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Plano de Aula: O contexto histórico da formação das Ciências Sociais e as 
teorias sociológicas clássicas: Sociologia Francesa e Sociologia Alemã 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS - CCJ0001 
Título 
O contexto histórico da formação das Ciências Sociais e as teorias sociológicas clássicas: Sociologia 
Francesa e Sociologia Alemã 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
9 
Tema 
 
A sociologia crítica de Karl Marx (I). 
Objetivos 
 
Explicar a concepção marxista de análise da sociedade. 
Entender o método dialético e o materialismo histórico. 
Identificar conceitos fundamentais na análise marxista tais como estrutura, superestrutura e relações de 
produção. 
Estrutura do Conteúdo 
 
Antes da aula, leia o Capítulo 5 de seu Livro didático de Ciências Sociais da página 103 até a 110. 
 
1- A Contribuição de Karl Marx à análise sociológica 
 
Ao contrário de Durkheim e Weber, Marx não teve como preocupação a elaboração de uma disciplina 
sociológica, visto que seu pensamento englobava uma série disciplinas, como a Economia, a História e a 
Filosofia. Entretanto, suas ideias tiveram enorme impacto nas Ciências Sociais constituindo -se numa das 
fontes mais importantes da Sociologia e da Ciência Política. 
 
Por essa razão Marx é um dos autores mais lidos e discutidos nas Ciências Sociais, proporcionando 
acalorados debates entre seus adeptos e seus detratores. 
 
Vamos, então, conhecer alguns conceitos e ideias formulados por ele e que orientam várias tentativas de 
análise e compreensão da realidade social. 
 
2- Materialismo histórico 
 
A grande preocupação de Marx foi compreender a sociedade capitalista que, como vimos, tinha se 
tornado o modelo hegemônico de produção da riqueza humana após a Revolução Industrial. 
 
Ele percebeu que, no capitalismo, havia uma minoria que comandava a produção e a distribuição dos 
bens materiais e uma maioria a ela subordinada. Foi a partir dessa constatação que Marx buscou 
entender esse desequilíbrio, por meio de um método que privilegia as relações materiais que os homens, 
em diferentes períodos da História, estabeleceram entre si. A esse método Marx denominou materialismo 
histórico. 
 
3. Dialética 
 
É o modo de pensarmos as contradições da realidade, de pensarmos as diferenças sociais e, 
consequentemente, a transformação permanente da realidade - a realidade dialética. 
 
Na concepção marxista do termo, a dialética diz respeito às contradições entre termos. Em todo processo 
há uma proposição inicial (tese) que vai gerar um efeito contrário (antítese). Do embate entre ambos 
surgirá uma nova proposição (síntese). Por exemplo, se se discute a questão da redução da 
criminalidade, e alguém propõe a redução da maioridade penal, alegando que aos 18 anos os jovens 
possuem pleno discernimento de suas ações, isso é uma tese. Quando, por outro lado, alguém diverge e 
argumenta que a questão da criminalidade está mais ligada a uma estrutura social excludente, tem -se 
uma antítese. Do resultado do debate, surgirá um novo entendimento da questão. Tem -se aí a síntese, 
que, proposta por alguém, torna-se nova tese,que gerará nova antítese e resultará em nova síntese, num 
movimento contínuo. A aplicação das teses fundamentais do materialismo dialético à realidade social deu 
origem à concepção materialista da história. 
 
4. Modo de produção 
 
Segundo esta concepção, o entendimento da realidade da vida só é possível à medida que conheçamos 
o modo de produção da sociedade - modo de produção é aqui entendido como a maneira pela qual os 
homens obtêm seus meios de existência material. Como demonstram Marx e Engels em A Ideologia 
Alemã, é através do modo de produção que conhecemos uma sociedade em sua especificidade histórica 
e social. Não é a consciência que determina a vida material, mas a vida material que determina a 
consciência. A partir do modo de produção é possível identificar as diferenças históricas e as relações 
sociais presentes em cada época determinada. 
 
Na história, podemos distinguir pelo menos cinco grandes modos de produção: o primitivo, baseado na 
propriedade comum a todos os indivíduos (caçadores e coletores); o patriarcal, em que a produção da 
riqueza se dá com base na propriedade familiar, sob a autoridade do pai (patriarca); o escravista, no qual 
a riqueza é oriunda do direito de propriedade de um indivíduo sobre outro, que é obrigado a produzir 
recebendo apenas o necessário à sua subsistência; o feudal, cuja base econômica é a terra (feudo) que 
na qual o servo trabalha e se apropria de parte da produção para si e transfere a outra parte para o 
senhor feudal; e o capitalista, fundado na relação dialética entre quem detém o capital (o burguês) e 
quem sobrevive através da venda de sua força de trabalho em forma de salário (o proletário). 
 
Foi no estudo das características e contradições deste último que Marx empreendeu seu esforço analítico 
com maior rigor. 
 
5- Relações estruturais 
 
Para Marx, a estrutura de uma sociedade se forma a partir do conjunto de suas relações de produção e 
delas se derivam outros tipos de relações sociais, como as religiosas, as culturais, as jurídicas etc. Em 
suas palavras: "o resultado geral a que cheguei, e que, uma vez adquirido, serviu de fio condutor aos 
meus estudos, pode ser formulado brevemente assim: na produção social de sua existência, os homens 
entram em relações determinadas, necessárias, independente de suas vontades, relações de produção 
que correspondem a um grau de desenvolvimento determinado de suas forças produtivas materiais. O 
conjunto dessas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta 
sobre a qual se ergue uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem formas de 
consciências sociais determinadas. O modo de produção da vida material condiciona o processo de vida 
social, política e intelectual em geral. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser; é 
inversamente seu ser social que determina sua consciência. A um certo estágio de seu desenvolvimento, 
as forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição com as relações de produção 
existentes, ou, o que não é senão a expressão jurídica, com as relações de propriedade no seio das quais 
se moviam até então. De formas de desenvolvimento de forças produtivas que eram, essas relações 
tornara-se obstáculos". (Marx, K. Contribuição à crítica da economia política). 
 
6- Relações entre estrutura e superestrutura 
 
Para Marx, há uma relação de complementaridade entre a infraestrutura (a base material da sociedade) e 
a superestruturas (as demais esferas da vida social), determinada pelas contradições do modo de 
produção capitalista, que faz com que, em última instância, o contexto econômico acabe por influenciar de 
forma decisiva com operam os outros domínios do social. Para ele, "Totalmente ao contrário do que 
ocorre na filosofia alemã, que baixa do céu à terra, aqui subimos da terra para o céu. Isto é, não se parte 
do que os homens dizem, se representam ou se imaginam, nem tampouco do homem predicado, 
pensado e representado ou imaginado, para chegar ao homem de carne e osso; parte -se do homem que 
realmente age e, partindo do seu processo de vida real, se expõe também o desenvolvimento de seus 
reflexos ideológicos e dos ecos desse processo de vida. 
 
Também as formações nebulosas que condensam o cérebro dos homens são sublimações necessárias 
de seu processo material de vida, processo empiricamente registrável e sujeito a condições materiais. A 
moral, a religião, a metafísica e qualquer outra ideologia e as formas de consciência que a elas 
correspondem perdem, assim, a aparência de sua própria substantividade. Não têm a sua própria história 
nem seu própria desenvolvimento. 
 
Ao contrário, são os homens que desenvolvem sua produção materiale seu intercâmbio material que 
mudam também, ao mudar esta realidade, seu pensamento e os produtos de seu pensamento. Não é a 
consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência. Do primeiro ponto de vista 
parte-se da consciência como indivíduo vivo; do segundo, que corresponde à vida real, parte -se do 
próprio indivíduo vivo e considera-se a consciência apenas como sua consciência". 
(Marx, K. e Engels, F. La Ideologia Alemana. Montevideo-Barcelona: Pueblos Unidos- Grijalbo, 1970). 
 
Aplicação Prática Teórica 
 
Questão discursiva: 
 
A partir do texto abaixo, analise a relação entre estrutura e superestrutura na obra de Karl Marx. 
 
Ensino público no Brasil: ruim, desigual, estagnado (Revista Época, 05/01/2015) 
 
Mais de 65% dos alunos brasileiros no 5º ano da escola pública não sabem reconhecer um quadrado, um 
triângulo ou um círculo. Cerca de 60% não conseguem localizar informações explícitas numa história de 
conto de fadas ou em reportagens. 
 
Entre os maiores, no 9º ano, cerca de 90% não aprenderam a converter uma medida dada em metros 
para centímetros, e 88% não conseguem apontar a ideia principal de uma crônica ou de um poema. 
Essas são algumas das habilidades mínimas esperadas nessas etapas da escola, que nossos estudantes 
não exibem. É o que mostram os resultados da última Prova Brasil, divulgados pelo governo federal no 
final de novembro. A prova avalia, a cada dois anos, o desempenho de alunos do 5º e do 9º ano em 
português e matemática. É usada para compor o principal indicador de qualidade daeducaçãodo país, o 
Índice de 
 
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Os resultados revelam, no entanto, algo ainda mais 
perigoso que o baixo desempenho: a desigualdade. Enquanto em alguns Estados do Sul, como São 
Paulo e Santa Catarina, metade dos alunos tem aprendizado adequado em português, Estados como 
Alagoas e Maranhão não chegam a ter 20% ."Se a educação é um direito de todos, o direito de cada 
aluno que não aprende o considerado adequado vem sendo negado", diz Ernesto Martins Faria, 
coordenador de projetos da Fundação Lemann, organização sem fins lucrativos que atua para melhorar a 
qualidade da educação. 
 
Diminuir a desigualdade no aprendizado é um desafio até para os Estados que bateram a meta de 
qualidade do governo, medida pelo Ideb. Em 2013, apenas quatro Estados bateram todas as metas de 
qualidade do Ideb, Goiás entre eles. Quando olhamos para o aprendizado dos alunos desse Estado, 
medido pela Prova Brasil, percebemos que apenas 24% dos alunos aprenderam o que deveriam em 
português, e somente 41% em matemática (no 5º ano). Goiás teve Ideb 5,5, acima da meta de 4,9. Isso 
acontece porque o Ideb não mede apenas o aprendizado. Inclui também o fluxo de alunos, medido pela 
aprovação. A percentagem dos alunos com aprendizado adequado se mantém a mesma na maioria dos 
Estados desde 2011. A desigualdade entre os que aprendem e os que não aprendem continua estável. 
 
Desde que a educação se tornou um direito garantido pela Constituição, há mais de 25 anos, duas 
grandes políticas públicas foram responsáveis pelo tímido avanço da educação brasileira: a 
universalização do ensino básico, que garantiu a matrícula de toda criança na escola, e o sistema de 
avaliação do ensino. A partir de agora, para dar o passo que falta na qualidade, o país precisa 
de ferramentas mais sofisticadas do que apenas vagas e uma prova padronizada". 
 
Questão de múltipla escolha: 
 
Segundo Karl Marx, "o modo de produção da vida material condiciona o desenvolvimento da vida social, 
política e intelectual em geral". A partir desta afirmação, Marx resume sua teoria da história, também 
denominada de: 
 
a) Racionalismo cartesiano. 
b) Socialismo científico. 
c) Fenomenologia do espírito. 
d) Individualismo metodológico. 
e) Materialismo histórico.

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