominantes em determinada sociedade.

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